O menisco é um tipo especial de cartilagem, em cada joelho
existem dois deles. São estruturas muito importantes para a saúde da
articulação, porque diminuem o impacto e melhoram o encaixe entre os ossos.
Desta forma, funcionam como um potente amortecedor natural. Na sua falta,
ocorre um desequilíbrio de pressões dentro do joelho, levando a uma doença
chamada “Artrose”, uma das causas mais frequentes de dor crônica na atualidade.
As lesões do menisco ocorrem em duas situações: em pessoas jovens,
após uma torção do joelho em atividades esportivas, ou em atividades
profissionais, nas quais se trabalha agachado. Já em pessoas mais velhas,
quando rompe por desgaste, sem um trauma evidente. Os sintomas são dor, que
geralmente piora quando a pessoa agacha ou tenta dobrar o joelho, acompanhada
por inchaço e dificuldade de movimento.
O diagnóstico é feito pela história e pelo exame clínico
minucioso. Se houver dúvida, a ressonância magnética é o exame de escolha. Mas
é preciso muito cuidado com este exame, porque, com frequência, aparecem
alterações meniscais inespecíficas que nem sempre são a causa do problema,
podendo até mesmo levar a cirurgias desnecessárias.
O tratamento depende do tipo da lesão. Nos casos da
degenerativa, em pessoas mais velhas, pelo desgaste do menisco, a cirurgia
raramente trás algum benefício, devendo ser evitada. Neste caso são indicados
medicamentos e fisioterapia. Já na lesão traumática, que acomete mais os
jovens, a indicação é cirúrgica. Nas últimas décadas houve uma importante
evolução das técnicas cirúrgicas, baseadas no uso da artroscopia (técnica
minimamente invasiva) e no conceito da preservação do menisco. Quando ele é
totalmente retirado, estima-se que o impacto entre o fêmur e a tíbia aumente
200%. Por isso, não se indica mais sua retirada total. Procura-se sempre
preservá-lo, através de ressecções parciais (da parte lesada), ou de suturas
quando possível.
O transplante de menisco, obtido de doadores com morte
cerebral, já começa a ser praticado em alguns países e deverá se tornar uma
opção nos casos em que a sutura não é possível e a área lesada seja muito
extensa. A fabricação de meniscos em laboratório, com técnicas de
bioengenharia, também começa a ser descrita em caráter experimental, podendo se
tornar um recurso para melhorar o tratamento.
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