Apesar da osteoporose ser uma doença metabólica do tecido
ósseo, caracterizada por perda gradual de massa, enfraquecimento dos ossos por
deterioração da microarquitetura tecidual (o que os torna frágeis e suscetíveis
a fraturas), um fator importante na terapia é a introdução de exercícios. Neste
contexto, a fisioterapia tem papel fundamental tanto na adequação de vida,
quanto na orientação de atividades físicas.
De acordo com o fisioterapeuta Giuliano Martins, diretor
regional da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRColuna) e
proprietário do ITC Vertebral Ribeirão Preto (SP), não se deve proibir o
portador de osteoporose de andar, caminhar, tomar sol, tudo pelo receio da
fratura, mas sim é necessário e importante adequar sua vida e suas necessidades
e reduzir riscos. “A fisioterapia é indicada para prevenir complicações, como
deformidades e fraturas ósseas e também para fortalecer músculos, ossos e
articulações, para assim melhorar a qualidade de vida do paciente. Ela ainda
oferece benefícios cardíacos e respiratórios, além de favorecer o equilíbrio,
fator importante para se evitar quedas”, admite.
Martins revela que as sessões de fisioterapia são indicadas
de duas a quatro vezes por semana, na clínica ou em domicílio, mas não exclui a
necessidade de uma alimentação rica em cálcio e de medicamentos receitados pelo
médico. “Os exercícios fisioterapêuticos podem prevenir deformidades, como a
posição corcunda, melhora do tônus muscular e para manter a boa amplitude das
articulações. As atividades precisam ser individualizadas e orientadas por um
profissional, para que sejam adequadas de acordo com os sintomas apresentados
pelo paciente”, relata.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia, 10 milhões de brasileiros sofrem de osteoporose. Uma a cada quatro
mulheres com mais de 50 anos desenvolve a doença. No Brasil, a cada ano,
ocorrem cerca de 2,4 milhões de fraturas decorrentes da patologia. A entidade
também identificou que 200 mil pessoas morrem todos os anos no país devido à
doença. Mesmo após uma fratura osteoporótica, o diagnóstico acaba não sendo
feito e o paciente não é encaminhado para tratamento, de acordo com a
Sociedade.
O especialista informa que nos estágios iniciais da
osteoporose a perda de massa óssea é assintomática. “Quando a perda óssea é
mais significativa e acarreta em alterações clínicas, observa-se uma diminuição
da estatura e aumento da cifose dorsal, devido a deformidades por compressão ou
fratura das vértebras. Como consequência de quedas, macro traumas ou mesmo de
baixo impacto, podem causar também fraturas dos ossos longos (fêmur e rádio).
Assim que a osteoporose for diagnosticada, um acompanhamento médico é
essencial. São recomendados medicamentos específicos que aumentem a absorção do
cálcio e sua deposição nos ossos, suplementação de cálcio e vitamina D”, diz.
Para evitar as quedas e as lesões, Martins aconselha a
retirada de tapetes, uma disposição adequada de móveis e evitar o uso
indiscriminado de tranquilizantes. “Outros exercícios como caminhadas, dança,
hidroginástica, pilates ou ioga também são recomendados no tratamento porque
ajudam a retardar a perda da massa óssea e melhoraram o equilíbrio e a força.
No entanto, estes movimentos só devem ser desenvolvidos sob a supervisão do
fisioterapeuta”, alerta.
Saiba mais
O fisioterapeuta Giuliano Martins afirma que as mulheres têm
mais osteoporose do que os homens, pois possuem ossos mais finos e mais leves e
apresentam perda importante durante a menopausa. “No entanto, homens com
deficiência alimentar de cálcio e vitaminas estão sujeitos à doença. Inclusive,
o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) criou o Programa de
Osteoporose Masculina (PROMA), desde março de 2004, com o objetivo de
quantificar as vítimas da doença para tratá-las e estudar a sua incidência”,
comenta.
O principal exame para rastreamento e diagnóstico da
osteoporose é a densitometria óssea, que avalia a densidade dos ossos e
músculos do corpo e pode identificar quando eles estão muito finos ou então
quando a perda ainda está no início. Além desse, a radiografia também pode ser
utilizada para a investigação da doença.
Fonte: Fisioterapia.com
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