O que é ?
A Equoterapia pode ser definida como um método científico
aplicado como terapia na Saúde e na Educação, que utiliza o CAVALO, numa
abordagem multiprofissional e interdisciplinar, buscando o desenvolvimento e o
crescimento bio-psico-social de praticantes que necessitem impulsionar suas
potencialidades e minimizar suas deficiências para viverem melhor.
Como surgiu?
O uso do cavalo com fins terapêuticos vem de longa data. Nos
tempos de Hipócrates (478-370 a.C.), no seu livro das Dietas, prescrevia
equitação para regenerar a saúde e preservar o corpo humano de muitas doenças,
mas, sobretudo para o tratamento da insônia. Além disso, afirmava que a
equitação praticada ao ar livre faz com que os músculos melhorem o seu tônus.
Em 1901 foi fundado, na Inglaterra, o primeiro hospital ortopédico do mundo
Hospital Ortopédico de Oswentry, em função da guerra dos Boers na África do
Sul, o número de feridos era muito grande. Uma dama inglesa, patronesse daquele
hospital, resolveu levar os seus cavalos para lá, a fim de quebrar a monotonia
do tratamento dos mutilados. Este é o primeiro registro de uma atividade
eqüestre ligada a um hospital. No Hospital Universitário de Oxford (1917),
fundou o primeiro grupo de equoterapia, para atender o grande número de feridos
da 1ª Guerra mundial, também com a idéia fundamental de lazer e de quebra de
monotonia do tratamento
Após a Primeira Guerra Mundial, o animal entra
definitivamente para a terapia médica. Os primeiros a realizarem este emprego
foram os países escandinavos, seguidos pela Alemanha, França e Inglaterra.
Na França, logo notaram como esta atividade é uma
possibilidade do portador de deficiência se recuperar e valorizar as próprias
potencialidades. Em 1965, a equoterapia torna-se uma matéria didática e, em
1969, teve lugar o primeiro trabalho científico de equoterapia no Centro
Hospitalar Universitário da Universidade de Salpentire, em Paris. Em 1972 foi
feita a defesa da primeira tese de doutorado em medicina, em reeducação
eqüestre, na Universidade de Paris, em Val-de Marne, pela Dra. Collette Picart
Trintelin. Em 1974, na cidade de Paris, foi realizado o 1º Congresso
Internacional, que a cada três anos se repete.
No Brasil, este recurso terapêutico começou a ser valorizado
em 1989, na Granja do Torto, em Brasília com a ANDE / BRASIL (Associação
Nacional de Equoterapia), com o apoio dos profissionais de saúde do Hospital do
Aparelho Locomotor – SARAH. No Rio de Janeiro este trabalho teve início em 1991
com a equipe da Escola de Equitação do Exército. Em fevereiro de 1995, a equipe
da Escola de Equitação do Exército realizou um Curso de Informações Técnicas de
Equitação Terapêutica / Equoterapia, junto com a Dra. Mary C. Woolverton
(Vice-presidente da North American Riding for the Handicapped Association),
associação que implantou essa modalidade terapêutica nos EUA, quando então
realizou esse trabalho dentro de um HOSPITAL MILITAR para a recuperação dos
soldados mutilados da guerra do Vietnã. A Drª Mary Woolverton prossegue
coordenando os trabalhos da NAHRA, fundada em 1969, nos EUA.
Em 1995, a Universidade Gama Filho inseriu a hipoterapia
como disciplina no currículo do curso de formação de Fisioterapia, ministrada
pela Dra. Tânia Frazão.
Em 1999, foi realizado o primeiro Congresso Brasileiro de
Equoterapia.
Atualmente esta equipe, que representa a AETERJ (Associação
de Equoterapia do Estado do Rio de Janeiro) desenvolve este trabalho com fins
terapêuticos em diversos centros, com uma equipe multidisciplinar
(fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, professores de educação
física, pedagogos, fonoaudiólogos, psicomotricistas e outros) e adota uma
abordagem interdisciplinar.
A Equoterapia adota quatro momentos fundamentais, sendo
eles:
Programas Básicos
a) Hipoterapia - o cavalo como instrumento cinesioterapêutico.
O cavalo se torna um instrumento dotado de ritmo, oscilação e corpo.
Encontramos dois níveis de atuação: deficiente em situação apodal, quadrípede e
bípede, ou ainda, psicoses graves, insuficiência mental e distúrbios
relacionais.
b) Reeducação eqüestre - é a fase em que o cavalo é tido
como instrumento pedagógico. Utiliza-se da arte eqüestre, com fins pedagógicos
objetivando pacientes que já possuem alguma autonomia. Seu objetivo é a
capacidade de conduzir o cavalo, adotando recursos pedagógicos como reforço
visando os conceitos educativos.
c) Pré-esporte – o cavalo como promotor da realidade social.
Atividade na qual os praticantes trabalham individualmente ou em grupos, com o
objetivo de organizar o espaço e o tempo e para preparar-se para a sua inserção
na sociedade. Nesta fase são ensinados o trote e o galope.
d) Esporte - o cavalo como promotor da inserção social. Onde
o praticante é inserido (ou reinserido) na sociedade, esta fase promove a
socialização e uma melhora na estruturação da personalidade. Assim, os jovens
podem ter acesso a vários esportes eqüestres e participarem de diversas
modalidades. Atualmente, existe o Hipismo Adaptado, forma de esporte para as
pessoas portadoras de necessidade especiais, no qual participam praticantes de
todo o Brasil.
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