O mau alinhamento do que chamamos de “aparelho extensor”, um
conjunto de estruturas da frente do joelho, composto pela patela, tendão
patelar e músculo quadríceps, é um problema comum na prática ortopédica,
acometendo, principalmente pacientes mulheres.
Isso, associado a hipotrofia ou diminuição de força do
músculo vasto medial força a patela a sua lateralização, principalmente entre
os ângulos de 30 e 60 graus. Dependendo da quantidade de energia cinética, ela
sai de seu “trilho” e luxa para fora do joelho.
Pessoas que possuem o que chamamos de genu valgo, ou seja,
joelho em “x” leva ao aumento do ângulo Q (ângulo quadricipital), fazendo com
que diminua a contenção da patela. Isso, associado a hipotrofia ou diminuição
de força do músculo vasto medial a força à sua lateralização, principalmente
entre os ângulo de 30 e 60 graus e, dependendo da quantidade de energia
cinética, a patela sai de seu “trilho” e luxa para for a do joelho
O primeiro episódio é geralmente seguido de dor intensa,
inchaço e incapacitação imediata. Em geral, o paciente não consegue recolocá-la
em seu lugar, sendo necessária a redução em serviço de emergência ortopédica.
CLASSIFICAÇÃO
Conceitualmente, reconhecem-se situações distintas para a
instabilidade da articulação patelo femoral, sendo a luxação habitual do joelho
aquela que ocorre toda vez que o joelho é fletido; a recidivante, a que ocorre
ocasionalmente com frequência variável, caracterizada, portanto, por episódios
isolados, frequentemente associada à história de trauma acompanhado de dor
intensa e edema; a forma permanente, presente desde o nascimento, causada,
portanto, por alterações congênitas, e situações de subluxação em qualquer dos
casos.
TRATAMENTO
Devido à grande incapacidade que a instabilidade da
articulação femoropatelar provoca no paciente, seja para o desenvolvimento da
prática esportiva e mesmo em suas atividades diárias, o tratamento dessa
patologia é motivo de grande interesse.
FISIOTERAPIA
A insuficiência do VMO levará ao arrastamento lateral da
patela. O treinamento do VMO é importante para eliminar a disfunção
patelo-femural. Entretanto, na literatura ainda há controvérsias sobre a ação
muscular na estabilização patelar, enquanto alguns trabalhos sugerem haver
desequilíbrios na amplitude da atividade elétrica dos músculos vasto medial
oblíquo (VMO) e vasto lateral (VL), outros não observaram este fato.
Ultimamente, tem sido dado especial interesse nos músculos estabilizadores do
quadril, em especial os glúteos médio e mínimo e rotadores laterais, pois sua
estabilidade preveniria o “tilt” lateral do joelho.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Este tem sido o tratamento de escolha para os pacientes que
tiveram três ou mais episódios bem definidos de luxação femoropatelar, pois
acredita-se que o afrouxamento das estruturas de contenção medial (da parte de
dentro) do joelho façam com que a ação muscular seja insuficiente em segurar a
patela em seu “trilho”.
Inúmeras técnicas já foram descritas no tratamento cirúrgico
desta doença, mas, há 10 anos tem sido empregada a técnica de reconstrução do
ligamento femoropatelar medial com excelente resultados. O enxerto utilizado
pode ser tanto o tendão gracil, quanto o semi-tendíneo e a fixação do mesmo na
patela pode ser feita com parafusos ou ancoras.
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