O processo de envelhecimento é decorrente de vários fatores
e está relacionado com o declínio fisiológico, bioquímico e funcional dos
órgãos, no qual a mulher, especificamente, está susceptível a várias doenças,
principalmente após a instalação da menopausa, determinando várias modificações
na vida da mulher.
Dentre as fases do ciclo vital feminino, está o climatério e
a menopausa, onde o climatério é caracterizado pela transição do período
reprodutivo para o não reprodutivo, que se inicia por volta dos 45 anos. E a
menopausa é o marco dessa fase que corresponde ao último ciclo menstrual,
somente reconhecido depois de ter passada 12 meses da sua ocorrência.
O climatério pode ser vivenciado de forma patológica,
apresentando perdas e ameaças, havendo necessidade de um acompanhamento médico.
Por outro lado, pode ser considerado como uma oportunidade de viver
experiências gratificantes, favorecendo a reflexão sobre a trajetória de vida,
a renovação, o crescimento, a maturidade e a realização.
A queda da função hormonal ovariana no climatério ocasiona
alterações no aparelho genital que podem interferir na resposta sexual. Os
sintomas clássicos da hipotrofia genital que podem ocorrer devido ao
hipoestrogenismo são: ressecamento vaginal, prurido, irritação, ardência e
sensação de pressão. Esses sintomas podem influenciar a sexualidade da mulher,
especialmente na relação sexual com penetração, causando dor (dispareunia).
No entanto, a história de vida pessoal, seu relacionamento
afetivo com o companheiro, o contexto na qual a mulher está inserida, assim
como situações prévias ao surgimento da menopausa também podem influenciar no
exercício da sexualidade. Transformações de ordem biológica e psíquica
acontecem concomitantemente às alterações hormonais e a forma como a mulher
vivenciará sua sexualidade, será influenciada pelo meio em que ela está
inserida.
A sexualidade da mulher durante o climatério é rodeada de
muitos mitos, tabus e preconceitos. E atualmente, vem sendo considerada como um
dos pilares para a qualidade de vida da população em geral, porém sabemos que
com o envelhecimento esta é influenciada por fatores anatômicos e fisiológicos,
como também psicossociais e culturais.
Com isso, é importante que a mulher conheça as modificações
que ocorrem em seu corpo e que os profissionais da área da saúde se dediquem
mais ao cuidado da saúde da mulher, em busca de uma melhor qualidade de vida
nesta fase.
Pensando nisso, a disciplina prática de fisioterapia em
ginecologia e obstetrícia através de uma abordagem em grupo, vem tentando
através de suas atividades com mulheres no climatério/menopausa abordar estas
temáticas, às vezes pouco discutidas em outros espaços sociais. Bem como,
semanalmente realiza exercícios próprios para o fortalecimento da musculatura
do assoalho pélvico, o que melhora consideravelmente a atividade sexual das
mulheres. Despertando também, o interesse de algumas acadêmicas nesta área, a
exemplo da graduanda Isabelle de Lucena Thó, que abordou esta temática no seu
trabalho de conclusão de curso.
Fonte: Ciências Médicas Paraíba
Nenhum comentário:
Postar um comentário