quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Luxação: um deslocamento nada simples


“Foi só uma luxação!” Quem é que já não ouviu esta famosa expressão de comentarista esportivo, ao tentar consolar expectadores que assistem atentos os seus ídolos do esporte se contorcendo de dor em meio a uma partida emocionante? Apesar da boa intenção deste comentarista, ele nem imagina o quão comprometedora pode ser uma luxação na vida de um atleta.

A luxação de uma articulação ocorre quando as superfícies das articulações ficam completamente separadas uma das outras. Os traumas são os maiores causadores desta condição, que pode também resultar de má formação congênita das superfícies articulares.

Muitas luxações traumáticas estão associadas a fraturas, tais como: as de cotovelo, tornozelo, quadril e vértebras. Frequentemente, as luxações são acompanhadas por danos nos tecidos moles, por causa de estiramento ou ruptura das estruturas ao redor da articulação. Os ligamentos também podem ser rompidos, parcial ou totalmente, o que pode exigir reparo cirúrgico. Os músculos, tendões, bainhas sinoviais e cartilagens também podem ser danificados.

Os principais sintomas são:

- Dor intensa, pior do que a habitualmente sentida com uma fratura;

- Deformidade visível, porque o contorno normal da articulação pode ser modificado. No entanto, pode haver ocasiões em que a deformidade não é discernível ou há uma fratura associada, o que pode fazer com que a luxação seja negligenciada;

- Após algum período de tempo, outras características podem surgir, tais como: tumefação, que ocorre como resultado do rompimento dos tecidos moles e com reação inflamatória; contusão, que é devida ao extravasamento de sangue dos vasos lesado; rigidez, que é o desenvolvimento de aderências, podendo criar problemas na recuperação da função;

- Fraqueza muscular, ocorrendo nos músculos ao redor da articulação. Pode haver ainda, um quadro de luxação recidivante, que acontece quando a lesão provocada pela primeira luxação não cicatriza, acarretando em nova luxação.

Quando a reluxação é muito frequente (instabilidade) e prejudicar as atividades normais do individuo, recomenda-se a cirurgia. Caso apresente os sintomas descritos acima ou suspeite de uma luxação, é um caso de urgência médica, devendo procurar um atendimento médico o mais rápido possível.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Bem mais do que corrigir a postura


Se você treinar o olhar, logo percebe: o desvio de postura atrapalha a rotina de dez entre dez pessoas. Mas não ache que isso é motivo para dar de ombros e não ligar para a sua coluna, ao contrário. "Uma sessão de RPG (reestruturação postural global) pode revelar vícios de postura que, se ainda não provocam nenhum problema, podem incomodar bastante mais tarde", afirma a fisioterapeuta Rik Yanada, especialista em RPG do Hospital São Luiz.

Apesar de agir nos casos em que há dor, o RPG é especialmente indicado na correção postural que ainda não chega a atrapalhar a rotina. "Nosso trabalho faz o cérebro repensar os ajustes a que ele está condicionado. Podemos começar com duas sessões por semana até que uma só por mês torna-se suficiente", diz Rik.

Mas, assim como a fisioterapia tradicional, o RPG não trabalha apenas com dores nas costas. "O RPG ajuda o corpo a se livrar da tensão acumulada por problemas emocionais, ajusta o desequilíbrio muscular que incomoda os pacientes com labirintite, melhorando a sensação de vertigem e de tontura e até age no alívio de casos de cefaléia", afirma a fisioterapeuta especializada na técnica. Corrigindo a postura e aliviando a tensão acumulada nos ombros, por exemplo, as dores de cabeça tendem a diminuir.

A fisioterapia tradicional também apresenta uma série de aplicações que vão além dos cuidados após alguma lesão ou o combate dos sintomas de lesões por esforço repetitivo. "Sessões de fisioterapia podem facilitar o trabalho de parto normal, exercitando os músculos do períneo ao longo da gravidez", afirma André Costa, chefe da fisioterapia da unidade Morumbi do Hospital São Luiz. A respiração também é trabalhada nas sessões, ajudando a mãe a sentir menos desconforto na hora do nascimento do bebê.

O estímulo dos músculos do períneo também ajuda pacientes que sofrem coma incontinência urinária. "O problema, que causa vergonha, praticamente desaparece com sessões de fisioterapia", afirma o especialista. No tratamento de problemas pulmonares, esse tipo de acompanhamento faz diferença. André conta que algumas manobras realizadas pelo fisioterapeuta ajudam a limpar a secreção acumulada nos pulmões, acelerando a recuperação. "É uma espécie de massagem, que favorece a eliminação do muco. Nos pacientes mais graves, podemos usar sondas para melhorar os resultados. Mas, muitas vezes, somente as manobras no tórax são suficientes".

Postura alinhada

A fisioterapia tradicional também é aliada da boa postura. Mas, segundo André, ela não é a mais indicada quando o problema não chega a causar incômodo. "O alongamento e fortalecimento dos músculos, conforme trabalhamos, é mais indicado quando há dor ou lesão instalada", afirma. As sessões preventivas, realizadas no ambiente de trabalho, também são uma alternativa em que o método convencional traz respostas positivas, prevenindo dores nas costas e inflamações como a tendinite. A postura desalinhada, segundo ele, tem no RPG um método de correção mais eficiente.

"Quando o paciente está com dor, no entanto, as técnicas tradicionais são muito eficazes. Num caso de inflamação, por exemplo, os aparelhos de eletro-estimulação fazem com que o desconforto desapareça e o paciente realize os movimentos normalmente, acelerando os tratamentos", diz. "Não é que dispensamos os medicamentos, muitas vezes as terapias precisam ser feitas em conjunto. Mas é comum encontrar situações em que os próprios médicos recomendam a reabilitação do corpo somente a partir da fisioterapia, com exercícios e aparelhos capazes de devolver a qualidade de vida ao paciente".

Fonte: Fisioterapia.com 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Retrato da Fisioterapia no Home Care


Acaba de ser publicado o perfil dos profissionais da fisioterapia e terapia ocupacional que atuam com assistência domiciliar no Brasil (Perfito). Realizada entre os meses de novembro/13 e janeiro/14 a pesquisa contou com a participação de profissionais de 21 estados brasileiros, alcançando quase a totalidade da federação.

Entre os estados com o maior número de participantes se destacaram Rio de Janeiro e Minas Gerais, engajamento que contou com apoio dos sindicatos da categoria nas praças.

Mais de 45% dos respondentes têm menos de 30 anos de idade, revelando o grande número de jovens trabalhando com a modalidade do Home Care. Já as mulheres, representaram a maioria, com 64% de participação. Apesar dessa grande participação, ainda é cedo para concluir que a atuação feminina é predominante na área, o que poderá se confirmar nas próximas edições da pesquisa.

Mais da metade, 61,3% dos profissionais dispõem de carro próprio, embora muito poucos recebam algum tipo de ajuda de custo com estacionamento, combustível, pedágio ou manutenção do carro (apenas 17,1%). Já a minoria de 5,26% recebe ajuda para deslocamento com transporte público; e para mais da metade não há nenhum tipo de ajuda de custo pelo contratante.

No quesito nível de especialização, o comportamento das respostas demonstra importante compromisso dos profissionais da área com a formação acadêmica. Mais 70% dos respondentes são pós-graduados, com significativa parcela de mestres e doutores (7%). De toda a amostra 49% são graduados há mais de 05 anos, tendo como áreas de especialização: neuropediatria, hidroterapia, pilates e ergonomia.

Áreas como fisioterapia em terapia intensiva, terapia respiratória e traumato-ortopédica estão entre as especialidades com maior concentração de profissionais, com 52% dos respondentes. Outras áreas também se destacam, como saúde coletiva, fisioterapia cardiovascular, neopediatria, fisioterapia do trabalho, entre outras.

Já quanto à área de atuação – diferente das especialidades – 70% dos profissionais concentram-na em Neurologia, Ortopedia, Geriatria e Gerontologia. Áreas menos exploradas também aparecem na pesquisa: Dermato Funcional, Gestão da Saúde, Uroginecologia e outras.

Vínculo de Trabalho

Mais da metade dos profissionais mantém vínculo de trabalho diretamente com o fornecedor (55%), enquanto parcela de 45% tem vínculo mantido com uma empresa que presta serviços ao fornecedor de Home Care (a chamada terceirização de mão de obra). Apesar disto apenas 17,5% dos profissionais têm registro em carteira de trabalho, ou seja, são celetistas (CLT).

Já a maioria tem vínculos como autônomos, prestadores pessoa jurídica e cooperados.

Esse cenário revela que embora grande parte dos profissionais trabalhem diretamente para a empresa de Home Care, o vínculo como celetista ainda não é prioridade para a empresa, ou às vezes para o próprio profissional.

Gráfico: Nível de Remuneração



Perfil dos Pacientes em Fisioterapia

O atendimento é predominante em pacientes acima dos 60 anos de idade. 65% dos profissionais atendem pacientes com idade igual ou superior a 60 anos de idade, dos quais 19% idade acima dos 80 anos.

Pequena parcela, 9%, atende crianças com idade igual ou abaixo dos 10 anos de idade.

Atendimentos diários e carga horária

48% dos respondentes realizam em média 05 atendimentos por dia e pequena parcela, 13% chegam a produzir o dobro: 10 atendimentos. Entre os serviços executados, quase 40% se concentram nas áreas Neurológica, Ortopédica e Geriátrica.

Há quem trabalhe mais de 12 horas diárias, mas a maioria (49%) tem uma carga horária inferior a 8 horas. Apesar disto, 36% tiram apenas duas folgas no mês, o que revela a necessidade de o profissional trabalhar em dias não úteis.

Vantagens de trabalhar com Home Care

Capacidade de fazer o próprio horário, gerenciando suas folgas; e o entrosamento com a família e a efetividade da reabilitação estão entre os itens que os profissionais avaliaram como vantagens àqueles que atuam com assistência domiciliar.

Desvantagens de trabalhar com Home Care

Por outro lado, a baixa remuneração versus a quantidade de sessões e a carga horária estão entre as desvantagens para quem trabalha com a modalidade assistencial. Outro quesito destacado é a falta de vínculo empregatício, gerando falta de estabilidade e de benefícios trabalhistas.

Avaliação Cruzada dos dados

O relatório publicado apresenta os resultados básicos da pesquisa, com tabelas e gráficos de cada uma das questões às quais os respondentes tiveram acesso. Não serão apresentadas análises cruzadas entre duas ou mais questões ou variáveis do questionário, como por exemplo: o perfil específico dos respondentes de um ou outro estado; o nível de remuneração de profissionais que atuam com pacientes de determinada idade; entre outras análises.

Isso se deve ao fato de que há inúmeras possibilidades de análise cruzada, a depender do interesse de quem analisa a informação. Apesar disto, organizações, entidades, profissionais, acadêmicos e/ou pesquisadores que tenham interesse em análises cruzadas deverão encaminhar solicitação específica ao Conexão Home Care, que analisará em conjunto com o Comitê Gestor, a oportunidade e as condições para dispor da informação.

DOWNLOAD DO RELATÓRIO:


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Entenda o AVC


Tempo perdido é cérebro perdido. Esse é um ditado muito conhecido entre os neurologistas e que a população, uma vez tenha entendido o seu significado, nunca deverá esquecê-lo. Isso porque o Acidente Vascular Cerebral — conhecido como AVC ou derrame — precisa de cuidados rápidos e eficazes, sob pena de agravar as indesejáveis sequelas. A informação é o melhor meio de ajudar as pessoas a identificar o problema e otimizar o pronto socorro. O vocábulo pronto, aqui, deve ser entendido como imediato. Para começar, é preciso saber que o AVC pode ser de dois tipos: o isquêmico (85% dos casos), que ocorre quando uma artéria do cérebro deixa de fornecer sangue com oxigênio a uma determinada área, e o hemorrágico (15% dos casos de AVC), que acontece quando há extravasamento de sangue de uma artéria cerebral. Ao longo dos anos, uma série de alterações nos vasos sanguíneos pode enfraquecer as artérias e acabar causando o AVC. As razões pelas quais essas artérias vão ficando doentes são diversas e variam de pessoa para pessoa. Mas os principais fatores de risco são a hipertensão arterial, seguido do diabetes, as doenças cardíacas e o tabagismo.

De olho no relógio

O tempo ideal para tratar o AVC isquêmico é dentro de uma hora e meia do início dos sintomas. O tempo máximo, com uso de terapia por cateterismo é, para grande maioria dos casos, de oito horas. “Quanto antes for instituído o tratamento, melhor. A maior parte dos pacientes com AVC não chegará ao óbito. O grande problema, contudo, são as sequelas, que se resume em incapacidade”, alerta Gisele Sampaio, neurologista e coordenadora do Serviço de Neurologia do Hospital Israelita Albert Einstein (SP).

De volta para casa

Já na hipótese de um AVC hemorrágico, uma intervenção cirúrgica geralmente se faz necessária, seja para evacuação do sangue, seja para a oclusão do aneurisma — que é a dilatação de uma artéria. O objetivo final do procedimento é manter sob controle a pressão arterial do paciente. De acordo com Elza Dias Tosta, neurologista e presidente da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), “Uma equipe multidisciplinar e transdisciplinar tem o desafio de melhorar, e muito, a recuperação desses pacientes, o que inclui, obviamente, o benefício da diminuição de suas permanências no ambiente hospitalar”.

É fácil reconhecê-lo?

Os especialistas afirmam que não há uma ordem exata para o aparecimento dos sintomas e, de maneira geral, o ideal é iniciar o atendimento médico assim que o primeiro sinal for identificado. “Não há tempo médio antes de óbito, nem entre os sintomas, tudo depende da gravidade do ocorrido, do tipo e da causa primária do AVC. Os tratamentos mais tradicionais para o AVC isquêmico, por exemplo, são medicações que dissolvem o coágulo, mas que só funcionam se forem utilizados em até quatro horas e meia do início dos sintomas”, explica a médica Elza.

A hora da verdade

Quanto ao diagnóstico, ele é feito a partir do histórico do paciente e do exame físico. Apesar disso, é importante saber que o início agudo de sintomas neurológicos pode indicar uma doença vascular em qualquer tempo ou idade, mesmo que inexistam fatores de risco associados. A avaliação laboratorial também é útil e inclui análises sanguíneas e estudos de imagem (tomografia computadorizada de encéfalo ou ressonância magnética). Outros recursos diagnósticos utilizados são ultrassom de carótidas e vertebrais, bem como a ecocardiografia e angiografia.

Os tipos de tratamento

O tratamento para o AVC isquêmico inclui o uso de anticoagulantes. Mas eles são eficazes se ministrados em até cerca de quatro horas do início dos sintomas. No hemorrágico, pode ser necessário um procedimento cirúrgico. A novidade é o tratamento do AVC isquêmico, por meio de cateterismo: com dispositivos especiais, a artéria que está ocluída pode ser recanalizada.


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Hérnia de Disco x Esportes


A prática de exercícios físicos sem orientação de um profissional especializado pode causar danos a diversas partes do corpo humano, principalmente, na coluna vertebral.

A coluna é dividida em três regiões, cervical, torácica e lombar, mas ocorrem na coluna cervical e na lombar o maior número de lesões pela prática de atividades esportivas erradas ou exageradas, principalmente, a dos discos cervicais. Chamados de amortecedores, os discos estão entre as vértebras e próximos as raízes nervosas, na coluna cervical e são relativamente mais fixos, do que no restante da coluna. Quando estes mecanismos promovem a lesão do disco cervical, a hérnia (abaulamento) provocada é do tamanho de uma ervilha, embora tão pequena é suficientemente capaz de fazer com que haja compressão nervosa.

O tratamento para a hérnia pode ser por meio do uso de colar cervical para imobilização, uso de analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares, calor local e fisioterapia. Em último caso, nos mais graves, sem resposta ao tratamento convencional, os pacientes devem ser submetidos à intervenção cirúrgica, quando persistem os sintomas de compressão de raiz, como dormência, formigamento, perda de força.

As hérnias de disco são mais comuns entre a quarta e quinta vértebra lombar, podem ser agudas ou crônicas e acontecem como consequência de um esforço excessivo em flexão, rotação e carga, comuns em halterofilistas, arremessadores de disco e de martelo, boliche e handball.

O diagnóstico é feito por meio do exame clínico por um ortopedista, raios X simples, tomografia computadorizada e ressonância magnética.


As hérnias de disco, na maioria dos casos, respondem com tratamento conservador como repouso total por um período maior, medicação, fisioterapia, RPG (reabilitação postural global) e alongamentos nos casos mais leves. E nos mais graves, é recomendado o procedimento cirúrgico. Em ambos os tratamentos é necessário a interrupção temporária do esporte.

Fonte: Corpo Saun

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

A postura das crianças e dos adolescentes


O mundo globalizado em que vivemos onde cada vez mais as crianças tendem a adotar uma má postura devido ao sedentarismo aliado as novas brincadeiras tecnológicas, geralmente na posição sentada, nos desperta para um problema social importantíssimo o qual se tem dado muito pouca atenção:

Como estamos preparando o corpo e a mente de nossas crianças para enfrentarem as pressões e exigências da vida adulta?

Um estudo analisando a prevalência de alterações posturais em crianças publicado pela Revista Panamericana de Saúde Pública em 2007 revelou que 66% apresentavam desvios laterais e 70% apresentavam desvios anteroposteriores.

Antigamente as crianças eram muito mais ativas, atualmente, devido ao avanço da tecnologia e até mesmo por questão de segurança as crianças brincam em casa, com videogames e computadores, além das atividades extra-escolares como inglês, piano entre outros que acabam por dificultar seu desenvolvimento motor, sendo até mesmo comum como observamos na clínica, crianças de 9 ou 10 anos já sofrendo de stress.

Levando-se em conta tudo isso, torna-se inevitável tomarmos consciência da importância de preparar o corpo físico dessas crianças para que no futuro possam gozar 100% de tudo que tão cedo começaram a se preparar.

Quais são as alterações posturais mais comuns?
São inúmeras as alterações posturais, as mais comuns são observadas na coluna como as hiperlordoses, hipercifoses e escoliose, nos joelhos como os joelhos varo e valgo, nos pés como pés pronados, supinados, cavos, planos e nos ombros.

Como se desenvolvem as alterações posturais?
Os estudos mostram que a origem da maioria dos problemas posturais ocorre durante o período de crescimento e desenvolvimento do corpo, ou seja, na infância e adolescência, onde se forma nossa “base postural” que será levada para o resto da vida.

Nessa idade existem inúmeros comportamentos de risco como utilização incorreta de mochilas, ficar sentado por tempo prolongado, utilização de calçados inadequados, obesidade, sedentarismo, fatores emocionais e socioeconômicos e o próprio crescimento e desenvolvimento do corpo.

Quais as conseqüências de uma má postura?
As conseqüências podem ser das mais variadas, dentre elas podemos destacar a diminuição da auto-estima, desenvolvimento de dores, facilidade em desenvolver lesões, perda de rendimento no trabalho e até mesmo impossibilidade de desenvolver determinadas atividades quando adulto como esportes por exemplo. Uma má postura leva as articulações a desenvolverem um processo de degeneração ao longo da vida que não possui mecanismos de regeneração.

Qual a melhor idade para se tratar postura?
Pesquisas revelam que a melhor idade é antes do término do crescimento, enquanto ainda podemos “moldar” o desenvolvimento da “base postural” que será levada para a vida adulta.

Como observar se seu filho possui alterações posturais?
O ideal é consultar a opinião de um profissional especializado, um fisioterapeuta especialista em postura.

Alguns detalhes podem ser motivo de alerta como quedas freqüentes, desnível de ombros, desgaste muito desigual de calçados, aumento de alguma das curvaturas da coluna, alteração na curvatura do pé, e nos casos mais avançados o aparecimento de dores.


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Dicas para melhorar a postura


Como anda a sua postura? Você acha que se senta corretamente? Preste atenção, pois aquela sua dorzinha nas costas pode estar ligada à sua má postura. Sete em cada dez pessoas vão sofrer, em alguma fase da vida, de dor na coluna. Alguns exercícios fáceis de fazer podem ajudar na prevenção de problemas graves! Você sabia que andar com os pés para fora, por exemplo, força a coluna? A melhor forma de andar é com os pés paralelos, tirando o peso das costas. Na hora de dormir, ficar de lado é a posição mais indicada para não forçar a coluna. Você pode abraçar um travesseiro para que fique mais confortável. Confira algumas dicas para melhorar sua postura:

Dirigir com o braço esticado
O banco não deve estar totalmente para trás e os braços não devem ficar nem completamente esticados nem totalmente flexionados, pois, apesar de não provocar problemas na coluna, essa posição pode levar a inflamação dos músculos e dos tendões dos ombros. A postura ideal é manter o banco com uma inclinação de 110 graus e ficar com os cotovelos levemente flexionados.

Sentar em cima da perna (em forma de 4)
De acordo com o ortopedista Cláudio Santili, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, essa é uma posição inadequada porque exige um esforço extra da coluna. Apesar do conforto inicial, a perna pode ter cãibra. Com o tempo, essa posição pode levar ao encurtamento da musculatura da coxa.

Pisar torto para dentro ou para fora
Pessoas que têm alterações na pisada podem sofrer problemas nos joelhos, no quadril e, consequentemente, na coluna. De acordo com o fisioterapeuta Roberto Mattar Cepeda, quando há desgaste desigual na sola do sapato significa que o ponto de gravidade mudou, o que pode causar dores nas costas e alterações na postura.

Ver TV deitado de lado no sofá
Trata-se de outra posição inadequada, pois normalmente o braço do sofá é muito alto e serve como apoio para o pescoço, o que deixa a coluna totalmente torta. Isso pode causar dores musculares na região do pescoço, semelhantes ao torcicolo, além de dor no meio das costas e na região lombar. O ideal é ver TV sentado ou em poltronas reclináveis (que apoiam a coluna inteira).

Carregar a mochila pesada em um ombro só
Erro de postura observado frequentemente em crianças e adolescentes, essa posição faz com que o peso da mochila seja colocado apenas sobre um dos ombros, o que pode provocar uma alteração postural chamada escoliose (desvio lateral inadequado da coluna). O uso correto da mochila é com alças bilaterais, na frente ou nas costas.

Apoiar os cotovelos na mesa
O hábito de manter os cotovelos apoiados na mesa, especialmente durante reuniões, além de escurecer e engrossar a pele, pode provocar uma bursite (inflamação crônica na bursa, que é um tipo de almofada que fica entre o osso e a pele). Em casos de inflamações crônicas, pode ser necessário fazer tratamento cirúrgico.

Ler deitado na cama
É uma das piores posturas para a coluna. Normalmente, as pessoas dobram o travesseiro e se deitam, permanecendo com o queixo para a frente (quase encostado no peito). Esse apoio não é abrangente para a coluna como um todo, o que contribui para dores nas costas. Segundo a ortopedista Maria Fernanda Silber Caffaro, o ideal é ler com um apoio triangular para as costas para minimizar o esforço.

Digitar com os braços suspensos
Deixar a cadeira e a mesa em uma altura adequada é fundamental para evitar que os braços fiquem suspensos durante a digitação. O hábito de digitar sem apoio pode provocar tendinites ou bursites (tipos de inflamações) no ombro. O antebraço deve estar apoiado no braço da cadeira ou na mesa. A digitação deve ser feita usando o pulso e os dedos, pois, quanto mais suspensos os braços, maior o risco de dor e de inflamação.

Levantar peso sem flexionar os joelhos
Quando a pessoa se abaixa sem dobrar os joelhos para carregar algum objeto, precisa fazer um impulso para voltar. Isso atinge a coluna. O correto é abaixar-se flexionando os joelhos, assim o impulso para a volta é realizado com a força dos músculos das pernas, e não com os músculos das costas. Se o movimento for errado, a coluna pode "travar".

Sentar com a perna cruzada
Segundo o ortopedista Cláudio Santili, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, ficar muito tempo sentado com a perna cruzada não é adequado porque pode provocar dormência e tensão na região dos culotes. Logo, pode causar dores musculares ou até uma bursite no quadril. Além disso, o peso de uma perna em cima da outra também pode aumentar as dores no quadril.

Dormir com dois travesseiros
Hábito bastante comum entre os adultos, pode provocar um desconforto semelhante ao de ler deitado na cama. Os travesseiros ficam muito altos e a coluna não fica completamente acomodada. Pode provocar torcicolos e dores musculares. Se for dormir com dois travesseiros, o ideal é usar um de espuma bem fino por baixo e um de penas e mais flexível por cima, para que eles se moldem ao pescoço.

Apoiar o telefone entre o ombro e o pescoço
O fato de a pessoa ficar com o pescoço inclinado e com os ombros elevados para segurar o telefone força a musculatura, provocando dores musculares e torcicolo. Segundo a ortopedista Maria Fernanda Silber Caffaro, se essa posição for repetitiva, pode acontecer um encurtamento da musculatura e o pescoço fica duro (sofre contratura muscular).

Sentar em cadeira escolar com braço
Segundo o fisioterapeuta Roberto Mattar Cepeda, presidente do Coffito, a carteira escolar deve ser ergonômica (de preferência, com mesa e cadeira ajustáveis). Cadeiras com braço forçam uma inclinação ruim da coluna para o lado, deixando-a torta. Como o uso dessas cadeiras é diário, aumenta-se o risco de dores nas costas e de disfunção postural.

Jogar videogame com pernas "de índio"
De acordo com o ortopedista Cláudio Santili, da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, essa é uma postura muito comum entre crianças e adolescentes. O problema de ficar muito tempo sentado com as pernas cruzadas é que a musculatura da coxa fica tensa e os ombros ficam caídos para frente. A repetição pode provocar dores nos joelhos e hipercifose na coluna.

Usar sandália com salto alto diariamente
A altura ideal do salto não deve ultrapassar 5 cm. Acima disso, há uma alteração de postura porque a pessoa precisa manter o equilíbrio na parte anterior do pé. Quanto maior o salto, maior o peso na parte anterior do pé. Isso encurta a musculatura da panturrilha de maneira crônica e o corpo se acostuma à postura errada, o que pode provocar alterações posturais importantes.


Fonte: Mais Você

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Hidroterapia


O uso de piscinas com água aquecida para reabilitação de pessoas é uma prática muito antiga. Os egípcios, em 2.000 antes de Cristo, já utilizavam os banhos como terapêutica.

A hidroterapia, também conhecida como terapia aquática ou hidrocinesioterapia, é um segmento da fisioterapia que tem a finalidade de prevenir, curar e/ou tratar diversas doenças de origem traumato-ortopédica, reumatológica, neurológica e cardiorrespiratória em crianças e adultos.

O fisioterapeuta utiliza as propriedades físicas da água como empuxo (falta de peso), maior pressão hidrostática (quanto maior a profundidade da piscina maior a pressão que ela exerce no corpo), arrasto (resistência nos movimentos), condução (maior troca de calor), entre outras, para realizar exercícios, manipulações e mobilizações visando a recuperação funcional e reeducação motora do paciente.

Segundo a fisioterapeuta, Elizabeth Coelho de Oliveira, a fisioterapia aquática é usada para o tratamento de pessoas portadoras de diversas doenças tais como  coluna vertebral, fraturas, ACV, paralisia cerebral, atraso no desenvolvimento motor, Síndrome de Down, artrites, fibromialgia, TRM (traumáticos raqui-medular), amputados, Mal de Parkinson, gestantes, asma, DPOC (doença respiratória) e doenças decorrentes ou não do envelhecimento.

Elizabete afirma que atualmente os médicos estão reconhecendo a eficácia da hidroterapia e têm prescrito, cada vez mais, aos seus pacientes a reabilitação física na água. O atendimento em piscina coberta é feito individualmente – o que o diferencia  das sessões de fisioterapia comum onde o profissionnal atende a vários pacientes ao mesmo tempo – e tem duração de quarenta a sessenta minutos.

A temperatura da água é em torno de 32 a 35 graus Celsius proporcionando assim um padrão de relaxamento neurológico, muscular e emocional. Isso produz efeitos terapêuticos tais como redução do quadro álgico (dor) e do espasmo muscular, aumento ou manutenção da amplitude articular, melhora da circulação e do retorno venoso, aumento do suprimento sanguíneo, fortalecimento e resistência dos músculos, funcionaliza a marcha (andar) e melhora as funções cardíaca e respiratória.

A fisioterapeuta finaliza dizendo que, como em qualquer modalidade de tratamento, existem precauções e contra-indicações “relativas” e “absolutas” à terapia do meio aquático. “Cabe ao profissional avaliar a situação do paciente”.


Fonte: Corpo Saun