Entre as doenças que afetam o
cérebro, o mal de Alzheimer é uma das mais cruéis. Ela se instala lentamente e
mina a capacidade do indivíduo de se relacionar com o mundo exterior e consigo
mesmo.
A doença de Alzheimer é uma
doença neuropsiquiátrica progressiva do envelhecimento encontradas em adultos
de meia-idade e, particularmente, em mais velhos, que afeta a substância
cerebral e é caracterizada pela perda inexorável da função cognitiva, bem como
distúrbios afetivos e comportamentais. A principal causa de demência em adultos
com mais de 60 anos, o mal de Alzheimer, é responsável por alterações de
comportamento, de memória e de pensamento.
A doença se caracteriza pela
morte gradual de neurônios, as células nervosas do cérebro. As causas desse
desastre são pouco conhecidas. Sabe-se que ele está relacionada a um acúmulo de
duas proteínas, a beta-amilóide.
Doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer
caracteriza-se pela atrofia do córtex cerebral. O processo geralmente é difuso,
mas pode ser mais grave nos lobos frontal, parietal e temporal. O grau de
atrofia varia.
O envelhecimento normal do
cérebro também se acompanha de atrofia, há uma superposição no grau de atrofia
do cérebro de pacientes idosos com Alzheimer e pessoas da mesma idade afetadas
pela doença. Ao exame microscópio, há perda tanto de neurônio como de neurópilo
no córtex e, ocasionalmente, se observa uma desmielinização secundária na
substância branca subcortical. Com o uso da morfometria quantitativa, a maior
perda é a de grandes neurônios corticais.
Os achados mais característicos
são placas senis e emaranhadas neurofibrilares argentofílicos. A placa senil é
encontrada em todo o córtex e hipocampo e o número de placas por campo
microscópio correlaciona-se com o grau de perda intelectual. Emaranhados
neurofibrilares são estruturas fibrilares intracitoplasmáticas neuronais.
A degeneração e a perda neuronal
são gerais, embora especialmente acentuadas nas células piramidais do hipocampo
e células piramidais grandes no córtex associativo. A degeneração aparece cedo
no núcleo basal de Meynert e mais tarde nos lócus coeruleos. A patologia inclui
a presença de desarranjos neurofibrilares, placas neuríticas e degeneração
granulovacuolar. Os desarranjos são massas intraneurofibrilares de filamentos
citoplásticos.
Fisioterapia
Designa a habilitar o indivíduo
comprometido funcionalmente, a novamente desempenhar suas AVDs, da melhor
maneira e pelo menor tempo possível, com mais autonomia. Os principais aspectos
da assistência são preventivos, elaborados para manter o indivíduo mais ativo e
independente possível. No maior grau que for possível, a atividade deve ser
encorajada para manter a força, ADM e estado de alerta.
Promover somente a ajuda que é
absolutamente necessária, com os pacientes continuando a realizar sozinhos
máximo de AVDs possível; o paciente precisa ser capaz de lembrar o comando,
identificar o objeto (exemplo, escova de dente), e realizar a ação motora.
O processo de reabilitação também
inclui a realização de modificações ambientais necessárias para segurança do
paciente e de modo que esse possa viver em um ambiente o mais aberto possível.
Quedas podem ser devido a riscos ambientais o mais (iluminação inadequada,
pisos escorregadios, tapetes soltos, etc). Tais riscos devem ser evitados. Os
ambientes devem manter um apresentação familiar (não mudar a disposição da
mobília desnecessariamente) e barras presas na parede e corrimãos devem ser
instalados nos locais necessários.
As técnicas de fisioterapia serão
as mesmas que usamos nas pessoas de terceira idade que não apresentam demência,
mas a maneira de aborda-las exige habilidade especial. O paciente pode não
aparecer interessado em saber como a falta de flexibilidade articular, a
fraqueza muscular ou o edema poderão afeta-lo; não tem condições de entender a
relação que existe. O preparo antecipado dos planos de terapêutica impede que o fisioterapeuta pareça indeciso.
O preparo de explicações claras e simples darão melhores resultados. A
instrução deverá ser repetida da mesma forma; o emprego das palavras diferentes
poderá confundir o paciente. Não é aconselhável entrar em conversas
desnecessárias, pois podem desnorteá-lo mais ainda.Lançar mãos de gestos e
sinais físicos para esclarecer e reforçar as instruções exigentes.
São comuns as alterações de
sensibilidade, por isso evitar atração, a eletroterapia e os equipamentos que
exigem colaboração de participação subjetiva. O calor somente deve ser usado
naqueles capazes de reconhecer e dizer quanto é demasiado quente.
O estabelecimento de metas
realizáveis no tocante à mobilidade é muito útil. Mesmo as realizações mais
modestas merecem ser recompensadas por parabéns e pelo interesse que o
fisioterapeuta demonstra pela pessoa.
A meta de reabilitação precisa ser
redefinida para assegurar que o paciente permaneça seguro, independente, e
capaz de realizar atividades da vida diária e atividades instrumentais da vida
pelo máximo de tempo que for razoável.
O processo de reabilitação pode
começar enquanto o trabalho de diagnóstico está ainda sendo feito. Isso pode
tornar a forma de treinamento básico em atividades da vida diária. Isso inclui
o treinamento de atendentes para a assistência de paciente e a reabilitação de
modificações ambientais necessárias para a segurança da pessoa confusa de modo
que essa possa viver em um ambiente o mais aberto possível. Uma vez o
diagnóstico tenha sido estabelecido, pode ser feito o planejamento cuidadoso
para a assistência.
Nos estágios iniciais e médios da
doença, a intervenção fisioterápica geralmente pode prolongar a habilidade de
movimentar-se com facilidade.
É importante observar que
inicialmente a intervenção fisioterápica pode ser potencialmente envolvida com
a facilitação do planejamento motor e planejamento para compensação de perdas
nas atividades de vida diária. A habilidade para andar é perdida mais tarde, e
outros estudos relatam níveis comparáveis de comprometimento.
A intervenção fisioterápica para
assistir o paciente e treinar os atendentes envolve a facilitação dos movimentos
e planejamentos motor e o desenvolvimento ou refinamento de pistas ambientais e
cognitivas para ajudar a realizar tarefas complexas.
O comprometimento cognitivo é o
fator limitante. A análise ajuda o atendente a prover somente a ajuda que é
absolutamente necessária, com os pacientes continuando a realizar sozinhos o
máximo de AVDS possível; por exemplo, para escovar os dentes, o paciente
precisa ser capaz de lembrar o comando, identificar a escova de dentes, e
realizar a ação motora. O paciente pode somente precisar de ajuda de alguém que
coloque a escova em sua mão e a guie lentamente para a boca para que seja capaz
de escovar os dentes.
A primeira meta da reabilitação é
criar um ambiente (emocional e físico) que dê suporte (trabalhar ativamente para
compensar as perdas cognitivas específicas dos pacientes na medida em que forem
ocorrendo gradualmente). A meta final é ajudar os pacientes a sentirem que eles
são capazes, de modo que continuem a tentar fazer por si próprios as coisas que
possam fazer com segurança, independentemente de permanecerem em sua casa ou
estarem vivendo em uma instituição.
Em cada sessão os movimentos
precisam ser equilibrados com períodos adequados de repouso para assegurar que
o paciente não atingirá o ponto de fadiga e exaustão. São preferíveis
freqüentes e breves períodos de atividade física.
O fisioterapeuta pode contribuir
muito com a melhora da qualidade de vida do paciente e da família.
Objetivos da reabilitação
fisioterápica:
- Diminuir a progressão e efeitos
dos sintomas da doença,
- Evitar ou diminuir complicações
e deformidades,
- Manter as capacidades
funcionais do paciente (sistema cardiorrespiratório),
- Manter ou devolver a ADM
funcional das articulações,
- Evitar contraturas e
encurtamento musculares (imobilização no leito),
- Evitar a atrofia por desuso e
fraqueza muscular,
- Incentivar e promover o
funcionamento motor e mobilidade,
- Orientação sobre as posturas
corretas,
- Treino do padrão da marcha,
- Trabalhar os padrões do
funcionamento sistema respiratório (fala, respiração, expansão e mobilidade
torácica),
- Manter ou recuperar a
independência funcional nas atividades de vida diária.
Consiste basicamente na
fisioterapia motora, que engloba desde exercícios ativos, passivos,
auto-assistidos, contra-resistência, isométricos, metabólicos, isotônicos, ou
seja, qualquer tipo de movimento é bem vindo no tratamento. Quando chega a uma
segunda fase esta patologia, deve-se estimular atividades para que o paciente
não fique o tempo inteiro na cama, evitando assim escaras de decúbito,
comumente relatadas. Alongamentos e atividades de relaxamento podem ser
realizados.
Outras modalidades de tratamento
são eficazes, como a parte de exercícios para o condicionamento aeróbico, como
estimular o paciente a realizar caminhadas, tanto por percursos diferentes, ou
dependendo pelo mesmo percurso, estimulando assim concomitantemente a memória
do paciente. Bicicletas estacionárias também são de grande valia, assim como se
possíveis trabalhos de hidroterapia.
Exercícios para propriocepção e
equilíbrio são fundamentais para a desenvoltura do paciente, como exercícios
com bastões, bola, descarga de peso gradual, andadores, percursos.
Pode realizar atividades em que
se estimule o raciocínio do paciente, como atividades de escrever, decorar
palavras, nomear objetos, que levam a um estímulo da memória.
Porém a principal atitude a ser
tomada é a companhia que este paciente precisa, nunca deixa-lo no abandono, por
isso a conversa com familiares sobre o assunto é importante, para que assim este
paciente possa conviver normalmente num meio familiar, eliminando o risco de
passar o resto de sua vida num asilo.
Conclusão
Existe uma busca de uma melhor
qualidade de vida para os pacientes e dos vários tipos de tratamento para a
doença de Alzheimer, com o objetivo de amenizar os sintomas. Porém enquanto não
for descoberta a etiologia dessa patologia, torna-se difícil chegar á cura
dessa doença.
A fisioterapia busca melhoria na
qualidade de vida do paciente, sendo que o paciente com Alzheimer necessita de
uma reabilitação global, envolvendo uma equipe multidisciplinar, e que a
fisioterapia tem um papel fundamental tanto na reabilitação motora quanto no
retorno as relações interpessoais e na obtenção de independência por parte do
paciente.
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