Os pés são capazes de manter o
peso corporal e ainda são responsáveis pela locomoção, além de estarem
relacionados a uma postura ereta. Essas faculdades dos pés só são possíveis em
razão dos arcos plantares que podem sofrer modificações de posicionamento dos
ossos e da função dos músculos, ocasionando alterações na postura e na marcha,
ou seja, na caminhada. Por isso, para se fazer uma avaliação real da postura é
preciso incluir a observação dos pés, pois é através deles que é feita a
interconexão entre o solo e o corpo do indivíduo.
A fisioterapeuta Marcela
Batistuta explica que a postura está diretamente ligada aos pés, que são
adaptados para proporcionar flexibilidade em terrenos irregulares e absorver o
impacto. “Para o indivíduo ter uma boa postura, o centro de gravidade deve
projetar-se na base de sustentação representada pela planta dos pés. Caso esse
centro esteja fora do alinhamento, ocorrerá aumento dos desequilíbrios
musculares e das instabilidades posturais, o que prejudica o movimento normal”,
afirma.
A profissional esclarece que os
pés podem sofrer principalmente duas alterações. “O pé plano, também conhecido
como pé chato, ocorre quando há uma deformidade anatômica oriunda do
achatamento de um ou mais arcos do pé. Essa condição clínica faz com que a
pessoa pise com quase toda a sola do pé no chão. Isso pode causar dor e
desconforto não só nos pés, como também em joelho, quadril, e coluna”, alerta a
fisioterapeuta.
Marcela ressalta que o segundo
tipo é o pé cavo, também conhecido como pé arqueado, considerado o oposto do pé
plano. Segundo ela, essa alteração ocorre pela elevação excessiva do arco
plantar que gera a redução do comprimento do pé. “É menos comum, mas apresenta
maior probabilidade de causar aumento da tensão na região do mediopé,
desencadeando fasceite plantar e até esporão de calcâneo. Com a postura
deficiente, os ossos não estarão alinhados corretamente e os músculos, juntas e
ligamentos ficarão mais tensos do que o normal. A postura defeituosa pode
causar fadiga, tensão muscular e, em longo prazo, até episódios de dor. Muitos
indivíduos com dor crônica na coluna podem estender seus problemas a anos com
hábitos posturais inadequados”, informa.
A prática de atividade física
regular e moderada, como o pilates, segundo a especialista, tem o objetivo de
promover o entendimento dos apoios plantares. “A avaliação para identificar
onde se encontra maior sobrecarga é relatada pelo próprio indivíduo, podendo
ser em antepé, calcanhares, bordos mediais ou laterais. Com isso, detecta-se
qualquer tipo de variação neste segmento que indique deficiência ou excesso de
músculos agindo nos membros inferiores e no tronco. O pilates também pode
ajudar na normalização da pisada, utilizando-se da overball entre os tornozelos
para execução de exercícios específicos. Conscientizar a pessoa sobre seus
apoios plantares trará informações úteis para a vida diária”, completa.
Fonte: Jornal da Manhã
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