segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

A Fisioterapia ontem e hoje



É comum ouvirmos comentários de como a Fisioterapia é uma profissão nova. E realmente esse ponto de vista não está errado. É realmente nova quando comparamos com a Medicina, por exemplo, que é muito mais antiga e proporcionalmente tem mais profissionais atuantes. Hoje, a Fisioterapia conta com um pouco mais de 170mil profissionais em todo o Brasil, enquanto a Medicina, 347 mil profissionais.

Mas quando o assunto é evolução, a Fisioterapia não fica atrás de muitas profissões antigas. Se compararmos os anos que a profissão tem, com as evoluções sofridas, a Fisioterapia não deixa a desejar.
Agentes importantes como o calor, frio, água, eletricidade e o toque foram observados pelo homem como finalidades terapêuticas desde os primórdios da humanidade.  Essa prática intuitiva e empírica foi transformando-se com o decorrer do tempo até atingir o que hoje se constitui a Fisioterapia.

Considera-se a profissão nova porque sua regulamentação aconteceu à pouco tempo. Mas se formos observar, a China registra obras de cinesioterapia em 2698 a.C., e a Índia, na mesma época, utilizava serviços respiratórios para combater constipação. A própria eletroterapia é antiga, Aristóteles em 381 a.C. utilizava o peixe elétrico nos tratamentos.

Quando os grandes conflitos bélicos aliados à evolução da farmacoterapia e dos procedimentos médicos começaram a produzir um número cada vez maior de pacientes, isto é, de sobreviventes e conseqüentemente de seqüelados, sendo na sua grande maioria amputados, sentiu-se a necessidade da formação de profissionais específicos para a área de reabilitação e assim nasceram os primeiros cursos de Fisioterapia. O primeiro curso que foi em 1902 em Kiel e a seguir em Dresden em 1918, ambos na Alemanha.

O primeiro curso de formação de técnicos em Fisioterapia surgiu em 1951. E em 1956, a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação cria o primeiro curso de Fisioterapia de nível superior do país, no Rio de Janeiro.

A década de 60 caracterizou-se por intensas mobilizações da categoria, mesmo que de forma centralizada no eixo Rio - São Paulo, e que culminou com o Decreto Lei nº 938, do dia 13 de Outubro de 1969 reconhecendo a profissão de Fisioterapeuta. Começava aí, uma profissão promissora e cada vez mais visada.

Escola de Reabilitação do Rio de Janeiro, em 1956, o Instituto de Reabilitação de São Paulo, em 1958, e a Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (Fundação Arapiara), em 1962 foram as primeiras escolas de Fisioterapia do Brasil, antes mesmo da regulamentação. Mesmo sem saber exatamente o que era a Fisioterapia, muitos alunos ficaram interessados e ingressaram nesse curso.
Muitas faculdades vieram a investir nesse novo curso, vendo o crescente aumento de pessoas interessadas. Em muitos casos, nem os professores sabiam todas as matérias que o curso poderia englobar. A anatomia era ministrada de acordo com a formação do professor. Como não havia Fisioterapeutas para ministrar as aulas, a anatomia era dada por outros profissionais da saúde.

Outra importante evolução da profissão foi o tempo da faculdade, que antes de 1984 era apenas de 3 anos. Após 1984 passou a ser 4 anos, sofrendo uma boa  reestruturação da base acadêmica, deixando a faculdade mais apropriada à profissão. O 1º encontro nacional de Professores de Fisioterapia aconteceu em 1985, em Belo Horizonte.

O primeiro problema para os recém-formados em Fisioterapia era o pouco conhecimento da população para a área. Por isso, o emprego era escasso sendo quase obrigatório o Fisioterapeuta virar empreendedor, ou seja, montar seu próprio negócio.

A Fisioterapia ainda tem muito a conquistar. Atualmente, o trabalho de prevenção e a reabilitação conservadora estão cada vez mais requisitados e mais visados pelos pacientes. A Fisioterapia ainda vai evoluir muito se analisarmos rigorosamente o perfil populacional.

Fonte: Fisioterapia.com 

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