terça-feira, 8 de novembro de 2011

A mecânica das articulações é como um empilhamento de pedras


Sabemos que os músculos quando contraem por muito tempo gastam muita energia, liberam ácido lático e criam tensões, podendo gerar nódulos de tensão (pontos gatilhos), fadiga e falta de coordenação para movimentar e estabilizar as articulações. Quando isso acontece significa que a pessoa está percorrendo a “rodovia da sobrecarga” indo em direção a dor.

A arte de empilhar pedras
Estava caminhando perto de uma praia em um final da tarde e encontrei um mexicano empilhando pedras. Achei que ele era louco porque estava ajustando a pontinha de uma pedra grande sobre a pontinha de outra pequena. Pensei que ele nunca iria conseguir fazer isso quando de repente, as pedras foram equilibradas de forma impressionante.

Naquele dia estava ventando muito e mesmo assim as pedras mantiveram-se em equilíbrio. Depois desse dia comecei a adotar e praticar a “arte de empilhas pedras”. Cada pedra é diferente da outra. Por isso se alguém quiser equilibrar pedras, o segredo de conseguir isso não é usando a razão. Equilibrar as pedras só é possível quando a razão cessa, abrindo espaço para a “tentativa e erro”. Somente sentindo o melhor ajuste para cada pedra é possível determinar o melhor posicionamento.

Cada vez que faço isso, novos insights aparecem para mim. E vou compartilhar com vocês um dos meus insights com as pedras. O sistema constituído pelas nossas articulações pode ser comparado com esse empilhamento de pedras.

 As articulações são como as pedras empilhadas
Cada pedra está ligada a outra, no entanto a modificação de uma delas afeta o equilíbrio de todas as outras. Um grau de modificação em uma delas faz todas desabarem no chão. Nossas articulações também estão empilhadas uma sobre as outras. Agora, porque a modificação de uma delas não leva o desabamento do corpo inteiro?

Porque temos nervos que respondem as micro-modificações e músculos que se contraem para controlar qualquer movimento.  Sabemos que os músculos quando contraem por muito tempo gastam muita energia, liberam ácido lático e criam tensões, podendo gerar nódulos de tensão (pontos gatilhos), fadiga e falta de coordenação para movimentar e estabilizar as articulações. Quando isso acontece significa que a pessoa está percorrendo a “rodovia da sobrecarga” indo em direção a dor. Se a pessoa já sente dor, a tendência é ficar perdido como eu fiquei, na “cidade da manutenção da dor”.

As pedras empilhadas não precisam de músculos para permanecer paradas, e assim não gastam energia porque aproveitam o seu posicionamento ótimo. Qual seria a sensação dessas pedras empilhadas?

Você pode sentir isso quando você estiver sentado em frente ao computador, lendo um livro ou qualquer outra posição que você deva permanece estático por mais tempo.

Sinta suas pedras empilhadas
Faça um teste, sente na beirada da cadeira. Primeiro ponto importante para desfrutar dessa experiência é sentar em uma cadeira com os joelhos abaixo da linha do seu quadril e as solas dos pés completamente no chão. Para isso adéqüe a altura da cadeira se necessário. Coloque algum apoio embaixo das solas dos seus pés quando necessário. Role sua bacia e sinta dois ossos, um de cada lado, rolando sobre o assento.

Enquanto estiver rolando a bacia, sinta todo o seu corpo. Note os apoios dos seus pés, sua coluna, seus ombros e sua cabeça. Agora pare em um extremo do movimento, sinta as tensões e posições de todas as outras partes que você observou anteriormente. Vá para o outro extremo e sinta o mesmo. Provavelmente os extremos criam tensão demasiada, então enquanto você rola a bacia, note qual seria a posição em que você sente todos os seus ossos empilhados como as pedras. Uma posição que você sente uma necessidade mínima de contração dos músculos. Com a prática sua sensibilidade e percepção vão sendo refinadas e você poderá encontra posições das “pedras empilhadas” com mais freqüência e com facilidade.

Fonte: Rodrigo Rizzo - Mapa da Dor

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