quinta-feira, 30 de julho de 2015

Síndrome de Down: do nascimento aos primeiros passos



Autora: VANESSA S. AZEVEDO

INTRODUÇÃO
Síndrome de Down é um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam atraso no desenvolvimento motor e mental. Se estabelece a partir de uma falha genética relacionada à contagem de cromossomos. Portadores da síndrome ao invés de terem 46 cromossomos por célula e 23 pares, possuem 47 cromossomos, sendo um extra no par de numero 21.

Inicialmente conhecida como mongolismo em associação às características físicas semelhantes à raça mongólica, passou a ser chamada de Síndrome de Down ou Trissomia do 21 devido ao cromossomo extra existente no par 21.

A gravidez em idade avançada (acima de 35 anos) é considerada o principal fator de risco para o nascimento de crianças sindrômicas. Essa alteração relaciona-se a um erro na formação de uma das células reprodutivas (óvulo ou espermatozoide).

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Definição da síndrome

As habilidades psicomotoras são desencadeadas a partir do desenvolvimento fetal. Ao longo dos primeiros anos ocorre a formação das redes neurais que facilitam o desenvolvimento motor.

Ao longo da vida ocorre o amadurecimento e a construção da inteligência caracterizado pelas transformações graduais decorrentes das experiências vividas e das interações com o ambiente.

É de extrema importância para a criança que ela interaja com o ambiente, isso permitirá que ela adquira habilidades cognitivas e o movimento é a chave para essa interação.

O desenvolvimento cognitivo faz com que a criança explore o mundo à sua volta de forma organizada. Contudo, um atraso nessa organização pode significar um déficit em outras áreas, inclusive no que se diz respeito ao desenvolvimento sensório-motor.

A Síndrome de Down é uma doença genética caracterizada pelo atraso no desenvolvimento neuro-psico-motor. Contudo, com o conjunto de estímulos adequados, uma criança com SD é capaz de adquirir as mesmas habilidades motoras que uma criança com desenvolvimento normal, apesar do surgimento tardio.

Existem 3 tipos da síndrome: Trissomia Livre (95%), 47cromossomos em todas as células, devido erro na separação cromossômica dos gametas maternos e paternos; translocação (4%), onde o cromossomo extra está ligado a um outro par cromossômico que não seja o par 21; e o mosaicismo, onde o indivíduo possui os dois tipos celulares, as normais com 46 cromossomos e as trissomicas com 47 cromossomos.

A SD tem uma incidência de 1 sindrômico a cada 600 nascidos vivos e frequentemente ocorre em mães com idade avançada. O diagnóstico é realizado pela observação do fenótipo característico e a hipotonia generalizada associada à frouxidão ligamentar, o que explica o atraso motor; além do déficit no desenvolvimento.

Patologias Associadas

Existe uma serie de malformações associadas à síndrome, mas são as cardiopatias congênitas as maiores causas de mortalidades nos primeiro anos de vida (40% a 50% dos casos), tendo incidência de 1 para 2 sendo mais frequente em mulheres com SD. O diagnóstico deve ser realizado até o sexto mês de vida, mesmo em pacientes assintomáticos.

Outras patologias que ocorrem na SD, além das cardiopatias são problemas pulmonares (resfriado e pneumonias); problemas gastro-intestinais (obstrução intestinal e ânus imperfurado); problemas dermatológicos (pele seca e áspera sujeita à dermatite); instabilidade coxo-femoral (45%); instabilidade atlanto-axial (10 a 20%); tireoidismo; distúrbios visuais (50% visão para longe, 20% visão para perto, miopia, hipermetropia, astigmatismo, ambliopia e catarata); problemas auditivos (60 a 80%).

Desenvolvimento do Paciente Sindrômico

Após o nascimento, crianças com Down, caso não tenham nenhuma outra complicação, mantém sequência do desenvolvimento de formar semelhante a uma criança normal, contudo, as etapas e os grandes marcos são alcançados em um ritmo mais lento.

Geralmente, crianças com retardo mental são capazes de aprender um pequeno número de coisas e necessitam de várias repetições para aprender; possuem um tempo de resposta mais lento e um repertório de resposta mais limitado; dificuldades de atenção e no processamento de informações, contudo, a criança com SD possui um grande potencial a ser desenvolvido, porém, precisam de mais tempo e estimulo para aprimorar suas habilidades.

Para que um bebê com SD possa desenvolver-se de forma satisfatória, é preciso que ele seja estimulado desde o nascimento, e cada período de vida tem a sua sequência a ser estimulada.

Dos 0 aos 3 meses é preciso aprender as habilidades motoras importantes para essa primeira fase do desenvolvimento como centralizar a cabeça e olhar para a frente; levantar a cabeça; começar a se apoiar com as mãos; manter as pernas juntas e em movimento. Nessa fase o bebê aprende a ficar deitado em decúbito (lateral, ventral e dorsal) e senta com apoio.

Dos 3 aos 6 meses o bebê permanece mais tempo alerta e está mais participativo. Nessa fase de desenvolvimento o bebê deve ser estimulado a tentar alcançar os pés deitado de costas; se apoiar nos ombros; sentar com apoio; puxar para sentar e rolar.

Entre os 6 e os 9 meses o desenvolvimento de força e equilíbrio é estabelecido e é necessário estimular o bebê a girar deitado de bruços; ficar sentado no chão; mover-se para sentar com apoio; ficar de quatro apoios; ajoelhar com apoio; sentar no banquinho e ficar de pé com apoio.

A partir dos 9 meses o bebê já será capaz de realizar atividades sozinho e nesse estágio precisa ser estimulado a mover-se para ficar de quatro; escalar; sentar; sair da posição sentado; puxar para ajoelhar; puxar para ficar em pé; sentar no chão estando de pé e se apoiar para ficar de pé.

Atuação Fisioterapêutica

A atuação fisioterapêutica consiste na avaliação clinica onde é abordado os parâmetros de avaliação de disfunções motoras, cognitivas, visuais e auditivas. O terapeuta observa a capacidade de concentração e de realizar determinados procedimentos; verificar quais habilidades foram adquiridas e quão tardias foram essas aquisições; avalia quais habilidades ainda precisam ser desenvolvidas e estabelece planos de tratamento com metas à médio e longo prazo, afim de estimular e potencializar o desenvolvimento do paciente com Síndrome de Down.

Além das disfunções psicomotoras e motoras, as patologias ortopédicas e musculoesqueléticas também são evidentes e precisam de atenção especial. Observa-se em pacientes com SD a existência de pé plano, instabilidade patelar, escoliose (52%), instabilidade atlantoaxial. A relação atlantoaxial quando instável e com um intervalo articular com mais de 4,5mm podem acarretar no deslocamento vertebral, o que causa incômodo considerável no paciente, que pode vir a apresentar alteração na marcha, retenção urinária, aumento dos reflexos tendineos. Associado a isso a escoliose tóracolombar é observado na maioria das crianças e adolescentes com SD.

Um dos principais desafios do fisioterapeuta em relação a crianças com SD está na formação dos membros inferiores. Deformidades dos pés, instabilidade no quadril e patela são as preocupações primordiais.

O tratamento das patologias cardiopulmonares é voltado para o condicionamento físico afim de aumentar a resistência pulmonar e a força muscular. A intervenção deve iniciar com a criança em idade primária afim de prevenir futura obesidade e arteroesclerose.

CONCLUSÃO
A síndrome de down tem se apresentado comum, e com o fato de que atualmente as mulheres tem se casado mais tarde e eventualmente tenham deixado a maternidade em segundo plano estatísticas mostram que mulheres tem dado preferência a ter filhos após os 30, o que possivelmente aumente a atual incidência de 1:600. Por outro lado, a SD se comparada ao que se sabia anos atrás, onde não se tinha tratamento e nem acompanhamento adequado e as crianças eram criadas separadamente sem nenhum tipo de estimulo e interação com o ambiente ou outras pessoas, tem alcançado avanços significativos. Hoje, sabe-se que os efeitos do retardo mental e motor de um paciente com síndrome de down podem ser minimizados e tratados, se a criança for estimulada desde os primeiros dias de vida, o que possibilita um desenvolvimento adequado e permite que o paciente seja o mais funcional possível, podendo ter uma vida independente.

REFERÊNCIAS
Jan stephen, fisioterapia pediátrica – cap.8 retardo mental – foco na síndrome de down.
Hoepers andreza, desenvolvimento motor em crianças com síndrome de down: influência de cardiopatias associadas. Florianópolis 2009

Movimento down, guia de estimulação para bebês com síndrome de down, 1ª edição. Rio de janeiro 2013

Bonomo l m m, rossetti c b. Aspectos percepto-motores e cognitivos do desenvolvimento de crianças Com síndrome de down – rev bras crescimento desenvolvimento hum. 2010;


Ser down – associação baiana de síndrome de down – ser down, porque não¿

Fonte: Nova Fisio

Breve história da Fisioterapia



A Fisioterapia é uma ciência tão antiga quanto o homem. Surgiu com as primeiras tentativas dos ancestrais de diminuir uma dor esfregando o local dolorido e evoluiu ao longo do tempo com a sofisticação, principalmente, das técnicas de exercícios terapêuticos.

A Fisioterapia como profissão nasceu em meados do século XX, quando as duas guerras mundiais causaram um grande número de lesões e ferimentos graves que necessitavam de uma abordagem de reabilitação para reinserir as pessoas afetadas novamente em uma vida ativa. Inicialmente executada por voluntários nos campos de batalha, a Fisioterapia acompanhou as grandes mudanças e transformações do século XX e os profissionais que a desempenhavam souberam agregar novas descobertas e técnicas às suas práticas, sofisticando e desenvolvendo uma ciência própria e um campo específico de atuação, independente das outras áreas da saúde.

Ainda uma ciência em construção, os paradigmas da profissão se encontram abertos e em franca evolução, sempre em busca de mais conhecimento cientifico, revertendo-o em prol da comunidade.

No Brasil, a Fisioterapia iniciou-se dentro da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, em 1929, mas foi só em 1951 que foi criado o primeiro curso para formação de fisioterapeutas, na época denominados técnicos, com duração de um ano.


Em 1959 foi criada a Associação Brasileira de Fisioterapeutas (ABF), que se filiou a WCPT (World Confederation for Physical Therapy), cujo objetivo era buscar o amparo técnico-científico e sócio-cultural para o desenvolvimento da profissão. Somente no dia 13 de outubro de 1969, a profissão adquiriu seus direitos, por meio do Decreto-lei nº 938/69, no qual a Fisioterapia foi reconhecida como um curso de nível superior e definitivamente regulamentada.

Fonte: Crefito

Sexualidade da mulher no climatério: um olhar da fisioterapia



O processo de envelhecimento é decorrente de vários fatores e está relacionado com o declínio fisiológico, bioquímico e funcional dos órgãos, no qual a mulher, especificamente, está susceptível a várias doenças, principalmente após a instalação da menopausa, determinando várias modificações na vida da mulher.

Dentre as fases do ciclo vital feminino, está o climatério e a menopausa, onde o climatério é caracterizado pela transição do período reprodutivo para o não reprodutivo, que se inicia por volta dos 45 anos. E a menopausa é o marco dessa fase que corresponde ao último ciclo menstrual, somente reconhecido depois de ter passada 12 meses da sua ocorrência.

O climatério pode ser vivenciado de forma patológica, apresentando perdas e ameaças, havendo necessidade de um acompanhamento médico. Por outro lado, pode ser considerado como uma oportunidade de viver experiências gratificantes, favorecendo a reflexão sobre a trajetória de vida, a renovação, o crescimento, a maturidade e a realização.

A queda da função hormonal ovariana no climatério ocasiona alterações no aparelho genital que podem interferir na resposta sexual. Os sintomas clássicos da hipotrofia genital que podem ocorrer devido ao hipoestrogenismo são: ressecamento vaginal, prurido, irritação, ardência e sensação de pressão. Esses sintomas podem influenciar a sexualidade da mulher, especialmente na relação sexual com penetração, causando dor (dispareunia).

No entanto, a história de vida pessoal, seu relacionamento afetivo com o companheiro, o contexto na qual a mulher está inserida, assim como situações prévias ao surgimento da menopausa também podem influenciar no exercício da sexualidade. Transformações de ordem biológica e psíquica acontecem concomitantemente às alterações hormonais e a forma como a mulher vivenciará sua sexualidade, será influenciada pelo meio em que ela está inserida.

A sexualidade da mulher durante o climatério é rodeada de muitos mitos, tabus e preconceitos. E atualmente, vem sendo considerada como um dos pilares para a qualidade de vida da população em geral, porém sabemos que com o envelhecimento esta é influenciada por fatores anatômicos e fisiológicos, como também psicossociais e culturais.

Com isso, é importante que a mulher conheça as modificações que ocorrem em seu corpo e que os profissionais da área da saúde se dediquem mais ao cuidado da saúde da mulher, em busca de uma melhor qualidade de vida nesta fase.


Pensando nisso, a disciplina prática de fisioterapia em ginecologia e obstetrícia através de uma abordagem em grupo, vem tentando através de suas atividades com mulheres no climatério/menopausa abordar estas temáticas, às vezes pouco discutidas em outros espaços sociais. Bem como, semanalmente realiza exercícios próprios para o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, o que melhora consideravelmente a atividade sexual das mulheres. Despertando também, o interesse de algumas acadêmicas nesta área, a exemplo da graduanda Isabelle de Lucena Thó, que abordou esta temática no seu trabalho de conclusão de curso.

Objetivos da fisioterapia na dor lombar


Pode-se considerar a lombalgia como um quadro de desconforto álgico na porção inferior da coluna vertebral, na região entre a última vértebra torácica (T12) e a primeira vértebra sacral (S1)1. É uma disfunção que acomete tanto homem quanto mulher, podendo variar de dor aguda, subaguda e crônica.

Essa dor provoca uma redução da amplitude de movimento e a diminuição do padrão da flexibilidade e leva a um padrão funcional causada por fadiga precoce dos músculos paravertebrais. Podemos classificar as lombalgias pelas causas: traumáticas; músculo-esqueléticas; degenerativas; reumáticas; defeitos congênitos; inflamatórias; neoplásicas; viscerais reflexas; doenças ósseas e metabólicas.

O objetivo principal do tratamento fisioterapêutico na dor lombar é o controle do quadro álgico, a promoção do bem-estar e o retorno das atividades de vida diária (atividades funcionais), tratando com ênfase a causa do problema, se o mesmo estiver diagnosticado.

O tratamento da lombalgia é complexo, preciso e minucioso, o que faz a intervenção fisioterápica um recurso fundamental para a reabilitação do paciente, existindo vários recursos capazes de atuar diretamente sobre a dor e incapacidade, como por exemplo, as técnicas de terapia manual, manipulação osteopática, entre outras, melhorando assim, a qualidade de vida dos indivíduos acometidos.

Há uma grande variedade de recursos e técnicas, sobretudo, técnicas de terapia manual utilizadas na prática fisioterapêutica que objetivam prevenir e tratar diversos distúrbios osteoneuromusculares, e que algumas dessas técnicas se destacam quando referidas ao tratamento de dores na coluna lombar, dentre elas, estão, a manipulação articular e a mobilização neural, sendo estas, ainda pouco estudadas e avaliadas criticamente.

A manipulação articular é uma técnica de terapia manual utilizada para aliviar a dor, melhorando a amplitude de movimento causada por disfunções articulares, agindo principalmente nas alterações geradas sobre mecânica articular.  Já a  opção da mobilização neural é um conjunto de técnicas utilizadas na prática de terapia manual que impõe um tensionamento do sistema nervoso, por meio de determinadas posições para que, em seguida, sejam realizados movimentos lentos e rítmicos direcionados aos nervos periféricos e à medula espinhal, fator este que ocasiona melhora da transmissão do impulso nervoso.

A dor na coluna é um incômodo presente no dia a dia de milhões de pessoas e fisioterapeuta é o profissional que ajuda as pessoas a terem uma melhor qualidade de vida.


segunda-feira, 20 de julho de 2015

Massagem desportiva pode evitar dores e lesões em atletas



Os primeiros registros de massagem desportiva são encontrados nas antigas culturas gregas e romanas. Os gregos usavam massagem nas Olimpíadas para aliviar dores e aumentar a recuperação muscular dos atletas.

A massagem desportiva traz vários benefícios para o paciente. A grande diferença entre a massagem desportiva e a relaxante é o vigor e a velocidade.

A massagem desportiva usa movimentos e manobras mais rápidas e mais fortes para aumentar a circulação sanguínea, o que traz uma recuperação mais eficaz depois de um esforç físico.

Podemos dividir a massagem desportiva em dois campos. O primeiro é aplicado depois um esforço físico para recuperar a musculatura. O segundo é aplicado antes do esforço físico para preparar a musculatura para a tarefa. Enquanto a massagem relaxante libera hormônios que acalmam o corpo como ocitocina e endorfinas, a massagem desportiva, devido aos movimentos mais vigorosos, pode liberar adrenalina, que agita o atleta antes do esforço físico.

Massagem desportiva, indicada para quem?

Indicada para todos que praticam algum tipo de esporte, seja profissionalmente ou por hobby, amassagem desportiva não é usada apenas para relaxar músculos e manter o corpo em harmonia. Quando realizada por um bom profissional, ela pode realçar os benefícios do treinamento, pois aumenta a circulação sanguínea, alonga as fibras musculares e ajuda a eliminar toxinas, como o ácido lático, que se acumulam nos músculos após a prática de exercícios.

Se o atleta não tem tempo suficiente para recuperar a musculatura, ele precisa de um auxílio complementar, como aquecimentos prolongados antes dos treinos, alongamentos ou a massagem.

Esta massagem age nas dores do atleta, e é indicada não só quando se tem lesão, mas ela deve ser realizada principalmente para prevenir lesões.

A massagem desportiva pode ser feita nos dias do treinamento ou em dias intercalados. Após competição serve para relaxar a musculatura que foi sobrecarregada.

Por que fazer?

As principais indicações para o atleta realizar um programa de massagem são: ajudar tanto no relaxamento (pós-treino ou prova), efeito estimulante (pré-treino ou prova), alívio de dores, tratamento de lesões principalmente quando há edema (inchaço) e aderências (tecido cicatricial).

Entre seus principais efeitos, destacamos a diminuição dos riscos de lesão (pois remove produtos metabólicos e catabólitos, aumenta o fluxo de nutrientes e a circulação), melhora a consistência do treinamento, promove cura de lesões, reduz espasmos musculares, promovendo a função muscular normal, estimula a produção de adrenalina, alivia as dores pós-treino e aumenta a confiança, aumentando a vida útil do atleta.

Mesmo que você não seja atleta é interessante conhecer esta técnica terapêutica para melhorar ainda mais a forma como você se recupera de uma atividade fisica intensa. Certamente seu desempenho será muito melhor e a sua recuperação mais rápida e menos "dolorida".

Considere a massagem como atividade complementar ao seu treino, tornando-a tão importante quanto a sua alimentação e suplementação.


Por que encolhemos quando ficamos velhos?



Efeito da gravidade
Nossa altura diminui até 2 mm ao longo do dia, devido à gravidade. Durante o sono, hormônios como o GH, do crescimento, recuperam essa perda. Mas, com o tempo, essa regeneração enfraquece. E a mulher encolhe mais porque tem menos testosterona, hormônio ligado à manutenção da massa muscular.

Os discos
São estruturas flexíveis de cartilagem fibrosa, que compõem 25% da coluna vertebral. Eles servem para, entre outras coisas, absorver impactos e diminuir o atrito entre as vértebras. Ao longo da vida, perdem líquido e se achatam.

Os ossos
Outro causador da diminuição da coluna vertebral é o desgaste das próprias vértebras. Com o tempo, a parte superior desses ossos sofre alteração na densidade. Ou seja, eles ficam mais moles. E a pessoa, mais baixa.

Pés chatos
Lá embaixo, os ossos que nos sustentam são curvados. Mas eles se achatam com o tempo, assim como os discos. Até mesmo quem tem pés chatos já na juventude sofre essas consequências na velhice, mesmo que em menor escala.

Músculos
Perdemos massa muscular com o avançar da idade, o que dificulta uma postura correta (especialmente no abdômen, que ajuda a deixar as costas retas). Isso ocorre porque há um declínio natural nos níveis de hormônios anabólicos, que produzem nutrientes para armazenar energia e gerar tecidos. Esse desequilíbrio faz com que outro tipo de hormônio, os catabólicos, passem a enfraquecer nossos tecidos. E, assim, ficamos corcundas.


quinta-feira, 16 de julho de 2015

Massagem desportiva pode evitar dores e lesões em atletas


Os primeiros registros de massagem desportiva são encontrados nas antigas culturas gregas e romanas. Os gregos usavam massagem nas Olimpíadas para aliviar dores e aumentar a recuperação muscular dos atletas.

A massagem desportiva traz vários benefícios para o paciente. A grande diferença entre a massagem desportiva e a relaxante é o vigor e a velocidade.

A massagem desportiva usa movimentos e manobras mais rápidas e mais fortes para aumentar a circulação sanguínea, o que traz uma recuperação mais eficaz depois de um esforç físico.

Podemos dividir a massagem desportiva em dois campos. O primeiro é aplicado depois um esforço físico para recuperar a musculatura. O segundo é aplicado antes do esforço físico para preparar a musculatura para a tarefa. Enquanto a massagem relaxante libera hormônios que acalmam o corpo como ocitocina e endorfinas, a massagem desportiva, devido aos movimentos mais vigorosos, pode liberar adrenalina, que agita o atleta antes do esforço físico.

Massagem desportiva, indicada para quem?

Indicada para todos que praticam algum tipo de esporte, seja profissionalmente ou por hobby, amassagem desportiva não é usada apenas para relaxar músculos e manter o corpo em harmonia. Quando realizada por um bom profissional, ela pode realçar os benefícios do treinamento, pois aumenta a circulação sanguínea, alonga as fibras musculares e ajuda a eliminar toxinas, como o ácido lático, que se acumulam nos músculos após a prática de exercícios.

Se o atleta não tem tempo suficiente para recuperar a musculatura, ele precisa de um auxílio complementar, como aquecimentos prolongados antes dos treinos, alongamentos ou a massagem.

Esta massagem age nas dores do atleta, e é indicada não só quando se tem lesão, mas ela deve ser realizada principalmente para prevenir lesões.

A massagem desportiva pode ser feita nos dias do treinamento ou em dias intercalados. Após competição serve para relaxar a musculatura que foi sobrecarregada.

Por que fazer?

As principais indicações para o atleta realizar um programa de massagem são: ajudar tanto no relaxamento (pós-treino ou prova), efeito estimulante (pré-treino ou prova), alívio de dores, tratamento de lesões principalmente quando há edema (inchaço) e aderências (tecido cicatricial).

Entre seus principais efeitos, destacamos a diminuição dos riscos de lesão (pois remove produtos metabólicos e catabólitos, aumenta o fluxo de nutrientes e a circulação), melhora a consistência do treinamento, promove cura de lesões, reduz espasmos musculares, promovendo a função muscular normal, estimula a produção de adrenalina, alivia as dores pós-treino e aumenta a confiança, aumentando a vida útil do atleta.

Mesmo que você não seja atleta é interessante conhecer esta técnica terapêutica para melhorar ainda mais a forma como você se recupera de uma atividade fisica intensa. Certamente seu desempenho será muito melhor e a sua recuperação mais rápida e menos "dolorida".


Considere a massagem como atividade complementar ao seu treino, tornando-a tão importante quanto a sua alimentação e suplementação.

Estalo no pescoço é sempre recomendável?



Festa de família e sempre quando sabem que você é fisioterapeuta, vem alguém tirar uma dúvida sobre algum assunto que envolva a Fisioterapia. Desta vez, a dúvida foi sobre estalos no pescoço.

O estalo de pescoço, quando feito por profissionais que dominam a técnica e sabem o que estão fazendo, proporciona o alívio imediato. A sensação de bem estar local é motivador para que esse estalo seja sempre bem vindo. Porém, traz uma questão que é perigosa para o próprio paciente.

Embora não esteja avaliando a técnica empregada para realizar esse estalo no pescoço (ou em qualquer parte do corpo) e partindo da suposição que o estalo' foi feito com segurança, o agravante de se procurar uma técnica que nao trata o problema original não faz com o que eu recomende o estalo como tratamento.

Ese alívio que a pessoa vai sentir vai durar quando tempo? 30 minutos, uma hora, um dia. E depois? Os mesmos fatores que fizeram o pescoço travar vão fazer com que o estalo seja necessário. Não há mistério em relação a isso. Se não mirar nas causas do problema, não haverá melhora 100% e causará uma hipermobilidade articular.

O ideal é procurar um fisioterapeuta para avaliar o que está causando esse 'travamento' seja no pescoço ou em qualquer parte corporal. A osteopatia é muito bem vista em muitos desse casos porque equilibra o corpo como um todo. O RPG também traz um equilíbrio muscular excelente.


Então, não ache que o estalo no pescoço, por exemplo, sempre, pode aliviar sua vida. Se não for feito da maneira correta (forma, quantidade, método) pode prejudicar ainda mais.

Entrevista: Hérnia de disco

Dr. Osmar José dos Santos de Moraes é neurocirurgião, responsável pelo Setor de Diretrizes e Condutas da Sociedade Brasileira de Coluna Vertebral. Marcos Ramon Dvoskin, jornalista e empresário, teve dois quadros de hérnia de disco: um, na coluna lombar e o outro, na coluna cervical.



A coluna vertebral é composta por 33 vértebras: sete cervicais, doze torácicas, cinco lombares, cinco sacrais fundidas formando o osso sacro e quatro coccígeas também fundidas e formando o cóccix. Dentro delas há um canal por onde passa a medula nervosa ou medula espinhal.
Entre as vértebras cervicais, torácicas e lombares, localizam-se os discos intervertebrais, que têm o feitio de um anel constituído por tecido cartilaginoso e elástico cuja função é evitar o atrito entre uma vértebra e outra e amortecer o impacto. A hérnia de disco aparece quando parte dessa estrutura sai de sua posição normal e comprime as raízes nervosas que emergem da coluna e se dirigem para o resto do corpo.
Hérnia de disco pode ser assintomática ou provocar dor de moderada e leve intensidade até dor muito forte e incapacitante.
FORMAÇÃO E PREVALÊNCIA
Drauzio – Como se forma a hérnia de disco?
Osmar José S. de Moraes – A coluna vertebral sustenta todos os ossos do corpo. Como a carga que suporta é muito grande, possui um sistema de amortecimento para dar-lhe estabilidade. As estruturas mais importantes desse sistema são os discos intervertebrais constituídos por um tecido elástico que suporta deformação, mas que se desgasta com o uso repetitivo. Esse desgaste favorece o aparecimento de pequenas rupturas que facilitam o extravasamento de parte do disco, ou seja, a formação de uma hérnia, ocorrência muito mais comum do que se imagina, mas, geralmente, de boa evolução.
Drauzio – Qual é prevalência da hérnia de disco na população?
Osmar José S. de Moraes – Acredita-se que 15% da população mundial tenham algum tipo de protusão ou herniação discal. Ou seja, aproximadamente 800 milhões de pessoas no mundo são portadoras de algum tipo de alteração anatômica na coluna vertebral.
Drauzio – As hérnias de disco costumam aparecer em que região da coluna?
Osmar José S. de Moraes – No indivíduo normal (imagem 01), a porção inferior da coluna que se articula com os membros inferiores é constituída por cinco vértebras fundidas que formam o osso sacro. Imediatamente acima, estão as vértebras lombares, as torácicas e as cervicais, separadas umas das outras por discos de tecido fibroso que funcionam como amortecedores de impacto.
As hérnias de disco são mais frequentes nas regiões lombar e cervical da coluna, porque essas são áreas mais expostas ao movimento e que suportam maior carga. Já menos de 10% do total de hérnias se formam na coluna torácica, onde o desgaste do disco é menor, uma vez que o gradeado costal (as costelas) impede movimentos mais bruscos e ajuda a promover o amortecimento.
PRIMEIRO RELATO
Drauzio – Marcos, como e quando você apresentou o primeiro episódio de hérnia de disco?
Marcos Ramon Dvoskin – Pratico esporte regularmente. No final de 2005, comecei a sentir uma dor lombar que se irradiava para a perna esquerda. Procurei um médico, parei com o esporte e comecei a tomar medicamentos anti-inflamatórios. Em dois ou três meses, a dor desapareceu e voltei a fazer exercícios.
Drauzio – A dor ficava mais forte em algum momento?
Marcos Ramon Dvoskin – Era uma dor contínua, embora não tão forte como a que tive na região da coluna cervical. Essa ia aumentando de intensidade e tomava todo o braço esquerdo. Na verdade, nunca senti dor nas costas. A dor começou na parte de cima do braço e foi progredindo até atingir a mão. Eu sentia também muito formigamento nos dedos polegar, indicador e médio.
Embora os sintomas fossem piorando, a maioria dos médicos que procurei na ocasião me aconselhou a não fazer cirurgia, porque as estatísticas mostravam que esse quadro regride naturalmente com o tempo e o uso de medicação.
Acho importante insistir no fato de que o processo doloroso era crescente e chegou a um ponto em que poderia defini-lo como uma dor de dente do tamanho do braço. No último mês antes da cirurgia, precisei tomar morfina. Primeiro a cada doze horas, depois de dez em dez e, por fim, de oito em oito horas.
EVOLUÇÃO
Drauzio – Como evoluem os quadros de hérnia de disco?
Osmar José S. de Moraes – A sustentação da coluna é feita pela musculatura. Pouco exercício e excesso de peso podem provocar gradativamente a falência desse sistema muscular e o aparecimento de uma dor lombar que piora com o exercício.
Com muita frequência, quem sofre da coluna lombar acaba tendo também problemas na coluna cervical, porque para compensar o desconforto que sente nas costas, vai mudando a curvatura da coluna, que é constituída por uma sequência de vértebras e articulações. Essa é a evolução típica da enfermidade.
Em geral, os quadros lombares respondem bem ao tratamento conservador. As estatísticas mostram que 90% dos pacientes com doença lombar não precisam de nenhum outro tratamento além de um pouco de repouso, analgésicos e desenvolver alguns bons hábitos. O mesmo não acontece quando a lesão se localiza na coluna cervical.
Drauzio – Nesse contexto, o que se entende por “bons hábitos”?
Osmar José S. de Moraes – Basicamente, desenvolver “bons hábitos” significa respeitar as normas estabelecidas pela Ergonomia, no dia a dia. O indivíduo deve aprender a sentar-se de forma adequada, com as pernas dobradas em 90º, e por não mais que 40, 50 minutos seguidos. Deve praticar atividade física regular, anaeróbica ou aeróbica, e manter bom padrão de alongamento, pois é certo que, com o passar dos anos, os discos diminuem de tamanho e todos perdemos um pouco de altura. Portanto, quem faz exercícios e alongamentos com regularidade melhora a circulação e tem menos problemas de coluna. Além disso, está estatisticamente comprovado que os fumantes são mais vulneráveis aos problemas de coluna do que os não fumantes e que diabetes e hipertensão são comorbidades associadas que comprometem o resultado do tratamento conservador.
CARACTERÍSTICAS DA DOR
Drauzio – Marcos disse que a dor lombar irradiava para o membro inferior esquerdo. Pegava a perna inteira?
Osmar José S. de Moraes – A dor se irradiava pela coxa inteira e alcançava a parte posterior do joelho.
Drauzio – Qual é a explicação para esse tipo de dor?
Osmar José S. de Moraes – Vamos destacar um segmento da coluna (imagem 02), uma vértebra e um disco normal funcionando como amortecedor. Nesse caso, ele está distante do local por onde passam os nervos. O que aconteceu com Marcos? Com o passar do tempo, essa estrutura sofreu uma pequena fissura, rompeu-se, permitindo, assim, que um pedaço do disco escapasse e fosse pressionar a raiz do nervo que sai de dentro da coluna, entre a quarta e quinta vértebra. No momento da rutura, ocorreu um trauma e formou-se um hematoma, que foi regredindo aos poucos até praticamente desaparecer.
Marcos, então, voltou a levar vida normal. Durante o período em que sentiu dor, porém, ele provavelmente alterou a curvatura da coluna e sobrecarregou a área cervical, que já devia ter algum comprometimento, e desenvolveu uma hérnia de disco nessa região.
SEGUNDO RELATO
Drauzio – Quando as dores lombares começaram, você ficou de cama?
Marcos Ramon  Dvoskin – Não, absolutamente. Sentia apenas uma dor chatinha, inconveniente para o trabalho, mas que foi facilmente tratada. Quando o problema se manifestou na cervical, a conversa foi outra. A dor é terrível. Você não consegue trabalhar, fica impaciente, sem saúde e energia, nem vontade de comer e de dormir.
Drauzio – Os sintomas da hérnia de disco da coluna lombar regrediram em quanto tempo?
Marcos Ramon Dvoskin – Eu diria que entre o início e o fim do processo como um todo passaram-se uns trinta dias. Lembro que tomei anti-inflamatório durante 14 dias e que no décimo quinto dia estava completamente sem dor.
Drauzio – Você fez algum tipo de fisioterapia?
Marcos Ramon Dvoskin – Nessa fase, não. Já quando o problema se localizou na coluna cervical, antes de voltar a correr, Dr. Osmar aconselhou que eu fizesse sessões de fisioterapia.
DIAGNÓSTICO
Drauzio – A hérnia de disco na coluna cervical não provocou dor nem nas costas nem na nuca de Marcos, mas ele sentiu uma dor violenta no braço. Qual é o significado desse sintoma para o diagnóstico da doença?
Osmar José S. de Moraes – Embora a radiografia e a ressonância magnética ajudem, e muito, frequentemente o médico consegue fazer o diagnóstico clinico, baseando-se nas características dos sintomas e fazendo um exame neurológico cuidadoso. O local onde a dor se manifesta e a análise dos reflexos, tanto na perna quanto no braço, permitem determinar se houve ou não lesão da raiz nervosa e, caso tenha ocorrido, é possível saber qual foi a raiz afetada. Às vezes, os estudos radiológicos, tomográficos e de ressonância magnética são acompanhados de laudos que indicam hérnias, protusões e doenças que, na verdade, não refletem o quadro clínico, mas a evolução de um processo de endurecimento do disco que ocorre com o envelhecimento.
Drauzio – É possível dizer com precisão em que medida a raiz foi afetada?
Osmar José S. de Moraes – Existe um exame complementar que nos ajuda a avaliar o volume do disco que extravasou entre as vértebras. Há também exames subsidiários para estabelecer diagnósticos diferenciais com processos inflamatórios, infecciosos, derrames articulares, cistos sinuviais, tumores, tuberculose, esta última uma doença ainda frequente no Brasil.
Drauzio – Às vezes, as pessoas confundem hérnia de disco com bico de papagaio, nome popular da osteofitose  Qual a diferença entre as duas afecções?
Osmar José S. de Moraes – Entende-se por hérnia de disco o extravasamento do anel cartilaginoso situado entre as vértebras, o que pode provocar a compressão dos nervos que saem da coluna. Já o bico de papagaio é uma cicatriz óssea decorrente de microtraumas próximos ao disco intervertebral que provocam inflamação e, posteriormente, calcificações que se sobrepõem adquirindo aspecto semelhante ao do bico dessa ave.
Estudos radiológicos realizados na Europa mostraram que aproximadamente 30% da população a partir dos 50 anos de idade apresentam alguma alteração da coluna sem nenhum sintoma associado. Ou seja, essa evolução é parte natural do processo de envelhecimento.
TRATAMENTO
Drauzio – Marcos teve duas hérnias de disco: uma na coluna lombar que resolveu clinicamente e a outra na região cervical que precisou de intervenção cirúrgica. Você, como médico, distingue uma situação da outra?
Osmar José S. de Moraes – De modo geral, a hérnia de disco é encarada como uma afecção benigna. Na verdade, ela não é uma doença, mas a evolução de um quadro. Obviamente, a conduta varia conforme o caso e de pessoa para pessoa, mas as estatísticas revelam que, na primeira crise, mais de 90% dos indivíduos com dor lombar melhoram com o tratamento clínico. Os que referem sentir dor por mais de uma semana acabam melhorando com o mesmo tipo de tratamento em no máximo 30 dias. Se não houver nenhum déficit motor, portanto, são aconselhados a retomar as atividades normais depois de um ou dois dias de medicação. Se a dor persistir ou outro sintoma aparecer, é necessário encaminhá-los para um exame radiológico.
Drauzio – Marcos continuou levando vida normal apesar da dor provocada pela hérnia de disco na coluna lombar. No passado, os médicos recomendavam que esses pacientes fizessem repouso. Por que essa conduta não é mais adotada?
Osmar José S. de Moraes – O mais recente estudo sobre o assunto mostrou que o indivíduo em repouso absoluto chega a perder um grama de proteína por quilo em um dia, por causa da retração tendínea que ocorre enquanto fica na cama. Por isso, o melhor é manter algum movimento, mesmo que surja um pouco de dor que pode ser aliviada com doses mais altas da medicação.
Drauzio – O que é retração tendínea?
Osmar José S. de Moraes – Quando se mobiliza um segmento do corpo como a perna, a coxa ou o braço, a tendência é ele ir encurtando. Se a pessoa dobrar o cotovelo e deixá-lo assim por quatro semanas, por exemplo, no final o braço estará um pouco menor porque os tecidos (ligamentos, músculos, ossos) e a circulação, se não forem estimulados, serão progressivamente reabsorvidos. Por isso, não havendo déficit motor, o repouso absoluto não é recomendado. O aceitável é que o paciente repouse por 24, 48 horas, no máximo. Hoje, não mais se discute a importância de liberá-lo para continuar em atividade, desde que não seja pesada.
Drauzio – Acupuntura ajuda?
Osmar José S. de Moraes – Apesar das controvérsias que cercam todas as subespecialidades, está provado que a acupuntura funciona bem como analgésico na fase aguda.
Drauzio – Você fez acupuntura, Marcos?
Marcos Ramon Dvoskin – Fiz acupuntura na crise da coluna cervical. No meu caso, ela não funcionou, mas também tomar morfina não adiantava mais.
Osmar José S. de Moraes – A acupuntura funciona até determinado ponto da dor. Por isso, ao perceberem que a pessoa não responde bem ao tratamento, muitos acupunturistas a aconselham a procurar um médico especialista. Foi o que aconteceu com Marcos, que necessitou de uma intervenção cirúrgica, porque seu caso era mais grave.
Drauzio – Sempre me chamou atenção no tratamento cirúrgico da hérnia de disco, o fato de o paciente sentir dores terríveis que o obrigavam a tomar três ou quatro comprimidos de morfina por dia e estar completamente sem dor poucas horas depois da operação. Isso aconteceu com você?
Marcos Ramon Dvoskin – Exatamente assim. A cirurgia começou às 8 horas da noite e terminou às 2 horas da madrugada. Às 4h, eu já estava no quarto sem nenhuma dor e nunca mais senti aquela dor na minha vida.
Drauzio – É sempre esse o resultado da cirurgia?
Osmar José S. de Moraes – Quando bem indicada, se o disco estiver comprimindo mecanicamente a raiz nervosa, em geral, o resultado é esse. O grande segredo da cirurgia na coluna como um todo e principalmente na hérnia de disco é a indicação precisa. Uma vez localizado o nervo que está com o diâmetro reduzido pela metade por causa da compressão exercida por parte do disco que extravasou, é só corrigir o defeito mecânico para obter alívio completo da dor.
Basicamente, foi o que aconteceu com Marcos. Entretanto, existe um mecanismo inflamatório que ainda não é bem conhecido e, às vezes, compromete o resultado favorável das cirurgias.
Drauzio – Quantos dias você ficou no hospital?
Marcos Ramon Dvoskin – Um dia. Fui para casa 24h depois da cirurgia com a orientação de fazer repouso e usando um colar de proteção que só devia retirar para dormir num travesseiro adequado à situação.
Drauzio – Que instruções você recebeu no pós-operatório?
Marcos Ramon Dvoskin – Eu deveria andar, mas com cuidado, usando o colar cervical. Na semana seguinte, comecei as sessões de fisioterapia visando à recuperação da musculatura. Por volta de 25, 30 dias depois, voltei a caminhar e depois a correr, o que estou fazendo até hoje.
Drauzio – Nunca mais você sentiu dor?
Marcos Ramon Dvoskin – Nunca mais. Esse é um assunto encerrado em minha vida. Dele, só sobrou a marca dos pontos no meu pescoço e mais nada. Estou muito feliz, porque não posso imaginar a minha vida sem corrida.
PREVENÇÂO
Drauzio – Quais são os cuidados que uma pessoa deve tomar para prevenir a formação de uma hérnia de disco?
Osmar José S. de Moraes – Lamentavelmente, uma pequena parcela da população tem tendência genética para apresentar o problema. Entretanto, se essas pessoas praticarem atividade física regular, se tiverem a musculatura abdominal e paravertebral bem desenvolvida, mesmo que apresentem uma hérnia de disco, raramente são candidatas ao tratamento cirúrgico.
De qualquer modo, para prevenir a instalação de problemas na coluna, o importante é evitar excessos: excesso de peso, de consumo de álcool e de exercícios.
Drauzio – Levantar pesos sem o devido preparo pode ser um agravante para a hérnia de disco?
Osmar José S. de Moraes – Pode. A coluna é o eixo central do organismo. Todas as vezes que a pessoa suporta nas pernas ou nos braços um peso acima de sua capacidade, essa sobrecarga vai direto para a coluna. Por isso, sem o preparo adequado, não se deve fazer levantamento de peso.
Drauzio – Fazer alongamento ajuda a prevenir o problema?
Osmar de Moraes – Atividade física bem orientada, exercícios de alongamento e hábitos saudáveis de vida previnem o encurtamento da coluna e a formação de hérnias de disco.
Perguntas enviadas por e-mail
Graça Barranovo – Santos/SP – Hérnia de disco pode aparecer em jovens?
Osmar José S. de Moraes – Pode. Primeiro por causa da tendência genética. Depois, porque alguns jovens fazem esforços exagerados.
Norma Lúcia Moreira Santos – Salvador/BA – Qualquer problema na coluna pode ocasionar uma hérnia de disco?
Osmar José S. de Moraes – Não. A hérnia é provocada por uma fraqueza própria de uma região do disco intervetebral.
Vera Lúcia Rodrigues – São Leopoldo/RS – Uma vez operada, a hérnia pode recidivar?
Osmar José S. de Moraes – Pode. Segundo o protocolo da técnica cirúrgica mais usada, retira-se apenas a hérnia que se formou e preserva-se o resto do disco. Por isso, é fundamental manter um programa de reabilitação permanente para evitar o aparecimento de outra hérnia.