terça-feira, 26 de junho de 2012

Anticoncepcional e atividades físicas


O uso do contraceptivo em nada atrapalha a prática esportiva de uma mulher. Pelo contrário, pode até ajudar no rendimento de seus treinos



O uso da pílula anticoncepcional é muito comum entre as mulheres. Mesmo assim, muitas dúvidas sobre a sua utilização e os efeitos que ela pode causar no corpo aparecem com frequência. Quando seu uso está ligado ao esporte a situação não é diferente.

Segundo a Dra. Karina Zulli, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz, o ideal seria um período de três meses de adaptação ao anticoncepcional antes do início de uma prática esportiva. “Existe sempre uma fase de adaptação do uso do anticoncepcional no metabolismo da mulher. Três meses de uso geralmente é o período necessário para essa avaliação”, afirma.

Depois disso, o saldo dos efeitos da pílula no organismo feminino tende a ser positivo. “Os benefícios são maiores, podendo causar diminuição de retenção de líquido, de cólicas menstruais e do fluxo menstrual, melhora da tensão pré-menstrual (TPM), controle do ciclo com possibilidade de programação dos treinos, além, é claro, de evitar a gravidez indesejada. Já o impacto negativo pode ser a não adaptação ao anticoncepcional escolhido, causando algum efeito indesejado como alteração da coagulação, da pressão, o aumento do colesterol e dos triglicerídeos e, ocasionalmente, efeito inverso com retenção de líquido”, afirma.

É por este último fator que muitas mulheres associam seu uso ao ganho de peso. Na verdade, acúmulo de gordura nada tem a ver com o anticoncepcional. “Isso está relacionado à genética de cada mulher, não ao uso da pílula. Algumas mulheres, portanto, podem se deparar com retenção de líquido com uso do anticoncepcional, mas a perda hídrica do exercício físico como uma corrida pode promover um equilíbrio. Se este resultado não for atingido é necessária uma reavaliação do tipo de contraceptivo usado e discussão de troca”, diz Karina.

Portanto, correr sob o uso de anticoncepcional não tem nenhuma contra-indicação. Vale ressaltar apenas a importância de se consultar um especialista antes de fazer o uso da pílula.

Fonte: Revista O2

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Vitamina D e cálcio juntos podem aumentar expectativa de vida de idosos


Ingestão diária de suplementos desses nutrientes reduz em 9% o risco de mortalidade em um período de três anos entre pessoas com 70 anos


Idosos que tomam suplementos de cálcio e vitamina D podem ter uma expectativa de vida maior do que aqueles que não ingerem quantidades suficientes dos nutrientes. Essa é a conclusão de um estudo publicado na edição deste mês do periódico Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. Segundo a pesquisa, feita na Universidade da Aarhus, na Dinamarca, os suplementos reduzem em até 9% as chances de mortalidade em um período de três anos entre pessoas com idade média de 70 anos.

CONHEÇA A PESQUISA


Título original: Vitamin D with Calcium Reduces Mortality: Patient Level Pooled Analysis of 70,528 Patients from Eight Major Vitamin D Trials
Onde foi divulgada: periódico Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism
Quem fez: Lars Rejnmark, Alison Avenell, Tahir Masud, Frazer Anderson, Haakon Meyer, Kerrie Sanders, Kari Salovaara, Cyrus Cooper, Helen Smith, Elizabeth. Jacobs, David Torgerson, Rebecca Jackson e outros
Instituição: Universidade da Aarhus, Dinamarca
Dados de amostragem: 70.528 idosos com idade média de 70 anos
Resultado: Fazer uso de suplementos de cálcio e vitamina D pode reduzir em até 9% as chances de mortalidade em um período de três anos


“Uma diminuição de 9% em relação ao risco de morte pode parecer um benefício pequeno, mas, essa redução entre uma população de idosos já é de grande importância”, disse à agência Reuters o coordenador do estudo, Lars Rejnmark. “Há poucas intervenções conhecidas capazes de reduzir a mortalidade entre pessoas dessa faixa etária. A principal é o fim do tabagismo, mas é preciso descobrir outras".

Suplementos de cálcio podem dobrar risco de ataque cardíaco

Os autores da pesquisa chegaram a essa conclusão após analisarem outros oito estudos clínicos sobre os efeitos de suplementos de vitamina D e de cálcio sobre a saúde do indivíduo. Ao todo, esses trabalhos envolveram mais de 70.000 idosos, a maior parte mulheres aos 70 anos.

De acordo com a pesquisa, esse benefício foi encontrado com a ingestão diária suplementos contendo de 10 a 20 microgramas de vitamina D e 1.000 miligramas de cálcio — quantidades correspondentes às recomendações do Ministério da Saúde. O estudo ainda observou que, sozinho, o suplemento de vitamina D não tem impacto sobre a redução da mortalidade.

Para os pesquisadores, embora estudos anteriores tenham mostrado que a combinação desses dois suplementos pode evitar a osteoporose entre idosos, principalmente do sexo feminino, isso não explica a diminuição da mortalidade. Segundo Rejnmark, pode ser que os suplementos ajudem a reduzir a incidência de mortes por câncer, mas são necessários outros trabalhos para que essa hipótese avaliada.

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CÁLCIO
O cálcio pode ser encontrado em alimentos como os laticínios, alguns vegetais, especialmente os de folhas verdes (brócolis, couve-flor e repolho roxo), peixes como sardinha e salmão, feijão, entre outros. O Ministério da Saúde recomenda o consumo de 1.000 miligramas de cálcio ao dia para adultos e de 700 miligramas para crianças de 7 a 10 anos. 100 gramas de queijo muzzarela, por exemplo, tem 875 miligramas de cálcio.

VITAMINA D
Também chamada calciferol, a vitamina D promove a absorção do cálcio pelo organismo após a exposição solar. 90% da vitamina D que precisamos vem da exposição ao sol. A deficiência da vitamina pode provocar raquitismo, alterações no crescimento e nos ossos, além de reduzir a imunidade. A vitamina D está relacionada ainda ao bom funcionamento do coração, do cérebro e da secreção de insulina pelo pâncreas. A presença significativa da substância é vista em poucos alimentos, como fígado, óleos de peixes gordurosos e gema de ovo.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Dormir pouco aumenta apetite por comidas gordurosas


Restrição do sono muda a maneira como o cérebro reage à chamada 'junk food'


Pessoas que dormem poucas horas por noite tendem a sentir maior apetite por comidas gordurosas. É o que indica um estudo americano publicado neste domingo. De acordo com os pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, a restrição do sono altera a maneira como o cérebro reage à chamada junk food, o que aumenta o consumo desse tipo de comida. A descoberta faz parte de um estudo apresentado neste domingo no SLEEP 2012, o encontro anual das Sociedades de Sono Associadas (APSS, na sigla em inglês), na cidade americana de Boston.

CONHEÇA A PESQUISA
Título original: "Sleep restriction increases the neuronal response to unhealthy food stimuli"
Onde foi divulgada: SLEEP 2012, congresso sobre o sono em Boston, EUA
Quem fez: Marie-Pierre St-Onge e Jan Hirsch
Instituição: Universidade de Columbia, Estados Unidos
Dados de amostragem: 25 adultos com peso normal

Resultado: Dormir pouco ativa de maneira diferente os centros de recompensa do cérebro com a exposição a alimentos gordurosos em comparação com dormir adequadamente. Isso faz com que esses alimentos pareçam mais salientes e que a pessoa se sinta mais recompensada ao comer essa comida
Os autores da pesquisa explicam que, quando o indivíduo é exposto a alimentos pouco saudáveis, os centros de recompensas de seu cérebro são ativados de maneira diferente quando há restrição do sono. “Os resultados sugerem que, quando uma pessoa dorme pouco, ela acha que os alimentos gordurosos são mais salientes e se sente mais recompensada, o que acaba levando a um maior consumo desse tipo de comida”, diz Marie-Pierre St-Onge, coordenadora do estudo.

Cientistas descobrem gene do fast food

Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após fazerem ressonância magnética em 25 homens e mulheres de peso normal enquanto olhavam para fotos de alimentos saudáveis e gordurosos. Parte dos participantes havia sido submetida a poucas horas de sono, enquanto o restante havia dormido adequadamente antes dos testes. Os resultados de todos exames foram comparados ao final do estudo.

Trabalhos anteriores já haviam indicado que o sono restrito aumenta a quantidade de alimento consumida por pessoas saudáveis, assim como o desejo por comidas com altos teores de sal ou de açúcar. Segundo os autores desse novo estudo, os resultados acrescentam informações para a relação entre o sono, o apetite e a obesidade.

Fonte: Revista veja

terça-feira, 5 de junho de 2012

Osteoporose em estágio inicial poderá ser diagnosticada por teste de urina


Exame de sangue ou de urina é capaz de detectar alterações nos ossos mais rapidamente do que a análise por meio de aparelho de raios X



A osteoporose pode passar a ser diagnosticada em estágios iniciais por meio de exames de urina ou de sangue. Cientistas da Universidade do Arizona (ASU, sigla em inglês) e da Nasa desenvolveram uma técnica muito mais sensível que a de raios X que permite detectar a perda óssea. O estudo foi publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences.

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OSTEOPOROSE
A doença progressiva causa a redução da densidade dos ossos do corpo, facilitando a ocorrência de fraturas. Acredita-se que ela afete 33% das mulheres na pós-menopausa no Brasil. As fraturas afetam, principalmente, idosos, sendo as lesões mais frequentes na coluna vertebral e no quadril. Entre os fatores de risco estão: déficit de cálcio na dieta, sedentarismo, constituição magra, consumo em excesso de álcool, tabagismo e fatores genéticos. A osteoporose é prevenida com o aumento da densidade óssea pelo consumo adequado de cálcio e de vitamina D.

Análises de laboratório de amostras de urina de voluntários revelaram que a nova técnica pode detectar a perda óssea em uma semana após o início do descanso. “Demostramos que o conceito funciona em pessoas saudáveis. O próximo passo é checar se ele também é eficiente em pacientes com doenças que alteram os ossos” diz Ariel Anbar, um dos responsáveis pelo estudo.

De acordo com Anbar, o método pode ajudar também no tratamento do câncer. Segundo ele, a perda óssea ocorre em um número crescente de pacientes em estágios avançados de câncer. "No momento em que essas perdas são detectadas pelo aparelho de raios X, os danos significativos já ocorreram", diz.

Isótopos – Com a nova técnica, a perda óssea é detectada por meio de uma análise dos isótopos do cálcio, que estão naturalmente presentes na urina. Os isótopos são átomos de um mesmo elemento químico que diferem em massa. Como, para fazer o exame, o paciente não precisa ingerir nenhum tipo de substância específica, os cientistas afirmam que o teste não representa nenhum risco à saúde.

Para desenvolver a técnica, os cientistas levaram em consideração que, quando os ossos se formam, os isótopos de cálcio mais leves entram no osso um pouco mais rápido do que aqueles que são mais pesados. Além disso, os pesquisadores utilizaram um modelo matemático desenvolvido há 15 anos por Joseph Skulan, atualmente professor da ASU. Esse modelo previa que, em pessoas com ossos saudáveis, as taxas de isótopos de cálcio no sangue e na urina deveriam estar equilibradas.

No estudo financiado pela Nasa foi feita a análise dos isótopos de cálcio na urina de uma dúzia de voluntários saudáveis. Todos tiveram de permanecer deitados por 24 horas durante 30 dias. Sempre que uma pessoa se deita, os ossos que suportam o peso do corpo, como os da coluna e das pernas, são aliviados do peso. Com isso, os ossos começam a se deteriorar. Períodos longos deitados induzem, assim, a uma perda óssea similar às que ocorrem em caso de osteoporose ou com astronautas.

"A Nasa conduz esses estudos porque os astronautas em microgravidades vivem esse problema e sofrem de perda óssea", diz Scott M. Smith, nutricionista da Nasa e coautor do estudo. "Esse é um dos principais problemas em espaçonaves tripuladas."

Outras doenças – O conceito, no entanto, pode ser usado para outros problemas. Diversas doenças podem causar mudanças súbitas nas taxas de isótopos ou na concentração de elementos químicos do corpo. “O conceito de assinaturas inorgânicas representa uma nova e estimulante abordagem para o diagnóstico, tratamento e monitoramento de doenças complexas, como o câncer”, diz Anna Barker, diretora da ASU.

Segundo o mexicano Rafael Fonseca, diretor do Departamento de Medicina da Clínica Mayo e membro de uma pesquisa colaborativa que tem como base as descobertas do estudo, hoje a dor é normalmente o primeiro indicador de que o câncer está afetando os ossos. "Se nós pudermos detectar isso mais cedo por uma análise de urina ou do sangue em pacientes de alto risco, o tratamento pode ter uma melhora significativa", diz.

Fonte: revista Veja

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Letra de médico é responsável pela morte de 7 mil pessoas ao ano nos EUA Leia mais em: Letra de médico é responsável pela morte de 7 mil pessoas ao ano nos EUA


Um estudo realizado pelo Instituto de Medicina da Academia Nacional das Ciências (IOM) revela que devido a má caligrafia dos médicos, a cada ano falecem 7 mil pessoas, nos Estados Unidos. Os erros mais comuns cometidos pelos doutores ao expedir as receitas médicas são as abreviações, indicações de dose e letra ilegível, os quais, além das 7 mil mortes, afetam a mais de 1.5 milhões de americanos ao ano.



Ante esta situação caótica, criaram o National e-Prescribing Patient Safety Initiative (NEPSI), cujo objetivo é que os médicos tenham acesso gratuito a uma base de dados eletrônica  para expedir receitas de forma digital, verificar as possíveis interações medicamentosas potencialmente perigosas e garantir que as farmácias dêem os medicamentos e as doses adequadas.

O programa foi lançado por uma coalizão de companhias sanitárias e várias empresas eletrônicas como a 'Allscripts', cujo diretor geral, Glen Tullman, mencionou:

  - "Temos a tecnologia disponível para evitar estes erros de modo que, por que não fazemos?".

O projeto teria um custo de 100 milhões de dólares e recebeu o apoio de várias companhias, como Dell, Google, Aetna e numerosos hospitais.

Scott Wells, vice-presidente de marketing da Dell, menciona:

- "Nosso objetivo a longo prazo é conseguir com que as receitas, em vez de passar pelas mãos dos médicos, sejam somente emitidas via computador".

Enquanto isso o Google está desenvolvendo um motor de busca personalizado para o NEPSI, que auxiliará os médicos a buscar informação sanitária.

Apesar de que o 90% dos médicos estadunidenses têm acesso a internet, nem 10% deles investiu dinheiro ou tempo suficiente para começar a usar os arquivos médicos e receitas eletrônicas; pois a maioria continua usando caneta Bic e papel.

No Brasil não temos dados estatísticos e nem acompanhamento sobre o assunto, mas a realidade não deve ser diferente já que temos até a pejorativa expressão "letra de médico" para designar péssima caligrafia geralmente presente nas receitas médicas ou em qualquer outro texto escrito à mão.

Apesar de existir até um artigo, o 39, da Resolução nº 1.601/2000O, publicada pelo Conselho Federal de Medicina (CRM), determinando que as prescrições médicas sejam escritas por extenso e de forma legível , os abusos permanecem.

Meu finado pai, que era farmacêutico e que padeceu horrores para decifrar os garranchos dos médicos, tinha uma solução simples e eficiente: aconselhava o paciente a não abandonar o consultório médico até entender o que estava escrito na receita.

Fonte: Blog Metamorfose Digital