quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Cigarro e Saúde Músculo Esquelética



As lesões pulmonares e cardiovasculares provocadas pelo cigarro são amplamente divulgadas e conhecidas, porém, as lesões ortopédicas do cigarro são raramente discutidas e desconhecidas do público em geral.
O objetivo desse artigo e chamar a atenção dos fumantes e dos fumantes passivos para os riscos do desenvolvimento de lesões músculo esqueléticas relacionadas ao cigarro.

O cigarro provoca lesões nos ossos e articulações?
Sim, temos diversos trabalhos científicos na literatura que descrevem essas lesões.

Quais estruturas são lesadas pelo cigarro?
A cigarro está relacionado ao desenvolvimento de osteoporose. Além disso o cigarro atrapalha a consolidação ósseo. O cigarro leva ao retardo e a pseudartrose na fratura. O cigarro age diretamente obstruindo a microcirculação dos tendões. A lesão na microcirculação leva a ruptura e à dificuldade de cicatrização dos ligamentos e dos tendões. Temos trabalhos publicados que mostram essa associação no desenvolvimento das lesões do manguito rotador. Ou seja quem fuma tem maior chance de desenvolver rupturas do manguito rotador e pior prognóstico após a ruptura desses tendões. 

Pacientes com fratura podem fumar?
Não, o cigarro é terminantemente proibido durante o processo de cicatrização da fratura. Quando um fumante quebra um osso não temos como interferir nas lesões causadas na microcirulação durante todos os anos em que o paciente fumou, porém, podemos orientá-lo a parar de fumar durante o período de consolidação óssea.

O que acorre se o fumante com fratura não quiser parar de fumar?
Se estou tratando um paciente com fratura e ele irá necessitar de cirurgia a conduta é simples: ou ele para de fumar ou ele troca de médico. Não realizo osteossíntese em pacientes fumantes que irão permanecer fumando no pós operatório.

Quais o riscos do paciente fumante que tem uma fratura?
O paciente fumante evolui com aumento do tempo para colar uma fratura e algumas vezes a fratura simplesmente não cola. Desenvolve o que é denominado pseudartrose ( falsa articulação). Quando a fratura não cola ela recebe esse nome " pseudartrose " pois o membro começa a fazer movimentos anormais numa falsa articulação.

Porque o fumo está relacionado a tendinopatia do manguito rotador?
O fumo ativo, e também o fumo passivo, leva a alterações da microcirculação sanguínea que proporciona uma maior facilidade para que os tendões inflamem e dificulta a cicatrização dos tecidos tendinosos. 

Como está provado que o cigarro causa danos aos ossos, articulações e tendões?
O estudo sobre os malefícios do fumo e particularmente do cigarro é feito através de estudos observacionais na população fumante. Exemplo: o câncer de Pulmão apresenta uma incidência muito maior em pacientes fumantes. Nem todos os fumantes irão desenvolver câncer de pulmão porém a incidência de câncer é 20 vezes mais frequente nos fumantes quando comparado com a população em geral. Estudos semelhantes são feitos com patologias ortopédicas e os pacientes fumantes tem uma maior dificuldade de cicatrização tecidual, defeito na microcirculação e é um coadjuvante no desenvolvimento da osteoporose.

De que maneira o fumo atrapalha a cirurgia ortopédica?
Quando operamos um paciente reconstruímos seus tecidos, colocamos os ossos no lugar (quando realizamos uma osteossíntese) e costuramos os tendões e ligamentos. Ao final da cirurgia de inicia o processo de cicatrização dos tecidos. Tanto os tecidos reparados quando  os produzidos pela incisão cirúrgica que o cirurgião fez para chegar até as estruturas lesadas deverão cicatrizar adequadamente. O cigarro atrapalha a cicatrização, portanto, atrapalha diretamente o prognóstico da cirurgia.

Como ocorrem as lesões provocadas pelo cigarro nos tecidos ósseos e tendinosos?
O mecanismo é o dano a microcirculação. Um tecido com menor aporte sanguíneo devido a problemas na microcirculação tem maior dificuldade de lidar com as reações pós operatórias.
Exemplo: imagine que os pequenos vasos estejam um pouco entupidos, nessa situação o tecido recebe menos sangue.
O sangue carreia oxigênio que nutre as células, com pouco oxigênio as células ficam fracas e tem dificuldade para lutar com as bactérias ou seja surge a infecção.
O sangue leva as células de defesa (os glóbulos brancos) até os tecidos inflamados, se chega menos sangue = menos células de defesa = infecção.
O sangue nutre os tecidos, tecidos com pouco sangue morrem e tecido morto é caldo de cultura para bactéria = infecção.
Tecidos com pouco sangue tem dificuldade de produzir novas células = retardo ou não cicatrização dos tecidos = não cicatrização dos tecidos, pseudartrose e rupturas tendinosas.

Para piorar a situação o fumo atrapalha o metabolismo do cálcio e os pacientes fumantes tem uma maior incidência de osteoporose.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Coluna é a segunda maior fonte de dor no mundo, perdendo só para dores de cabeça



A dor nas costas é a doença crônica mais comum entre os brasileiros. É, também, a menos tratada, apesar de ser percebida precocemente. O problema afeta 36% da população, e 68% dos atingidos buscam tratamento.

Os dados são de um estudo realizado pela Escola Nacional de Saúde Pública, ligada à Fiocruz. Os pesquisadores entrevistaram 12.423 pessoas com mais de 20 anos, em todas as regiões do Brasil, em 2008.

O problema também está presente nas estatísticas da Organização Mundial da Saúde, que estima que 80% da população mundial sofrerá ao menos um episódio de dor nas costas na vida. Dentre as principais causas para este anunciado episódio de lombalgia acontecer, podemos listar: tumores, cistos, lesões nos nervos, nas vértebras, nos discos, má postura, fraqueza dos músculos da região, tabagismo e obesidade.

- Felizmente, a evolução desta dor geralmente é benigna, em termos de alívio, espontâneo. Repousa-se, espera-se um pouco e a tendência é a melhora dos sintomas - explica o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo).

Em geral, as lombalgias têm origem mecânico-postural. Embora nas regiões cervical, dorsal e lombar possam ocorrer tumores, infecção ou inflamações, a causa mais freqüente da dor nas costas é mecânico-postural degenerativa.

- Alguns pacientes têm a coluna perfeitamente alinhada, não apresentam desvio postural nenhum e reclamam de dor nas costas. Pode-se dizer, então, que nesses casos a dor é causada por alterações musculares resultantes, por exemplo, de a pessoa permanecer muito tempo na mesma posição sem conseguir relaxar a musculatura. Portanto, não é necessário haver um problema de postura para o sintoma aparecer - explica o médico.


Ih, travou!


A história típica da dor na coluna envolve quase sempre um adulto jovem e está relacionada com as atividades físicas e a sobrecarga a que ele expôs sua coluna ao longo da vida. Em geral, a queixa é que, um dia, ao fazer um esforço, o indivíduo dobrou o tronco para frente para pegar um objeto mais pesado e sentiu uma dor tão intensa na região lombar, que se viu obrigado a deitar-se. O repouso associado ao calor local e, eventualmente, ao uso de analgésicos e antiinflamatórios provocou melhora dos sintomas em dois ou três dias.

O sinal de alerta é dado, porém, quando a pessoa deita, relaxa e a dor não desaparece ou quando ela se manifesta à noite e não melhora com repouso. Além disso, é preciso considerar de novo a faixa etária.

- Pessoas idosas, da mesma forma que crianças e adolescentes, requerem atenção especial porque a dor nas costas pode resultar de lesões secundárias, como as fraturas provocadas pela osteoporose ou de alguma doença não diagnosticada ainda - alerta o reumatologista.

O repouso, no entanto, não deve ser muito prolongado. Está demonstrado que mais de dois dias de repouso absoluto provocam perda de massa óssea e de massa muscular. Portanto, este deve ser relativo. Não se deve fazer esforço, nem carregar peso. Na fase inicial da lombalgia, antiinflamatórios comuns contribuem para aliviar a dor.

- Nem medicamentos, nem fisioterapia ou massagens, nem aplicação de calor mudam a história natural da doença. A dor irá melhorar espontaneamente desde que o fator desencadeante do processo seja suspenso - reforça Lanzotti.

De qualquer forma, métodos fisioterápicos e analgésicos são coadjuvantes para diminuir os sintomas, enquanto se aguarda a evolução natural da doença.


E o que fazer para a crise lombar não voltar?


Passada a crise, é preciso afastar os fatores externos que a desencadearam porque provavelmente ocorrerá outra, se a pessoa não se cuidar. Além disso, é importante corrigir a postura e reforçar os músculos que dão suporte à coluna porque manter a musculatura firme é fundamental para garantir a estabilidade da coluna e evitar novas crises.

- Está demonstrado que o fortalecimento do grupo de músculos paravertebrais, principalmente, associado ao dos abdominais e glúteos é o que mais garante a higidez da coluna. Também está provado que uma caminhada de 30 minutos, três vezes por semana, diminui a incidência de novas crises. Só a caminhada, porém, não fortalece todos os músculos. Para tanto, são necessários exercícios específicos, sob orientação profissional para não sobrecarregar os discos - orienta Sérgio Lanzotti.


Conheça outras dicas do diretor do Iredo para prevenir uma nova crise de coluna:


:: A orientação geral é não carregar peso. No caso de ser obrigado a levantar um volume pesado, nunca se deve manter as pernas esticadas e curvar o corpo. Deve-se dobrar os joelhos que funcionarão como alavancas e manter o objeto o mais próximo possível do tronco quando for erguê-lo.

:: É necessário evitar atividades de impacto repetitivo, por exemplo, andar a cavalo, de moto, de jet-sky, de lancha. Quem faz hipismo competitivo precisa estar com a musculatura costal bem desenvolvida para evitar maior desgaste dos discos;

:: Profissionais cujo trabalho exige esforço físico maior apresentam mais desgaste nos discos do que os que se dedicam a serviços mais leves. Carregadores de peso, como os estivadores, por exemplo, acabam apresentando mais problemas porque expõem a coluna à sobrecarga contínua.

:: Por mais paradoxal que pareça, pessoas que trabalham paradas na mesma posição sem relaxar a musculatura, como os caixas de bancos, ou quem fica horas em frente ao computador, também integram o grupo de risco. Nesse caso, é recomendável levantar-se a cada 40 ou 50 minutos, andar um pouco e colocar um tablado para erguer alternadamente os pés e relaxar a musculatura.

:: Motoristas de veículos pesados também estão no grupo de risco. Quem dirige carros mais velhos tem mais problemas de coluna do que quem dirige carros novos e em melhores condições mecânicas.

:: Ver televisão, jogado no sofá, com a coluna toda torta também é contra-indicado. O ideal seria sentar-se numa cadeira de braços que servissem de apoio na hora de levantar e bem de frente para a tela.

:: Um fator muito comum de dor na região cervical é assistir à televisão ou ler deitado. A pessoa fica numa posição forçada, às vezes, durante horas pressionando o disco. Quem faz questão de ver TV na cama deve providenciar um suporte para a cabeça e para o tronco, de forma a permanecer quase sentado e colocar o aparelho bem alto, evitando ficar com o pescoço fletido por muito tempo.


:: Para a coluna, a posição que oferece menor pressão sobre os discos é a de barriga para cima, com a cabeça apoiada num travesseiro baixo para evitar a hiperflexão. Como nem todo mundo consegue dormir desse jeito, deitar de lado com joelhos flexionados e o travesseiro baixo colocado de forma a impedir que o corpo se incline para um lado ou outro é outra boa opção. Dormir de bruços, mesmo sem travesseiro, como regra geral, não é bom para a coluna.

Fonte: Zero Hora

domingo, 15 de fevereiro de 2015

O poder da equoterapia



Apostando na relação de companheirismo e amor entre humanos e animais, muitas áreas da saúde começaram a investir em tratamentos que promovem a interação entre ambos. Um dos exemplos mais eficientes é a equoterapia, que tem crescido no País. Este tipo de tratamento usa o cavalo para promover o desenvolvimento físico e psicológico de pessoas que sofrem com algum tipo de deficiência.

A equoterapia tem sido indicada para diversos tipos de deficiência. Cada sessão tem duração de aproximadamente 30 minutos e, durante o tratamento, os profissionais envolvidos promovem várias atividades entre o paciente e o animal para criar um vínculo. Além de estimular os movimentos motores, o exercício também garante ganhos psicológicos e comportamentais.

O cavalo é um "coterapeuta" que auxilia os profissionais em várias questões, como a ajuda na aproximação do participante com o ambiente que o rodeia, e isso gera muitos estímulos motores que trazem resultados rápidos.

A atividade proporciona "benefício muscular, de ajuste de tronco, postura, apoio dos pés, força e autonomia". Além destes fatores físicos, a equoterapia ajuda os participantes a desenvolverem a autoestima e a autoconfiança, que muitas vezes são deixadas de lado por conta das limitações físicas.

Os profissionais envolvidos nesta atividade analisam os animais para que determinem para que tipo de participante é mais indicado, pois até o próprio impacto da pata do cavalo ao galopar é levado em consideração, pois é o "pisar" que estimula os nervos responsáveis pela parte motora da pessoa que está passando pelo tratamento. Animais com galope mais simétrico são indicados para pacientes com desvios na coluna, que precisam desenvolver o equilíbrio e pessoas com síndrome de Down.

Mesmo proporcionando vários benefícios, esta terapia não é indicada para todos com necessidades especiais. Porém, o público alvo  vai desde crianças que nasceram com limitações físicas e mentais, até adultos que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC), trauma craniano, lesão medular e paralisia cerebral.

Pacientes com problemas mais sérios e que têm traqueostomia necessitam de laudo de liberação médica para poder fazer a terapia. Além disso, pessoas com implante de cóclea (dispositivo auditivo interno conhecido como ouvido biônico) só podem fazer com mais de dois meses que o implante foi realizado para evitar que haja um deslocamento do aparelho.

Fonte: Faça Fisioterapia

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Bursite: Tratamento com Fisioterapia



Quando ocorre uma inflamação da bolsa que protege a articulação e o osso (bursa) e cujas funções envolvem ainda o fortalecimento e o auxílio no deslizamento dos tecidos e sua nutrição, caracteriza-se a Bursite.

A bursa – ou bolsa sinovial – é uma estrutura cheia de líquido localizada entre um tendão e a pele ou entre um tendão e o osso. A ocorrência da patologia é mais comum nos ombros, cotovelos e no quadril. Mas outras regiões também podem ser acometidas pela Bursite, como joelhos e calcanhares.
Causas da Bursite

Normalmente, a Bursite ocorre próximo às articulações que realizam movimentos repetitivos. Logo, uma das principais causas para o surgimento da patologia consiste nesse movimento de repetição. Além do uso excessivo das articulações, outros fatores também podem contribuir para o surgimento da Bursite: traumas ortopédicos, infecções, lesões por esforço, artrite e gota. Lembrando ainda que qualquer pessoa pode desenvolver a doença, mas a ocorrência de Bursite se torna mais comum com o envelhecimento.
Sintomas da Bursite

Os principais sintomas incluem:

- Dores nas articulações;

- Sensibilidade na região ao redor da articulação afetada;

- Rigidez;

- Inchaços ou vermelhidão na articulação;

- Pode causar restrição de movimentos.
Tratamento para a Bursite

A Fisioterapia auxilia no tratamento ao oferecer exercícios de fortalecimento dos músculos da área afetada, com o objetivo de aliviar a dor e atuar na prevenção da reincidência da patologia. As técnicas utilizadas são responsáveis por aumentar a mobilidade da articulação afetada e alongar músculos para melhorar sua função.

Após o tratamento fisioterapêutico – realizado sob a supervisão de um profissional da área – é fundamental que o paciente continue algum tipo de atividade física com o objetivo de manter a articulação hidratada e a musculatura fortalecida, evitando novos quadros de Bursite.
Prevenindo a Bursite:

- Evite movimentos repetitivos ou faça pausas regulares durante a realização;

- Sempre mantenha uma boa postura corporal ao exercer atividades do dia-a-dia;


- Pratique exercícios físicos e alongamentos antes de iniciá-los (vale ressaltar: qualquer exercício novo deve ser começado lentamente e, aos poucos, iniciar a intensificação).

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Testes Ortopédicos para Membro Superior


Separamos testes para membro superior, separados em ombro, cotovelo, punho e dedos.

Testes para Ombro

- Teste de Speed: braço em flexão, com antebraço estendido e supinado; colocar o dedo de uma das mãos sobre o sulco bicipital, e a mão oposta sobre o punho do paciente; paciente deve elevar o braço contra resistência. Testa o tendão do bíceps no sulco bicipital. Dor espontânea ou a palpação é indicadora de tendinite bicipital.

- Teste do S.E: braço em flexão de 90 graus, com pronação do antebraço. O paciente deve fazer a flexão do braço contra resistência. Testa o tendão do supra espinhoso. Dor na inserção do tendão S.E. pode indicar tendinite.

- Teste de Apreensão Anterior: paciente sentado; terapeuta atrás do paciente; abduzir a 90o e rodar externamente o braço afetado. A rot. ext. do braço predispõe o úmero a luxar anteriormente. Dor localizado indica uma luxação anterior crônica do ombro. Ele testa a integridade do ligamento glenoumeral inferior, da cápsula anterior, dos tendões do manguito rotador e do lábio glenóide.

- Teste de Apreensão Posterior: paciente em DD; flexionar para frente e rodar externamente o ombro; o terapeuta deve aplicar pressão posterior no cotovelo do paciente. Dor ou desconforto localizado indicam uma instabilidade glenoumeral posterior.

- Teste de Wright: com o paciente sentado, verificar o pulso radial por 1min. Hiperabduzir o braço e verificar novamente o pulso. A diminuição ou ausência da amplitude do pulso radial, indica uma compressão da artéria e veia axilares por um m. peitoral menor espástico ou hipertrofiado, ou por um processo coracóide deformado, pois esta artéria passa por baixo do P. Me., no processo coracóide (síndrome do desfiladeiro torácico) .


Testes para Cotovelo


- Teste para Epicondilite Medial (golfista): paciente sentado, estende o cotovelo e supina a mão; paciente vai flexionar o punho contra resistência. Os tendões que flexionam o punho estão fixados ao epicondilo medial. Se for provocado dor no epicôndilo medial, deve-se suspeitar de sua inflamação (epicondilite).

- Teste para Epicondilite Lateral (tenista): fixar o antebraço em pronação, e pedir para o paciente para fechar e estender o punho. A seguir, forçar o punho estendido para flexão contra a resistência do terapeuta. Se for provocado dor no epicôndilo lateral ( origem comum dos extensores), deverá suspeitar de epicondilite.

- Teste de Esforço de Adução: com o paciente sentado, estabilizar o braço medialmente, e colocar uma pressão de adução ( em valgo) no antebraço lateralmente. Se for provocado uma folga e dor no local, são indicadoras de instabilidade do ligamento colateral radial.

- Teste de Esforço de Abdução: com o paciente sentado, estabilizar o braço lateralmente, e colocar um pressão de abdução ( em varo) no antebraço medialmente. Se for provocado uma folga e dor no local, são indicadores de instabilidade do ligamento colateral ulnar.


Testes para Punho

- Phalen Invertido: paciente deve estender o punho; o terapeuta deve fazer uma compressão sobre o túnel do carpo. Formigamento nos dedos (polegar, indicador, médio e metade lateral do anular) pode indicar uma compressão do nervo medial do túnel do carpo pela inflamação do retináculo flexor, luxação do osso semilunar artríticas ou tenossinovite dos tendões flexores dos dedos.

- Phalen: flexionar ambos os punhos e encostá-los, mantendo por 60 segundos. Se o paciente sentir queimação, dor , ou parestesia nos 3 primeiros dedos, o terapeuta suspeitará de uma compressão do nervo mediano ( síndrome do túnel do carpo).

- Allen: para verificar a irrigação das artérias radial e ulnar, solicitar ao paciente que abra e feche a mão algumas vezes e liberar uma artéria de cada vez, observando a coloração da palma da mão.

- Finkelstein: testa o tendão abdutor longo do polegar e extensor curto do polegar. Fechar o punho e forçá-lo medialmente. Dor distal ao processo estilóide do rádio é indicativo de tenossinovite estenosante do tendão do polegar (doença de de Quervain).

- Tríade do túnel ulnar: inspecionar e palpar o punho do paciente, procurando dor à palpação em cima do túnel ulnar, garra do dedo anular e atrofia hipotenar. Se der positivo estes sinais, indicará compressão do nervo ulnar, possivelmente no túnel de Guyon ( síndrome de Guyon).

- Teste do pinçamento: pedir ao paciente para pinçar um pedaço de papel entre os dedos do polegar, indicador e médio por 1min. enquanto o terapeuta tenta tirá-lo. Com a compressão do nervo mediano, o paciente poderá, se o teste for positivo, referir entorpecimento e/ou caimbras dos dedos daquela região.


Testes para Dedos

- Teste de esforço em Varo e Valgo: testam a integridade dos ligamentos colaterais e da cápsula que rodeia as articulações. Com uma preensão em pinça, pegar a articulação suspeita (interfalangeana distal ou proximal) com uma mão. Com a mão oposta, pegar como pinça o osso adjacente e colocar um esforço em varo ou em valgo na articulação. Se dor for provocada (teste positivo), então uma entorse capsular, subluxação ou luxação da articulação serão suspeitadas; e uma frouxidão pode indicar uma ruptura na cápsula articular ou nos ligamentos colaterais, secundária a trauma.


- Teste do extensor comum dos dedos: com os dedos flexionados, instruir o paciente para estendê-los. Incapacidade de estender qualquer dos dedos, é indicadora de uma lesão desta porção particular do tendão extensor comum dos dedos.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Fisioterapia alivia depressão pós-parto


Pesquisa que acompanhou mulheres por oito semanas mostrou redução nos sintomas do distúrbio

A depressão pós-parto, que atinge 13% das mães, pode ser minimizada com exercícios de fisioterapia, conforme mostrou um novo estudo publicado no periódico "Physical Therapy".
A pesquisa avaliou 161 mulheres, divididas em dois grupos. Durante oito semanas, o primeiro grupo foi submetido, com os bebês, a exercícios de fisioterapia, e recebeu também 30 minutos de aulas sobre cuidados maternais. O segundo grupo só participou das aulas.
Os resultados revelaram que houve melhora significativa nos sintomas entre as mulheres do primeiro grupo e também uma redução de 50% no risco de necessidade de medicação em decorrência do distúrbio. As participantes, passadas as oito semanas, completaram a Escala de Depressão Pós-Parto de Edinburgh, teste que mede a gravidade do quadro.
A maioria dos casos de depressão pós-natal tem início nos primeiros três meses depois do nascimento do bebê. A duração do distúrbio varia de mulher para mulher. Além da questão hormonal, a depressão pode ser agravada por fatores socioculturais, como a baixa autoestima da mãe, sua experiência durante o parto e a falta de apoio e de serviços de saúde específicos.
De acordo com Miriam Zanetti, coordenadora do curso de especialização de fisioterapia em obstetrícia da Unifesp, há estudos que mostram que gestantes que sentem dores lombopélvicas, que pioram a qualidade de vida e o sono da mulher, têm três vezes mais chance de ter depressão
A fisioterapia pode ajudar a mulher grávida com exercícios (aeróbicos e anaeróbicos), alongamentos, técnicas para melhorar a capacidade cardiopulmonar e com orientações educacionais sobre as alterações físicas pelas quais ela está passando, o que a deixa mais segura, segundo Zanetti.
"O que se sabe hoje é que, durante os exercícios físicos, são liberadas substâncias como serotoninas e endorfinas que trazem bem-estar à praticante", diz Mary Nakamura, professora do departamento de obstetrícia médica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Segundo ela, os exercícios físicos, de modo genérico, podem melhorar muito os sintomas da depressão pós-parto.

Fonte: Folha