O Crossfit atualmente em alta no mercado,passou a ser uma
das atividades praticadas por inúmeros pacientes em minha clínica, trazendo a
necessidade de estudo aprofundado desses exercícios.
Considerado e utilizado pelas principais academias de
polícia, grupos de operação tática e unidades de operações especiais do
exército americano, ganhou status no mercado brasileiro entre atletas
profissionais, amadores e pessoas comuns.
A prática foi discriminada pela rabdomiólise, que são
distúrbios eletrolíticos devido a uso excessivo e estafante das fibras
musculares, com liberação da mioglobina e levando a uma insuficiência renal. A
rabdomiólise é popularmente conhecida como o Palhaço da Crossfit. Mas seria
realmente algo tão verossímil?
Toda atividade física que exija um stress muito alto e em um
período muito extenso vai causar alterações nocivas fisiológicas, ou seja, uma
maratona pode levar a estas alterações. Além disso, os casos que foram
relacionados ao Crossfit são de 2005 e 2007, quando o Crossfit tinha como foco
o endurance. Atualmente o trabalho é feito para esporte de força resistida.
Portanto um trabalho multidisciplinar surge, e parcerias com
fisioterapeutas são úteis e proveitosas. Os instrutores de Crossfit podem
utilizar de direções e consultoria da fisioterapia. As alterações físicas que
ocorrem derivam de qualquer esporte, com um efetiva direcionamento pode-se
corrigir um agachamento para minimizar uma retroversão pélvica, reeducando o
atleta para não lesionar sua região lombar, por exemplo.
Liberar as cadeias musculares com o método Busquet ou outros
métodos de educação e alívio de tensões podem e devem ser utilizados de forma
preventiva, evitando lesões. Específico para prevenir a rabdomiólise ( que sim,
será argumentado por seus pacientes), pode-se insistir na hidratação intensa,
início dos treinos com intensidade baixa, cargas moderadas, ciclos e repetições
de menor velocidade e número e uma atenção mais que especial para as contrações
excêntricas.
As pessoas sabem seus limites?
Eu sempre tive dúvidas quanto a isso. Quando se espalharam
as academias ao ar livre, sem profissionais para orientar foram vistas cenas
bizarras de atividades executadas de forma incorreta, nociva e perigosa. O que
me deixou sempre atento as questões fisiológicas a que estavam submetidas
pessoas sem o conhecimento adequado sobre a atividade física. Por isso, uma
orientação profissional é essencial.
Atividade física seja ela qual for, será saudável se o corpo
estiver preparado para aquela exigência. Isso serve para corredores amadores,
ciclistas, jogadores de futebol amadores e também para os praticante de
Crossfit.
Quando iniciei meu trabalho com os instrutores do Crossfit
foi questionado como seria a reação das pessoas ao saber que os praticantes
faziam fisioterapia? Pois existe o fantasma do Palhaço do Crossfit, existem
percalços, as pessoas entendem que o Crossfit machuca se você o correlacionar
com uma clínica de reabilitação? Será? Depois que nossa intervenção terapêutica
começou a ser conhecida pelos praticantes e o quanto o desempenho e melhora
física foi alcançado pode-se entender a importância do nosso trabalho.
Proporcionar a educação em saúde, entrar em contato com os
praticantes e instrutores de crossfit, orientar, tratar, prevenir, não é mais
uma opção para nós fisioterapeutas. Procure um espaço de Crossfit próximo a
você, procure entender a atividade e vai ver que nós fisioterapeutas seremos
importantes para garantir o alcance do desempenho.
Sempre aconselho a buscar um trabalho personalizado e
individualizado, com atenção as reais necessidades físicas de cada atleta, seja
ele amador ou profissional. Só assim garantiremos o alcance da alta performance
com o risco mínimo para a saúde. Portanto o crossfit é uma opção que não deve
ser negligenciada e é mais um mercado que se abre para nós fisioterapeutas.
Fonte: NovaFisio
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