segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Transplante de medula óssea – qual a importância do fisioterapeuta?



Acredito que com a quebra do paradigma câncer x morte, a fisioterapia oncológica tem cada vez mais demonstrando sua importância na área, com os avanços técnicos- científicos o tempo de sobrevida do pacientes com câncer tem aumentado e a necessidade de um profissional capacitado para o manejo das sequelas advindas do próprio tratamento (cirurgia, quimioterapia e radioterapia) tem permitido que o fisioterapeuta especialista em oncologia alcance seu espaço dentro da equipe multiprofissional.

O fisioterapeuta que trabalha com oncologia, dentro desse universo de medos e incertezas, deve tirar o foco da doença e voltar o paciente para sua independência funcional e qualidade de vida. Nessa área temos a liberdade de atuar em todas as fases do tratamento, desde o diagnóstico até o momento em que não há possibilidade de cura (cuidados paliativos)garantindo o conforto aos nossos pacientes.

Dentro da oncohematologia uma das áreas que o fisioterapeuta tem papel relevante é no atendimento de pacientes que passam pelo Transplante de Medula Óssea (TMO), uma modalidade terapêutica que consiste na infusão intravenosa de células progenitoras hematopoéticas normais para substituição de células doentes, com o objetivo de restabelecer a função da medula danificada. Essas células “mãe” podem ser obtidas do próprio paciente (transplante autogênico), de um irmão gêmeo idêntico (transplante singênico) ou de um doador compatível que seja familiar ou não (transplante alogênico). O TMO é um termo genérico que vem sendo substituído por Transplante de Células Progenitoras Hematopoéticas (TCPH), já que atualmente o transplante pode ser realizado além da medula óssea, com sangue periférico ou pelo cordão umbilical.

O profissional que atende um paciente que passou ou passará por esse tipo de tratamento deve sempre
acompanhar os exames complementares, principalmente o hemograma de rotina, pois a baixa contagem de células no sangue é um efeito frequente nos pacientes pós-TMO e as sessões de fisioterapia devem ser baseadas de acordo com cada tipo e nível de célula diminuída, o profissional deve estar igualmente atento ao processo de fadiga oncológica e a existência de comprometimento ósseo (principalmente em pacientes com Mieloma Múltiplo) para indicação da atividade mais apropriada.

É importante lembrar que a fadiga oncológica é um sintoma bastante presente nos pacientes com câncer, entre 76 a 95% segundo dados da literatura, ela pode ser definida como um sintoma subjetivo de cansaço extremo que pode ou não melhorar com o repouso, é de difícil manejo por ser multifatorial envolvendo aspectos físicos, psicológicos e cognitivos.

O seu tratamento pode incluir informações de cunho educativo, intervenções farmacológicas e/ou não farmacológicas, fisioterapia oncológica com enfoque na conservação de energia (planejamento de atividades e programação de tempo de repouso) e promoção de exercícios físicos individualizados (caminhada, relaxamento, alongamento etc). Estudos tem demonstrado que exercícios aeróbicos são eficazes na abordagem da fadiga oncológica, mas sempre devem ser prescritos de acordo com o estado geral do paciente.

A fadiga oncológica devido à inatividade e repouso prolongado no leito pode estar associada à redução da capacidade/independência funcional, fraqueza muscular, descondicionamento físico, contraturas, dor e impacto sobre o sistema cardiorrespiratório, pois durante a TMO o paciente está sujeito a necessidade de longos períodos de isolamento protetor e a exposição a agentes tóxicos dos quimioterápicos. A fisioterapia nessa fase pode ajudar por meio de intervenção precoce, através de um arsenal de técnicas para prevenção das complicações oriundas do imobilismo de acordo com as condições e necessidades de cada paciente.

Já em relação às complicações tardias, elas podem ser divididas em: relacionadas ao processo de transplante e relacionadas ao regime de condicionamento (fase de imunossupressão induzida para erradicar a doença residual e promover a “pega” das células saudáveis).
Entre as complicações que a fisioterapia pode atuar de maneira mais efetiva estão as disfunções pulmonares, atraso do desenvolvimento motor em crianças e outras sequelas decorrentes do imobilismo como citado anteriormente, por meio da cinesioterapia motora e respiratória, estimulação psicomotora e sensorial ere-inserção do paciente em suas atividade do cotidiano, demonstrando assim que o fisioterapeuta tenha importante papel dentro da equipe multidisciplinar na recuperação funcional e qualidade de vida global de pacientes que realizaram transplante.


Fisioterapia é aliada no combate à osteoporoseo



Apesar da osteoporose ser uma doença metabólica do tecido ósseo, caracterizada por perda gradual de massa, enfraquecimento dos ossos por deterioração da microarquitetura tecidual (o que os torna frágeis e suscetíveis a fraturas), um fator importante na terapia é a introdução de exercícios. Neste contexto, a fisioterapia tem papel fundamental tanto na adequação de vida, quanto na orientação de atividades físicas.

De acordo com o fisioterapeuta Giuliano Martins, diretor regional da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRColuna) e proprietário do ITC Vertebral Ribeirão Preto (SP), não se deve proibir o portador de osteoporose de andar, caminhar, tomar sol, tudo pelo receio da fratura, mas sim é necessário e importante adequar sua vida e suas necessidades e reduzir riscos. “A fisioterapia é indicada para prevenir complicações, como deformidades e fraturas ósseas e também para fortalecer músculos, ossos e articulações, para assim melhorar a qualidade de vida do paciente. Ela ainda oferece benefícios cardíacos e respiratórios, além de favorecer o equilíbrio, fator importante para se evitar quedas”, admite.

Martins revela que as sessões de fisioterapia são indicadas de duas a quatro vezes por semana, na clínica ou em domicílio, mas não exclui a necessidade de uma alimentação rica em cálcio e de medicamentos receitados pelo médico. “Os exercícios fisioterapêuticos podem prevenir deformidades, como a posição corcunda, melhora do tônus muscular e para manter a boa amplitude das articulações. As atividades precisam ser individualizadas e orientadas por um profissional, para que sejam adequadas de acordo com os sintomas apresentados pelo paciente”, relata.

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, 10 milhões de brasileiros sofrem de osteoporose. Uma a cada quatro mulheres com mais de 50 anos desenvolve a doença. No Brasil, a cada ano, ocorrem cerca de 2,4 milhões de fraturas decorrentes da patologia. A entidade também identificou que 200 mil pessoas morrem todos os anos no país devido à doença. Mesmo após uma fratura osteoporótica, o diagnóstico acaba não sendo feito e o paciente não é encaminhado para tratamento, de acordo com a Sociedade.

O especialista informa que nos estágios iniciais da osteoporose a perda de massa óssea é assintomática. “Quando a perda óssea é mais significativa e acarreta em alterações clínicas, observa-se uma diminuição da estatura e aumento da cifose dorsal, devido a deformidades por compressão ou fratura das vértebras. Como consequência de quedas, macro traumas ou mesmo de baixo impacto, podem causar também fraturas dos ossos longos (fêmur e rádio). Assim que a osteoporose for diagnosticada, um acompanhamento médico é essencial. São recomendados medicamentos específicos que aumentem a absorção do cálcio e sua deposição nos ossos, suplementação de cálcio e vitamina D”, diz.

Para evitar as quedas e as lesões, Martins aconselha a retirada de tapetes, uma disposição adequada de móveis e evitar o uso indiscriminado de tranquilizantes. “Outros exercícios como caminhadas, dança, hidroginástica, pilates ou ioga também são recomendados no tratamento porque ajudam a retardar a perda da massa óssea e melhoraram o equilíbrio e a força. No entanto, estes movimentos só devem ser desenvolvidos sob a supervisão do fisioterapeuta”, alerta.

Saiba mais

O fisioterapeuta Giuliano Martins afirma que as mulheres têm mais osteoporose do que os homens, pois possuem ossos mais finos e mais leves e apresentam perda importante durante a menopausa. “No entanto, homens com deficiência alimentar de cálcio e vitaminas estão sujeitos à doença. Inclusive, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) criou o Programa de Osteoporose Masculina (PROMA), desde março de 2004, com o objetivo de quantificar as vítimas da doença para tratá-las e estudar a sua incidência”, comenta.

O principal exame para rastreamento e diagnóstico da osteoporose é a densitometria óssea, que avalia a densidade dos ossos e músculos do corpo e pode identificar quando eles estão muito finos ou então quando a perda ainda está no início. Além desse, a radiografia também pode ser utilizada para a investigação da doença.


Por que se especializar em fisioterapia oncológica?



O câncer é a segunda maior causa de morte em nossa sociedade, ficando atrás apenas para as doenças cardiovasculares. E tenho uma má e uma boa noticia, vamos começar pela má: estima-se para o ano de 2015 mais de 517 mil novos casos de câncer no Brasil, isso mesmo… MAIS DE 500 mil pessoas receberam o diagnóstico da doença. Agora vamos para boa, os avanços científicos, principalmente na última década aumentam consideravelmente a chance de cura e sobrevida dos pacientes.

Os pacientes oncológicos precisam passar por diversos tratamentos agressivos, como cirurgias para retirada de tumores e necessitando às vezes da remoção parcial ou total de órgãos, quimioterapia e/ou radioterapia, diante disso diversas comorbidades atingem o paciente durante e após o tratamento, necessitando de profissionais da saúde que estejam empenhados em prevenir ou minimizar as sequelas/complicações relacionadas ao tratamento ou a doença, entre eles o fisioterapeuta.

O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional reconhece na resolução nº364/2009 a Fisioterapia Onco-funcional como especialidade que tem como objetivo preservar, manter, desenvolver e restaurar a integridade cinético-funcional de órgãos e sistemas do paciente, assim como prevenir os distúrbios causados pelo tratamento oncológico.

Também diversos estudos vem comprovando a importância e eficácia da atuação da fisioterapia em pacientes com diversos tipos de cânceres e também em diferentes estágios da doença, o que inclui os cuidados paliativos.

Então diante do exposto, se fizermos uma conta rápida entre a quantidade de pacientes que necessitam ou necessitarão do atendimento fisioterapêutico e o número de profissionais especializados e capacitados para suprir essa demanda à conta não fecha.

O paciente oncológico apresenta particularidades, devido as disfunções orgânicas e complicações oriundas da progressão tumoral e/ou pelos tratamentos anti-neoplásicos realizados, que faz com que o atendimento por um profissional não capacitado traga riscos a sua saúde e menor chance de resolução do quadro.

Por isso, profissionais que tenham entre suas principais virtudes a empatia e benevolência, devem procurar aprender mais sobre essa especialidade, havendo interesse se especializar na área da oncologia, estudar para entender não apenas o tratamento, mas a evolução da doença e assim estar qualificado para lidar com todos os aspectos do paciente com neoplasia seja adulto, idoso ou criança.

Então por que se especializar em fisioterapia oncológica?

1º As sequelas do tratamento oncológico repercutem diretamente sobre a funcionalidade do paciente em suas atividades de vida e laborais, necessitando do fisioterapeuta para minimizar esse impacto negativo.

2º Os sobreviventes de câncer precisam receber tratamento fisioterapêutico adequado para obter melhora da auto-estima, funcionalidade, dignidade e qualidade de vida.

3º O mercado precisa de profissionais preparados e dedicados para atender essa alta demanda de pacientes em todos os níveis de atenção à saúde.

4º Cresce o número de instituições privadas e públicas que atendem especificamente pacientes com câncer.

5º A Fisioterapia Oncológica pelos motivos citados acima é uma área em ascensão dentro da profissão e que merece continuar crescendo com excelentes profissionais que tenham como objetivo fazer a diferença na vida dos pacientes com câncer e seus familiares.


Como prevenir o desgaste nos joelhos



O processo de desgaste das estruturas do joelho pode ser muito doloroso e até incapacitante. A longo prazo, muitas pessoas acabam recorrendo à cirurgia por não suportarem os sintomas do problema. Daí a necessidade de hábitos de vida adequados para prevenir o desgaste nos joelhos.

Causas para o desgaste nos joelhos
Em muitas situações, a causa para o problema é desconhecida. Mas em outros casos pode estar associado a patologias (como a artrose), fatores hereditários e até mesmo à obesidade, uma vez que o peso corporal muito elevado tende a sobrecarregar os joelhos. O envelhecimento também contribui para o desgaste natural da região, assim como as lesões, traumas e fraturas causadas por diferentes fatores.

Principais sintomas do desgaste nos joelhos
– Sensação de fisgadas súbitas no joelho;

– Ocorrências frequentes de “pisadas em falso”;

– Fraqueza e rigidez muscular;

– Percepção de “rangidos” no joelho;

– Dor com fadiga ao se levantar após um período longo em posição sentada;

– Em casos mais avançados poderá surgir uma deformação do joelho, como mudanças no alinhamento da região.

Quando ocorre um desgaste nos joelhos, o indivíduo poderá perceber uma inflamação na região, normalmente, acompanhada de inchaço e vermelhidão. Mas é fundamental não confundir a inflamação com uma simples retenção de líquidos.

Dicas para evitar o desgaste nos joelhos
– Cuidado com o seu peso! Procure adotar uma alimentação saudável e balanceada;

– Procure investir, preferencialmente, em dietas que ajudem a renovar a cartilagem (legumes, gelatina, ovos, bacalhau, etc);

– Procure manter uma prática regular de atividades físicas, mas sempre com a supervisão de um profissional e sem exagerar nos esforços empreendidos. A natação, por exemplo, é um dos esportes mais apropriados para a saúde articular;

– Sempre realize alongamentos antes de se exercitar;

– Quando realizar caminhadas/corridas, procure utilizar um bom calçado com um sistema de amortecimento seguro.


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Principais lesões do joelho



Uma das maiores articulações do nosso corpo é o joelho, basicamente formada por três ossos: o fêmur, a tíbia e a patela que estão ligados por meio de algumas estruturas como meniscos, tendões dos músculos das coxas e panturrilhas e ligamentos. Por ser bastante vulnerável aos traumas diretos e indiretos, além do seu alto uso (muitas vezes de maneira inadequada), o joelho é uma das áreas que mais sofrem lesões no corpo humano.

No dia a dia, diferentes ocasiões podem favorecer o aparecimento de patologias no joelho, como traumas ou posturas incorretas, por exemplo, mas é no meio esportivo que a incidência de lesões é bem maior, estando no auge das ocorrências ortopédicas. Isso ocorre porque, caso a prática esportiva não seja realizada de maneira dosada, pode acabar sobrecarregando o joelho, gerando efeitos nocivos e muitas vezes de ampla gravidade.

Veja abaixo as principais patologias que acometem o joelho:

– Ligamento Cruzado Anterior

O LCA conecta a tíbia ao fêmur, protegendo o joelho de importantes movimentos que o esporte exige, por exemplo, envolvendo rotação e translação, como é o caso dos movimentos para mudar de direção. Uma vez rompido o LCA, o indivíduo passa a sentir bastante dificuldade para realizar algumas atividades que envolvam a rotação do joelho.

– Ligamento Cruzado Posterior

A principal função do LCP é impedir a translação posterior da tíbia em relação ao fêmur, além de prevenir a rotação externa da tíbia. Lesões nesta estrutura levam à instabilidade do joelho e hiperpressão femoropatelar, podendo causar desde a dor característica até alterações degenerativas.

– Luxação patelar

A patela pode luxar ou sair da articulação com menor frequência ou de forma recidivante, principalmente em mulheres jovens. Para o surgimento de patologias a partir da luxação patelar, diversos fatores são analisados como sexo, idade, atividades corriqueiras, dentre outras. Em alguns casos é comum o surgimento da Síndrome fêmoro-patelar que causa, dentre outros sintomas, dor no joelho pelo contato entre a patela e o fêmur por questões anatômicas ou desequilíbrios musculares. Entre as causas para a luxação patelar estão os casos de patela alta e alterações ósseas do fêmur, por exemplo.

– Condromalácia patelar         

Conhecida popularmente por joelho de corredor, a condromalácia patelar surge em decorrência de um “amolecimento” da cartilagem. A causa não é exata, mas pode estar relacionada com fatores anatômicos, histológicos e fisiológicos. Um dos fatores comuns é por sobrecarga. Dentre os sintomas podem ser apontados: inchaço por baixo da edema do joelho; dor constante no meio do joelho; dor durante uma corrida, ao descer ou subir escadas e ao ficar muito tempo sentado.

– Artrose do joelho

Por suportar bastante peso ao longo do dia é normal que com o passar dos anos seja verificado um processo de desgaste da cartilagem ou “artrose”. Muitas vezes, o paciente apresenta o problema no joelho, mas não sente dores associadas.

– Tendinite patelar

Patologia do tendão patelar que, normalmente, relaciona-se com atividades no esporte que envolvem saltos e desacelerações bruscas, é o caso do atletismo e do futebol, por exemplo. Também conhecida como “joelho do saltador”, trata-se de uma das doenças do joelho mais comuns que afetam os atletas.

– Sindrome do corredor

Consiste numa inflamação da banda iliotibial (região lateral da coxa) como consequência da flexo-extensão excessiva do joelho que é resultante de fatores que promoveram um aumento na tensão ou atrito na região. Os principais sintomas são hipersensibilidade, dor e queimação na região lateral do fêmur. Diversos fatores podem favorecer o aparecimento da lesão, como calçados inadequados, sobrecarga provocada por treinamentos e competições e encurtamentos musculares.

– Lesões de menisco

O menisco é uma estrutura localizada no meio do joelho, entre o fêmur e a tíbia. Eles são responsáveis pela absorção dos impactos realizados sobre os joelhos e diferentes situações podem gerar lesões nessas estruturas, especialmente, nos casos de movimentos de giro.

– Cisto de Baker

Diferentes patologias que afetam os joelhos, como artrose, lesões meniscais, lesões na cartilagem, dentre outras, podem promover um aumento na produção de líquido sinovial, popularmente conhecida por sinovite, que levará a formação do cisto de Baker. Os principais sintomas são dor e rigidez no joelho e inchaço na parte de trás (às vezes, estendendo-se para a perna). O aumento de líquido provoca uma saliência, causando sensação de desconforto atrás do joelho.


Porquê diagnosticar, prognosticar e planejar o tratamento



Mais que uma obrigação prevista na Resolução COFFITO 414/12, a sequência de ações em questão é demanda necessária para organização do trabalho da Fisioterapia, porque define o ponto de partida, o provável “destino” e os meios para realização dessa “viagem”. Em oportunidade anterior, falamos sobre diagnóstico fisioterapêutico, sem o qual não é possível sistematizar o tratamento simplesmente por inexistir referência para comparação futura.

O prognóstico fisioterapêutico é a estimativa de evolução do caso, a opinião do profissional sobre a melhor capacidade física que o paciente está sujeito a alcançar depois de submetido ao tratamento. O ato de antecipação deve utilizar elementos que amparem as predições, tais como os índices aplicados aos pacientes críticos, e os quadros predispostos ao desenlace negativo, o rótulo de prognóstico reservado.

O plano terapêutico compreende a descrição dos procedimentos fisioterapêuticos propostos relatando os recursos, métodos e técnicas a serem utilizados e o(s) objetivo(s) terapêutico(s) a ser(em) alcançado(s), bem como o quantitativo provável de atendimento, ou seja, são três variáveis a consignar no mesmo item, relacionadas umas às outras para configurar o nexo de causalidade entre elas.
Na área de terapia intensiva, na qual são frequentes as oscilações no estado de saúde do paciente, a dificuldade em estabelecer a sistemática de assistência é potencialmente prejudicada pelas referidas intercorrências, porém não exime o fisioterapeuta de registrá-la na qualidade de dado básico obrigatório do prontuário. Na admissão do paciente, o diagnóstico é classificatório da funcionalidade, seguido do prognóstico, para o qual há meios de atingi-lo, o plano de tratamento, influenciável por situações que renovam ou não o fluxo a seguir.


Considerando Contingência como intervenção casual, resta evidente a viabilidade para que o trabalho seja executado com os marcos acima mencionados, não obstante a necessidade de aprimorar essa dinâmica em função das particularidades da área de atuação, porque precisamos saber o que estamos fazendo e onde queremos chegar.


Fonte: NovaFisio

Fisioterapia dermato-funcional e as cicatrizes


Áreas de Intervenção da dermato-funcional:
A intervenção da Fisioterapia Dermato-funcional divide-se em duas grandes áreas: reparadora e estética. Da primeira fazem parte problemas como:
•             úlceras;
•             cicatrizes;
•             feridas;
•             queimaduras.

Por outro lado a área estética é responsável por intervenção em distúrbios, como:
•             Envelhecimento cutâneo (rugas, manchas e pele desvitalizada);
•             Acne;
•             Hiperlipodistrofia (“gordura localizada”);
•             Flacidez (dérmica e muscular);
•             Estrias; Fibro edema gelóide (“celulite”);

As cicatrizes podem ser hipertróficas ou queloides. A hipertrófica pode regredir espontaneamente e a hipertrofia ocorre dentro dos limites da lesão. Os queloides não apresentam essa melhora espontânea: a fibrose forma-se além dos limites da lesão e os portadores têm sensação de prurido, ferroadas ou queimação.

Recursos Terapêuticos nas Cicatrizes hipertróficas e queloides:
•             Terapia compressiva – Prevenção de instalação de cicatrizes hipertróficas. A compressão parece estar associada à oclusão de pequenos vasos dentro da cicatriz, reduzindo a atividade fibroblástica;

•             Corticoides – injeção intralesional de triancinolona inibe a síntese de colagénio. Constitui a primeira linha de atuação nos queloides;

•             Cirurgia – remoção da cicatriz;

•             Crioterapia (promove destruição celular por anóxia) – congelamento com nitrogênio líquido;

•             Microdermoabrasão;

•             Massagem – eficaz na prevenção e no tratamento, permitindo alongamento do tecido conjuntivo;

•             Corrente galvânica/Ionização – a componente polar da galvanização favorece a regressão das cicatrizes hipertróficas. A iontoforese com princípios como a hialuronidase ou iodo apresenta bons resultados na alteração do arranjo estrutural do tecido conjuntivo;

•             Hialuronidase – enzima de difusão que promove despolimerização do ácido hialurónico, produzindo uma maior permeabilidade interfibrilar;

•             Iodo – principio ativo com efeito esclerolítico;

•             Ultrassom terapêutico/Fonoforese – participa na mobilização de aderências cicatriciais, graças aos seus efeitos sobre a substância fundamental amorfa e as fibras de colagênio;

•             Laser – provoca fototermólise de células endoteliais dos vasos da cicatriz. Resultados interessantes na redução de cicatrizes hipertróficas e hiperpigmentadas.

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO 

As diferenças das pisadas


Poucas pessoas sabem que cada indivíduo possui uma maneira diferente de pisar, por isso, diagnosticar a forma de como o seu pé toca o chão auxilia na hora de praticar exercícios e realizar os compromissos do dia a dia.
Existem três tipos de pisada que podem ser classificadas como: pronada, supinada e neutra.
A pisada pronada é caracterizada como “pisada para dentro”. O arco plano e a parte interna do pé ficam totalmente apoiados no chão, o que acaba comprometendo outras regiões do copo como os joelhos, quadril e a coluna. Já a pisada supinada é o oposto da pronada, com o arco cavo o indivíduo toca o chão com a parte externa do pé, o que também compromete o próprio membro e os tornozelos.
neutra é a pisada normal, que toca o chão de forma centralizada. Essa forma de pisar é capaz de fornecer mais distribuição de carga e evita os tornozelos de sofrerem alguns desconfortos.
A forma como pisamos pode estar associado a diversos fatores, por isso, usar o calçado de maneira errada pode motivar lesões em várias partes do copo, especialmente em pessoas que pisam de forma incorreta.
Os danos de não utilizar o calçado de forma correta vão desde lesões, calos e bolhas nos pés até problemas crônicos, como tendinite, canelites, fraturas e deformidades ósseas. O único especialista que pode avaliar com precisão a sua pisada é o fisioterapeuta.
O método que o profissional utiliza é o exame de pedígrafo, no qual o paciente pisa sobre uma plataforma que carimba os pés, de forma que o fisioterapeuta visualize a forma da sua pisada. Outra maneira de diagnosticar o problema é através da baropodometria, onde a pessoa fica descalço e pisa em um tablado com sensores de pressão.
Quando andamos ou corremos nosso corpo aplica uma força de, aproximadamente, oito vezes do nosso corpo ao tocar o chão. Dores e incômodos no tornozelo, joelho, quadril e até na coluna pode estar associado à forma de como você pisa, sendo assim, avaliar a sua pisada é fundamental.

Crossfit e a fisioterapia



O Crossfit atualmente em alta no mercado,passou a ser uma das atividades praticadas por inúmeros pacientes em minha clínica, trazendo a necessidade de estudo aprofundado desses exercícios.

Considerado e utilizado pelas principais academias de polícia, grupos de operação tática e unidades de operações especiais do exército americano, ganhou status no mercado brasileiro entre atletas profissionais, amadores e pessoas comuns.

A prática foi discriminada pela rabdomiólise, que são distúrbios eletrolíticos devido a uso excessivo e estafante das fibras musculares, com liberação da mioglobina e levando a uma insuficiência renal. A rabdomiólise é popularmente conhecida como o Palhaço da Crossfit. Mas seria realmente algo tão verossímil?

Toda atividade física que exija um stress muito alto e em um período muito extenso vai causar alterações nocivas fisiológicas, ou seja, uma maratona pode levar a estas alterações. Além disso, os casos que foram relacionados ao Crossfit são de 2005 e 2007, quando o Crossfit tinha como foco o endurance. Atualmente o trabalho é feito para esporte de força resistida.

Portanto um trabalho multidisciplinar surge, e parcerias com fisioterapeutas são úteis e proveitosas. Os instrutores de Crossfit podem utilizar de direções e consultoria da fisioterapia. As alterações físicas que ocorrem derivam de qualquer esporte, com um efetiva direcionamento pode-se corrigir um agachamento para minimizar uma retroversão pélvica, reeducando o atleta para não lesionar sua região lombar, por exemplo.

Liberar as cadeias musculares com o método Busquet ou outros métodos de educação e alívio de tensões podem e devem ser utilizados de forma preventiva, evitando lesões. Específico para prevenir a rabdomiólise ( que sim, será argumentado por seus pacientes), pode-se insistir na hidratação intensa, início dos treinos com intensidade baixa, cargas moderadas, ciclos e repetições de menor velocidade e número e uma atenção mais que especial para as contrações excêntricas.

As pessoas sabem seus limites?

Eu sempre tive dúvidas quanto a isso. Quando se espalharam as academias ao ar livre, sem profissionais para orientar foram vistas cenas bizarras de atividades executadas de forma incorreta, nociva e perigosa. O que me deixou sempre atento as questões fisiológicas a que estavam submetidas pessoas sem o conhecimento adequado sobre a atividade física. Por isso, uma orientação profissional é essencial.

Atividade física seja ela qual for, será saudável se o corpo estiver preparado para aquela exigência. Isso serve para corredores amadores, ciclistas, jogadores de futebol amadores e também para os praticante de Crossfit.

Quando iniciei meu trabalho com os instrutores do Crossfit foi questionado como seria a reação das pessoas ao saber que os praticantes faziam fisioterapia? Pois existe o fantasma do Palhaço do Crossfit, existem percalços, as pessoas entendem que o Crossfit machuca se você o correlacionar com uma clínica de reabilitação? Será? Depois que nossa intervenção terapêutica começou a ser conhecida pelos praticantes e o quanto o desempenho e melhora física foi alcançado pode-se entender a importância do nosso trabalho.

Proporcionar a educação em saúde, entrar em contato com os praticantes e instrutores de crossfit, orientar, tratar, prevenir, não é mais uma opção para nós fisioterapeutas. Procure um espaço de Crossfit próximo a você, procure entender a atividade e vai ver que nós fisioterapeutas seremos importantes para garantir o alcance do desempenho.

Sempre aconselho a buscar um trabalho personalizado e individualizado, com atenção as reais necessidades físicas de cada atleta, seja ele amador ou profissional. Só assim garantiremos o alcance da alta performance com o risco mínimo para a saúde. Portanto o crossfit é uma opção que não deve ser negligenciada e é mais um mercado que se abre para nós fisioterapeutas.


Fonte: NovaFisio

Fadiga Oncológica



Existem relatos de que a deterioração da condição física pode persistir durante anos após o término do tratamento em até 30% dos pacientes que sobrevivem ao câncer.

A origem da fadiga é multifatorial e aspectos psicológicos aparecem como fator etiológico importante, além da anemia, deterioração do estado nutricional, distúrbios do sono, alterações bioquímicas secundárias à doença e ao tratamento, e redução do nível de atividade.

A fadiga representa somente um aspecto da deterioração física que vive o paciente com câncer. A doença é seguida por uma síndrome astênica que consiste em dois componentes: um objetivo (perda da “performance” física), que pode ser medido quantitativamente com testes e exames físicos; e outro subjetivo (fadiga).

Como todo fenômeno subjetivo, a percepção da fadiga depende da experiência passada e pode variar nos diversos momentos do tratamento na medida em que se torne crônica. Gradualmente, o paciente com câncer se acostuma a sua deterioração física. Assim, os parâmetros subjetivos de avaliação do paciente vão se modificando durante o curso da doença, alterando o seu relato.

Considerando-se por uma perspectiva ampla, a fadiga é um instrumento normal e necessário de auto-regulação fisiológica.

Quando acontece após atividade intensa e prolongada, protege o corpo de um esforço exagerado. Entretanto, a fadiga pode ser também patológica se ocorre durante uma atividade normal, se persiste por um longo tempo, quando não melhora após o descanso ou se torna severa o bastante para forçar o paciente a reduzir o nível de sua atividade.

Dimeo avaliou a relação entre fadiga e condição física. Encontrou uma estreita correlação entre fadiga e distúrbios do humor. A condição física entretanto, não estaria relacionada diretamente à fadiga, mas sim a distúrbios do humor (porém, pacientes com melhor “performance” apresentam melhor equilíbrio emocional).

Se distúrbios do humor podem ser a conseqüência ou a causa da deterioração da “performance” física é difícil determinar; ambas as possibilidades parecem plausíveis. A deterioração física pode resultar do aumento da dependência, diminuição da auto-estima e da redução das atividades sociais. Pode ser interpretada pelo paciente como um sinal de piora da doença, levando ao aumento do “stress” emocional. Por outro lado, pacientes depressivos e ansiosos tendem a reduzir suas atividades, permanecendo maior tempo em casa, adotando uma atitude mais passiva, o que contribui para diminuir o seu condicionamento muscular e a “performance” física.

A associação entre “performance” física e alterações emocionais em pacientes com câncer, pode ter uma conseqüência terapêutica através da promoção de programas de atividades físicas que favorecem a melhora de estados depressivos de humor. Trabalhos que preconizam programas de treinamento aeróbico reportam uma melhora significativa da “performance” física e estabilidade emocional nos pacientes.

A fadiga seguida aos tratamentos oncológicos (cirurgia, radioterapia, quimioterapia) pode ser o fator determinante do aumento do tempo de permanência no leito em pacientes oncológicos.