quinta-feira, 30 de julho de 2015

Sexualidade da mulher no climatério: um olhar da fisioterapia



O processo de envelhecimento é decorrente de vários fatores e está relacionado com o declínio fisiológico, bioquímico e funcional dos órgãos, no qual a mulher, especificamente, está susceptível a várias doenças, principalmente após a instalação da menopausa, determinando várias modificações na vida da mulher.

Dentre as fases do ciclo vital feminino, está o climatério e a menopausa, onde o climatério é caracterizado pela transição do período reprodutivo para o não reprodutivo, que se inicia por volta dos 45 anos. E a menopausa é o marco dessa fase que corresponde ao último ciclo menstrual, somente reconhecido depois de ter passada 12 meses da sua ocorrência.

O climatério pode ser vivenciado de forma patológica, apresentando perdas e ameaças, havendo necessidade de um acompanhamento médico. Por outro lado, pode ser considerado como uma oportunidade de viver experiências gratificantes, favorecendo a reflexão sobre a trajetória de vida, a renovação, o crescimento, a maturidade e a realização.

A queda da função hormonal ovariana no climatério ocasiona alterações no aparelho genital que podem interferir na resposta sexual. Os sintomas clássicos da hipotrofia genital que podem ocorrer devido ao hipoestrogenismo são: ressecamento vaginal, prurido, irritação, ardência e sensação de pressão. Esses sintomas podem influenciar a sexualidade da mulher, especialmente na relação sexual com penetração, causando dor (dispareunia).

No entanto, a história de vida pessoal, seu relacionamento afetivo com o companheiro, o contexto na qual a mulher está inserida, assim como situações prévias ao surgimento da menopausa também podem influenciar no exercício da sexualidade. Transformações de ordem biológica e psíquica acontecem concomitantemente às alterações hormonais e a forma como a mulher vivenciará sua sexualidade, será influenciada pelo meio em que ela está inserida.

A sexualidade da mulher durante o climatério é rodeada de muitos mitos, tabus e preconceitos. E atualmente, vem sendo considerada como um dos pilares para a qualidade de vida da população em geral, porém sabemos que com o envelhecimento esta é influenciada por fatores anatômicos e fisiológicos, como também psicossociais e culturais.

Com isso, é importante que a mulher conheça as modificações que ocorrem em seu corpo e que os profissionais da área da saúde se dediquem mais ao cuidado da saúde da mulher, em busca de uma melhor qualidade de vida nesta fase.


Pensando nisso, a disciplina prática de fisioterapia em ginecologia e obstetrícia através de uma abordagem em grupo, vem tentando através de suas atividades com mulheres no climatério/menopausa abordar estas temáticas, às vezes pouco discutidas em outros espaços sociais. Bem como, semanalmente realiza exercícios próprios para o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, o que melhora consideravelmente a atividade sexual das mulheres. Despertando também, o interesse de algumas acadêmicas nesta área, a exemplo da graduanda Isabelle de Lucena Thó, que abordou esta temática no seu trabalho de conclusão de curso.

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