quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Saiba como identificar se um tremor é sinal de Parkinson


O Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum atrás apenas do Alzheimer. No Brasil, estima-se cerca de 200 mil portadores, um número que provavelmente dobrará de tamanho nas próximas décadas, especialmente com o “envelhecimento” da nossa população. Logo, reconhecer os principais sintomas da doença de Parkinson é importante, uma vez que seu manejo requer conhecimento específico.

Há duas questões (mitos) que sempre discutimos com os pacientes e seus familiares: Primeiro, “nem todo tremor é necessariamente doença de Parkinson” e, segundo, “nem todo paciente com doença de Parkinson tem tremor”.

Os dois pontos acima mencionados parecem semelhantes ou podem levar a um certo grau de estranheza, mas explico. Em relação ao tremor de uma maneira geral, é preciso deixar claro que a principal causa deste movimento involuntário não é a doença de Parkinson, mas outra condição, aliás, bem mais comum, que é o tremor essencial.

Este é um tremor, normalmente, de ambas as mãos, que pode ser observado durante algum movimento, como segurar uma xícara de café, e pode ocorrer em outros membros da família. Identificar esta diferença é fundamental, já que o tratamento do tremor essencial e da doença de Parkinson é absolutamente oposto.

A outra questão, mais complexa e delicada, diz respeito a um viés de observação muito comum. Trata-se de imaginar que todo paciente com doença de Parkinson necessariamente tem ou terá tremores. Isto não é verdade. Existem inúmeros pacientes com Parkinson que não têm ou nunca terão um único tremor.

Isto é possível porque existem outros três sinais motores para se suspeitar de Parkinson. São eles: a lentidão dos movimentos (bradicinesia), a rigidez muscular (hipertonia) e as quedas frequentes (instabilidade postural). De modo que chegamos a nossa segunda afirmação sobre o tremor e a doença de Parkinson, ou seja, “nem todo paciente com doença de Parkinson tem tremor”.

Estamos “envelhecendo” e a preocupação com doenças neurodegenerativas será cada vez mais inevitável. Neste contexto, lembrar de doença de Parkinson quando existe um tremor sem dúvidas é importante, mas existem outros nuances que não podemos esquecer: os casos de tremor que não são Parkinson e os parkinsonianos que não têm tremor.


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Coluna vertebral: mitos x verdades


Composta por ossos que são chamados vértebras, a coluna vertebral é considerada uma das mais importantes regiões do corpo humano. Muito flexível, esta parte de nosso corpo é responsável pela sustentação da cabeça, fixação das costelas e os músculos do dorso, além de suas curvaturas serem responsáveis pela força e equilíbrio corporal. A coluna vertebral (ráquis) é constituída pela superposição de uma série de ossos isolados denominados vértebras. Superiormente, se articula com o osso occipital (crânio); inferiormente, articula-se com o osso do quadril (Ilíaco). A coluna vertebral é dividida em quatro regiões: Cervical, Torácica, Lombar e Sacro-Coccígea. São 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e cerca de 4 coccígeas. O sacro e o cóccix não se movimentam e as vértebras restantes (cervicais, lombares e torácicas) são móveis.

Problemas como escoliose, artrose, hérnia de disco, entre outros, afetam grande parte da população. Assim, muitos mitos são criados quando o assunto é coluna vertebral. O médico Pedro Augusto Deja Teixeira, neurocirurgião, especialista em cirurgia da coluna vertebral e diretor clínico do Instituto Paulistano de Neurocirurgia e Cirurgia da Coluna Vertebral, revela alguns mitos e verdades sobre o tema.

1. Praticar natação ajuda a corrigir escoliose?
Mito. A natação, por ser uma atividade simétrica, não pode colaborar na correção da curva escoliótica. Este exercício, além de trabalhar o fortalecimento muscular, promove o alongamento de forma equilibrada utilizando os dois lados com a mesma intensidade. Ao contrário do tratamento, que muitas vezes visa corrigir a escoliose com distribuições diferentes em cada lado da coluna, para equilibrar a cadeia cinética posterior. Além disso, algumas modalidades da natação, como borboleta e nado peito, podem prejudicar a coluna, gerando sobrecarga excessiva sobre a região.

2. Cruzar as pernas pode prejudicar a coluna?
Verdade. Claro que o hábito de cruzar as pernas, para as mulheres, é uma posição confortável, além de elegante, porém, é preciso ficar atento para não abusar deste hábito e prejudicar a saúde. Ao cruzar as pernas, a coluna vertebral se desvia para a esquerda ou para a direita, devido o desequilíbrio da região pélvica. Outro problema que pode ser ocasionado por este costume, além de prejudicar o fluxo sanguíneo, é a escoliose (desvio da coluna vertebral no plano frontal).

3. Dormir no chão – ou num colchão duro – é bom para as costas?
Mito. A rigidez poderá agravar, ainda mais, a contratura muscular. Durante uma provável crise de dor nas costas, a pessoa deve repousar em seu próprio colchão, podendo deitar-se de lado, com um travesseiro entre as pernas.

4. Fumantes têm mais dores nas costas do que não fumantes?
Verdade. O cigarro, não faz bem a nenhuma parte do corpo humano, e em relação às costas, não poderia ser diferente. Os fumantes inalam mais substâncias tóxicas, sendo assim, prejudicam a circulação sanguínea no disco intervertebral, que pode causar mais dores na região.

5. Todos que sofrem de dor nas costas devem realizar uma ressonância magnética?
Mito. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), 80% das pessoas sofrem ou sofrerão de dor nas costas pelo menos uma vez na vida. Entretanto, o primeiro passo para combater este mal é procurar um especialista e descobrir as causas para solucionar de vez este problema.

6. Estalar o pescoço com o movimento da cabeça faz mal à coluna?
Verdade. Apesar de esse hábito propiciar alívio para alguns nunca se deve fazer isso. Estalar a coluna e o pescoço prejudica – e muito – suas articulações, além de causar, em alguns casos, dores de cabeça, zumbidos e vertigens.

7. Cirurgia é a única saída para acabar com a hérnia de disco?
Mito. Hérnias de disco representam uma causa comum de dor nas costas. Mas não é a única. Ao identificar uma hérnia de disco, o médico, ortopedista ou neurocirurgião, deve estar atento para outros problemas na coluna que podem acompanhar essa condição. Desta forma, pesa na decisão do médico a associação com outras alterações e como elas se traduzem clinicamente. Além disso, a decisão deve ser baseada mais no prejuízo que a doença traz para o paciente em termos de perda de horas de trabalho e lazer, limitações físicas para as atividades do dia-a-dia e perda na qualidade de vida e menos no resultado dos exames de imagem. Diversos tratamentos podem aliviar o problema, entretanto, é sempre recomendável procurar um especialista antes de tomar qualquer decisão.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A Ergonomia do trabalho estático e dinâmico.


Analisando a fisiologia do trabalho muscular, vemos a necessidade de micro pausas com relação a posturas que assumimos no dia a dia, além da importância do trabalho dinâmico em relação ao trabalho estático, uma vez que os músculos trabalham em uma sequência rítmica de contração e relaxamento.Na atividade dinâmica, o trabalho pode ser expresso como o produto do encurtamento dos músculos e a força desenvolvida.
No trabalho dinâmico, o músculo age como uma motobomba sobre a circulação sanguínea: a contração expulsa o sangue dos músculos, enquanto que o relaxamento subsequente favorece o influxo de sangue renovado. Esse fator é extremamente favorável para renovação de nutrientes, oxigênio e para retirada dos “resíduos” metabólicos, resultantes do trabalho desenvolvido. Por esse motivo, são sempre melhores os trabalhos dinâmicos ao invés dos estáticos.
Mas, mesmo os trabalhos dinâmicos requerem pausas, uma vez que a relação entre a capacidade de realizar trabalho de um músculo e o processo de fadiga é inversamente proporcional, ou seja: Quanto maior a duração da atividade, menor a capacidade dos músculos realizarem trabalho. Essa relação explica o processo de fadiga e recuperação. Veja o gráfico abaixo:
Já o trabalho estático, se caracteriza por um estado de contração prolongada da musculatura que geralmente implica num trabalho de manutenção de postura.
No trabalho estático, o músculo não alonga seu comprimento e permanece num estado de alta tensão, produzindo força durante um longo período.
No esforço estático nenhum trabalho útil é externamente visível, não sendo possível definí-lo por uma fórmula tipo peso x altura ou f(x).
No trabalho estático, os vasos sanguíneos são estreitados pela pressão interna, contra o tecido muscular; por isso não flui mais sangue para o músculo.
O músculo que faz uma grande parte de trabalho estático, não recebe açúcar nem oxigênio do sangue e deve usar suas próprias reservas. Além disso, e isto talvez seja o maior prejuízo, os resíduos não são retirados, ao contrário, acumulam-se e causam a aguda dor da fadiga do músculo.
A carga de trabalho estático ocorre em praticamente em todo o tipo de atividade:
- trabalhos nos quais existe uma movimentação do tronco para a frente ou para os lados;
- trabalho estático com os braços;
- manipulação que exige braços esticados na horizontal (consertos, manutenção);
- colocar o peso do corpo em uma perna enquanto a outra aciona um pedal
- ficar em pé por um longo período;
- levantar e carregar pesos.
Por esses motivos, o objetivo principal de qualquer configuração do trabalho, do local de trabalho, das máquinas, dos aparelhos e ferramentas deve ser a exigência de exclusão ou pelo menos a máxima diminuição possível de qualquer espécie de trabalho estático.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Wiireabilitação ou wiiterapia: aplicação de videogames na fisioterapia


Wiireabilitação ou wiiterapia é um novo método terapêutico utilizado por profissionais fisioterapeutas. Esse método consiste na utilização da realidade virtual por meio de um videogame manuseado com controle sem fio ou por uma plataforma (balance board).

O paciente não fica sentado, ele realmente faz parte do jogo, é ai a grande diferença desse videogame. Os joystiks possibilitam movimentos semelhantes aos movimentos realizados no jogo real. Por exemplo, a plataforma balance board capta os movimentos de solo (caminhada, salto, corrida).

Na mão, o joystik possui uma pegada diferente dos joystiks comuns, o captador lembra um controle remoto que é acoplado nos diferentes equipamentos de jogo (raquete, taco de golfe, volante de direção, etc) variando a empunhadura.

Clinicas de fisioterapia no Brasil e no mundo, simulam exercícios praticados na fisioterapia convencional, como por exemplo, os movimentos realizados na cama elástica e/ou prancha de equilíbrio.

Os jogos desse videogame possuem diversas funções terapêuticas que podem auxiliar no tratamento de pacientes com sequelas de algumas patologias neurológicas, como o Parkinson, Alzheimer, lesões cerebelares e medulares, paralisias e AVE (Acidente Vascular Encefálico), pois exige que os pacientes executem movimentos semelhantes aos praticados nas sessões de fisioterapia.

Uma das opções da utilização desse recurso é na recuperação da funcionalidade de pacientes neurológicos, que podem usufruir de um atendimento lúdico e motivador em suas sessões. Esses movimentos são feitos durante os jogos que simulam partidas de beisebol, boliche, boxe, tênis e golfe (Wii Sports), ou praticar dança, ioga e outros exercícios que desenvolvem a força e o equilíbrio (Wii Fit). O esforço para executar bem as jogadas provoca impactos positivos no organismo, segundo pesquisadores, como o aumento da atividade cerebral e ganho de equilíbrio e mobilidade.

O console do videogame de um importante fabricante possui sensores, instalados junto ao aparelho de TV, que captam os movimentos dos jogadores e os reproduzem na tela. O recurso permite que os pacientes movimentem todo o corpo ao brincar, e não apenas a mão, como nos games tradicionais.

Enquanto estão jogando, os pacientes, sem perceber, executam movimentos que eles mesmos consideram difíceis. Outro ganho é a possibilidade do paciente acompanhar a sua evolução, uma vez que o game reproduz na TV os movimentos do jogador. É o que se chama de espelho virtual.

Os benefícios da utilização desse tipo de videogame na fisioterapia, como ferramenta terapêutica, incluem as correções da postura e do equilíbrio, o aumento da capacidade de locomoção, da amplitude de movimento dos membros superiores e inferiores, além da motivação do paciente.

A fisioterapia, na sua forma tradicional, pode ser uma atividade aborrecida, monótona, parada ganhando especial relevância para aqueles que dependem dela diariamente. Para combater essa lacuna, a utilização de um ambiente virtual durante o processo de reabilitação pode ajudar e motivar muito o paciente em sua recuperação.

Fonte: Via Estelar

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Como prevenir as dores decorrentes da má postura na direção?


Com o desenvolvimento e crescimento sócio-econômico das grandes cidades e com os estímulos fiscais do Governo Federal para a compra de automóveis, estamos vivenciando um momento crítico na nossa sociedade, uma vez que ficamos cada vez mais dependentes dos carros, passando, inclusive, muito tempo no trânsito. Estudos atuais mostram que os brasileiros passam, pelo menos, cerca de duas horas no trânsito. O resultado de tudo isso é que além do estresse e das dores de cabeça causadas pelos congestionamentos, dirigir também pode ser a atividade vilã para as dores na coluna.

Tensão na base do pescoço, dores lombares, na articulação bem como nos membros inferiores e superiores, além de problemas circulatórios são efeitos colaterais ocasionados pela má postura no trânsito. Usar o calçado inadequado também contribui para as dores inoportunas. Além disso, saltos pontiagudos e plataforma podem confundir o motorista e gerar multa. Dirigir descalço não é proibido por lei, porém não é recomendado.

Uma posição correta para sentar ou dirigir contribui para evitar o desgaste físico do motorista e as situações de perigo. Além disso, aumenta a segurança nas estradas. Sabe-se que pessoas que passam longos períodos dirigindo são mais propensas a sofrer de dor nas costas. Sendo assim, é importante manter uma boa postura ao dirigir. A possibilidade de ajuste do encosto e do assento, um suporte lombar e uma boa angulação do assento são fatores essenciais para prevenir ou minimizar dores nas costas.

Para você manter uma boa postura, nunca dirija com braços e pernas esticados. Eles devem estar ligeiramente dobrados para evitar tensões. Procure ajustar o banco do veículo o mais confortável possível, mantendo o ângulo do encosto entre 110 a 120 graus, o ideal é que ele fique em uma altura equivalente à de seus olhos. Quando o encosto permanece muito inclinado para trás a pessoa força muito os músculos do pescoço e tronco podendo, com o tempo, lesar as articulações da coluna. O encosto na posição correta e o uso de um suporte lombar, muitas vezes são soluções simples para o problema de má postura ao dirigir. Deve lembrar sempre que calcanhares devem permanecer apoiados no assoalho e os pés não devem descansar encostados nos pedais, que só devem ser tocados ao serem utilizados.

Se você precisa viajar grandes distâncias, pare o carro a cada 2 horas e faça pequenas caminhadas. Aprenda alguns exercícios de alongamento e não se acanhe em executá-los quando sentir seus músculos tensionados.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Verão 40º – Cuide da alimentação


Nutrientes para a pele
Alimentação e hidratação adequadas são importantes porque a pele desidratada e desprovida de antioxidantes é mais suscetível ao ressecamento e ao dano causado pela ação da radiação solar. Durante o verão, na praia ou em casa, procure ingerir mais água mineral, água de coco e suco de frutas, ricos em vitaminas e minerais com ação antioxidante, ajudando a proteger a sua pele.

Frutas cítricas preservam o colágeno
Laranja, limão, maracujá, acerola e morango são ótimas fontes de bioflavonoides e vitamina C, antioxidantes que ajudam a preservar as fibras de colágeno e elastina, responsáveis pela firmeza e elasticidade do tecido cutâneo.

Defenda-se com carotenóides
Comer uma cenoura diariamente, tomar suco de beterraba e caprichar em saladas com folhas verde-escuras, ajuda a produzir um bronzeado bonito e duradouro devido aos carotenóides contidos neles.

Há mais de 600 pigmentos carotenóides encontrados em frutas e vegetais de cor verde, vermelha, laranja e amarela. Estes carotenóides são produzidos pelas plantas como uma forma de defesa à radiação solar e nós também nos beneficiamos de sua ação antioxidante e protetora do DNA celular.

Estudo bacana – folhas verdes
Em um estudo publicado na revista científica Nutrition & Healing os pesquisadores revelaram que alguns alimentos e suplementos fazem parte do que chamaram de “grupo de reparação do DNA”, e que as pessoas que se expõem muito ao sol deveriam consumi-los para prevenir o fotoenvelhecimento e o câncer de pele. Além das vitaminas C e E, que aliviam o stress causado à pele pelo sol, o ácido fólico desempenha importantíssimo papel na proteção cutânea. Ele é rapidamente destruído pelo calor, frio e exposição solar, e é um fator essencial para a reparação do DNA celular. Assim como os carotenoides, ele é encontrado em folhas verde-escuras (espinafre, couve, agrião, rúcula, etc…), e também no melão, melancia, leite, salmão, germe de trigo e levedo de cerveja. Então vale a pena investir nestes alimentos e proteger a sua pele.

Proteínas e carboidratos
Além dos alimentos citados, ou seja, muita fruta, salada, legumes no vapor, deve se investir em carne e frango grelhado, muito peixe, grãos e cereais integrais, que complementam a dieta ideal. Ovos e iogurte também não devem faltar. Todos eles estarão suprindo o corpo com nutrientes que vão ajudar na fotoproteção.

Sinal vermelho
Devido às altas temperaturas da estação, é importante evitar a ingestão de alimentos salgados, pesados e gordurosos (tipo feijoada), frituras, queijos salgados, embutidos tipo salame, pois a digestão se torna mais lenta com o calor. Além disso, poderá ocorrer retenção hídrica com inchaço e mal-estar generalizado. Deve-se optar sempre por alimentos leves e de fácil digestão, como frango e peixe grelhado, saladas, legumes e frutas em abundância. Maionese é outro item proibido porque se deteriora rapidamente e pode causar uma intoxicação alimentar.

Água
O risco de desidratação aumenta muito no verão. O calor intenso da estação faz com que haja aumento da sudorese para baixar a temperatura corporal. Ou seja, o calor excessivo é controlado pela evaporação do suor. Se você permanecer em repouso durante 24 horas, mesmo assim estará perdendo 1000 ml de água através da perspiração insensível, sendo que 400 ml pela respiração e 600 ml pela pele. Quando você se exercita ou se expõe ao sol e vento na praia ou piscina, esta perda aumenta consideravelmente. Se não houver uma reposição adequada de liquido e sais minerais pode ocorrer uma desidratação. A quantidade indicada é de 2 a 3 litros de líquidos (água de preferência, mas nesta conta também entra água de coco, chás gelados, mate e sucos).


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Fibrose Cística


Fibrose cística, ou mucoviscidose, é uma doença genética que se manifesta em ambos os sexos. O gene defeituoso é transmitido pelo pai e pela mãe (embora nenhum dos dois manifeste a doença) e é responsável pela alteração no transporte de íons através das membranas das células. Isso compromete o funcionamento das glândulas exócrinas que produzem substâncias (muco, suor ou enzimas pancreáticas) mais espessas e de difícil eliminação.

Sintomas
A fibrose cística afeta os aparelhos digestivo e respiratório e as glândulas sudoríparas.
A obstrução dos ductos pancreáticos pela secreção mais viscosa impede que as enzimas digestivas sejam lançadas no intestino. O paciente tem má absorção de nutrientes e não ganha peso, apesar de alimentar-se bem. Apresenta também maior número de evacuações diárias e elimina fezes volumosas, com odor forte e gordurosas.
Essa obstrução por secreção mais espessa também pode acometer os ductos biliares. A bile retida no fígado favorece a instalação de um processo inflamatório.
Entretanto, o aparelho respiratório é a área mais delicada da doença. O pulmão produz muco espesso que pode ficar retido nas vias aéreas e ser invadido por bactérias. Outros sintomas são tosse com secreção produtiva, pneumonias de repetição, bronquite crônica.
A alteração do transporte iônico nas glândulas sudoríparas compromete a reabsorção de cloro. Níveis aumentados de cloro ajudam a reter água e sódio o que deixa o suor mais salgado.
Mulheres portadoras de fibrose cística têm mais dificuldade para engravidar porque o muco cervical mais espesso dificulta a passagem dos espermatozóides. Já 98% dos homens são estéreis, embora tenham desempenho e potência sexual absolutamente normais.

Diagnóstico
* Teste do suor: é específico para diagnóstico de fibrose cística. Níveis de cloro superiores a 60 milimoles por litro, em duas dosagens, associados a quadro clínico característico, indicam que a pessoa é portadora da doença;
* Teste do pezinho: feito rotineiramente nas maternidades para três doenças congênitas, deve incluir a triagem para fibrose cística. Embora existam falsos positivos, resultado positivo é sinal de alerta que não deve ser desprezado;
* Nos recém-nascidos, a fibrose cística pode provocar obstrução ileomeconial. Portanto, se a criança não eliminar naturalmente mecônio nas primeiras 24, 48 horas de vida, é preciso dar continuidade à investigação;
* Teste genético: identifica apenas os tipos mais freqüentes da doença, porque as mutações do gene são muitas e os kits, padronizados. Mesmo assim, esse teste cobre aproximadamente 80% dos casos.

Prevalência
Vinte por cento da população são portadores assintomáticos do gene da fibrose cística, uma doença que acomete mais os brancos puros, é mais rara nos negros e muito rara nos orientais. Em países de grande miscigenação racial, a enfermidade pode manifestar-se em todo o tipo de população, mais cedo se o espectro das mutações do gene for mais grave e, mais tardiamente, se for mais leve.

Tratamento
É fundamental para o tratamento da fibrose cística, além de garantir a reidratação e a reposição de sódio, especialmente nos dias de calor:
* Boa nutrição do paciente, por meio de dieta rica em calorias sem restrição de gorduras;
* Suplementação de enzimas pancreáticas para auxiliar a digestão;
* Reposição das vitaminas lipossolúveis A, D, E, K;
* Inalações diárias com soro fisiológico, broncodilatadores ou mucolíticos, conforme as características da secreção;
* Fisioterapia respiratória para facilitar a higiene dos pulmões e evitar infecções;
* Prescrição de antibióticos em casa ou no hospital, nos casos mais graves.

O tratamento de fibrose cística evolui bastante nas últimas décadas. Isso garante aos pacientes vida mais longa e de boa qualidade.

Recomendações
* Procure afastar qualquer indício de sentimento de culpa se seu filho for portador de fibrose cística. Você é tão culpado por ter-lhe transmitido esse gene quanto por ter transmitido o gene que lhe deu a cor dos olhos ou o tom da pele;
* Verifique se o teste do pezinho inclui a triagem para a fibrose cística, quando nascer uma criança em sua família;
* Esteja atento à boa nutrição do portador de fibrose cística. Paciente bem nutrido pode atingir as curvas normais de peso e altura;
* Convença o paciente a praticar atividade física. Natação, por exemplo, ajuda a trabalhar a musculatura da caixa torácica;
* Não se esqueça de que os portadores da doença, desde que adequadamente tratados, conseguem levar vida normal e de boa qualidade.


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Fisioterapia no Refluxo Gastroesofágico

As doenças esofagianas, como o Refluxo Gastroesofágico (RGE), chamam a atenção do fisioterapeuta pela agressão ao sistema respiratório provocada por essas moléstias. A freqüência com que os episódios de RGE patológicos ocorrem tem significativa importância por ser responsável por manifestações indesejadas como os próprios distúrbios respiratórios no primeiro ano de vida.

Os mecanismos fisiopatológicos envolvidos nas manifestações do RGE incluem tanto a irritação da mucosa orofaríngea quanto das terminações nervosas responsáveis pelos fenômenos de broncoconstrição, além da aspiração brônquica de líquido gástrico. Na verdade, isso pode ocorrer, pois a função orogástrica concerne duas cavidades com um gradiente pressórico – a cavidade abdominal (pressão positiva) e a cavidade torácica (pressão negativa), fazendo com que haja uma tendência natural ao refluxo.

Agudamente, o RGE pode manifestar-se com cianose, hipotonia, apnéia e necessidade de manobras de reanimação em alguns casos. Entretanto, o RGE pode ser conhecido como fator desencadeante ou agravante das manifestações respiratórias, como descrito anteriormente. Surge, então, como episódios de tosse espasmódica, bronquite obstrutiva com sibilância, broncopneumopatias recidivantes, em particular, do lobo médio. Há, ainda, uma estreita relação entre a doença do RGE e os episódios de asma. Quando não tratada com terapia própria para o RGE, a evolução clínica não é boa, pois acarreta complicações orogástricas e, principalmente, sério comprometimento pulmonar, determinado pelas repetidas infecções.

De modo geral, o tratamento do RGE envolve medidas clínicas, como posicionamento, dieta adequada e farmacoterapia, e cirúrgicas, tendo como objetivo diminuir fatores agressivos e aumentar os fatores protetores da mucosa esofágica.

É muito importante que, ao indicar fisioterapia para o tratamento das complicações respiratórias causadas pelo RGE, se tenha conhecimento sobre a fisiopatologia da doença, sua evolução e seu quadro respiratório. Geralmente, o RGE pode causar ou agravar a obstrução brônquica por meio de aspiração, reflexo vagal, aumento da reatividade brônquica e liberação de citoquinas. A mecânica pulmonar alterada no lactente é caracterizada por um aumento do gradiente de pressão transdiafragmática e retificação do diafragma pela hiperinuflação, além de apresentar um quadro de obstrução de vias aéreas por hipersecreção brônquica e sibilância. Observa-se, então, a tendência à cronificação do quadro pulmonar e, conseqüentemente, acompanhamento fisioterapêutico prolongado.

Posicionamento

Sempre que se for realizar as manobras de fisioterapia, o bebê deverá ser colocado com o decúbito elevado, excluindo-se os padrões terapêuticos que promovam um aumento da pressão intrabdominal; desta forma, reduz-se a possibilidade de episódios de RGE. Assim, observa-se que o terapeuta deverá obedecer a certas normas rígidas de postura. Há autores que acreditam que, quanto mais grave o grau de refluxo, mais elevada deverá ser a postura do bebê (sem a flexão do quadril). Na vigência de um RGE importante e mal tolerado, pode-se adotar o decúbito elevado e associar com a posição prona. Comumente, opta-se pelo decúbito prono em 30 graus, desde que a criança fique confortável.

No intuito de se combater o mecanismo de refluxo, deve-se otimizar o padrão postural dos bebês, procurando a elevação do tronco a 30 graus; Esta posição pode também estar contribuindo para o esvaziamento gástrico. A adoção da posição sentada ou semi-sentada não é indicada por favorecer o aumento da pressão intrabdominal e, conseqüentemente, os episódios de refluxo.



Manobras de Desobstrução Brônquica

No caso da doença do RGE em particular, as manobras habituais de desobstrução brônquica podem ser empregadas, porém com algumas precauções. Tanto em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), quanto nos atendimentos ambulatoriais, o fisioterapeuta deverá fazer uma avaliação completa da criança para que se possa eleger as principais técnicas a serem empregadas em cada caso.

É importante, também, que o jejum de pelo menos 1 hora antes da realização de fisioterapia seja adotado. Há autores, na maioria europeus, que preconizam até 2 horas de jejum antes da realização do atendimento fisioterapêutico.

Quando da eleição das técnicas fisioterapêuticas, é prudente excluir manobras que provoquem intenso estímulo mecânico, como a tapotagem ou percussão, pois podem provocar estímulos acidentais na região gástrica ou ainda podem hiperestimular pacientes já conhecidos como hiper-reatores. Atualmente, trabalhos têm evidenciado que a manobra de aceleração de fluxo expiratório (AFE) tem trazido bons resultados. O cuidado que se deve ter é de que a manobra seja feita sem ou com o mínimo de compressão abdominal. De fato, deve-se procurar evitar o vaivém do conteúdo gástrico para o esôfago. Pelas mesmas razões, pode-se acabar impedindo o movimento eficaz das cúpulas diafragmáticas e prejudicar o mecanismo da tosse. Assim, quando executada a manobra de AFE, obtém-se um aumento da pressão intratorácica impedindo a tendência natural ao refluxo nos bebês obstruídos. Faz-se necessário, ainda, observar o padrão respiratório da criança por um determinado período de tempo antes de se iniciar a manobra, uma vez que esta deverá ser sincronizada com os movimentos respiratórios. Após, deve-se provocar, manualmente, uma expiração profunda (de acordo com a idade do bebê), para acionar uma inspiração intensa. Em crianças maiores, com um bom nível de compreensão, é possível solicitar a inspiração profunda. Geralmente, realiza-se a manobra 5 a 10 vezes, alternando-se com tosse ou ainda com a aspiração de secreções brônquicas. Entretanto, no caso de bebês ou de crianças taquidispneicas, deve-se aguardar cerca de 2 a 3 ciclos respiratórios entre uma AFE e outra. Vale ressaltar que a manobra de AFE, além de atuar para desobstrução brônquica nos quadros hipersecretivos, minimiza o padrão de hiperinsuflação pulmonar e otimiza a mecânica torácica, estabilizando a função pulmonar.

Aspiração das Secreções de Vias Aéreas

A aspiração das secreções brônquicas deve ser feita via nasal, pois via oral pode-se provocar o reflexo nauseante, bastante freqüente em crianças com refluxo. Durante a realização deste procedimento, é comum a utilização de soro fisiológico (NaCl a 0,9%) para prévia lubrificação das narinas e até para fluidificação do muco que se encontra nas vias aéreas superiores.

Ventilação Mecânica no Refluxo Gastroesofágico

Imediatamente após a realização de uma cirurgia para a correção do RGE patológico, quando não é possível a realização da extubação pelo próprio anestesista, ainda no centro cirúrgico, isso deverá ser feito na Unidade de Terapia Intensiva tão logo que possível. Ao receber a criança na UTI, em grande parte dos serviços, usam-se aparelhos de ventilação mecânica invasiva que dispõem da Ventilação Mandatória Intermitente, com a qual é possível estabelecer um limite pressórico, um ciclo constante e é ciclada a tempo. Há outros locais que optam pela Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada, que é mais fisiológica para a criança, uma vez que é possível evitar que ocorra a sobreposição de pressões quando da respiração espontânea do paciente, além de poder contar com um auxílio, na fase inspiratória, destes ciclos espontâneos (PS= Pressão de Suporte), evitando uma sobrecarga para a musculatura respiratória.
Inicialmente, quando da utilização do IMV, recebe-se o paciente com o fluxo ajustado de acordo com o peso da criança e, conseqüentemente, com a capacidade que o valor de fluxo estipulado tem para atingir o pico de pressão inspiratória (PIP) desejado. O PIP deve ser de 20 cmH2O ou o suficiente para provocar uma boa expansibilidade do tórax, e a Pressão Positiva Expiratória Final (PEEP) deverá oscilar dentro dos valores fisiológicos – 3 a 5 cmH2O. O tempo inspiratório (Ti) também deverá ser ajustado sempre de acordo com a Constante de Tempo (CT) de cada bebê. Então, como geralmente nos casos de RGE pode haver um discreto aumento da resistência das vias aéreas pelas alterações pulmonares, a constante de tempo é um pouco maior, devendo o Ti também ser discretamente maior para a criança. A freqüência respiratória deverá ser adequada à idade do paciente em questão, já a relação inspiração-expiração (i:e) deverá ser fisiológica de 1:2. Por fim, a FiO2 inicial deve ser de 0,1, pelos riscos de hipoxemia durante o transporte da criança do centro cirúrgico até a UTI-Pediátrica. Assim que for realizada a monitoração da saturação periférica de oxigênio (SpO2), pode-se começar a baixar o valor da FiO2.
De acordo com o nível de consciência da criança, deve-se fazer todos os ajustes para que o desmame da ventilação mecânica prossiga de maneira rápida e efetiva, a fim de que se possa extubá-la precocemente.
Uma vez realizada a retirada do tubo endotraqueal, quando a criança já tem algum comprometimento pulmonar, pode ser que haja a necessidade da utilização de suporte ventilatório não invasivo, como o CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas) com um prong nasal, em níveis fisiológicos (5 cmH2O), ou o suficiente de modo a promover um conforto maior para o paciente, reduzindo o esforço respiratório. Entretanto, neste serviço, é comum a utilização de oxigenoterapia com nebulização contínua imediatamente após a extubação do paciente.
Nos casos de crianças que foram submetidas a um procedimento cirúrgico, em função da dor, há um processo de superficialização da respiração, com conseqüente redução do volume corrente, além de tosse ineficaz. Então, recomenda-se otimizar não só a higiene brônquica, mas também a reexpansão pulmonar. Em decorrência da dor, a atuação fisioterapêutica poderia estar limitada, contudo, vale a integração multiprofissional, preconizando-se a sedação ou analgesia, de acordo com a indicação médica. É importante ressaltar, ainda, que as áreas pulmonares hipoventiladas podem se beneficiar da utilização de Ventilação Pulmonar com Pressão Positiva (VPPI). Contudo, é importante lembrar do risco de deiscência das suturas, especialmente as esofágicas, quando do uso de pressão positiva de forma inadvertida.
Desta forma, verifica-se que todo o atendimento fisioterapêutico deve ser específico para cada criança e precisa estar de acordo com a evolução clínica da mesma, respeitando-se, sempre, o limiar de dor do bebê. Assim, a fisioterapia deverá otimizar e orientar quanto ao ortostatismo e/ou a elevação do tronco, a alimentação e o tratamento das complicações pulmonares.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

A fisioterapia pediátrica e a importância dos recursos terapêuticos


Na grande maioria dos casos, a Fisioterapia Pediátrica é o ramo da Fisioterapia que utiliza uma abordagem com base em técnicas neurológicas (que envolve a fisioterapia motora) e cardiorrespiratórias especializadas, buscando integrar os objetivos de tratamento com atividades lúdicas e sociais, integrando a criança com sua família e a sociedade.

As técnicas de fisioterapia respiratória pediátrica são muito utilizadas em unidades hospitalares, consultórios e em domicílio como tratamento coadjuvante de doenças pulmonares. Os fisioterapeutas fazem parte do corpo clínico permanente e são profissionais altamente requisitados para a realização de alguns procedimentos como a aplicação da ventilação mecânica não invasiva - VMNI. Esse tipo de especialização do fisioterapeuta é cada vez mais comum.

Assim sendo os objetivos dos fisioterapeutas são:

- otimizar a função respiratória de modo a facilitar as trocas gasosas e adequar a relação ventilação-perfusão
- adequar o suporte respiratório
- prevenir e tratar as complicações pulmonares
- manter a permeabilidade das vias aéreas
- favorecer o desmame da ventilação mecânica e da oxigenoterapia

As principais técnicas e recursos utilizados nos pacientes pediátricos e neonatos são: manobras de higiene brônquica, tapotagem (também conhecida como percussão), vibração/vibrocompressão, manobras com ambú, aspiração de vias aéreas e endotraqueal, estímulo de tosse, posicionamento em posturas de drenagem, além da utilização de recursos fisioterapêuticos manuais.

Além da parte respiratória, a fisioterapia pediátrica motora também é uma subespecialidade da fisioterapia pediátrica, muito difundida e com resultados comprovados por vários trabalhos científicos. O fisioterapeuta pediátrico/pediatra se utiliza de técnicas há muito aperfeiçoadas e consagradas por anos de bons resultados no tratamento de pacientes neonatais, lactentes e pediátricos. Entre elas estão o baby bobath, o posicionamento no leito e o reequilíbrio tóraco - abdominal - RTA.

Para se chegar a resultados satisfatórios, o uso de terapias e recursos físicos é essencial para o fisioterapeuta. Uma das formas de motivação para que o paciente se mantenha atento ao tratamento pode vir do uso correto de estímulos físicos, como brinquedos terapêuticos. O fisioterapeuta deve estar atento quanto ao envolvimento do bebê/criança/adolescente ao tratamento para que isso não seja um empecilho para o resultado final.

Além de brinquedos terapêuticos, o ambiente também pode ajudar na motivação dos pacientes. Tapetes coloridos, passeios em jardins ou até mesmo uso de areia artificial trazendo ambientes diferentes, pode ajudar no tratamento.


O principal desafio do fisioterapeuta atuante nessa área é fazer com que o envolvimento do paciente seja favorável. Uma vez essa sintonia acontecendo, o tratamento tende a ser divertido, eficiente e motivante.