terça-feira, 25 de agosto de 2015

Fisioterapia pode ser grande aliada na recuperação de pacientes que sofreram AVC



Responsável pela diminuição dos sintomas de alterações neurológicas, a fisioterapia atua na restauração de funções como a coordenação motora, o equilíbrio, a força e os movimentos – perdidos durante o AVC (Acidente Vascular Cerebral). Para suavizar e até normalizar as sequelas, os tratamentos mais usuais dentro da fisioterapia neurológica consistem na utilização de recursos como a eletroestimulação e terapias manuais.

Em combinação com as demais técnicas, alguns aparelhos como o Simulador de Movimento têm se tornado fundamental na recuperação parcial ou total dos movimentos dos pacientes neurológicos. “O grande segredo para a recuperação dos movimentos é perceber e avaliar a evolução de cada paciente, durante o tratamento. Reconhecendo o que pode ser mudado, reforçado ou suavizado durante as sessões” – pontua Dr. Rodrigo Peres, Diretor da Central da Fisioterapia.

De acordo com o Ministério da Saúde, só no ano de 2011, o AVC causou 100 mil mortes, sendo quase metade em mulheres. Entre 2000 a 2010, 62 mil pessoas com menos de 45 anos morreram em virtude do AVC; e só em 2012, quatro mil pessoas entre 15 e 34 anos foram internadas por causa do problema no país.

Com base nestes dados, é importante contar com a ajuda da medicina, de modo a intervir e contribuir para que as pessoas que sofreram o Acidente Vascular Cerebral retomem sua rotina, rapidamente, já que é comum a alteração dos movimentos ou até mesmo paralisia de um ou mais membros do corpo. Nestes casos, a fisioterapia neurológica é uma grande aliada.


Síndrome Tensional do pescoço e a Fisioterapia



A Síndrome Tensional do Pescoço é uma desordem orgânica e funcional, provocada pelo trabalho repetitivo, aumento da carga muscular estática, postos de trabalho inadequadoA causa exata da cefaleia tensional é ainda desconhecida. Há muito tempo se acreditou que elas eram causadas por tensão muscular ao redor da cabeça e pescoço.  Deve-se a posição inadequada da cabeça e do membro superior durante uma determinada atividade.  Comumente associada estresse emocional, pode também ser deflagrada por postura e exercícios físicos inadequados.

As queixas principais deste tipo de paciente são as constantes dores no pescoço (região cervical) e ombro, fraqueza e fadiga muscular, parestesia (diminuição de força por formigamento). Já os sinais clínicos demonstram uma hipersensibilidade muscular, contratura muscular com a presença de nódulos dolorosos, dores a palpação na região cervical e no músculo trapézio (principalmente fibras superiores), aumento do tônus muscular, limitação dos movimentos, diminuição da lordose cervical (fisiológica) e uma queda do ombro levando a dismetria.


A conduta terapêutica normal é feita com repouso, afastamento do trabalho, relaxante muscular (uso de drogas), calor superficial e profundo o uso de colar cervical e fisioterapia, principalmente a Reeducação Postural Global (R.P.G.), massagem e manipulação da região cervical e a hidroterapia que é um conceito novo neste tipo de tratamento.

Fases do tratamento de fisioterapia na lesão muscular



Para quem lida com pessoas fisicamente ativas, sabe que as lesões musculares são a causa mais frequente de incapacidade física na prática esportiva. Estima-se que 30 a 50% de todas as lesões associadas ao esporte são causadas por lesões de tecidos moles.
Os estiramentos musculares são tipicamente observados nos músculos superficiais que trabalham cruzando duas articulações, como os músculos reto femoral, semitendíneo e gastrocnêmio.

Os músculos biarticulares têm velocidade de contração e capacidade para mudança de comprimento maiores, contudo, menor capacidade de suportar tensão.

Estiramentos e contusões leves (grau I) representam uma lesão de apenas algumas fibras musculares com pequeno edema e desconforto, acompanhadas de nenhuma ou mínima perda de força e restrição de movimentos.

Não é possível palpar-se qualquer defeito muscular durante a contração muscular. Apesar de a dor não causar incapacidade funcional significativa, a manutenção do atleta em atividade não é recomendada devido ao grande risco de aumentar a extensão da lesão

Estiramentos e contusões moderadas (grau II) provocam um dano maior ao músculo com evidente perda de função (habilidade para contrair). É possível palpar-se um pequeno defeito muscular, ou gap, no sítio da lesão, e ocorre a formação de um discreto hematoma local com eventual ecmose dentro de dois a três dias. A evolução para a cicatrização costuma durar de duas a três semanas e, ao redor de um mês, o paciente pode retornar à atividade física de forma lenta e cuidadosa.

Uma lesão estendendo-se por toda a sessão transversa do músculo e resultando em virtualmente completa perda de função muscular e dor intensa é determinada como estiramento ou contusão grave (grau III). A falha na estrutura muscular é evidente, e a equimose costuma ser extensa, situando-se muitas vezes distante ao local da ruptura. O tempo de cicatrização desta lesão varia de quatro a seis semanas. Este tipo de lesão necessita de reabilitação intensa e por períodos longos de até três a quatro meses. O paciente pode permanecer com algum grau de dor por meses após a ocorrência e tratamento da lesão.


O diagnóstico da lesão muscular inicia-se com uma história clínica detalhada do trauma, seguida por um exame físico com a inspeção e palpação dos músculos envolvidos, assim como os testes de função com e sem resistência externa. O diagnóstico é fácil quando uma típica história de contusão muscular é acompanhada por um evidente edema ou uma equimose distal à lesão.

Em termos de tratamento a mobilização precoce induz a um aumento da vascularização local na área da lesão, melhor regeneração das fibras musculares e melhor paralelismo entre a orientação das miofibrilas regeneradas em comparação à restrição do movimento.

Fase aguda

O tratamento imediato para a lesão do músculo esquelético ou qualquer tecido de partes moles é conhecido como princípio PRICE (Proteção, Repouso, Gelo ou Ice, Compressão e Elevação). A justificativa do uso do princípio PRICE é por ele ser muito prático, visto que as cinco medidas clamam por minimizar o sangramento do sítio da lesão.

Colocando-se o membro lesionado em repouso logo após o trauma, previne-se uma retração muscular tardia ou formação de um gap muscular maior por se reduzir o tamanho do hematoma e, subsequentemente, o tamanho do tecido conectivo cicatricial. Com relação ao uso do gelo, mostrou-se que o uso precoce de crioterapia está associado a um hematoma significativamente menor no gap das fibras musculares rompidas, menor inflamação e regeneração acelerada

De acordo com os conhecimentos atuais, é recomendada a combinação do uso de gelo e compressão por turnos de 15 a 20 minutos, repetidos entre intervalos de 30 a 60 minutos, visto que este tipo de protocolo resulta em 3° a 7°C de decaimento da temperatura intramuscular e a 50% de redução do fluxo sanguíneo intramuscular

Finalmente, a elevação do membro acima do nível do coração resulta na diminuição da pressão hidrostática, reduzindo o acúmulo de líquido no espaço intersticial.

Tratamento pós-fase aguda

1. Treinamento isométrico (ie. contração muscular em que o comprimento do músculo se mantém constante e a tensão muda) pode ser iniciado sem o uso de pesos e posteriormente com o acréscimo deles. Especial atenção deve ser tomada para garantir que todos os exercícios isométricos sejam realizados sem dor.

2. Treinamento isotônico (ie. contração muscular em que o tamanho do músculo muda e a tensão se mantém) pode ser iniciado quando o treino isométrico for realizado sem dor com cargas resistidas.

3. O exercício isocinético com carga mínima pode ser iniciado uma vez que os dois exercícios anteriores sejam realizados sem dor.

A compreensão dos mecanismos fisiopatológicos que regulam a reparação muscular e sua adaptação ao treinamento físico são essenciais para o profissional que se propõe a tratar destes pacientes. São a base para o desenvolvimento dos meios de prevenção de lesões e para o tratamento adequado e reabilitação das lesões instaladas.
A respeito do tempo apropriado de retorno ao treino específico para o esporte, a decisão pode ser baseada em duas simples e pouco onerosas medidas: a habilidade de alongar o músculo lesionado tanto quanto o lado contralateral sadio, e ausência da dor no músculo lesionado em movimentos básicos.

Quando o paciente refere alcançar este ponto na recuperação, a permissão de se iniciar gradualmente os exercícios específicos para o esporte é garantida.


Contudo, sempre deve ser enfatizado que a fase final de reabilitação deve ser realizada sob supervisão de profissional capacitado.

A temida tendinite de Aquiles



A tendinopatia do calcâneo, ou tendinite do tendão de Aquiles, é uma inflamação que ocorre no tendão. Uma lesão comum de super uso, mas que também pode ser causada por músculos rígidos ou fracos da panturrilha, ou, ainda, por qualquer condição que faça com que o tendão fique menos flexível e mais rígido. Pode acometer qualquer pessoa, sendo mais comum em atletas de fim de semana. Entre atletas profissionais, a maioria dos casos pode ocorrer com maior frequência em esportes como corrida de longa distância, futebol, tênis, basquete e ciclismo.

Existem dois músculos grandes na panturrilha: o gastrocnêmio e o sóleo. O tendão de Aquiles conecta esses músculos aos ossos do calcanhar. Essa musculatura tem a função de atuar na caminhada, corrida, no pulo, entre outras atividades comuns. Por isso mesmo, pode ocorrer inflamação devido ao desgaste ou sobrecarga do tendão. Em outros casos, a tendinite do calcâneo também pode ocorrer devido à inflamação decorrente de lesões e infecções.

O indivíduo geralmente se queixa de uma dor na região posterior do tornozelo, que piora com o início da atividade, melhora com o decorrer da mesma e piora após a parada do exercício. Com a evolução, a dor se torna constante e permanente, mesmo em repouso. O tendão pode ficar dolorido e sensível ao toque, e a simples movimentos. A pele sobre o tendão também pode ficar inchada e quente.

Excesso de contração do músculo da panturrilha gera um aumento de tensão no tendão. Então, se durante a corrida o músculo tem que fazer mais força do que deveria, isso vai acarretar uma maior sobrecarga do mesmo. Com isso, devemos evitar o excesso de treinos. Na grande parte dos casos, essa lesão se deve a erros cometidos na planificação do treino.

As causas mais relevantes nos atletas são:
– Aumento abrupto da quilometragem ou velocidade dos treinos;
– Pular muito alto;
– Quantidade excessiva de subidas no treino;
– Retorno mais rápido aos treinos após um período de repouso;
– Trauma secundário à contração vigorosa da musculatura da panturrilha;
– “Over training”;
– Alterações anatômicas do pé

O tendão de Aquiles é o mais potente tendão do nosso corpo e raramente se rompe em condições normais. Sua ruptura pode ser causada pela degeneração do tendão (tendinose) ou por um trauma muito forte sobre o tendão sadio (mais raro).

Para uma melhor prevenção, devemos utilizar tênis confortável, de boa qualidade e adequado ao tipo de pisada; estar em perfeito equilíbrio biomecânico; realizar alongamentos antes e depois dos treinos; e efetuar um bom aquecimento antes de treinar, com ênfase no período de inverno.


Então, vamos acertar o passo!!!

Fonte: NovaFisio

Fisioterapia na Paralisia Facial de Bell



Na paralisia facial de Bell é comum uma piora do quadro nas primeiras 48 horas, mas a maioria dos pacientes se recupera dentro de algumas semanas.
Em Fisioterapia, não existem "receitas", mas sim linhas de conduta a seguir, ou seja, o tratamento deve ser adequado a cada paciente, e ao estado em que se encontra, pois cada caso é um caso único e singular, e devido ás diferenças existentes entre os indivíduos (desde diferenças anatômicas, fisiológicas, biomecânicas, etc.) o mesmo tratamento pode não ter o mesmo resultado em pacientes diferentes.

O tratamento deverá ser adaptado e personalizado em função do Deficit e da Colaboração do paciente. O Nervo Facial é um nervo misto sob a dependência de um sistema voluntário e automático-reflexo que pode levar muito tempo a recuperar.

O tratamento pode durar de 15 dias a 3 semanas, nas Paralisias Faciais pouco severas, até 4 anos, nas formas mais graves (Neurinoma do VIII ou VII nervo Craniano).
Acima de 50% das pessoas tem recuperação total ou satisfatória. Porém, em alguns casos podem restar sequelas residuais. O resultado depende de alguns fatores como o tempo que o paciente levou para iniciar tratamento, a presença de doenças associadas como hipertensão e diabetes e a causa da paralisia. A melhora é menos satisfatória em paralisias completas que em incompletas, em pacientes com dor retro-auricular e em pacientes idosos. Aproximadamente 23% das pessoas com paralisia facial idiopática permanecem com alguns sintomas e sinais, que podem ser classificados como moderados ou graves, como melhora motora parcial, síndrome de lágrimas de crocodilo, contratura ou sincinesia. 
O objetivo principal da fisioterapia é restabelecer o trofismo, a força e a função muscular através de recursos como a cinesioterapia, feedback visual, crioterapia, facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP), eletrotermoterapia e massagens", salienta.

Há várias técnicas que são empregadas no tratamento da paralisia, obtendo-se bons resultados, são elas:

- Cinesioterapia: na cinesioterapia, os exercícios de mímica facial e retreinamento facial devem ser realizados com auxílio de feedback visual. Utilizando um espelho, o paciente tem uma melhor conscientização visual e permite a correção dos erros e uma maior eficácia do controle voluntário da musculatura facial. Exemplo: exercício de mímica facial para unir as sombrancelhas;

- Facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP): a FNP utilizada em pacientes com paralisia facial periférica visa promover e acelerar as respostas neuromusculares através da estimulação proprioceptiva. Os movimentos devem ser realizados bilateralmente devido à simetria facial e por meio de reflexos de estiramento. O movimento deve ser realizado em frente ao espelho para um melhor controle do paciente.

- Eletroterapia: nesta modalidade de tratamento, deve-se levar em consideração a escolha de uma corrente adequada, o tempo de pulso e intensidade da corrente de acordo com a sensibilidade do paciente. Além disso, deve ser realizado eletrodiagnóstico prévio para se diminuir os possíveis efeitos colaterais como a contratura muscular.

- Termoterapia: o calor é utilizado com o objetivo de promover o relaxamento da musculatura na fase de hipertonia da paralisia facial, pois promove aumento da circulação sanguínea no local, maior extensibilidade dos tecidos moles e diminui a resistência dérmica. A termoterapia por calor pode ser aplicada superficialmente através de compressas quentes, infravermelho ou por calor profundo através de ondas curtas, ultrassom .

- Crioterapia: a crioterapia provoca uma vasoconstrição reflexa, causando relaxamento e analgesia. Deve ser aplicada de forma rápida e breve sobre o dermátomo do músculo a ser trabalhado para facilitar a atividade muscular.  Esta técnica tem também como objetivo estimular os pontos motores, obtendo contração muscular na fase flácida da paralisia.


- Massoterapia: a massagem é uma técnica utilizada com o objetivo de diminuir o edema e para melhorar o tônus da musculatura e aumentar a circulação sanguínea. Deve ser feita nas duas hemifaces, com manobras de deslizamento superficial e profundo, de modo correto para não desencadear reações reflexas e piora das retrações musculares. A pompagem (outra técnica de massagem), atua nas fáscias musculares, promovendo uma amplitude dos movimentos e uma analgesia na tensão dos bloqueios faciais.

Fonte: Faça Fisioterapia

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Qualidade de vida da criança e do adolescente asmático


O presente estudo caracteriza-se por uma revisão de literatura, procurando descrever os resultados de várias pesquisas sobre reeducação respiratória (RR) na qualidade de vida de crianças. A asma é uma patologia inflamatória, onde só no Brasil ocorrem em média 350 mil internações, sendo a terceira maior causa em infantes e adultos jovens. O entendimento sobre a patologia é importante para atuar na abordagem dos problemas relacionados a esta doença, como tratá-la e fazendo com que resulte numa melhor qualidade de vida. Dessa forma, com a análise dos artigos revisados é possível concluir que a reeducação respiratória, trás benefícios na melhora de vida das pessoas afetadas pela asma, porém é sempre desejado que mais estudos sejam realizados nessa área para contribuir com a redução deste problema que está presente não só no Brasil, mas também em outros países.
Palavras-Chave: Asma; reeducação respiratória; qualidade de vida; crianças, adolescentes
ABSTRACT
The present study is characterized by a literature review, describing the results of several investigations of respiratory rehabilitation (RR) on quality of life of children. Asthma is an inflammatory disease, occurring only in Brazil where an average of 350,000 hospitalizations and the third leading cause in infants and young adults. An understanding of the pathology is important to act in addressing the problems related to this disease, as it there and making that results in a better quality of life. Thus, the analysis of the papers is possible to conclude that respiratory rehabilitation, back benefits in improving the lives of people affected by asthma, but it is always desired that more studies be conducted in this area to contribute to the reduction of this problem that is present not only in Brazil but also in other countries.
Keywords: Asthma; respiratory rehabilitation; quality of life; child, adolecents
1. INTRODUÇÃO
Asma é definida como sendo uma patologia inflamatória crônica das vias aéreas, afetando pessoas suscetíveis. As principais características são: obstrução intermitente a entrada e saída de ar reversível naturalmente ou não; inflamação das vias aéreas inferiores com ampliação da reatividade das mesmas; episódios periódicos de sibilância, dispneia, aperto no peito, assim como tosse, especialmente à noite e pela manhã ao despertar (SARMENTO, 2010).
No Brasil, ocorrem em média 350 mil internações devido à asma, sendo a quarta maior causa de hospitalização pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e terceira maior causa em crianças e adultos jovens. Por ano as emergências recebem cerca de dois milhões de indivíduos com crise asmática, sendo que destas 47,8% são crianças e adolescentes menores de 18 anos. No Brasil, cerca de 28,57% dessas internações são de crianças entre cinco e nove anos, e no Rio Grande do Sul esta estatística é de 26,67% nesta faixa (SARMENTO 2010).
Em crianças, a asma é caracterizada através de diversos fatores, como distúrbios de sono, limitações ás atividades físicas e redução da autoestima. Além disso, ela pode ser desencadeada pelo exercício físico, fator comum entre crianças; frequência de alergias, com alérgeno inalado desencadeando uma resposta inflamatória; por infecções virais e até por problemas de natureza emocional. Sendo a predominância maior em meninos do que em meninas, na razão de 2:1 (TECKLIN,
2002).
A realização de atividades diárias ou a prática de atividade física alteram o estilo de vida da criança além de diminuírem os níveis de atividade por consequência do desconforto respiratório. Para tanto, o condicionamento físico para estes indivíduos é importante para melhorar a capacidade aeróbica, endurance muscular periférica, e melhorar a coordenação neuromotora infantil (GAVA & PICANÇO, 2007).
A reeducação respiratória é um fator fundamental durante o tratamento do paciente com asma, pode ser realizada através de exercícios respiratórios que também auxiliam na utilização das reservas respiratórias (REZENDE ET AL, 2008).
A qualidade de vida é definida como a percepção individual do ser em relação a sua posição na vida, no contexto cultural, no sistema de valores, na relação dos ideais, expectativas, padrões e preocupação, que tendem a ser alterada em resposta a
doença. Portanto, medir o impacto da asma na qualidade de vida das crianças, apesar de subjetiva, se tornou importante por tentar avaliar o impacto qualitativo da patologia na recuperação do estado físico, emocional e social, não visando apenas à sobrevida dos pacientes (REZENDE ET AL., 2008; TRAVENSOLO & RODRIGUES,
2006).
Para o asmático é importante que se atente a prevenção da patologia, principalmente através da orientação e da educação sobre a doença, com os familiares e com o próprio indivíduo. A compreensão da patologia diminui as internações hospitalares, idas à emergência e o número de crises, além de melhorar a qualidade de vida, sendo fundamental para esta última a completa adesão do paciente no tratamento (GAVA E PICANÇO, 2007; CARMO ET AL, 2011; CHATKIN AT AL,
2006).
O objetivo desta revisão bibliográfica é investigar qual instrumento são validados para analisar a Qualidade de vida de crianças com asma e a efetividade dos estudos de reeducação respiratória na qualidade de vida de vida da criança e do adolescente asmático.
2. METODOLOGIA
Foram incluídos estudos observacionais (estudos de coorte, transversal ou caso-controle), dados de primeira avaliação de ensaios clínicos randomizados ou não que avaliassem a reeducação respiratória em crianças e adolescente.
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados BIREME; SCIELO; MEDLINE; PUBMED; BioMedCentral fazendo uso dos seguintes descritores: fisioterapia, physiotherapy; asma, asthma; qualidade de vida, quality of life; reabilitação, rehabilitation; crianças, child; adolescentes, adolescente; pediátrico, pediatric; infantil, infant.
Inicialmente, os artigos foram revisados apenas pelo pesquisador que escreveu este artigo, primeiro foi selecionado quanto ao título, posteriormente foi realizada uma revisão dos resumos e finalmente a revisão do artigo na íntegra. A pesquisa foi limitada a artigos publicados nos idiomas português e inglês e apenas com seres humanos.
Os critérios de inclusão adotados foram artigos que relacionassem a qualidade de vida de pacientes asmáticos com reabilitação respiratória, adotar a faixa etária superior a seis anos e inferior a 21, percepção da melhora da qualidade de vida pelas
crianças e seus pais e validação de questionários.
Os critérios de exclusão foram: artigos que relacionavam asma e fatores nutricionais; estudos realizados a nível hospitalar, e os que relacionam asma a outras comorbidades, como por exemplo, depressão e rinossinusite.
3. RESULTADOS
Foram encontrados 225 artigos, sobre o assunto relacionado de acordo com os descritores, sendo que após a revisão de títulos e resumos este número reduziu-se para 24 artigos. E após a leitura na íntegra dos mesmos totalizou-se 10 artigos incluídos na presente revisão
O ano de publicação dos estudos foi delimitado entre 2004 e 2014, devido aos poucos artigos encontrados. O maior índice de produções foi encontrado nos anos de 2005 e 2010. No ano de 2005 foi achado dois artigos publicados, e em 2010 três artigos.
A maioria dos estudos tinha o objetivo de avaliar a relação da qualidade de vida com programas de reeducação, a relação da qualidade de vida das crianças com a de seus responsáveis, traduzir e adaptar o questionário sobre qualidade de vida a cultura de certa população.
Na tabela 1, apresentamos as características dos estudos incluídos e na tabela 2, a validação dos questionários.
asma-tabela-01
asma-tabela-02
3. DISCUSSÃO
A qualidade de vida possui um caráter subjetivo, pois depende da percepção do indivíduo avaliado e pode variar, para uma mesma pessoa, no decorrer do tempo. É definida pela Organização Mundial da Saúde como a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupação (TRAVENSOLO & RODRIGUES, 2006).
Em seu estudo Bemt e colaboradores (2010) avaliou a QV de aproximadamente 50 crianças através do questionário QV relacionada à saúde, composto por cinco aspectos: limitação nas atividades, sintomas da asma, impacto na vida social, limitação por causas ambientais e o impacto mental e social da doença. As maiores partes destes aspectos fazem parte de questionários amplamente utilizados (PAQLQ, HAY, PedsQL, CAQB). A partir da análise dos dados da QV relacionada a saúde, o autor pode concluir que a asma influencia a vida física, emocional e social de crianças, fatores estes também constatados por Aunstin e colaboradores (2005) em seu estudo, em que obteve maior percepção do impacto da asma nas crianças com asma leve, com relação distúrbio do sono, limitações nas atividades físicas e redução da autoestima.
Rezende e colaboradores (2008) aplicaram o PAQLQ e PACQLQ a cinco crianças e a seis responsáveis, o mesmo aplicou um questionário composto por 12 questões baseado em um proposto por Juniper, para que pudesse correlacionar a percepção sobre a qualidade de vida das crianças asmáticas e de seus responsáveis. Embora não tenha ocorrido melhora evidente na QV pré e pós o programa de reabilitação, houve uma percepção de melhora dos responsáveis em 12 das 23 questões Sarria e colaboradores (2010) utilizaram o PAQLQ com o intuito de avaliar as propriedades do questionário. Sendo o mesmo aplicado em 125 crianças e adolescentes, com m é d i a d e idade de 11 anos e comprovaram a adequação do PAQLQ desenvolvida pelo MAPI Institute em 2001.
McGran e colaboradores (2010) observaram que a reeducação respiratória traz benefícios á QV de crianças asmáticas através da aplicação do PAQLQ. Mesmo com as diferenças populacionais, uma vez que o estudo de Sarria e colaboradores (2010) ocorreram no Brasil e o de McGran e colaboradores (2010) foram desenvolvidos no Canadá, foi possível compreender que houve melhora na percepção criança quanto a sua qualidade de vida.
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Em seu estudo, realizado na Polônia, Stelmach ecolaboradores (2011), assim como, Rezende e colaboradores (2008), no Brasil, comparou a percepção dos pais e das crianças asmáticas quanto à qualidade de vida. Enquanto Stelmach e colaboradores (2011) utilizou o PACQLQ, Rezende e colaboradores (2008) aplicou uma versão adaptada do mesmo questionário com um número reduzido de questões aos pais, outra diferença importante nos esboços no tamanho da amostra, na qual Stelmach e colaboradores (2011) possui uma amostra 18 vezes maior que a desenvolvida por Rezende e colaboradores (2008). Mesmo assim, eles alcançaram os mesmos resultados após a aplicação de um programa de reeducação respiratória, percebendo que na análise do PAQLQ aplicado as crianças não havia diferença significativa na melhora da qualidade de vida, mas quanto à avaliação dos pais houve melhora no desempenho das atividades de vida diária das crianças, e melhora na qualidade de vida dos pais também.
Assim como La Scala e colaboradores (2005), Ricci e colaboradores (2009) visava comprovar através de seu projeto que o PAQLQ, na versão do país em questão, no caso de La Scala e colaboradores (2005) a versão Brasileira e de Ricci e colaboradores (2009) a versão Italiana, era válida e possuía eficácia na avaliação da qualidade de vida de infantes e adolescentes asmáticos, sendo evidenciado, em ambos, que as versões eram válidas. No entanto, La Scala e colaboradores (2005) não faz menção sobre a capacidade do PAQLQ de avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde de crianças com boa função pulmonar, enquanto que Ricci e colaboradores (2009) afirmam em sua pesquisa que o PAQLQ é ineficaz para a avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde nestas crianças, sendo necessária a utilização de um instrumento mais sensível para esta averiguação.
Rezende e colaboradores (2008) observou que não houve diferença significativa comparando as questões da qualidade de vida da criança antes e após o programa de reabilitação pulmonar, porém os pais perceberam melhora na sua qualidade de vida em relação o quanto os pais/responsáveis passaram noites sem dormir por causa da asma da criança. Ao contrário de Rezende e colaboradores (2008), Stelmach e colaboradores (2011) constataram uma melhora na qualidade de vida da criança quanto ao fator emocional e as atividades, resultando em uma melhora na qualidade de vida dos cuidadores se relaciona ao controle da asma pela criança.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das pesquisas e consultas realizadas artigos, foi possível nesta revisão, conhecer e descrever o conceito sobre a asma e como a reeducação respiratória pode trazer benefícios na qualidade de vida de crianças.
Esta é uma doença que atinge a população mundial, presente em todas as faixas etárias. Mas a prevalência da asma é maior em crianças, e nesta faixa etária a maior incidência no sexo masculino.
A reeducação respiratória promove melhora no desempenho das atividades diárias, proporcionando melhora na qualidade de vida infantil, juntamente a isso melhora na qualidade de vida dos pais.

Fonte: Nova Fisio

A fisioterapia na saúde da mulher: uma ênfase no câncer de mama e suas complicações



O câncer de mama é uma das neoplasias que mais acometem as mulheres e representa segundo tipo de câncer mais frequente no mundo.A atividade física de maneira regular, prescrita corretamente está relacionada à redução dos riscos de câncer em até 30%, além de ser um efetivo mecanismo no controle de peso. Nos casos de diagnóstico, estudos apontam o exercício físico como uma forma alternativa na preservação das funções fisiológicas e metabólicas, principalmente na preparação física e psicológica do indivíduo a enfrentar o tratamento.

Nos últimos 20 anos, as técnicas de tratamento do câncer de mama sofreram significativas mudanças, as cirurgias são menos radicais e a terapêutica complementar – radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia procuram estabelecer uma relação adequada e equilibrada entre dosagem e efeitos secundários, assim como dosagem e eficácia de tratamento. A remoção do tumor e dos tecidos adjacentes constitui uma das etapas mais importantes no tratamento do câncer de mama.
A indicação de diferentes tipos de cirurgia depende do estadiamento clínico e do tipo histológico do tumor, podendo ser conservadora, ressecção de um segmento da mama, (com retirada dos gânglios axilares ou linfonodo sentinela) e ainda a não-conservadora, denominada de mastectomia. Observa-se que independente da abordagem cirúrgica utilizada para retirada do tumor, as inúmeras complicações decorrentes do tratamento para o câncer da mama são dolorosas, incapacitantes, desagradáveis e perturbam a recuperação das mesmas, sendo inquestionáveis as influências dessas sobre a capacidade funcional.

As complicações pós-cirúrgicas, de um modo geral, podem estar presentes em todas as fases do tratamento de câncer da mama, as mais comuns são: aumento do tamanho do diâmetro do membro; tensão da pele e risco de colapso e infecção da pele; rigidez e diminuição da amplitude de movimento, nomeadamente nos dedos, punho e cotovelo; distúrbios sensoriais na mão e uso reduzido do membro superior nas atividades funcionais. A necessidade de movimentação precoce no membro com exercícios realizados com orientações de fisioterapeutas será decisiva na reabilitação dos movimentos destas mulheres, e principalmente diminuirá as possíveis complicações, reinserindo-as de forma mais rápida as suas atividades de vida diária.

Sabe-se que a fisioterapia no cuidado a mulher com câncer de mama é de fundamental importância, envolvendo desde a prevenção(quando devemos orientá-las quanto ao auto-exame, a realização de mamografias periódicas), no pré-operatório (quando devemos esclarecer como deverá ser a postura adotada), o empenho necessário durante a reabilitação e os cuidados necessários e no pós operatório (quando atuamos na reabilitação propriamente dita).

A literatura divide a atuação do fisioterapeuta em três momentos, no pré-operatório e no pós-operatório imediato e tardio.

O cuidar fisioterapêutico, inicia-se no pré-operatório e deve identificar fatores que possam contribuir para o aparecimento de futuras complicações decorrentes da cirurgia a ser realizada. O fisioterapeuta, nesta etapa, deverá realizar um estudo sobre todo o histórico clínico da paciente visando obter uma maior compreensão do quadro. Essa avaliação detalhada deverá ser realizada observando o estado geral, os sinais vitais, a função cardiopulmonar, a funcionalidade, a amplitude de movimento dos ombros e da cintura escapular, a força muscular dos membros superiores, a perimetria e volumetria dos membros superiores e a postura.

Já no pós-operatório imediato o tratamento recomendado vão desde as orientações aos cuidados nas execuções das atividades de vida diária, até exercícios e terapia de apoio. Nesta etapa do tratamento, um protocolo deverá ser seguido incluindo a reeducação respiratória, mobilização ativo-assistida e ativa dos membros superiores, massagens para prevenção de aderências, fibroses e linfedemas, deambulação precoce com orientação postural, posicionamento do membro superior ipsilateral à cirurgia em 30 graus de flexão e abdução do ombro, exercícios circulatórios, controle de dor com o uso da neuroeletroestimulaçãotranscutânea (TENS), estímulo às atividades de vida diária e orientação quanto à realização de movimentos livres de ombros e pescoço.

No pós-cirúrgico tardio, o atendimento passa a ser ambulatorial, e as pacientes devem ser constantemente reavaliadas. Este trabalho poderá ser individual ou em pequenos grupos, dependendo da demanda das pacientes. Esta fase de tratamento merece uma atenção especial, pois irá permitir a prevenção de problemas articulares, num contexto já sobrecarregado por tensões físicas e psicológicas .

Durante o tratamento o protocolo a seguir deverá abranger alongamentos da musculatura cervical, da cintura escapular e dos membros superiores associados a padrões respiratórios. O uso de força e a realização de exercícios isométricos só serão iniciados depois que a amplitude de movimento for restaurada. A carga usada não deverá ultrapassar 2 kg, pois um excesso de peso poderia levar à formação de edema linfático.  Neste caso, a paciente será submetida à drenagem linfática manual visando à prevenção de linfedemas, fibroses e aderências.


Com isso, percebe-se a importância do fisioterapeuta no cuidado as mulheres com Câncer de mama, em todas as suas fases de tratamento, não limitando a fase de reabilitação tardia, acompanhada na maioria das vezes, por inúmeras complicações, as quais determinam uma dependência funcional às suas atividades de vida diária. Neste sentido, os discentes de fisioterapia devem vivenciar estas abordagens em todas as suas etapas, sendo capaz de contribuir para a melhor qualidade de vida destas mulheres.

Efeitos da equoterapia em crianças com distúrbios autistas: revisão de literatura



1. RESUMO

Autismo é um transtorno invasivo do desenvolvimento e inclui danos na interação social, na comunicação, tem padrões comportamentais repetidos, pouco interesse, e tem início antes dos 3 anos de idade. Ed. Washington DC: APA, (1994). A causa do autismo é ainda desconhecida. Dezenas de estudos tentam desvendar os fatores genéticos que se associam à doença.¹ Objetivo: Nesse sentido o objetivo do estudo é realizar uma revisão do material disponível na literatura a respeito dos efeitos da equoterapia em crianças com distúrbios autistas. Resultados: Ao total de 29 artigos relacionados ao tema e após critérios adotados para exclusão, seis estudos foram selecionados para a parte de análise crítica do conteúdo, onde eles mostraram que a equoterapia é um tratamento benéfico para crianças com distúrbios autistas. Conclusão: Concluímos então que a equoterapia pode sim vir a ser um ótimo tratamento em crianças autistas, pois como vimos em todos os artigos científicos que utilizamos nesse trabalho houve varias comprovações de que o tratamento com cavalo traz diversos benefícios para essas crianças.

2. INTRODUÇÃO

Autismo é um transtorno invasivo do desenvolvimento e inclui danos na interação social, na comunicação, tem padrões comportamentais repetidos, pouco interesse, e tem início antes dos 3 anos de idade. Ed. Washington DC: APA, (1994)². A causa do autismo é ainda desconhecida. Dezenas de estudos tentam desvendar os fatores genéticos que se associam à doença. Algumas causas associadas ao autismo tais como deficiência mental, convulsões, diminuição de neurônios, maior tamanho do encéfalo, maior concentração de serotonina, são causas neurobiológicas e sugerem forte componente genético. MUHLE R, (2014)³.
O autismo tem uma estatística de vinte entre cada dez mil nascidos e é quatro vezes mais comum entre meninos do que meninas. Está presente em todo o mundo e em famílias de qualquer configuração racial, étnica e social. Os primeiros sinais podem ser observados entre os 4 e os 8 meses de idade, devido ao atraso da fala e da motricidade. Porém, o diagnóstico requer um exame físico, neurológico e psicopedagógico.
As manifestações clínicas variam em níveis de gravidade, algumas crianças, por exemplo, denominadas de “autistas de alto funcionamento”, chegam a se desenvolver de maneira parcial e independente, apresentando um nível de intelecto dentro da normalidade, o que os permite ter uma qualidade de vida(QV). KLIN (2000)³. Algumas características da criança autista segundo MONTEIRO(2000) 4, é ausência de movimentos antecipatórios quanto de movimentos de ajustamento a pessoas que a sustenta. Manipula os objetivos de forma repetitiva. Tem um interesse em movimentos circulares. Qualquer mudança no cotidiano é rebatido com grande violência.
O tratamento é complexo, concentrando-se em uma abordagem medicamentosa destinada a redução de sintomas-alvo, representados principalmente por agitação, agressividade e irritabilidade, que geralmente impedem o encaminhamento dos pacientes a programas de estimulação e educacionais. (ASSUMPÇÃO; PIMENTEL,2000) 5.
A equoterapia é um método terapêutico que utiliza cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais. Segundo FREIRE e POTSCH em 2005 6, as terapias usando cavalo podem ser consideradas como um conjunto de técnicas reeducativas que agem para superar danos sensoriais, motores e comportamentais, através de uma atividade lúdico-desportiva, que tem como meio o cavalo. As terapias utilizando animais promovem benefícios relacionados ao bem estar físicas e emocionais. Os animais não possuem as mesmas capacidades, experiências e poder de cura que um médico especializado apresenta, porém, devido ao seu afeto, amor incondicional e características físicas, o relaxamento e a estabilidade, a diminuição de comportamentos agressivos no homem poderá surgir após e durante esta interação. Além disso, os animais aceitam as pessoas como elas são sem quaisquer distinções físicas ou psicológicas. (BRITO, 2007) 7.
A prática de equoterapia objetiva os benefícios físicos, psíquicos, educacionais e sociais de pessoas com necessidades especiais, incluindo as crianças com autismo, sendo indicada para patologias ortopédicas, neuromusculares, cardiovasculares e respiratórias (LERMOTOV, 2004) 8. Como contra indicações, temos algumas patologias neuro/psiquiátricas, dermatológicas e alérgicas, urológicas, pneumológicas, protológicas, algumas ortopédicas, cardiovasculares e oncológicas. O paciente deverá apresentar uma avaliação médica, psicológica e fisioterápica, para poder ser enquadrado em um programa de equoterapia. SANTOS (2005) 9.
Nesse sentido o objetivo do estudo é realizar uma revisão do material disponível na literatura a respeito dos efeitos da equoterapia em crianças com distúrbios autistas.

4. METODOLOGIA CIENTÍFICA

Neste estudo foi realizada uma revisão de literatura, onde foram coletados e analisados dados científicos referentes aos efeitos da equoterapia em crianças autistas. Todos os artigos revisados foram retirados gratuitamente dos sites de base de dados MEDLINE, PUBMED, SCIELO, BVS, no período de 10 de outubro a 30 de novembro de 2014, com a utilização das palavras chaves: Equoterapia, autismo, crianças. Os critérios de inclusão adotados nesta pesquisa foram estudos que avaliassem os efeitos da equoterapia em crianças autistas e excluídos os artigos que avaliaram os efeitos da equoterapia em adultos autistas e equoterapia em outras síndromes.

5. RESULTADOS
Após o processo de busca que resultou num total de vinte e nove artigos relacionados ao tema, dez estudos foram excluídos pela análise das palavras chaves e resumos. Sendo assim restaram seis artigos que encontraram associações entre os efeitos da equoterapia em crianças autistas e esses foram incluídos para discussão. Dos artigos selecionados todos foram estudos de casos, sendo publicados entre 1999 e 2014. Quatro das publicações eram em português, duas em inglês. Os resultados obtidos com essa pesquisa foram descritos no quadro a seguir:
Quadro1 – Resumos dos efeitos causados pelo tratamento com equoterapia em crianças autistas.

equoterapia

7. DISCUSSÃO

A equoterapia se mostrou um tratamento eficiente em crianças que apresentam o distúrbio autista. FREIRE em (1999) 10, fez um estudo de caso com um paciente autista, onde houve em alguns aspectos iniciação e melhora em outros, principalmente no desenvolvimento perceptivo, motor, hábitos, de independência corporal, coordenação motora, área emocional, linguagem e no social desse individuo. Caçador (2014)¹¹, também fez um estudo onde utilizou docentes de crianças autistas, onde o mesmo descreveu as opiniões dos docentes com relação ao tratamento com equoterapia para essas crianças, a opinião desses docentes foi dada depois que leram à vários artigos falando sobre equoterapia e as suas repercussões, os mesmos responderam ao questionário onde deixava claro as suas opiniões sobre o tratamento, se tinha ou não benefícios para essa síndrome. A grande maioria entendeu que a equoterapia era um tratamento favorável a esses indivíduos, e disseram perceber mudanças e progressão no comportamento e desenvolvimento dessas crianças. Apesar dos dois estudos serem sobre equoterapia pode-se perceber que são estudos diferentes, com metodologias diferentes, mas que obtiveram resultados parecidos onde ambos relatam no desenvolvimento motor e no comportamento.
Em mais um estudo, sendo esse de VAN DER HOUT e BRAGONJE (2010) ¹², um tratamento realizado com a equoterapia em 60 crianças por um período de 10 semanas onde se usou uma escala a CARS para mensurar os níveis de autismo e as suas alterações antes e depois do tratamento, constatou após o tratamento uma melhora significativa, mas onde se mostrou uma maior evolução desses pacientes depois do tratamento foi na sociabilidade, consciência sensorial, motora e cognitiva, segundo VAN DER HOUT (2010), a equoterapia apresentou-se de forma bastante eficaz, assim como ele e todos os outros autores relataram sempre uma melhora quando o tratamento foi feito com cavalos. Outro estudo, só que de WUANG et al. em (2010)¹³, utilizou a mesma quantidade de crianças, mas essa quantidade foi divida em dois grupos(A e B), e para avaliar assim como VAN DER HOUT(2010) utilizou escalas, a de BOTMP e TSIF que avaliam desenvolvimento sensorial e motor pré e pós tratamento com a equoterapia. A intervenção foi de 44 semanas e todas as crianças realizaram até o final. Observou evolução em todas as crianças na coordenação, no controle motor, na velocidade, destreza, controle visual, e agilidade. Em ambos os estudos houve evolução no distúrbio autista, apesar de obterem resultados parecidos, os autores utilizaram métodos e escalas diferentes.
BIAZUS em (2010)¹4, utilizando duas crianças com síndromes diferentes, uma com síndrome do autismo que faz tratamento há dois anos e a outra com síndrome de down que está iniciando o tratamento, em ambos os casos ele achou resultados favoráveis onde a equoterapia ajudava na melhora do quadro clínico, principalmente no equilíbrio. Leitão em (2004)¹5, fez um estudo onde realizou 73 sessões de equoterapia em 5 crianças autistas onde realizava uma sessão por semana, confirmou que a equoterapia tem um efeito benéfico nesse tipo de síndrome principalmente em crianças, onde essa terapia se beneficia da desorganização que ocorre nessas crianças, utilizou de forma lúdica a equoterapia e obteve resultados incríveis, na interação social e despertou nessas crianças a empatia e o ato de confiar. Esses dois autores utilizaram a equoterapia para tratamento só que de forma totalmente diferente, mas pode-se ver que ambos obtiveram melhoras, mas em setores diferentes, provavelmente pela forma que o tratamento foi abordado em casa caso.

8. CONCLUSÃO

O autismo é um distúrbio onde se tem uma alteração tanto na vida social, quanto no desenvolvimento sensitivo, cognitivo e motor, além de ter limitações funcionais.

Concluímos então que a equoterapia pode sim vir a ser um ótimo tratamento em crianças autistas, pois como vimos em todos os artigos científicos que utilizamos nesse trabalho houve varias comprovações de que o tratamento com cavalo traz diversos benefícios para a criança, tais como, desenvolvimento motor e sensorial, de linguagem, aprendizado, cognição, afetivo, equilíbrio, empatia e um dos principais interações social, com a melhora desses aspectos as crianças são beneficiadas e tem uma inserção maior na sociedade. Sendo assim comprovamos que esses estudos apresentam segurança em relação ao tratamento com a equoterapia.

Fonte: Nova Fisio