quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Qual é o VALOR do seu atendimento?


No ultimo final de semana, durante um curso, teve uma otima discussão sobre essa questão de quanto se cobrar pelo seu atendimento.

Quando os seus pacientes perguntam isso para você, a primeira coisa que vem a sua cabeça é? PREÇO.

E pensando em preço é necessário que você saiba todos os seus custos, como aluguel, luz, telefone, funcionários, material, enfim, todos os custos fixos e variáves parra saber quanto deve ser o mínimo da sua consulta.

Se tivermos como exemplo que 1 hora do seu atendimento custe para você R$ 20,00, qual será o VALOR que será cobrado ao seu paciente? Acho que estamos entrando no assunto que mais afeta a imagem do profissional de fisioterapia, a desvalorização profissional!

Quando precificamos o nosso serviço precisamos incluir nisso a valorização do profissional, quanto que você gastou em cursos para aperfeiçoar ainda mais seu atendimento, quanto que foi investido no espaço físico que você atende para oferecer um ambiente de qualidade ao seu cliente, quanto vale o cliente ser atendido na hora marcada, sem atrasos? São alguns pequenos itens que chamamos de intangíveis, ou seja, o seu paciente não consegue por a mão nisso, mas ele tem que perceber isso. E um cliente satisfeito, bem atendido é seu melhor marketing.

O fisioterapeuta precisa saber mostrar ao seu paciente que a sua consulta tem VALOR, que cada centavo que ele te paga vale a pena. Ou seja, preço é bem diferente de valor certo?

Deixo as duas perguntas para vocês pensarem: Qual o preço da sua consulta? Qual o VALOR da sua consulta?

por Fabricia Costa - Blog Gestão em Fisioterapia

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Pilates ajuda a melhorar o desempenho

Método fortalece a musculatura, ajuda a evitar lesões e no aumento da circulação sanguínea


Durante uma corrida, os atletas sofrem grande sobrecarga, principalmente nos membros inferiores e na coluna. O impacto do contato do pé com solo durante a troca da passada provoca microlesões nas articulações do tornozelo, joelho, quadril e na própria coluna vertebral. Essas microlesões ocorrem todo o tempo, em qualquer atividade física, e variam de região conforme o exercício.

Há diversas formas de aperfeiçoar a corrida e prevenir lesões, e uma delas é o Método Pilates. Segundo a Associação Brasileira de Pilates (ABP) o exercício traz benefícios para o corpo de forma geral, sem concentrar o desenvolvimento de algumas partes do corpo e de outras não.

É possível a realização de um trabalho mais específico e personalizado para um atleta com o Pilates mantendo seus princípios básicos: centro de força, concentração, controle, precisão dos movimentos, respiração e fluidez de movimento.

No método Pilates, determinados exercícios, principalmente os feitos em aparelhos, são especialmente eficazes para identificar, organizar, equilibrar os desvios mais frequentes. Podemos apresentar diversas variações no alinhamento corporal, provocadas por posturas inadequadas, desequilíbrios musculares ou acidentes ao longo da vida.
Para os corredores, o Pilates tem diversos benefícios:

- Fortalece a musculatura sem grande aumento de massa, mantendo a leveza, tonificando a musculatura menos utilizada na corrida e prevenindo lesões devido aos desajustes;

- Ganho de flexibilidade, diminuindo os índices de lesões como estiramentos e ruptura. Melhora a circulação sanguínea e sensação de relaxamento muscular, mesmo durante a corrida.

- Trabalhos específicos de alinhamento corporal, equilíbrio e controle motor. Recrutamento de fibras musculares, criando resistência para os tipos de contração muscular isotônica excêntrica (controle de retorno do tamanho da fibra muscular), isométrica (contração muscular sem encurtamento do ventre muscular) e isotônica concêntrica (encurtamento do ventre muscular).

- Desenvolve a força dos músculos do núcleo do corpo (profundo das costas, abdome e assoalho pélvico, ajudando no suporte do tronco.  

- Aumento da concentração, redução da ansiedade e melhora na qualidade da respiração influenciando diretamente no rendimento do atleta.

Fonte: Portal Revista The Finisher

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Aspectos jurídicos (2) - Responsabilidade Civil na Fisioterapia


Conforme falamos no primeiro post sobre questões jurídicas (http://gestaoemfisio.blogspot.com/2011/06/aspectos-juridicos-na-fisioterapia-1.html), a responsabilidade do profissional de saúde é subjetiva (quando pessoa física), definida pelo art. 951 do Código Civil e pelo art 14 do Código de Defesa do Consumidor, o qual determina que "a responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa". Sendo assim, nós profissionais prestadores de serviço de saúde, responderemos judicialmente pelo dano que causarmos, desde que fique comprovada a nossa culpa.

Não obstante ter a classificação como subjetiva, há ainda uma outra divisão que norteia os profissionais de saúde, que são as OBRIGAÇÕES DE MEIO E DE RESULTADO.

Nas obrigações de resultado, o profissional se compromete em dar um resultado útil em favor do seu cliente. Não ocorrendo tal resultado esperado, opera-se a responsabilidade, cabendo ao profissional comprovar a ausência de culpa e assim não ter o dever de reparar. Isso cabe aqui ao cirurgião plástico, por exemplo, que se compromete em dar um determinado resultado e não consegue. Se for processado pelo seu cliente, judicialmente ele já é considerado culpado e terá que provar o contrário.

Nas obrigações de meio, o profissional se compromete a empenhar seus melhores esforços (habilidade, tecnica, prudência) com o objetivo de dar um resultado ao seu paciente, porém a obtenção disso escapa ao seu compromisso. É aqui que entra o FISIOTERAPEUTA! Ao iniciar um tratamento com seu paciente você deve deixar bem claro todas as etapas do processo de recuperação, o que você irá empregar de técnica, fazendo tudo da melhor forma possível para alcançar o melhor resultado na recuperação dele. Na hipótese do seu cliente se sentir lesado, insatisfeito, ele deverá apresentar que houve CULPA na conduta do profissional, seja esta por imprudência, imperíca ou negligência.

É um tema meio "obscuro" para nós, profissionais de saúde em geral, mas é de FUNDAMENTAL importância para evitar surpresas desagradáveis durante sua vida profissional!

Por: por Fabricia Costa - Gestão em Fisioterapia

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sonhar ajuda a reduzir memórias dolorosas, diz pesquisa


Durante a fase REM do sono, o cérebro consegue processar melhor as lembranças e memórias do dia


A fase do sono onde acontecem os sonhos, conhecida como REM (movimento rápido dos olhos, sigla em inglês), é importante para que o cérebro consiga controlar as memórias dolorosas. Segundo pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley, é nesse momento do sono que uma mudança química no cérebro o ajuda a amenizar nossa sensação em relação às memórias dolorosas. 


O estudo foi publicado no periódico Current Biology. "O estágio do sonho no sono, que possui um composição neuroquímica específica, fornece uma terapia noturna", diz Matthew Walker, autor sênior do estudo.

"Sabemos que durante o sono REM há uma redução acentuada nos níveis de norepinefrina, uma substância química do cérebro associada ao stress", diz Walker. "Ao reprocessar experiências emocionais anteriores nesse ambiente químico cerebral com baixa norepinefrina durante o sono REM, essas experiências são atenuadas em sua força emocional. Nos sentimos melhor, sentimos que podemos lidar com essas emoções."

A descoberta oferece também uma explicação do por que pessoas com transtorno de stress pós-traumático (TEPT), como os veteranos de guerra, têm dificuldades em se recuperar das experiências. Segundo o estudo, esses pacientes não se beneficiam da terapia, mantendo um alto nível de stress durante o flashback, gerando um pesadelos recorrentes. 

Pesquisa — Os 35 adultos jovens que participaram do estudo foram divididos em dois grupos. Todos viram 150 imagens emocionais duas vezes, com um intervalo de 12 horas entre elas, e passaram por exames de ressonância magnética. Um grupo viu as imagens pela manhã e novamente no fim da tarde, ficando acordado no intervalo. O outro grupo viu as imagens no fim da tarde e novamente na manhã seguinte, depois de uma noite completa de sono.

Aqueles que dormiram entre a observação das imagens relataram uma redução significativa nas reações emocionais às imagens. Além disso, os exames de ressonância magnética mostraram uma redução dramática na reatividade da amígdala — região do cérebro que processa emoções, permitindo que o córtex pré-frontal (região "racional" do cérebro) recupere o controle das reações emocionais dos participantes.

Medicamento —De acordo com Walker, ele já havia sido avisado dos possíveis efeitos do sono REM em pacientes com TEPT, quando um médico de um hospital de ex-combatentes nos Estados Unidos o avisou de que uma droga usada para o controle da pressão sanguínea estava, inadvertidamente, prevenindo a recorrência de pesadelos do militares.

A melhora aconteceu porque a droga tem um efeito colateral que suprime a norepinefrina no cérebro, criando, assim, um cérebro mais livre de stress durante o REM, o que reduz os pesadelos e promove uma melhor qualidade de sono. "Isso sugere uma relação entre o TEPT e o sono REM", diz Walker.


Saiba mais:

FASES DO SONO

Estágio 1: A fase da sonolência, na qual aparecem as primeiras sensações de sono. Tem duração de um a dois minutos e a pessoa pode ser facilmente despertada.

Estágio 2: A atividade cardíaca é reduzida, os músculos relaxam e a temperatura corpórea cai. Dura, em média, de cinco a 15 minutos. A pessoa está dormindo, mas já é mais difícil acordá-la.

Estágio 3: Distingue-se do estágio 4 apenas quanto ao nível da profundidade do sono, que é menor. Os estímulos para acordar são maiores.

Estágio 4: Fase do sono mais profunda, dura cerca de 40 minutos.

Fase REM: Momento onde há uma intensa atividade cerebral – não causa um descanso profundo. Nessa fase os olhos fazem movimentos rápidos e os sonhos costumam acontecer com mais intensidade. A fase representa de 20% a 25% das horas de sono e surge em intervalos de 60 a 90 minutos. É essencial para a saúde psicológica.


terça-feira, 22 de novembro de 2011

Corrida na terceira idade

Veja como a atividade física pode ser benéfica e adequada para quem já passou dos 60 anos


Com o aumento dos participantes da melhor idade (terceira idade) em provas de 5Km, 10Km e maratonas, além de outras atividades esportivas, é importante algumas considerações sobre a fisiologia dessas pessoas, que certamente estão cada vez mais saudáveis por estarem praticando esportes.

A população idosa vem aumentando consideravelmente e a atividade física regular associada ao envelhecimento surge como um importante meio de prevenção de lesões, e promoção de saúde para esta população.

À medida que os anos passam, tendemos a ir alterando nossos hábitos de vida e rotinas diárias por atividades e formas de ocupação pouco ativas. Os efeitos dessa redução da atividade são muito sérios. Entretanto, com a atividade física regular, pode-se amenizar a velocidade com que as modificações naturais surgem.

Está comprovado que quanto mais ativa é uma pessoa, menos limitações físicas ela tem. Dentre os inúmeros benefícios que a prática de exercícios físicos promove, um dos principais é a proteção da capacidade para a realização das atividades do cotidiano ou atividades da vida diária, além de:

• Prevenir o desenvolvimento de diabetes.
• Redução dos níveis de triglicérides.
• Redução do percentual de gordura corporal. 
• Redução das alterações cardiovasculares e pulmonares.
• Redução dos riscos de trombose.
• Aumento na capacidade física, elasticidade e equilíbrio, coordenação motora e conscientização corporal diminuindo o risco de quedas. 
• Auxilio na prevenção e no tratamento da osteoporose. 
• Diminuição de dores articulares
• Melhora na imunidade, que pode diminuir a incidência de infecções. 
• Efeitos benéficos sobre a pressão arterial sistêmica.
• Redução do risco de doença coronariana e morte. 
• Atividade física facilita a interrupção do tabagismo
• Prevenir o ganho de peso. 
• Prevenção ou retardo do declínio cognitivo.
• Maior independência para realização de atividades diárias;
• Melhora da auto-estima e da autoconfiança;
• Reduz problemas psicológicos, como ansiedade e depressão
• Significativa melhora da qualidade de vida.

O tipo de exercício físico mais recomendado para pessoas acima de 60 anos no passado era o aeróbio, pelos seus efeitos no sistema cardiovascular e benefícios psicológicos. Este tipo exercício, juntamente ao alongamento, ainda se mantém entre os mais indicados e procurados nesta faixa etária enquanto exercícios de força entram em declínio. Entretanto, é necessário destacar a importância dos exercícios de força para a manutenção da força muscular, do equilíbrio, agilidade e capacidade funcional.
A prática regular da atividade física apresenta inúmeros benefícios, porém, alguns riscos devem ser considerados, sendo a avaliação clínica, levando em consideração as alterações próprias da idade, fundamental para que os benefícios sejam maximizados e os possíveis riscos minimizados. 

Qualquer indivíduo que apresente qualquer alteração de pressão arterial ou função cardiorrespiratória necessariamente precisa se submeter a um exame médico geral antes de iniciar qualquer programa de atividade física. Recomenda-se também uma avaliação cinética-funcional completa dando-se maior destaque para a força muscular, equilíbrio, postura, condições articulares, avaliação da capacidade aeróbica, além de aspectos nutricionais e nível de hidratação. 

Um programa de exercícios deve constar de aquecimento, alongamento, atividades aeróbicas e período de recuperação. O primeiro e o último períodos devem ter duração média de 20 minutos já que a pressão arterial e o nível de respiração retornam à níveis estáveis lentamente. Lembrando que a atividade deve se iniciar com esforço mínimo e progredi de forma lenta. Usar o material esportivo adequado a atividade escolhida também é muito importante. Calçados e roupas inadequados podem prejudicar a performance. Não esqueça de se hidratar e usar protetor solar.

A escolha da atividade é feita individualmente, levando-se em conta a preferência pessoal, pois não adianta fazer uma atividade que não se sinta bem praticando; a aptidão necessária, já que algumas atividades dependem de habilidades específicas e o risco associado à atividade, visto que alguns exercícios podem associar-se a alguns tipos de lesão, em determinados indivíduos que já são predispostos. 

É importante que você que tem mais de 60 anos se conscientize de que a atividade física é muito importante para seu cotidiano, pois colabora com sua saúde, agindo sobre o envelhecimento, e evitando muitas vezes a sua limitação funcional.

O envelhecimento para muitos é visto como o fim da vida, em que a pessoa idosa não tem mais condições de realizar com firmeza as tarefas que sempre executou, mas, pelo contrário, os idosos ainda têm muita vontade de viver, só lhes falta a oportunidade para isso, e através da atividade física essas pessoas podem mostrar ainda que são capazes de muito mais. 


* Por Evaldo Bósio Filho - Portal O2 por minuto

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A História da fisioterapia, um breve relato por Shirley Sahrmann


Oi pessoal, deixo hoje o capítulo de introdução do livro "Dianóstico e Tratamento das Síndromes de Disfunção Motora" da fisioterapeuta norte americana Shirley Sahrmann. Este breve relato histórico é particularmente interessante pelo fato dela ter dividido a fisioterapia do século XX em três etapas distintas. É bem legal para se ter uma idéia de onde vieram tantos métodos de tratamento diferentes.
Segundo Sahrmann, a fisioterapia do século XX pode ser dividida em três fases , de acordo com seu enfoque principal,.

Em cada uma delas predominou o tratamento de determinado sistema anatômico, devido geralmente à prevalência de determinada deficiência física, que era causada por um problema médico específico. Conceitos básicos diferentes foram criados em cada uma dessas épocas, influenciando as características da profissão assim como os métodos utilizados.

Obviamente é uma descrição muito sucinta mas mesmo assim muito legal de se ler pra gente poder se situar no tempo e no espaço


Primeira fase: focalizando a disfunção dos Sistemas Osteomuscular e Neuromuscular Periférico.


O primeiro período compreendia o tratamento de pacientes apresentando disfunção do Sistema Neuromuscular Periférico ou osteomuscular, disfunção esta resultante da poliomielite ou dos traumatismos de guerra (tipicamente lesões de segundo neurônio motor). O exame manual da musculatura, como meio para determinar a disfunção neurológica e muscular de forma quantitativa foi fundamental para definir o papel diagnóstico da Fisioterapia. Eram realizados testes específicos, capazes de informar ao médico na avaliação do caso: o médico formulava então seu diagnóstico e definia o grau de disfunção.
A relação, de certa forma clara, entre a perda da função muscular e a disfunção motora, servia para orientar o tratamento.

A relação existente entre a destruição de unidades motoras e suas consequências, consistindo em fraqueza muscular e perda de mobilidade era nítida, porém ainda existiam controvérsias a respeito dos melhores métodos de tratamento da poliomielite, particularmente em relação à fase aguda da doença. O tratamento durante esta fase focalizava a preservação da mobilidade por meio de exercícios de alongamento e do uso de aparelhos ortopédicos. Durante a fase de recuperação, os exercícios destinados a fortalecer os músculos em recuperação ou os não afetados também constituía parte importante do tratamento. O tratamento mais eficaz compreendia determinados exercícios baseados nos resultados do exame manual da musculatura. Essas informações também eram usadas para orientar a prescrição de órteses e de outros dispositivos auxiliares. Os exercícios específicos levando em consideração cada músculo e o sentido em que atua eram elementos-chave para um bom resultado.



Segunda fase: Focalizando a disfunção do Sistema Nervoso Central


Depois da erradicação da poliomielite, a maioria dos casos atendidos pelos fisioterapeutas passou a ser de pós AVC, TCE e TRM. As deficiências que estes pacientes apresentavam eram devidas à disfunção do SNC (mais exatamente devido a lesões do primeiro neurônio motor); por isso os métodos até então utilizados pelos fisioterapeutas já não se aplicavam a estes casos. Os métodos de alongamento e fortalecimento, até então usados no tratamento da poliomielite eram considerados inaceitáveis; pois na época acreditava-se que fossem capazes de agravar a espasticidade. O exame manual dos músculos também deixou de se considerado um indicador confiável de desempenho muscular. Na época não se conheciam os mecanismos que contribuíam para a deficiência de pacientes com disfunção neurológica. A falta de unanimidade em relação aos mecanismos responsáveis pelas paresias e o tratamento mais adequado fez com que não fossem elaboradas diretrizes específicas para o tratamento de casos decorrentes de lesão disfunção do SNC .

Resultou daí a adoção de esquemas terapêuticos que se baseavam nas convicções e na experiência dos terapeutas clínicos. Esta falta de normas levou a um tratamento altamente individualizado e eclético; criou-se, infelizmente, o precedente de tratamento baseado em hipóteses pouco seguras. A relação entre o diagnóstico e o tratamento também se modificou durante este período. Os diagnósticos clínicos das doenças do SNC não se acompanhavam de normas para o tratamento fisioterápico, ao contrário do que acontecia com a poliomielite, cuja fisiopatologia era relativamente bem conhecida (neste momento acabou a moleza, não bastava mais alongar o que estava encurtado e fortalecer o que estava fraco... ficou claro que em lesões do SNC o buraco é mais embaixo).

Os fisioterapeutas procuraram explicar os mecanismos que contribuem para comprometer os movimentos. Porém as explicações nas quais se baseavam as hipótese clínicas relativas aos mecanismos terapêuticos eram vagas e mal interpretadas em vista da limitação do conhecimento daquela época (estamos falando da década de 1960). Infelizmente os mecanismos de controle motor ainda não eram bem conhecidos, da mesma forma que a fisiopatologia das disfunções motoras decorrentes de lesões do SNC. O que se tornou evidente neste período foi a importância essencial que a função reguladora do SNC possui para a motricidade. As deficiências motoras que acompanham a disfunção do SNC demonstram a importância deste último para os movimentos.


Terceira fase: Focalizando a Disfunção Articular



Durante a década de 1980, fisioterapeutas influenciados por seus colegas da Austrália e Nova Zelândia, começaram a aplicar métodos de exame e e de tratamento que visavam diretamente a disfunção das articulações como meio de tratar a dor osteomuscular. Esses métodos exigem o exame dos movimentos articulares acessórios e observação das respostas dolorosas associadas. Trata-se de um tratamento diferente do padrão adotado até então, o qual se baseava no uso de modalidades destinadas a combater o processo inflamatório e na aplicação de exercícios para fortalecer os músculos do segmento afetado. Alguns fisioterapeutas começavam também a aplicar os métodos clínicos preconizados pelo Dr. James Cyriax para identificar os tecidos que davam origem a dor. Esses métodos implicavam mudanças do papel desempenhado pelo fisioterapeuta. Até então o médico prescrevia um tratamento baseado no diagnóstico .

Na maioria dos casos encaminhados aos fisioterapeutas, este era chamado para “avaliar e tratar” , sobretudo quando o problema envolvia o SNC, ao passo que recebia geralmente uma orientação médica mais detalhada para o tratamento de dor osteomuscular (isso soa familiar não é?). Foi, portanto, uma mudança significativa quando o fisioterapeuta passou a examinar as articulações, a fim de determinar a origem da dor, ao invés de aplicar modalidades terapêuticas e prescrever um esquema geral de exercícios destinados a melhorar a capacidade funcional. A avaliação da mobilidade articular acessória representou uma mudança na filosofia da profissão: o foco passou a ser a identificação das contraturas articulares e das partes moles como causas responsáveis pela dor mediante métodos paliativos.


Fase Atual: Focalizando o Sistema Motor
Durante a década de 1990, a grande maioria dos pacientes encaminhados para os fisioterapeutas era de casos de dor osteomuscular. Por conseguinte, o tratamento desses pacientes é importante para a profissão. O tratamento deve ser considerado incompleto e inadequado quando dirigido isolado dos problemas musculares, articulares ou neurológicos. A evolução constante da fisioterapia exige que os movimentos constituam seu foco principal. O movimento resulta do ato de um sistema fisiológico que produz a movimentação do corpo inteiro ou da partes que o compõe. Esses componentes compreendem o sistema osteomuscular, neurológico, cardiopulmonar e metabólico.

Neste sentido, o livro da fisioterapeuta Shirley Sahrmann se destaca, principalmente ao enfatizar a relação entre postura, controle motor inadequado e dor de forma cientificamente embasada. É interessante perceber como a profissão está retornando às suas origens, dando novamente ênfase aos exercícios terapêuticos, só que desta vez acompanhados de um embasamento científico robusto, como é o caso da Estabilização Segmentar Vertebral - ESV, o conceito de Kinetic Control, Pilates Clínico, além das bandagens associadas a exercícios terapêuticos criados e aperfeiçoados por pesquisadores que utilizaram eletromiografia de superfície.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Gestão em Fisio: Identificando Oportunidades


Quantas vezes você já não pensou que estava diante de uma oportunidade incrível, uma idéia única, com poucos concorrentes, e que agora ia dar certo? Aposto que algumas vezes, afinal quem quer ter seu próprio negócio, quem quer empreender, acha que suas ideias devem ser simplesmente únicas e inovadoras!

E isso é um grande engano! As suas ideias não precisam ser tão inovadoras quanto você acha que seja necessário, elas simplesmente devem ser boas o suficiente para que possa agregar valor ao seu negócio, fazendo sua empresa crescer. As oportunidades sim, devem ser avaliadas e aproveitadas, pois geralmente são unicas e você não pode desperdiçar.

Quando identificarmos uma ideia sendo interessante devemos nos perguntar: quem são os clientes que comprarão esse serviço? Esse é um mercado em crescimento, estável ou estagnado? Quem são seus concorrentes? Caso não consiga responder essas questões com dados concretos, provavelmente estarão diante de apenas uma ideia e não uma oportunidade de mercado.

As boas oportunidades apresentam como características uma taxa de lucro de 10 a 15%, um alcanço do ponto de equilíbrio e fluxo de caixa positivo em menos de 2 anos, um investimento inicial baixo ou moderado, custos fixos e variáveis menores, equipe competente e comprometida, entre outros.

O que você precisa é saber identificar uma necessidade do mercado e saber como atendê-la, antes que os outros façam.

A fisioterapia é um mercado em crescimento, com avanço científico, com aumento no número de clientes, e todo mercado em crescimento começa a mostrar suas necessidades, suas falhas e vulnerabilidades.

Então, até mesmo para quem já tem seu negócio montado, avaliar e identificar novas oportunidades, novos serviços, novas parcerias, é fundamental para alcançar o crescimento desejado e consequentemente o lucro.

Isso tudo sem deixar de calcular os riscos, pois nada é tão bonito quanto parece.

Uma coisa que deve ser sempre presente em sua cabeça é o seguinte: ideias revolucionárias são raras, serviços únicos não existem e a concorrência, essa sim, sempre estará presente.

Postado por Fabricia Costa

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Mitos e Lendas da Fisioterapia - Uso de luvas com água na prevenção de Úlceras de Pressão


Olá pessoal, hoje trago o resultado de mais uma pesquisa sobre Mitos e Lendas da Fisioterapia. A lenda de hoje é sobre o uso de luvas de procedimento cheias de água na prevenção de úlceras de pressão. Infelizmente uma conduta ainda bastante popular, embora ineficaz e potencialmente danosa ao paciente.



A prevenção do surgimento de úlceras de pressão é um assunto exaustivamente pesquisado pela enfermagem, e isso não é à toa não. É muito melhor prevenir do que tratar uma úlcera de pressão. Isso tanto em termos de prevenção do sofrimento e morbidade quanto de custos com a ocupação de leito, insumos e o risco de infecção hospitalar. De fato, foi uma enfermeira que me alertou sobre os riscos do uso de luvas de água cheias de ar ou água.

Mas voltando ao assunto: Não sou só eu que digo que as luvas são contra-indicadas. O Grupo de Estudos e Pesquisa em Segurança do Paciente, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP disponibiliza algumas diretrizes de prevenção e tratamento que citam claramente que o uso de luvas com água, pele de carneiro sintética, pele de carneiro natural e almofadas tipo roda d’água ou ar NÃO devem ser utilizados para aliviar a pressão.

Esta recomendação é baseada no trabalho "Using water-filled gloves for pressure relief on heels" publicado no Journal of wound care em 1993. (infelizmente não tive acesso ao original, mas conto com a descrição em uma dissertação de mestrado da USP disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-07102009-145047/pt-br.php e que
segue abaixo:

O autor desta pesquisa conduziu um estudo para avaliar a pressão externa exercida sobre o calcâneo quando este era apiado em duas superfícies diferentes: O próprio colchão do leito hospitalar e sobre uma Luva de látex preenchida com 260ml de água. Esta pesquisa foi feita com 40 sujeitos de um hospital geral. A pressão média na interface com o calcâneo colocado no colchão padrão hospitalar foi de 126,5mmHg e na luva d´água foi de (pasmem!) 144,6mmHg , o que representa um aumento médio de pressão de 12, 5%. Concluindo: a luva d´água não só não cumpre o papel de alívio como aumenta a pressão sobre a região apoiada.

(Williams, C. Using water-filled gloves for pressure relief on heels. Journal of wound care. London, v.2, p.345-8, 1993)

Portanto, Senhoras e Senhores, o Mito do uso de Luvas com água na prevenção de úlceras de decúbito está Detonado.


Postado por Humberto - Blog O Guia do Fisioterapeuta

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A mecânica das articulações é como um empilhamento de pedras


Sabemos que os músculos quando contraem por muito tempo gastam muita energia, liberam ácido lático e criam tensões, podendo gerar nódulos de tensão (pontos gatilhos), fadiga e falta de coordenação para movimentar e estabilizar as articulações. Quando isso acontece significa que a pessoa está percorrendo a “rodovia da sobrecarga” indo em direção a dor.

A arte de empilhar pedras
Estava caminhando perto de uma praia em um final da tarde e encontrei um mexicano empilhando pedras. Achei que ele era louco porque estava ajustando a pontinha de uma pedra grande sobre a pontinha de outra pequena. Pensei que ele nunca iria conseguir fazer isso quando de repente, as pedras foram equilibradas de forma impressionante.

Naquele dia estava ventando muito e mesmo assim as pedras mantiveram-se em equilíbrio. Depois desse dia comecei a adotar e praticar a “arte de empilhas pedras”. Cada pedra é diferente da outra. Por isso se alguém quiser equilibrar pedras, o segredo de conseguir isso não é usando a razão. Equilibrar as pedras só é possível quando a razão cessa, abrindo espaço para a “tentativa e erro”. Somente sentindo o melhor ajuste para cada pedra é possível determinar o melhor posicionamento.

Cada vez que faço isso, novos insights aparecem para mim. E vou compartilhar com vocês um dos meus insights com as pedras. O sistema constituído pelas nossas articulações pode ser comparado com esse empilhamento de pedras.

 As articulações são como as pedras empilhadas
Cada pedra está ligada a outra, no entanto a modificação de uma delas afeta o equilíbrio de todas as outras. Um grau de modificação em uma delas faz todas desabarem no chão. Nossas articulações também estão empilhadas uma sobre as outras. Agora, porque a modificação de uma delas não leva o desabamento do corpo inteiro?

Porque temos nervos que respondem as micro-modificações e músculos que se contraem para controlar qualquer movimento.  Sabemos que os músculos quando contraem por muito tempo gastam muita energia, liberam ácido lático e criam tensões, podendo gerar nódulos de tensão (pontos gatilhos), fadiga e falta de coordenação para movimentar e estabilizar as articulações. Quando isso acontece significa que a pessoa está percorrendo a “rodovia da sobrecarga” indo em direção a dor. Se a pessoa já sente dor, a tendência é ficar perdido como eu fiquei, na “cidade da manutenção da dor”.

As pedras empilhadas não precisam de músculos para permanecer paradas, e assim não gastam energia porque aproveitam o seu posicionamento ótimo. Qual seria a sensação dessas pedras empilhadas?

Você pode sentir isso quando você estiver sentado em frente ao computador, lendo um livro ou qualquer outra posição que você deva permanece estático por mais tempo.

Sinta suas pedras empilhadas
Faça um teste, sente na beirada da cadeira. Primeiro ponto importante para desfrutar dessa experiência é sentar em uma cadeira com os joelhos abaixo da linha do seu quadril e as solas dos pés completamente no chão. Para isso adéqüe a altura da cadeira se necessário. Coloque algum apoio embaixo das solas dos seus pés quando necessário. Role sua bacia e sinta dois ossos, um de cada lado, rolando sobre o assento.

Enquanto estiver rolando a bacia, sinta todo o seu corpo. Note os apoios dos seus pés, sua coluna, seus ombros e sua cabeça. Agora pare em um extremo do movimento, sinta as tensões e posições de todas as outras partes que você observou anteriormente. Vá para o outro extremo e sinta o mesmo. Provavelmente os extremos criam tensão demasiada, então enquanto você rola a bacia, note qual seria a posição em que você sente todos os seus ossos empilhados como as pedras. Uma posição que você sente uma necessidade mínima de contração dos músculos. Com a prática sua sensibilidade e percepção vão sendo refinadas e você poderá encontra posições das “pedras empilhadas” com mais freqüência e com facilidade.

Fonte: Rodrigo Rizzo - Mapa da Dor

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Profisio Esportiva


Agora durante o V Congresso Brasileiro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (SONAFE) em Maceió será lançado o programa de Educação Continuado chamado PROFISIO - Programa de Atualização em Fisioterapia Esportiva e Traumato-Ortopédica da Editora Artmed em parceria com a SONAFE,  o programa consta de 4 livros anuais escritos por vários especialistas nos mais diversos assuntos relacionados a Fisioterapia Esportiva e Ortopédica.

Ao final de cada capítulo existe uma lista de perguntas e respostas para  maior assimilação do conteúdo, o inscrito conta ainda com direito a consultar todo conteúdo e-learning (internet) do Grupo A, onde estão todos o banco dos demais PRO (medicina, odonto e enfermagem).


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

PILATES AJUDA A COMBATER A FIBROMIALGIA E A OSTEOPOROSE

A fibromialgia e a osteoporose são mais comuns em mulheres



Pilates. Esta novidade que chegou ao Brasil, no início dos anos 90, continua sendo sucesso e sinônimo de equilíbrio e bem-estar. Este exercício que trabalha a respiração, a postura, o equilíbrio, a flexibilidade, além do fortalecimento muscular e controle motor, pode ser fundamental no auxílio ao tratamento de duas doenças: a fibromialgia e a osteoporose.

Para quem não conhece muito bem, essas doenças atingem mais mulheres que homens. A fibromialgia é uma síndrome complexa que se caracteriza principalmente pela existência de dores generalizadas em todo o corpo, cansaço extremo, perturbações no sono e alterações emocionais. Ela afeta, em sua maioria, mulheres que estão entre os 30 e 60 anos. Já a osteoporose é caracterizada por uma redução silenciosa da massa óssea e aumento do risco de fraturas. As mulheres são mais susceptíveis em função da menopausa e do sedentarismo.

De acordo com a fisioterapeuta Andréa Regina de Oliveira, da Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), o Pilates pode contribuir para a melhoria dos sintomas da fibromialgia. Ela explica que a prática do exercício, associada à respiração, promove o alívio da dor pela redução da tensão muscular, do aumento da flexibilidade, da melhora da postura, da coordenação motora e da força muscular.

“A técnica promove a liberação de hormônios e neurotransmissores, que auxiliam na redução da ansiedade, promoção da sensação de bem estar e ganho na qualidade do sono”, completa.

Ainda segundo a fisioterapeuta, na osteoporose a prática do Pilates melhora o equilíbrio, a coordenação motora, a capacidade do indivíduo de reconhecer a localização espacial do corpo e concentração para realizar atividades da vida diária.

“É uma importante ajuda para reduzir o risco de queda, além de auxiliar no aumento da densidade mineral óssea, devido ao trabalho de fortalecimento muscular”, disse Andréa Regina.

Fonte: Portal Sua Dieta

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Quais são os três grandes objetivos da terapia em pessoas com dor crônica?

O mais óbvio de todos é diminuir ou eliminar a sensação de dor. O segundo objetivo, não é tão evidente como o primeiro, nem para o cliente e nem para os terapeutas. Refere-se...

Existem três principais objetivos que uma pessoa com dor persistente busca em um processo terapêutico.

Primeiro
O mais óbvio de todos é diminuir ou eliminar a sensação de dor. Sabe-se que os aparelhos utilizados na fisioterapia têm seus efeitos muito reduzidos na maioria dos casos de dores crônicas. As técnicas de terapia manual, reeducação dos movimentos e posturas apresentam melhores resultados para reduzir e eliminar a sensação de dor. Já hipnoterapia pode utilizar técnicas de analgesia e alteração das submodalidades sensoriais relacionadas à dor (como símbolos, temperatura, cor, forma, por exemplo...). No entanto isso ainda parece ser insuficiente na maioria das pessoas com dor crônica porque os outros dois grandes objetivos não foram ainda atendidos.

Segundo
O segundo objetivo, não é tão evidente como o primeiro, nem para o cliente e nem para os terapeutas. Refere-se em reduzir o sofrimento causado pela dor. Uma pessoa que já passou por vários profissionais tende estar frustrada; a pessoa com dor crônica sente-se incapaz de lidar com a dor; é comum encontrar pessoas que apresentam dúvidas e preocupações sobre o quê exatamente está acontecendo com ela; o medo gera ainda mais desconforto; o sono e suas relações sociais e profissionais estão sendo prejudicadas cada vez mais. Esses e muitos outros aspectos geram sofrimento e o sofrimento aumenta a intensidade da dor e leva à incapacidade cada vez maior. Para isso outras estratégias terapêuticas devem ser utilizadas por todos os profissionais de saúde que lidam com pessoas com dor crônica. Sejam eles fisioterapeutas, psicólogos, hipnoterapeutas médicos, enfermeiros entre outros. Estratégias destinadas a eliminar qualquer interferência relacionada às crenças, atitudes e motivações que possam impedir a melhora da pessoa. Estratégias que “ascendem” os recursos (os pontos fortes) da pessoa com dor crônica.

Terceiro
O terceiro objetivo do cliente é reduzir a incapacidade que a dor vem causando na sua vida. Algumas pessoas não conseguem mais realizar atividades rotineiras e simples como agachar, outras apresentam dificuldades de dormir, por exemplo. Muitas não podem mais fazer o que lhe davam prazer e tem dificuldades de fazer suas necessidades profissionais e familiares. Estratégias de alivio da sensação de dor podem facilitar a execução de atividades que antes eram limitadas pela dor. No entanto é possível facilitar a execução das atividades sem ao menos interferir na intensidade de uma dor. Como? Imagine que uma pessoa tem dor há 2 anos não coluna lombar e não consegue levantar da cadeira sem apoiar suas mãos. Parte dessa incapacidade está relacionada com o medo de sentir dor e parte está relacionada ao posicionamento desvantajoso adotado por essa pessoa ao levantar da cadeira. Se o terapeuta conduzir a pessoa a uma descoberta de melhores posicionamentos e utilizar estratégias para quebrar o medo desse movimento, a pessoa vai conseguir realizar algo importante para ela.

O interessante é que a pessoa no inicio, pode dizer que a intensidade da dor continua igual, mas agora pode realizar muito mais atividades. Depois de um tempo uma cascata de eventos positivos podem ocorrer tais como, aumento da motivação, mais confiança em sua recuperação e redução da dor devido aos benefícios dos próprios movimentos.

É importante ressaltar que a conquista de um desses objetivos através do processo terapêutico, auxilia a conquista dos outros. No entanto a dor crônica difere-se de uma dor aguda que é mais simples e fácil controlar. A dor crônica foi desenvolvida e é mantida por um leque muito maior de fatores e por isso o terapeuta dificilmente obterá sucesso se focar em um único objetivo.

Se você é profissional da saúde identifique se suas intervenções estão congruentes com todos esses objetivos. Se não estiver, crie e desenvolva novas habilidades para cumprir cada um desses objetivos. Se você apresenta dor crônica, identifique e busque estratégias destinadas a cada um desses objetivos. Os resultados serão mais rápidos e mais duradouros.

Fonte: Mapa da Dor - Rodrigo Rizzo