quarta-feira, 26 de junho de 2013

Dor fantasma


Pessoas que sofrem algum tipo de amputação sentem dores no membro que não existe mais. Esse é um processo comum que ganhou o nome “dor fantasma”. Nosso cérebro demora certo tempo para processar a informação de que aquele membro não faz mais parte do corpo.  A dor fantasma pode variar de intensidade e duração de pessoa para pessoa.
O mecanismo dessa dor ainda não está totalmente esclarecido, o que se sabe é que há uma reorganização dos impulsos elétricos no nosso organismo e uma adaptação do recebimento dessas mensagens pelo sistema nervoso. Quando ocorre a perda de inervação de uma região, as informações sensoriais periféricas se tornam ausentes, fazendo com que neurônios do sistema nervoso central, que até então recebiam informações daquela parte do corpo, se tornem anormalmente mais ativos. O crescimento pós-lesão e o novo padrão de conexões estabelecidas por neurônios no cérebro de amputados podem causar a dor fantasma.
Essa dor pode ter início imediato após a amputação ou aparecer em semanas ou meses. Para retardar esse processo e diminuir o tempo de permanência da dor é possível usar medicamentos e fisioterapia que ajudam a diminuir a sensibilização desse mecanismo.

Fonte: Blog Viver Bem

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Tireoide e a atividade física: o atleta depende do seu funcionamento

Glândula pode ser comparada ao principal motor do nosso organismo, que com seus hormônios em níveis normais, beneficia todos os órgãos


A tireoide é uma glândula que pode ser comparada ao principal motor do nosso organismo. Com seus hormônios em níveis normais e equilibrados, todo o corpo e seus órgãos se beneficiam. O esportista e o atleta dependem muito do seu funcionamento, para que a pratica esportiva consiga seus objetivos normalmente.

Quando por alguma razão ela aumenta a produção dos seus  hormônios T3 e T4, ultrapassando os limites, teremos uma doença, o hipertireoidismo com seus efeitos gerais e principalmente cardiocirculatórios, que iremos enumerar: arritmias cardíacas (pulsação mantida acelerada, em média acima de 100/minuto em repouso, falhas nos batimentos), fraqueza muscular, osteoporose, emagrecimento patológico, distúrbios intestinais, insônia, irritabilidade, distúrbios menstruais e outras.

Não podemos deixar de lembrar do risco das terríveis fórmulas para emagrecer com doses elevadas antifisiológicas de hormônios de tireoide, produtos proibidas pela ANVISA e não recomendadas pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia.

A glândula tireoide está situada na frente dos anéis da traqueia, entre o pomo de adão (proeminência da laringe no meio da região anterior do pescoço) e a base do pescoço

Agora vale chamar a atenção aos vários conhecidos produtos, com doses altamente perigosas desses hormônios, vendidos na internet e utilizados, sem preocupação por corredores e outros esportistas: os “fatburns” ou queimadores de gordura e coisas parecidas, além de alguns energéticos/estimulantes que contém doses elevadíssimas principalmente do T3 e do T4. Caso tenham em mãos esses produtos da internet procurem ler o rótulo, o T3 está escrito como triodotironina e o T4, tetraiodotironina.

Procure ajuda médica

O seu uso por alguns dias tem enorme chance de provocar disfunção definitiva da tireoide além de distúrbios cardíacos. O corredor ou esportista com suspeita de hipertireoidismo, deve imediatamente procurar o médico. Em curto prazo acabará com sua performance e o risco de complicações sérias pode acontecer. O médico costuma pedir a dosagem do TSH que é o hormônio que estimula a tireoide a se manter funcionando sem interrupções, quando ele está abaixo do normal significa que a tireóide está funcionando em excesso , provavelmente em hipertireoidismo, produzindo muito T3 e T4.

Concluindo sobre essa glândula tão fundamental para o corpo humano funcionar regularmente. A avaliação de atletas profissionais e esportistas ativos, tem como obrigatória sempre, a pesquisa laboratorial do funcionamento da tireoide como rotina, para que não tenhamos surpresas que atrapalhem as performances como cansaço anormal, sudorese exagerada etc, além de detectarmos doenças hormonais graves nos esportistas, principalmente as mulheres.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Síndrome do Piriforme


Você tem dores que se irradiam para as pernas, acompanhadas de queimação e dormência? Ah! Já sei, você deve estar achando que é uma inflamação no nervo ciático, certo? Não necessariamente! Esses sinais podem ter outra explicação: Síndrome do Piriforme. O nome pode ser novo para muitos, mas afeta milhares de pessoas que trabalham muito tempo sentadas e ficam constantemente estressando a região glútea.
O piriforme é um pequeno músculo profundo localizado na região dos glúteos. Quando há um desequilíbrio entre forças musculares, ou seja, quando existe uma fraqueza dessa musculatura, ocorre uma contração constante do piriforme para manter a estabilidade, porém esse músculo acaba sendo sobrecarregado, pois aumenta a tensão gerada sobre ele. Como o nervo ciático passa entre essa musculatura, pode ocorrer sensibilização no trajeto do nervo com irradiação de dor para um ou ambos os membros inferiores.
A incidência da síndrome é maior em pessoas que apresentam variações anatômicas. Piora, por exemplo, quando o indivíduo anda ou corre com a ponta do pé virada para fora. Esse movimento estimula o músculo excessivamente. A síndrome também pode ser causada após um trauma, pois a formação de hematoma pode comprimir o nervo ciático e desencadear a dor.
O diagnóstico é feito através de exames complementares, mas principalmente pelo exame físico, para poder descartar hipóteses de outras doenças, como a lombociatalgia.
Se a dor já existe, o tratamento é por meio de medicamentos e fisioterapia e em casos mais avançados indica-se cirurgia para liberar o nervo. Mas vale lembrar que a prevenção – como em todos os casos de saúde – é sempre o melhor remédio. Nesse caso, é bom começar a fortalecer a musculatura do bumbum para evitar sobrecarga no piriforme.

Fonte: Blog Viver Bem

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Atividade física durante a gravidez


Muitas mulheres têm dúvidas sobre treinamento quando ficam grávidas. Pode malhar ou não pode? Há alguma recomendação sobre atividade, intensidade e duração? As primeiras respostas quem deve dar é o médico. Ele precisa conferir se a paciente está em condições de praticar atividade física, se a gestação é normal, não oferece risco, etc. Mas e depois do sim clínico, as gestantes saudáveis devem ou devem fazer exercícios?
Uma revisão1 em mais de cinquenta estudos sobre o tema traz muitas informações importantes para que as gestantes possam se exercitar com segurança e cuidar da forma física. Desde a década de 50, o Colégio Americano de Medicina Desportiva (ACSM) revisa a literatura médica sobre exercício durante a gestação. Por exemplo, naquela época, a recomendação era bem conservadora: as grávidas só podiam caminhar por uma milha (1,6km) por dia. Já na década de 80 a orientação preconizava que as gestantes poderiam fazer exercícios 3 vezes por semana, entre 15 a 20 minutos por sessão. Atualmente os estudos mostram o seguinte:
Intensidade — exceto as intensidades mais altas e próximas da frequência cardíaca máxima, as mamães podem e devem se exercitar em níveis leves (60-70% FCmáxima) a moderados (75-85%FCmáxima). Pelo menos em estudos feitos com animais (fêmeas prenhas), esforços máximos prejudicaram a oferta de oxigênio à placenta e útero, sendo então recomendado ficar numa zona de até 85% da FC máxima da gestante;
Duração — algumas pesquisas apontam que até uma hora de atividade não há risco de elevação excessiva da temperatura corporal, um fator que poderia oferecer complicação à gestante e seu bebê;
Frequência — Há algumas décadas recomendava-se limitar a três sessões semanais, mas atualmente a orientação é de que podem ser realizadas sessões quase que diárias. Então, entre três e cinco sessões semanais parece uma frequência adequada e segura;
Atividade — Aparentemente, não há restrição quanto à atividade física a ser praticada. Aí eu entro para me posicionar: se a gestante já vinha praticando corrida, por exemplo, antes da gravidez, então existe a possibilidade de continuar correndo. Novamente, seu médico deverá avaliar sempre se há ou não risco. Por outro lado, atividades de característica aberta, com maior chance de imprevistos, como futebol, tênis, voleibol, oferecem maior risco de quedas, contatos e outros acidentes. Minha recomendação seria evitar este tipo de atividade durante a gravidez.
Finalmente, a recomendação é de que as mulheres já estejam em algum programa de condicionamento físico antes de iniciar a gestação. Há indícios de que as mulheres em melhor condição física apresentam uma gravidez mais saudável e consequentemente com menor risco.
Fonte:  Stephanie M. Morris, Natasha R. Johnson. Exercise During Pregnancy – A Critical Appraisal of the Literature. J. Reprod. Med. 2005;50:181-188.
Por Renato Dutra - Site Revista Veja