É comum ouvirmos comentários de como a Fisioterapia é uma
profissão nova. E realmente esse ponto de vista não está errado. É realmente
nova quando comparamos com a Medicina, por exemplo, que é muito mais antiga e
proporcionalmente tem mais profissionais atuantes. Hoje, a Fisioterapia conta
com um pouco mais de 170mil profissionais em todo o Brasil, enquanto a
Medicina, 347 mil profissionais.
Mas quando o assunto é evolução, a Fisioterapia não fica
atrás de muitas profissões antigas. Se compararmos os anos que a profissão tem,
com as evoluções sofridas, a Fisioterapia não deixa a desejar.
Agentes importantes como o calor, frio, água, eletricidade e
o toque foram observados pelo homem como finalidades terapêuticas desde os
primórdios da humanidade. Essa prática
intuitiva e empírica foi transformando-se com o decorrer do tempo até atingir o
que hoje se constitui a Fisioterapia.
Considera-se a profissão nova porque sua regulamentação
aconteceu à pouco tempo. Mas se formos observar, a China registra obras de
cinesioterapia em 2698 a.C., e a Índia, na mesma época, utilizava serviços
respiratórios para combater constipação. A própria eletroterapia é antiga,
Aristóteles em 381 a.C. utilizava o peixe elétrico nos tratamentos.
Quando os grandes conflitos bélicos aliados à evolução da
farmacoterapia e dos procedimentos médicos começaram a produzir um número cada
vez maior de pacientes, isto é, de sobreviventes e conseqüentemente de
seqüelados, sendo na sua grande maioria amputados, sentiu-se a necessidade da
formação de profissionais específicos para a área de reabilitação e assim
nasceram os primeiros cursos de Fisioterapia. O primeiro curso que foi em 1902
em Kiel e a seguir em Dresden em 1918, ambos na Alemanha.
O primeiro curso de formação de técnicos em Fisioterapia
surgiu em 1951. E em 1956, a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação
cria o primeiro curso de Fisioterapia de nível superior do país, no Rio de
Janeiro.
A década de 60 caracterizou-se por intensas mobilizações da
categoria, mesmo que de forma centralizada no eixo Rio - São Paulo, e que
culminou com o Decreto Lei nº 938, do dia 13 de Outubro de 1969 reconhecendo a
profissão de Fisioterapeuta. Começava aí, uma profissão promissora e cada vez
mais visada.
Escola de Reabilitação do Rio de Janeiro, em 1956, o
Instituto de Reabilitação de São Paulo, em 1958, e a Faculdade de Ciências
Médicas de Minas Gerais (Fundação Arapiara), em 1962 foram as primeiras escolas
de Fisioterapia do Brasil, antes mesmo da regulamentação. Mesmo sem saber
exatamente o que era a Fisioterapia, muitos alunos ficaram interessados e
ingressaram nesse curso.
Muitas faculdades vieram a investir nesse novo curso, vendo
o crescente aumento de pessoas interessadas. Em muitos casos, nem os professores
sabiam todas as matérias que o curso poderia englobar. A anatomia era
ministrada de acordo com a formação do professor. Como não havia
Fisioterapeutas para ministrar as aulas, a anatomia era dada por outros
profissionais da saúde.
Outra importante evolução da profissão foi o tempo da
faculdade, que antes de 1984 era apenas de 3 anos. Após 1984 passou a ser 4
anos, sofrendo uma boa reestruturação da
base acadêmica, deixando a faculdade mais apropriada à profissão. O 1º encontro
nacional de Professores de Fisioterapia aconteceu em 1985, em Belo Horizonte.
O primeiro problema para os recém-formados em Fisioterapia
era o pouco conhecimento da população para a área. Por isso, o emprego era
escasso sendo quase obrigatório o Fisioterapeuta virar empreendedor, ou seja,
montar seu próprio negócio.
A Fisioterapia ainda tem muito a conquistar. Atualmente, o
trabalho de prevenção e a reabilitação conservadora estão cada vez mais
requisitados e mais visados pelos pacientes. A Fisioterapia ainda vai evoluir
muito se analisarmos rigorosamente o perfil populacional.
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