segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Mulheres: Dores do nervo ciático nem sempre são consequência de um problema de coluna


Sintomas como dores na região do nervo ciático, glúteos ou na região do períneo são habitualmente atribuídos a acometimentos ou outras doenças da coluna vertebral. As dores perineais são, também, com frequência, atribuídas a agravos do trato genital inferior (vulva, vagina e períneo). Uma vez excluídas estas causas, esses sintomas são, frequentemente, taxados como sem causa conhecida, ou de origem psicológica. O mesmo acontece com outras situações, como dores na região anal ou a meralgia parestésica, que reúne sintomas como dor, queimação, redução da sensibilidade e dormência na região lateral da coxa.

Parte dos sintomas relacionados com o nervo ciático podem ser, na verdade, compressões ou lesões nervosas na região da pelve, raramente cogitados. Muitos destes casos, pelos sintomas apresentados ao médico, acabam direcionados para o neurocirurgião ou cirurgião de coluna. Mas após diversas consultas, uma série de exames e, não raro, procedimentos cirúrgicos relacionados à dor, surgem as suspeitas que mais tarde levarão estas pacientes ao correto diagnóstico.

As causas são diversas, entre elas infecção ou cirurgias pélvicas – que podem causar fibrose – ou endometriose – uma doença que acomete as mulheres em idade reprodutiva, caracterizada pela presença do endométrio, tecido que geralmente reveste a parte interna do útero, em outras regiões do corpo, como ovários ou dentro da pelve. Neste último caso, mesmo após cirurgia para retirada de toda a endometriose visível, ela pode permanecer dentro de nervo ou levar ao surgimento de novos vasos sanguíneos, que acabam comprimindo nervos ou raízes sacrais.

O surgimento de novos vasos ou de fibrose sobre os nervos pode também ser decorrente de algumas cirurgias, como a de incontinência urinária ou do prolapso genital (bexiga caída). Como as vias de acesso para o médico nestes procedimentos estão muito próximas das raízes sacrais, a manipulação cirúrgica pode ocasionar hematomas nestas regiões, que causam fibrose ou a formação dos novos vasos sanguíneos. Estes sintomas, além de atípicos na prática ginecológica, às vezes surgem anos após o procedimento, o que dificulta muito o diagnóstico, bem como a correlação com a cirurgia.

O quadro clínico de compressões intrapélvicas depende da causa das lesões e do(s) nervo(s) acometido(s). Como regra geral, as neuropatias compressivas se apresentam com dor, aumento da sensibilidade e/ou sensação dolorosa causada por estímulos em geral não dolorosos em determinadas áreas da pele, enquanto lesões infiltrativas (endometriose) se apresentam com déficit motor. As principais áreas afetadas por esses sintomas são a bexiga, as pernas, a região glútea, o períneo, o saco escrotal, a vagina, a bexiga e o ânus.

Desse modo, quadros como a síndrome da bexiga dolorosa ou a dor na região do ânus podem decorrer de lesões intrapélvicas e receber tratamentos específicos. Assim, sinais acima devem receber uma investigação neurofuncional pélvica detalhada.

A Neuropelveologia, idealizada por Marc Possover, permitiu a identificação, por meio de laparoscopia, de nervos antes pouco estudados, abrindo o leque de diagnósticos nesta região. De mesma forma, permite hoje maior detalhamento de diagnóstico até então baseados unicamente em sintomas, como a Síndrome da Bexiga Dolorosa, a Síndrome do Cólon Irritável ou a Síndrome da Bexiga Hiperativa.

Tais diagnósticos não eram possíveis devido à dificuldade de acesso aos nervos comprometidos, facilmente acessados por meio das técnicas da neuropelveologia.


Fonte: Busca Saúde

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A Fisioterapia Forense


Estamos passando por um período diferenciado em relação à utilização das ciências da área da saúde no cenário jurídico/forense. Basta observarmos a utilização pelo judiciário de laudos de profissionais desta área, como elementos de muita relevância às decisões dos magistrados e consequente aplicação da justiça. Neste universo podemos ver solicitações jurídicas a médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, odontólogos e psicólogos em um volume crescente, nas mais diversas esferas do judiciário. E, por caracterizar uma ação que foge ao habitual destes profissionais, esta área de atuação para os mesmos acabou sendo batizada de “forense”, “jurídica” ou “legal”, sendo usualmente nominada como: Medicina Legal, Fonoaudiologia Forense, Fisioterapia Forense, Odontologia Forense e Psicologia Forense. Entendemos então que estas profissões da área de saúde determinaram campos de atuação, que para algumas constituem especializações acadêmico/profissionais, na interface das áreas institucionais ligadas a justiça.

Chamamos a atenção neste texto para a Fisioterapia Forense, que vem demonstrando um crescimento ímpar neste cenário jurídico. Como tentativa de justificar este crescimento, podemos dizer que a massificação universal em relação aos aspectos da funcionalidade humana, norteados pelos países membros da OMS – Organização Mundial de Saúde a partir de 2003 pode ter sido a grande responsável. Pois com a determinação da adoção da CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, se potencializou a atuação do profissional Fisioterapeuta, cuja área de atuação caracteriza-se também pela quantificação e qualificação das incapacidades físicas.

É fato que qualquer doença ou acidente determina injúrias físicas e/ou cognitivas. Em consequência destas injúrias invariavelmente se instalam graus de incapacidade, ou de déficit funcional. Em relação aos aspectos físicos estes danos podem resultar em comprometimento de diversas funções do indivíduo, tais como: força, flexibilidade, equilíbrio, sensibilidade e capacidade aeróbia. E como o profissional Fisioterapeuta tem formação específica nesta matéria, mostra ser um grande auxiliar aos atores de um processo jurídico, quando solicitantes deste préstimo. Isto é muito bem demarcado na justiça do trabalho e na previdência social, onde o Fisioterapeuta pode verificar se existe relação entre a incapacidade físico-funcional apresentada pelo autor (reclamante) e o trabalho executado, e também quantificar esta provável incapacidade, sendo então uma excelente ferramenta aos prepostos das partes e ao juiz.

A Fisioterapia Forense então caracteriza uma atuação fisioterapêutica específica à emissão de laudos e pareceres, para utilização no universo forense/jurídico/legal, ou do direito. Estes documentos, à luz da exclusividade profissional são elaborados a partir de uma conclusão diagnóstica, designada “diagnóstico cinesiológico-funcional”, que em várias situações da justiça é necessária, tanto para quem acusa para quem se defende e para quem julga. Ou seja, a função de perito judicial ou de assistente técnico das partes está inclusa na Fisioterapia Forense.

Então, estabelecer parâmetros de quantificação, qualificação e nexo entre o “estado mórbido” no aspecto físico e o acidente/doença é função do “Fisioterapeuta Forense”, e isto por si só já se caracteriza como uma ferramenta utilizável em diversos campos do direito, ou a ser utilizado para este fim. Podemos citar algumas situações:

Em ações relativas ao DPVAT, onde o acidentado aciona a justiça por não concordar com a indenização recebida pela seguradora, o Fisioterapeuta é indicado para quantificar e qualificar (de acordo com a CIF e bibliografia específica) adequadamente a incapacidade físico-funcional, a pedido do patrono do acidentado (autor). Da mesma forma a seguradora (ré) utiliza um Fisioterapeuta para também quantificar e qualificar a provável incapacidade, para sua defesa. Neste mesmo universo, quando o acidentado entra com uma ação de danos morais, danos materiais e eventualmente lucros cessantes contra o provável autor do acidente, as partes envolvidas lançaram mão dos referenciados serviços fisioterapêuticos.

Em ações relativas à PREVIDÊNCIA SOCIAL, similarmente à anterior, os Fisioterapeutas são solicitados a prestarem seus serviços tanto para o autor quanto para o réu, e neste cenário também podem ser nomeados peritos judiciais.

Em ações na JUSTIÇA DO TRABALHO, também é viável a atuação de Fisioterapeutas nestes três pontos do cenário jurídico, ou seja, indicados como assistentes técnicos das partes e como peritos nomeados pelo juiz.

Outras situações conhecidas necessitam desta ação fisioterapêutica, seguindo basicamente a mesma linha de atuação em relação à contratação profissional: ações relacionadas ao direito de utilizar VEÍCULOS ADAPTADOS, ações relacionadas à compra de veículos com REDUÇÃO DE IPI, ações relacionadas às seqüelas ocasionadas por ACIDENTES EM VIA PÚBLICA, e ações relacionadas às seqüelas ocasionadas às mais diversas formas de injúrias/danos físicos. Da mesma forma, AUDITORIAS a processos clínicos fisioterapêuticos em que o desfecho da atuação profissional (planos de saúde, seguros saúde, programas de saúde da família…), possa desencadear litígios, são caracterizadas como uma atuação de Fisioterapia Forense.

Resumindo, onde existir uma incapacidade físico-funcional que necessite ser quantificada e qualificada (eventualmente tendo que se estabelecer um nexo técnico) para ser utilizada em qualquer processo jurídico/legal, existe a necessidade da atuação do “Fisioterapeuta Forense”, e isto por si só, basta para demonstrar a importância da utilização deste profissional e a responsabilidade que acompanha sua atuação.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Plataforma Vibratória x Osteoporose


O conceito científico da estimulação neuromuscular por vibração foi desenvolvido na década de 80, na antiga União Soviética, com o propósito de combater a perda de densidade óssea e massa muscular em astronautas durante a permanência deles em atmosfera sem ação de força gravitacional.

A osteoporose, na qual os ossos se tornam porosos e partem com facilmente, é uma das doenças mundiais mais comuns e debilitantes. O resultado: dores, perda de movimento, incapacidade de realizar tarefas diárias e, em alguns casos, morte. Em todo o mundo, uma em cada três mulheres com mais de 50 anos irá sofrer fraturas osteoporóticas e o mesmo acontecerá a um em cada cinco homens. A osteoporose pode, até certa medida, ser prevenida, caso seja facilmente diagnosticada e se os tratamentos efetivos sejam disponibilizados. No entanto, a osteoporose fica, muitas vezes, por diagnosticar ou por tratar, o que deixa as pessoas num risco desnecessário de fratura.

Não é novidade que os estímulos físicos são extremamente importantes para o osso e que qualquer tipo de exercício pode ser considerado estimulador da formação de massa óssea. Entre os métodos físicos de tratamento de doenças ósseas, a plataforma vibratória foi sem dúvida o mais estudado.

Chamada de terapia de movimento dinâmico, o tratamento prevê o uso de uma plataforma vibratória para tratar osteopenia e osteoporose. Seu princípio é simples: a máquina começa a vibrar sob o peso do paciente. Embora a trepidação seja levíssima, para conseguir se equilibrar a pessoa contrai instintivamente todos os músculos do corpo. É essa contração que detona o processo fisiológico que causa microlesões nos ossos. Para reparar o dano, o organismo, então, aumenta a produção de células de reconstrução óssea - e faz o esqueleto fortalecer-se contra possíveis novas agressões, entre elas a osteoporose. O segredo da nova tecnologia está na precisão das vibrações: não importa o peso da pessoa, a máquina está programada para fazer com que os músculos se contraiam 35 vezes por segundo, a intensidade mínima necessária para estimular a reconstrução óssea.

A plataforma vibratória estimula exatamente as fibras de ação rápida, além de incentivar a formação de massa óssea, o que faz com que a musculatura do idoso melhore, impedindo que ele sofra mais quedas. Com o estímulo da plataforma, esses indivíduos passam a ter mais força para fazer suas atividades diárias. As plataformas vibratórias são indicadas como tratamento coadjuvante da osteoporose. Um estudo realizado nos Estados Unidos com 70 mulheres na fase pós-menopausa mostrou que vibrações de baixa intensidade aplicadas durante 20 minutos diários podem inibir efetivamente a perda óssea na região da coluna e do fêmur. É importante ressaltar que, apesar de sua eficácia, as plataformas vibratórias não dispensam o tratamento farmacológico da doença, decisivo para a evolução do quadro clínico. Prevenir a osteoporose é mais fácil que tratar.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Três sapatos que podem fazer mal para sua saúde


As delicadas sapatilhas tipo bailarina equivalem a andar sobre um pedaço de papelão, por não ter apoio ao arco do pé, reporta o site especializado WebMD. Isso pode causar um doloroso problema nos pés chamado fascite plantar. Se você ama o estilo, tente palmilhas para evitar uma dor moderada, afirma o website. Ainda assim, elas não fazem milagres, então usar sapatilhas todos os dias não é aconselhável.

Chinelos são perfeitos para ocasiões informais, como ficar em casa, ir à praia, à piscina, mas quando falamos de longas caminhadas, os especialistas do pé fazem um apelo: usem sapatos de verdade para fazê-lo (homens, isso também inclui vocês). Eles são também uma péssima ideia para praticar esportes, fazer hiking, ou mesmo usar em longas caminhadas urbanas. Diferentemente de sapatos resistentes, chinelos também não oferecem apoio ao arco dos pés, amortecimento para calcanhares ou absorção de choques, segundo a Associação Médica Americana de Podiatria. Isso também pode resultar fascite plantar, além de problemas nos joelhos, nos quadris e nas costas

Uma opção melhor seriam as papetes ou tênis tonificadores, que foram desenhados para intensificar o exercício durante caminhadas. Enquanto o Conselho Americano de Exercício diz que não há evidências de que eles realmente tonifiquem mais, o solado mais grosso nos sapatos fazem um trabalho melhor na proteção dos pés, e alguns deles oferecem um bom sustento do arco plantar.

Outro sapato que pode trazer problemas é a sandália anabela com palmilhas rígidas, o que experts dizem que pode comprometer a biomecânica do caminhar. Se você adora as sandálias anabelas, opte por sandálias de alturas menores, o que pode colocar menos tensão nos pés, diz o site WebMD.

Fonte: Gazeta do Povo

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Fisioterapia no alívio da dor no câncer


A DOR NO CÂNCER

A dor no câncer pode decorrer desde a infiltração (invasão) neoplásica dos tecidos, de procedimentos terapêuticos, bem como de síndromes paraneoplásicas. O câncer pode gerar lesões dos receptores de dor denominados nociceptores. Os nociceptores podem ser ativados por diversos estímulos (mecânicos, térmicos ou químicos) e sensibilizados por estímulos químicos endógenos (serotonina, substância P, bradicinina, prostaglandinas e histamina) após uma lesão tecidual.

A dor relacionada à infiltração tecidual pode ocorrer através do osso, compressão de troncos nervosos periféricos, no neuro-eixo, vísceras ocas, vísceras parenquimatosas, invasão e oclusão de vasos sanguíneos, infiltração de mucosas, tegumento e estruturas de sustentação.

Ao falarmos de procedimentos terapêuticos citamos a dor incisional e cicatricial, pós-amputação, pós-quimioterapia, pós-radioterapia, supressão de corticosteroides, mucosite, neuropatia pelo vírus herpes zoster, neuropatia actínica, uso de morfina e epigastralgia por doença péptica.

Entretanto, as síndromes paraneoplásicas poderão ser ocasionadas por agentes liberados na circulação por células neoplásicas como também por mecanismos reacionais; dentre eles incluem-se a dermatomiosite, miopatias, artrites, síndrome dolorosa do tromboembolismo por hipercoagulabilidade, imobilismo e distrofia simpático-reflexa.

Faz-se necessária uma minuciosa avaliação da dor para que haja um tratamento adequado. Pode-se recorrer ao uso de instrumentos de avaliação (escalas de avaliação da dor) e seus domínios como forma de mensuração, e complementarmente as escalas de funcionalidade.


CUIDADOS PALIATIVOS E A FISIOTERAPIA

A fisioterapia atua na prevenção de complicações, sejam estas da esfera osteomioarticular, respiratória, e por desuso, que causem danos físicos e funcionais ao individuo através orientações domiciliares, diagnóstico e intervenção precoce, por meio de condutas que favorecem a melhoria da qualidade de vida e a redução tanto dos custos pessoais quanto hospitalares. A atuação deve ser realizada em todas as etapas da neoplasia: pré-tratamento, durante o tratamento, após o tratamento, na recidiva da doença e nos cuidados paliativos.

Os profissionais da fisioterapia dispõem de recursos que podem intervir no tratamento paliativo de pacientes com câncer. Estes cuidados são responsáveis por desenvolver um tratamento para doentes sem possibilidades de cura, monitorando e diminuindo os sinais e sintomas físicos, psicológicos e espirituais. Desta forma, visam, sempre que possível, à construção e manutenção da independência funcional do paciente através da preservação da vida e alívio dos sintomas por recursos fisioterapêuticos como: terapia para dor, alívio dos sintomas psicofísicos, atuação nas complicações osteomioarticulares, reabilitação das complicações linfáticas, cardiopulmonar, atuação na fadiga, alterações neurofuncionais, úlceras de pressão.

Mediante a fase da enfermidade, a reabilitação paliativa tenta amenizar o impacto do avanço da patologia, minimizando seus sintomas e incentivando o paciente a realizar atividades funcionais e até mesmo participar de seu tratamento, respeitando seu limite funcional.

A evolução da doença causa sofrimento ao paciente e à família, e reconhecer a fase em que o paciente se encontra é importante, uma vez que permite uma adequação ao tratamento e entender que a terminalidade não se restringe apenas aos últimos dias de vida.

Um fator importante nestes pacientes é a questão da morte. Saber lidar com esta situação é um dos fatores mais angustiantes para os profissionais e exige extrema delicadeza, pois muitos encaram esta dificuldade experimentando um desconforto com a situação, seguido de inevitáveis frustrações profissionais. Além disso, a relação da morte e do morrer e seus cuidados são ainda desconhecidos até mesmo no ambiente acadêmico, e perpetuam-se durante a vida profissional.

De acordo com o CREFITO e a resolução do COFFITO nº10 de 03/07/78, que aprova o Código de ética Profissional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, no capítulo II art.7º está explícito como dever do fisioterapeuta no exercício profissional: o zelo, o respeito à vida humana desde a concepção até a morte, a prestação de assistência, respeitando a dignidade e os direitos da pessoa humana, a utilização de todos os conhecimentos técnicos e científicos, respeito ao natural pudor e intimidade, bem como o respeito do direito de decisão da pessoa de seu bem-estar e a informação sobre seu diagnóstico e prognóstico fisioterapêutico.

A fisioterapia não busca apenas a funcionalidade do paciente, mas a manutenção de uma comunicação, objetivando estreitar a relação profissional-paciente, gerando mais confiança do doente em relação ao terapeuta e conforto. Tais condutas diminuem a sensação de abandono que aflige muitos pacientes em fase avançada e seus familiares.


A FISIOTERAPIA NO ALÍVIO DA DOR

A dor no câncer é talvez o sintoma mais angustiante que apresenta um paciente com neoplasia, devido à deteriorização de sua qualidade de vida.

Os sintomas apresentados em pacientes com neoplasia avançada podem ser múltiplos, intensos e multifatoriais. Fatores como dor e a perda da independência são complicações temidas pelos pacientes. A diversidade deles faz com que se tenha uma preocupação na monitorização de evolução, intensidade, causa, impacto sobre as AVD's, estado emocional e probabilidade de controle.

A utilização de recursos manuais, meios físicos e ortóticos minimizam a percepção sintomática da dor. Dentre as modalidades terapêuticas podemos citar a cinesioterapia, eletrotermoterapia e órteses (muletas, andadores, cadeiras adaptadas e coletes). Os agentes físicos mais utilizados são o calor, o frio e as correntes elétricas. Tais recursos podem ser utilizados em associação, incluindo a massagem, acupuntura, técnicas de relaxamento, distração e respiração.

Os métodos de terapia manual podem ser utilizados para complementar o alívio da dor, diminuindo a tensão muscular, melhorando a circulação tecidual e diminuindo a ansiedade do paciente.

Com o alívio da dor em Cuidados Paliativos busca-se, acima de tudo, o bem estar e conforto do paciente. Mas é importante frisar que a dor não afeta apenas quem a sente, mas também exerce um impacto significativo nos cuidadores, que muitas vezes se sentem incapazes de aliviar tal sintoma.1,7,10

Termoterapia

A termoterapia é uma modalidade que possibilita a vasodilatação, o relaxamento muscular, a melhora do metabolismo e circulação local, a extensibilidade dos tecidos moles, a alteração de propriedades viscoelásticas teciduais e a redução da inflamação. A termoterapia por calor superficial pode ser realizada através do uso de bolsas térmicas, banhos de contraste, banhos de parafina, infravermelho, forno de Bier, hidroterapia de turbilhão e por calor profundo, os mais utilizados são o ultrassom, ondas curtas, laser e microondas.

A termoterapia superficial pode ser utilizada para aliviar a dor de pacientes em tratamento paliativo. O objetivo é o de promover o alívio do espasmo muscular, interferindo no ciclo dor-espasmo-dor, aumento da extensibilidade tecidual e relaxamento muscular em indivíduos portadores de tumores, os quais podem estar comprimindo estruturas neuromusculares e, dessa forma, causando dor.

A utilização do frio (crioterapia) pode ser utilizada em disfunções musculoesqueléticas, traumáticas, inflamatórias incluindo processos agudos.

No entanto, não há estudos conclusivos sobre a diminuição de dor oncológica através de crioterapia, porém sua aplicação pode ser útil para dores músculo-esquelética.

Vale ressaltar que a termoterapia superficial com calor está contraindicada, quando aplicada diretamente sobre áreas tumorais. A vasodilatação provocada pelo calor superficial pode oferecer riscos na disseminação de células tumorais por via linfática e hematogênica. Desta forma, aplicam-se ao calor profundo as mesmas restrições sob todas as formas de apresentação (ondas curtas, ultrassom e laser), cujo aumento do metabólico local gerado pelo calor pode disseminar as células tumorais. Tais cautelas também deverão ser tomadas em áreas desprovidas de sensação térmica e sobre as áreas de insuficiência venosa, tecidos lesados ou infectados, bem como irradiados.

Eletroterapia

A eletroterapia consiste na utilização de corrente elétrica com finalidades terapêuticas promovendo analgesia pelo efeito contrairritativo, resultando na ativação do sistema supressor da dor e produzindo uma sensação que interfira na sua percepção. Esse efeito pode persistir por períodos longos, determinando o desaparecimento da dor. As correntes elétricas com fins analgésicos mais utilizadas são as TENS.

A Eletroestimulação Nervosa Transcutânea (TENS) é bastante utilizada na fisioterapia para fins clínicos, por ser uma técnica analgésica simples e não invasiva que pode ser aplicada na clínica por profissionais de saúde ou em casa pelos próprios pacientes. A TENS é usada principalmente para o manejo sintomático da dor aguda e dor crônica. Atua sobre as fibras nervosas aferentes como um estímulo diferencial que "concorre" com a transmissão do impulso doloroso. Ativa as células da substância gelatinosa, promovendo uma modulação inibitória segmentar, e ao nível do SNC (sistema nervoso central), estimula a liberação de endorfinas, endomorfinas e encefalinas.

O efeito analgésico, neste caso, ocorre pelos opioides endógenos (as endorfinas) que são liberados no corpo para que se liguem a receptores específicos no sistema nervoso central e periférico, diminuindo a percepção da dor e as respostas nociceptivas; portanto, a eletroestimulação alivia a dor devido à liberação de endorfinas, aumentando os números de opioides endógenos circulantes no liquido cerebroespinhal.

Cinesioterapia

Na presença de dor oncológica é comum os pacientes reduzirem a movimentação e a atividade física. Este padrão comportamental gera o comprometimento gradual do condicionamento físico e da força muscular, bem como da flexibilidade e da capacidade aeróbica, predispondo o paciente ao desenvolvimento da síndrome de imobilização. Nos estágios mais avançados, o desuso e estado de caquexia favorecem a atrofia muscular.

A cinesioterapia é uma terapia que se utiliza de movimentos como forma de tratamento, a partir de movimentos voluntários que proporcionam a mobilidade, a flexibilidade, a coordenação muscular, o aumento da força muscular e a resistência à fadiga.

Na orientação dos doentes com dor oncólogica deve-se dar atenção à nocividade da inatividade, realizando esclarecimentos em virtude de seus efeitos deletérios a médio e curto prazo. É necessária a compreensão sobre os benefícios dos exercícios para a manutenção da flexibilidade e da força muscular, bem como da importância da função do aparelho locomotor, da manutenção do condicionamento cardiovascular e respiratório.

Os programas de atividade física têm como objetivo desenvolver a força e o trofismo muscular, o senso de propriocepção do movimento, resgatando a amplitude do movimento articular e prevenindo a imobilidade no leito, mas devem levar em consideração o estado funcional do paciente. Um bom norteador são as escalas de funcionalidade (ECOG e Karnofsky) utilizadas em cuidado paliativo.

Massagem

A massagem é uma técnica utilizada como terapia complementar nos pacientes com câncer, com o objetivo de proporcionar o alívio da dor.

Define-se como a manipulação dos tecidos moles do corpo, executada com as mãos, com o objetivo de produzir efeitos sobre os sistemas vascular, muscular e nervoso, produzindo a estimulação mecânica dos tecidos através da aplicação rítmica de pressão e estiramento. Quando exercida nos tecidos, estimula os receptores sensoriais, produzindo sensação de prazer ou bem estar; por outro lado, o estiramento reduz a tensão sobre os músculos e produz relaxamento muscular. Desta forma a massagem induz o relaxamento muscular e o alívio da dor.

Órtese

As órteses são dispositivos que podem ser de uso definitivo ou não, com o objetivo principal de alinhar, prevenir e/ou corrigir deformidades, além de contribuir na minimização de quadros álgicos.

Atualmente, também pode ser designada como tecnologia assistida cujo conhecimento deve ter característica interdisciplinar com métodos e estratégias que objetivam a promoção de funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com alguma deficiência, incapacidade ou mobilidade reduzida; visa à autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social desses indivíduos.

A dor é um sintoma frequente associado à metástase óssea, cujo sítio pode ser por invasão tumoral direta ou por outras vias. De acordo com sua localização representa um sinal de envolvimento ósseo, bem como de uma futura fratura patológica.

O uso profilático de uma órtese propicia a estabilização de uma lesão dolorosa e auxilia na prevenção de fraturas, evitando uma experiência álgica maior, além da restrição e perda da mobilidade voluntária. A sua utilização ou de veículos auxiliares para marcha permitem ao paciente uma maior funcionalidade do membro e a preservação de sua mobilidade e autonomia. Nos casos de lesões ósseas em nível da coluna vertebral, as órteses podem proporcionar o único meio de proteção do canal vertebral. O tipo da órtese dependerá do quadro de instabilidade e os movimentos que necessitam de proteção e estabilização.


Fonte: Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto - Vol. 11 , N. 2 - Cuidados Paliativos

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Mulheres: 9 passos para se prevenir contra o AVC


A entrada das mulheres no mercado de trabalho trouxe independência financeira e outras conquistas, mas no pacote acabou entrando também o estresse e a adoção de hábitos pouco saudáveis, como passar a semana à base de fast food. Esses hábitos, somados ao uso de anticoncepcionais, podem alterar o fluxo sanguíneo, aumentando os riscos de um acidente vascular cerebral. Siga alguns conselhos e fique mais tranquila!

1 - Adote hábitos alimentares mais saudáveis.
2 - Pratique um exercício físico de que você goste.
3 - Controle o peso e a gordura abdominal.
4 - Mantenha a pressão arterial dentro dos limites.
5 - Evite o cigarro a qualquer custo.
6 - Faça check-ups anuais.
7 - Consulte um especialista para detectar se você é paciente de risco.
8 - Trate doenças que favoreçam o AVC, como diabetes.
9 - Curta sua família e seja feliz!
  
Tipos e causas

Um acidente vascular cerebral pode ser hemorrágico ou isquêmico, dependendo da causa. No AVC hemorrágico, geralmente o mais grave, a pressão alta acaba estourando uma das artérias da cabeça e provocando o estrago. Já no isquêmico, a passagem do sangue fica bloqueada por um coágulo sanguíneo ou uma placa de colesterol formada ao longo da vida. Com isso, o oxigênio não chega ao cérebro.
  
Sinais de alerta!

Conforme a artéria lesada, a pessoa pode apresentar...

- Dor de cabeça intensa
- Confusão mental (não saber quem é ou onde está)
- Agitação psicomotora (ficar gesticulando)
- Dificuldade de falar
- Perda de força nas pernas ou nos braços
  
Como agir

Se você perceber um desses sintomas, vá imediatamente ao hospital, porque a recuperação depende da rapidez do tratamento. E peça ajuda a quem estiver mais perto, para não correr o risco de perder a consciência ou os movimentos no meio do caminho. Também vale discar para o 192, telefone do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), criado para socorrer o paciente na ambulância e agilizar o atendimento na instituição pública conveniada, evitando que o quadro se agrave.

Foi derrame mesmo?

Exame físico, tomografia e ressonância magnética ajudam a identificar o tipo de AVC e até mesmo se é de fato um, já que meningite, encefalite, tumor cerebral e paralisia facial por virose costumam provocar os mesmos sintomas.

Novidade no tratamento

A primeira coisa que o médico faz em caso de derrame é controlar a pressão do paciente e cuidar dos fatores que podem piorar o quadro, como glicose alterada ou falta de oxigênio. Alguns casos exigem cirurgia. Após a alta, sessões de fisioterapia diminuem os riscos de sequelas permanentes. O tratamento do AVC isquêmico, porém, conta com uma novidade: se a pessoa chegar ao hospital em até quatro horas após o início do processo, pode tomar uma injeção de um medicamento que dissolve o coágulo, logo no pronto-socorro, sem precisar esperar a entrada na UTI.

Complicações

Dependem do tamanho e da localização da lesão, da agilidade do socorro e da existência de outras doenças. Dificuldade para falar e perda de força nos membros são as mais comuns.

Fonte: M de Mulher

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Reumatismo em crianças


A maioria das pessoas pensa que as doenças reumáticas são exclusivas da população adulta. De fato, muitas das condições ditas "reumáticas" são associadas a doenças degenerativas, como o desgaste de cartilagens, o enfraquecimento muscular e a perda de massa óssea. No entanto, existe um número grande de reumatismos que também pode afetar a população infantil. Essas doenças geram nas crianças sintomas semelhantes aos que afetam os adultos, como dor e rigidez nas articulações e algumas delas podem levar a dano e limitação permanentes comprometendo o futuro do pequeno paciente.

Acredita-se que cerca de 25% das doenças reumáticas, em geral ocorram em menores que 16 anos de idade nos países desenvolvidos e estima-se que este percentual seja ainda maior nos países do 3º mundo como o nosso, devido a grande associação com baixo nível sócio-econômico de algumas patologias. No Brasil, assim como em outros países subdesenvolvidos, a Febre Reumática (FR) é a doença reumatológica mais frequente seguida da Artrite Reumatoide Juvenil (ARJ). Outras patologias inflamatórias como o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), a Dermatopolimiosite (DMP), a Esclerodermia (ESP), as vasculites, etc., são também causas importantes de visitas ao reumatologista pediátrico, lembrando ainda das doenças não inflamatórias, como a "Dor de Crescimento", a Fibromialgia, e a Síndrome da Hipermobilidade. Além disto, não é raro o reumatologista pediátrico ser chamado para opinar em doenças não reumatológicas, como leucemias, anemias, problemas de tiróide, que comumente também afetam o sistema músculo-esquelético.

De uma hora para a outra, a criança cai repetidamente, tropeça ou caminha com dificuldade deixando de fazer atividades rotineiras e comuns como correr ou jogar bola. Ou então sente algum tipo de dor que pode ser constante e não melhora com analgésicos, até mesmo em repouso e incomodando o sono à noite. Isso pode ser sinal de algum problema reumatológico, inflamação nas juntas causada por fatores diversos, como má postura e infecções na garganta além de predisposição genética. Se não for tratado adequadamente, o mal pode provocar deformidades articulares e até invalidez. Desta forma, na presença de queixas deste tipo, recomenda-se ir ao pediatra o mais rápido possível, evitando adiar a consulta e havendo necessidade, este encaminhará a criança para nós especialistas em reumatologia pediátrica. Deve-se evitar o uso de medicamentos por conta própria ou "simpatias" e remédios caseiros. É importante ressaltar que a cada 100 crianças, duas vão a consultas médicas devido a queixas reumatológicas. Muitas vezes, a doença demora a ser identificada e a criança passa por no mínimo quatro especialistas diferentes o que pode atrasar o diagnóstico por cerca de até um ano. A depender da causa, o tratamento requer o uso de antiinflamatórios, antibióticos, e drogas para prevenir a progressão da doença, além de fisioterapia e até mesmo psicoterapia.

Portanto a avaliação do especialista é indispensável já que há potencial para que estas doenças deixem sequelas permanentes, mas se forem precocemente bem tratadas, possibilita-se à criança uma vida praticamente normal. Assim, a divulgação destes conhecimentos para a população e os profissionais de saúde, facilitam o acesso dos pacientes ao atendimento especializado. Isto por que a detecção e tratamento precoce desses problemas possibilitam a prevenção de danos permanentes e uma vida integrada para a criança.

Ao contrário da crença popular, a artrite acomete crianças e adolescentes. A artrite reumatóide juvenil é uma doença relativamente rara, mas é apenas uma das centenas de tipos de artrites que podem afetar crianças, e a mais comum - é, de fato, duas vezes mais comum que o diabetes, ocorrendo na proporção de 3 meninas para cada menino afetado. A doença acomete qualquer raça e qualquer idade antes dos 16 anos, mas os picos de maior incidência estão entre 1 a 5 e de 10 a 14 anos de idade.

Na Inglaterra a incidência varia de 0.06% a 0.1% e nos Estados Unidos de 0.01% a 0.11% da população infantil até 16 anos. Seis a oito casos novos para uma população de 100.000 crianças abaixo de 16 anos aparecem anualmente na Finlândia. Além das juntas, a Artrite Reumatoide Juvenil pode afetar outras partes do corpo como coração, olhos, músculos, tendões, fígado e pele. É uma doença que pode durar anos, com períodos eventuais de remissão e atividade, quando o paciente tem dores e febre. Não é fatal, mas sem tratamento adequado pode causar complicações para a vida da criança como deixar de utilizar normalmente um membro do corpo como um braço ou uma perna, ou ainda deixar de andar e tornar-se totalmente dependente da família. No entanto, quando tratada de forma adequada a maior parte das crianças afetadas tem uma vida independente e de boa qualidade.

Toda criança com inchaço ou dificuldade de movimentar alguma articulação ou que tenha febre prolongada sem causa evidente, deve procurar o médico.
Uso correto das medicações prescritas e atividade física é necessário para manter a função articular.

A ajuda e o amor dos pais, amigos e da escola são os apoios essenciais para que se sinta segura e capaz de superar a doença e as limitações por ela atribuídas.

Fonte: Site Hospital Sirio Libanes

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A importância do papel do fisioterapeuta na perícia judicial



Nas últimas duas décadas, as LER/DORT (lesões por esforço repetitivo/doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho) assumiram um papel de destaque no afastamento de trabalhadores de suas funções, levando-os a substituição.

No tocante à Justiça do Trabalho, milhares de trabalhadores buscam seus direitos tendo em vista que tais afecções podem comprometer a capacidade laborativa dos requerentes. Entre os profissionais indicados para as funções de perito judicial ou assistente técnico em casos envolvendo este grupo de doenças ocupacionais há uma supremacia de médicos, especialmente ortopedistas, em detrimento de outras categorias como fisioterapeutas. Entretanto, estes últimos podem ser úteis como expertos da Justiça em muitas disputas trabalhistas.

A fisioterapia do trabalho é uma especialidade que visa à prevenção, o resgate e a manutenção da saúde do trabalhador. O seu propósito é melhorar a qualidade de vida de quem trabalha, conseqüentemente melhorando o desempenho e produtividade do funcionário.

Por esta razão o Fisioterapeuta pode ser um importante colaborador da Justiça do Trabalho, auxiliando na geração e interpretação de provas. Capacitado a avaliar, qualificar e quantificar os desvios funcionais dos órgãos e sistemas do corpo humano, o fisioterapeuta cientificamente lança mão de instrumental próprio propiciando, a partir da emissão de laudos e pareceres técnicos, resultados que poderão servir de sustentação ao tribunal para, no conjunto dos elementos pertinentes, esclarecer a demanda pendente.

Para a justiça, a perícia cinesiológica funcional surgiu a partir da necessidade de se realizar uma avaliação pericial mais criteriosa, para minimizar erros e principalmente elucidar as questões chave das perícias neste setor, ou seja, a associação entre a doença do reclamante e a sua atividade profissional e a determinação de incapacidade funcional desse indivíduo em alguma de suas esferas funcionais.

Há uma demanda de casos de LER/DORT relacionados à Justiça do Trabalho no Brasil que não é prontamente atendida em virtude de fatores que incluem o despreparo dos setores que cuidam da saúde das empresas, a falta de profissionais de saúde capacitados a avaliar os trabalhadores reclamantes de LER/DORT e o desconhecimento da parte de alguns magistrados de que o fisioterapeuta é um profissional habilitado a exercer avaliações em pacientes com LER/DORT e elaborar pareceres ou laudos técnicos.

O fisioterapeuta, no âmbito da sua atividade profissional, está qualificado e habilitado para prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria especializada. Considerando as atribuições próprias do fisioterapeuta e uma vez adquirido o conhecimento especifico da prática da perícia, este terá a plena capacitação para prestar serviços de perícia cinesiológica funcional à Justiça, auxiliando na investigação do nexo causal. Portanto, faz-se necessária a maior inserção desta categoria no auxílio à Justiça do trabalho. Isto fica claro ao se analisar, por exemplo, o quadro de peritos da Associação de Peritos Judiciais do Estado do Rio de Janeiro, que em um universo de mais de 250 profissionais conta somente com dois fisioterapeutas (Dados: 2006).

Segundo o Código de Processo Civil (CPC) no capítulo IV, seção II, art. 145 citados abaixo demonstram as caracterizações essenciais em que o perito judicial tem que enquadrar:

Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421.

§ 1 o Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente inscritos no órgão de classe competente, respeitado o disposto no Capítulo Vl, seção Vll, deste Código.

Vale lembrar que o fisioterapeuta é um profissional bacharel e inscrito no seu órgão de classe CREFITO – Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional.

§ 2 o Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos.

O curso de Perícia Judicial do Trabalho, realizado pelo IBRAFA é reconhecido pelo seu órgão de classe federal, o COFFITO – Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, através da portaria 90 de 14/08/2003 .

§ 3 o Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz .

Qualquer profissional que seja de confiança do juiz pode realizar a perícia judicial, inclusive Fisioterapeutas.

O Fisioterapeuta atuando na Justiça Civil e na Previdência Social (INSS)

A justiça civil apresenta em alguns processos a controvérsia sobre a capacidade funcional do indivíduo. Essa controvérsia acontece quando uma pessoa acidenta uma outra pessoa, ou mesmo quando algum trabalhador se acidenta dentro da empresa e o juiz não sabe qual a capacidade funcional que o indivíduo apresenta decorrente ao acidente e qual a sua condição de permanência nessa capacidade, da mesma forma acontece na previdência social (INSS), nos casos de incapacidade funcional decorrente a doenças, distúrbios ou acidentes musculo-esqueléticos, onde o magistrado também necessita de uma perícia.


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Reabilitação gera autonomia e qualidade de vida de idoso


A fisioterapia geriátrica, destinada ao tratamento de diversas doenças relacionadas ao avanço da idade, atua na prevenção e reabilitação do idoso com objetivo de melhorar sua autonomia e qualidade de vida. Com exercícios diversificados e especiais para cada necessidade, essa modalidade de fisioterapia visa melhorar a força muscular, o equilíbrio, a capacidade respiratória, bem como tratar incontinência urinária, dores e postura, além de melhorar flexibilidade e coordenação motora.

De acordo com a fisioterapeuta Áurea Gonçalves Ferreira, especialista em fisioterapia geriátrica, atualmente a especialidade consegue obter resultados no tratamento de portadores da doença de Parkinson e do mal de Alzheimer. “Hoje em dia vem se descobrindo com mais frequência o aparecimento dessas doenças classificadas como patologias geriátricas e, portanto, atinge mais os idosos. Entretanto, vem se questionando muito o desenvolvimento dessas doenças degenerativas em adultos de faixa etária de 35 a 45 anos, especialmente o Parkinson”, revela.

Segundo a especialista, as duas doenças degenerativas podem levar o paciente ao óbito, embora o mal de Alzheimer tenha um progresso importante de cinco a 10 anos após o diagnóstico. No entanto, Áurea Ferreira destaca que, especialmente no caso do Parkinson, a morte acontece se nada for feito para diminuir a progressão da doença e seus efeitos sobre a vida do portador. “Enquanto o Alzheimer é uma doença silenciosa, o Parkinson, que tem quatro fases, é visível a partir da primeira etapa. No caso do Alzheimer, a doença atrapalha o trabalho dos neurônios, na hora que a pessoa busca formar um raciocínio e a cognição que a doença atua causando degeneração da memória, do raciocínio e da coordenação motora”, frisa a fisioterapeuta.

A fim de evitar a progressão e as limitações das duas doenças, a especialista ressalta que o ideal é buscar um diagnóstico cada vez mais precoce. “Por serem doenças genéticas, quanto melhor a qualidade de vida mais tempo se poderá atrasar seu desenvolvimento. Sendo que diagnóstico precoce é somente com avaliação física. O Alzheimer é muito confundido com a demência do envelhecimento que todos nós, que um dia podemos desencadear através do esquecimento, que é algo normal do envelhecimento, mas, é sempre bom buscar o diagnóstico objetivo de um profissional”, completa.

Fonte: JM Online