segunda-feira, 31 de março de 2014

Dores musculares podem ser consequência de má alimentação


Você sabia que a má alimentação tem forte influência sobre as dores do corpo? Leandro Sousa, fisioterapeuta osteopata, explica que algumas doenças estão ligadas diretamente à má alimentação: obesidade, diabetes, hipertensão, etc. Outras, no entanto, dificilmente são diretamente relacionadas. Alguns quadros de dores musculares/articulares são um bom exemplo disso. “O corpo humano funciona em um sistema de hierarquia de funções, ou seja, sistemas “mais importantes” têm prioridade de funcionamento, enquanto sistemas “menos complexos” (ou não vitais, como é o caso do sistema muscular) acabam sendo expostos a distúrbios para conservação dos outros sistemas. Sendo assim, alimentar-se mal acaba criando sobrecarga, por exemplo, num sistema vital (digestório), que por sua vez cria sobrecarga no sistema muscular e articular, causando dores musculares e articulares do tipo referida”.

A queixa de dor lombar, afirma Leandro, é a mais frequente, seguida de dores no pescoço e nos ombros. Neste sentido, o osteopata fala da importância da ostepatia no diagnóstico desse tipo de dor proveniente da má alimentação: “A diferença principal da abordagem osteopática é que o osteopata tem condições de avaliar quando as queixas são provenientes dos órgãos ligados à alimentação ou quando são mesmo de problemas musculares (por trauma ou exercício físico, por exemplo). Esse diagnóstico é crucial para que o desenrolar da intervenção seja positivo ou não. Se tratarmos uma queixa de dor no ombro, cuja causa é alimentar, por exemplo, realizando procedimentos analgésicos locais, é muito provável que as queixas continuem e o quadro piore”, alerta.

E sobre os alimentos que mais trazem os pacientes ao consultório, Leandro não tem dúvidas: são os ricos em gordura. “Algumas pessoas, porém, desenvolvem queixas por intolerância a diferentes alimentos: ao leite (e suas proteínas), café, feijão, bebidas alcoólicas, etc. Há casos de formigamentos nos dedos e nas mãos que se relacionam diretamente à alimentação e pouco tem a ver com problemas neurológicos ou circulatórios como a marioria dos pacientes acredita”. Feita a avaliação, o tratamento, então, é focado na desintoxicação alimentar e no estímulo ao bom funcionamento do sistema digestório como um todo através da osteopatia. Resultado: melhora expressiva e duradoura do quadro”.

Segundo Leandro, cada indivíduo precisa avaliar que tipos de alimentos causam sensações de mal estar, azia, má digestão, dores de cabeça, gases em excesso, alteração do aspecto das fezes. E atenção aos maus hábitos: “Em geral, mastigar pouco, comer demais em uma única vez, permanecer em jejum por longos períodos, não diversificar os alimentos, estes são os maiores vilões. É preciso ficar atento a isso também”, finaliza o fisioterapeuta.

Fonte: Labor All 

quinta-feira, 27 de março de 2014

Neuroma de Morton: a dor no antepé que atinge corredores


O neuroma dos nervos digitais plantares foi difundido por Thomas G. Morton em 1876, como uma lesão tumoral benigna representada por fibrose do nervo digital plantar. A lesão ocorre com maior freqüência entre o terceiro e o quarto ossos metatarsais, e também entre o segundo e terceiro metatarsos, sendo incomum entre o primeiro e o segundo e raro entre o quarto e o quinto.

A maior ocorrência no terceiro espaço ocorre pelo fato de que este é o local mais freqüente da união entre os ramos lateral e medial dos nervos digitais plantares, que ficam engrossados e comprimidos, além da maior mobilidade do quarto metatarso, em relação ao terceiro, o que favorece a ocorrência de microtraumas.

Devido à predileção pelo sexo feminino, sugere-se que a lesão seja desencadeada pelo uso de sapato de salto alto, onde ocorre um aumento da pressão na cabeça dos metatarsos e conseqüentemente, compressão do nervo, contudo, é sabido que os esportes de impacto, principalmente a corrida também possam desenvolver a lesão.

Clinicamente, o neuroma desenvolve dor característica no antepé, levando o paciente em certas ocasiões, a retirar o sapato para massagear os dedos, ou simplesmente parar sua atividade. A dor irradia-se para trás ou para os dedos, podendo ocorrer fenômenos como formigamento nas áreas inervadas pelos ramos envolvidos. Ocorre também sensação de queimação, que podem ser agravados pelo uso de sapatos inadequados e persistência do impacto.

Diagnóstico - No exame físico pode ser encontrado o sinal de Mulder, no qual o médico realiza uma compressão do antepé, acompanhada de pressão na face plantar do terceiro espaço intermetatarsal. Quando positivo, ocorre estalido e ressalto doloroso resultante da movimentação do neuroma no espaço entre as cabeças metatársicas que pode ser reduzido com o Teste Kelikian-Ducroquet.

Radiograficamente, não há imagem sugestiva, sendo a radiografia útil para o diagnóstico de outras patologias que causam metatarsalgia. No ultra-som, a lesão aparece como forma circular ou ovóide, bem definida, localizada próxima à cabeça metatarsal, no espaço intermetatarsal. Lesões menores de cinco milímetros podem ser difíceis de observar ao exame ultrassonográfico.

A ressonância magnética é um exame de imagem que certamente demonstra o neuroma, suas características e seu tamanho. A imagem é de uma massa bem localizada entre as cabeças metatarsais. O neuroma é hipointenso e está cercado de tecido gorduroso hiperintenso. A hipointensidade do neuroma é atribuída ao tecido fibroso. 

Tratamento - O tratamento inicial do neuroma de Morton é direcionado para a mudança de hábito, quanto ao uso de calçados, dando preferência ao uso de salto menor e bico mais largo, sendo também instituído uso de antiinflamatórios não hormonais e fisioterapia de alongamento da fáscia plantar e flexores dos dedos. Métodos de analgesia e antinflamatórios devem ser associados para auxílio à regressão do processo. Podem ser usadas, como coadjuvante, palmilhas para supressão de carga na região metatarsal acometida, com piloto retrocapital ou com amortecimento das cabeças .

Também pode ser utilizada injeção de esteróide para produzir alívio da dor e inflamação, a qual pode durar de semanas a meses e quando o tratamento conservador falha, outros métodos podem ser utilizados, incluindo neurólise e finalmente a liberação cirúrgica do ligamento metatarsal transverso para descompressão. O método cirúrgico é a única maneira definitiva de acabar com os sintomas , desde que sejam descartados os diagnósticos diferenciais. A ressecção cirúrgica do neuroma e do segmento envolvido do nervo é o tratamento que conduz aos melhores resultados segundo vários autores, podendo ser realizado por via plantar ou dorsal.


A vantagem da incisão dorsal, é que a mesma é feita fora da área de carga, além de evitar que o peso corpóreo seja transmitido à superfície plantar das cabeças metatarsais, resultando em uma cicatriz menos dolorosa. Em duas semanas os pontos são retirados e inicia-se a recuperação a caminho de uma vida e corrida sem dor!

Fonte: Webrun

segunda-feira, 24 de março de 2014

A Fisioterapia na preparação para o parto


Por volta da 32º semana gestacional, a futura mamãe já deve ter preparado o quartinho do bebê, a malinha da maternidade e ter feito até cursos especiais de gestantes.

A preparação do parto é um momento sublime da vida. De acordo com a fisioterapeuta Vanessa Marques, há técnicas específicas que auxiliam a mulher deixando a mais tranquila e segura.

A preparação do Períneo é uma delas. “A gestação é uma das principais causas da fraqueza dos músculos do assoalho pélvico feminino. Os exercícios podem acompanhar a futura mamãe em várias fases, prevenindo e tratando a incontinência urinária, disfunções sexuais, prolapsos dos órgãos genitais (bexiga caída) entre outros”, explica Vanessa.

De acordo com a fisioterapeuta, a mulher de hoje está mais preocupada com sua saúde e qualidade de vida, procurando tratamentos e meios de prevenção que a vejam como um todo. Além de tudo existe uma gama de opções que hoje a mulher encontra no mercado, possibilitando uma postura muito mais ativa neste cenário. E neste caso é importante o apoio de uma equipe multidisciplinar.

A preparação

Na fase da gestação ocorre uma sobrecarga nos músculos do assoalho pélvico, pois além de sustentar o peso constante dos órgãos pélvicos agora ela precisa sustentar todo o peso do bebê, da placenta, liquido amniótico durante todo o dia.

O reforço e o controle da musculatura perineal durante a gravidez, por meio da realização de exercícios perineais,  é fundamental para manter a força e a tonicidade desses músculos, funcionando como uma forte arma contra a incontinência urinária e outras disfunções. O controle da musculatura desta região e da respiração também auxilia na expulsão do bebê no momento do parto proporcionando uma maior percepção da região do períneo.

- Preparar o assoalho pélvico para o parto normal alongando e relaxando esta musculatura;

- Ensinar técnicas de respiração;

- Ensinar e orientar a massagem perineal;

- Ensinar exercícios que podem ser feitos durante o trabalho de parto;

- Ensinar ao pai como pode ajudar e apoiar a mamãe durante o trabalho de parto;

- Tratar as dores decorrentes das alterações posturais da gravidez;

- Tratar os edemas decorrentes da gestação(drenagem linfática);

- Promover o bem-estar da grávida aumentando a sua qualidade de vida durante a gravidez.

“Por todos este motivos, o ideal seria que a mulher ao planejar uma gestação ou até mesmo ao passar em uma consulta de rotina com seu ginecologista/obstetra, procurasse um fisioterapeuta para um trabalho preventivo. Vale destacar a massagem perineal, que promove um relaxamento e alongamento progressivo dos músculos da região perineal, útil para os casos onde é necessária a facilitação na abertura do canal vaginal, como nos casos de vaginismo ou na preparação para o parto”, completa.

Fonte: Diário do Litoral 

quinta-feira, 20 de março de 2014

Saiba mais sobre a Escoliose


A coluna vertebral apresenta um padrão linear quando vista no plano frontal. Normalmente, quando avaliada no plano lateral, é possível observar duas curvas naturais: para trás na área do tórax é chamada cifose, e para frente na área da lombar é denominada lordose. Quando visto de cima para baixo, todas as vértebras devem estar alinhadas umas com as outras.

No entanto, a alteração deste alinhamento no plano frontal com curvatura maior do que 10° é chamada Escoliose.  Na verdade, a escoliose não é apenas uma curva no plano frontal, mas sim uma rotação das vértebras que acaba culminando em alterações de todos os planos da coluna. Quando vista de cima para baixo, a escoliose apresenta as vértebras envolvidas na curva rodadas em relação umas as outras, o que pode determinar, além de rotação da coluna, deformidades das costelas, tórax, cintura escapular e pelve.

A escoliose é uma condição com influencia genética comprovada, que pode aparecer em mais de um membro da mesma família, na mesma ou em diferentes gerações. Não é causada por qualquer coisa que os pais ou os filhos tenham feito ou deixado de fazer. Também não é causada por má postura ou por carregar peso nas costas.  A escoliose é uma doença da coluna, que geralmente aparece durante a adolescência, mas também pode acontecer em outras épocas da vida.

Diferentes tipos de escoliose

Existem muitas causas para a escoliose, mas cerca de 80% a 85% dos jovens com essa patologia apresentam escoliose Idiopática, ou seja, que a ciência ainda não descobriu a causa. Escoliose idiopática pode afetar os membros de uma mesma família tendo então associação genética e fatores hereditários. Entretanto, ainda não se sabe o porquê do desenvolvimento das curvaturas da coluna, e também porque algumas curvas progridem mais do que outras. A escoliose pode ocorrer em crianças perfeitamente saudáveis e geralmente acomete as meninas com frequência de 5 a 8 vezes maior do que nos meninos.

 A escoliose também pode ocorrer devido a doenças neurológicas e musculares tais como paralisia cerebral, distrofia muscular e poliomielite. Estes tipos são chamados de Escolioses Neuromusculares, e têm um comportamento completamente diferente das curvas escolióticas Idiopáticas. Além disso, existem outras possíveis causas de escoliose: Anomalias na formação ou da divisão das vértebras que se apresentam desde o dia do nascimento, chamadas Escolioses Congênitas. Além dessas causas já apresentadas, doenças do tecido conjuntivo como, por exemplo, a síndrome de Marfan e/ou anomalias cromossômicas como a síndrome de Down, etc., também podem cursar com escoliose, sendo consideradas Escolioses Sindrômicas, de frequência ainda menor.

Escoliose

Quando a escoliose não é severa o bastante, pode passar despercebida pela fase da adolescência, ou ainda, ser acompanhada pelo médico e não apresentar progressão que necessite intervenção cirúrgica. Nestes casos, quando entramos na fase adulta, pela parada do crescimento, a maioria das curvas tende a não mais incomodar e permanecerem estáveis com nenhuma, ou pouca progressão. Entretanto, em algumas pessoas, as curvas podem progredir devido à degeneração e causar dor, seja por desgaste dos discos intervertebrais ou por compressões de raízes nervosas, interferindo nas atividades diárias dos pacientes. Em alguns casos mais graves, pode alterar a capacidade de respiração, pela deformidade do tórax e diminuição do espaço para os pulmões. Nestes casos, indica-se a correção destas deformidades, mesmo na fase adulta. A presença de osteoporose também pode causar aumento rápido das curvas pela alteração do formato dos ossos. Portanto, a prevenção da osteoporose e o reforço muscular são muito importantes nas pessoas com escoliose.

A escoliose em adultos pode ser a progressão de uma deformidade que não foi diagnosticada na adolescência. Ela também pode ser causada pela degeneração dos discos da coluna vertebral e de suas articulações em uma coluna previamente sadia, como resultados típicos do avanço da idade. Essa patologia é conhecida como Escoliose Degenerativa do Adulto.

Durante a adolescência a escoliose geralmente não produz dor, e pode, portanto, ser difícil de detectar. Portanto a escoliose pode estar presente por vários anos antes de ser notada pela criança ou pelos familiares. Uma das maneiras mais fáceis de detectar a presença destas curvas e observar a assimetria do corpo das crianças, durante o desenvolvimento. Geralmente o ato de abaixar-se para frente com as pernas esticada realça a presença das assimetrias podendo ser percebido como um lado mais alto do que o outro chamamos isso de Giba. A coisa mais importante é que o médico examine a criança regularmente até o final do crescimento, pois a escoliose pode aparecer em qualquer idade durante o desenvolvimento, até o final da adolescência. As curvaturas tendem a progredir durante os estirões de crescimento da criança, por isso geralmente o diagnostico das meninas e feito em idade inferior ao dos meninos, pois as meninas geralmente entram na puberdade mais precocemente, e nesta fase ocorre o último estirão de crescimento das crianças.

Escoliose tem cura?

Atualmente não existem medicamentos para tratamento das escolioses, nem suas causas são evitáveis. Quando a escoliose é diagnosticada por um profissional de saúde, estes pacientes devem ser encaminhados para um especialista em cirurgia de deformidades, para avaliação e tratamento, que pode incluir apenas uma avaliação radiológica regular, para acompanhar a progressão da curva, o uso de órteses (coletes externos) corretivos, para evitar a progressão até formas mais graves, ou ainda se necessário, realizar a correção cirúrgica destas curvas.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Equoterapia


O que é ?

A Equoterapia pode ser definida como um método científico aplicado como terapia na Saúde e na Educação, que utiliza o CAVALO, numa abordagem multiprofissional e interdisciplinar, buscando o desenvolvimento e o crescimento bio-psico-social de praticantes que necessitem impulsionar suas potencialidades e minimizar suas deficiências para viverem melhor.

Como surgiu?

O uso do cavalo com fins terapêuticos vem de longa data. Nos tempos de Hipócrates (478-370 a.C.), no seu livro das Dietas, prescrevia equitação para regenerar a saúde e preservar o corpo humano de muitas doenças, mas, sobretudo para o tratamento da insônia. Além disso, afirmava que a equitação praticada ao ar livre faz com que os músculos melhorem o seu tônus. Em 1901 foi fundado, na Inglaterra, o primeiro hospital ortopédico do mundo Hospital Ortopédico de Oswentry, em função da guerra dos Boers na África do Sul, o número de feridos era muito grande. Uma dama inglesa, patronesse daquele hospital, resolveu levar os seus cavalos para lá, a fim de quebrar a monotonia do tratamento dos mutilados. Este é o primeiro registro de uma atividade eqüestre ligada a um hospital. No Hospital Universitário de Oxford (1917), fundou o primeiro grupo de equoterapia, para atender o grande número de feridos da 1ª Guerra mundial, também com a idéia fundamental de lazer e de quebra de monotonia do tratamento

Após a Primeira Guerra Mundial, o animal entra definitivamente para a terapia médica. Os primeiros a realizarem este emprego foram os países escandinavos, seguidos pela Alemanha, França e Inglaterra.

Na França, logo notaram como esta atividade é uma possibilidade do portador de deficiência se recuperar e valorizar as próprias potencialidades. Em 1965, a equoterapia torna-se uma matéria didática e, em 1969, teve lugar o primeiro trabalho científico de equoterapia no Centro Hospitalar Universitário da Universidade de Salpentire, em Paris. Em 1972 foi feita a defesa da primeira tese de doutorado em medicina, em reeducação eqüestre, na Universidade de Paris, em Val-de Marne, pela Dra. Collette Picart Trintelin. Em 1974, na cidade de Paris, foi realizado o 1º Congresso Internacional, que a cada três anos se repete.

No Brasil, este recurso terapêutico começou a ser valorizado em 1989, na Granja do Torto, em Brasília com a ANDE / BRASIL (Associação Nacional de Equoterapia), com o apoio dos profissionais de saúde do Hospital do Aparelho Locomotor – SARAH. No Rio de Janeiro este trabalho teve início em 1991 com a equipe da Escola de Equitação do Exército. Em fevereiro de 1995, a equipe da Escola de Equitação do Exército realizou um Curso de Informações Técnicas de Equitação Terapêutica / Equoterapia, junto com a Dra. Mary C. Woolverton (Vice-presidente da North American Riding for the Handicapped Association), associação que implantou essa modalidade terapêutica nos EUA, quando então realizou esse trabalho dentro de um HOSPITAL MILITAR para a recuperação dos soldados mutilados da guerra do Vietnã. A Drª Mary Woolverton prossegue coordenando os trabalhos da NAHRA, fundada em 1969, nos EUA.

Em 1995, a Universidade Gama Filho inseriu a hipoterapia como disciplina no currículo do curso de formação de Fisioterapia, ministrada pela Dra. Tânia Frazão.

Em 1999, foi realizado o primeiro Congresso Brasileiro de Equoterapia.

Atualmente esta equipe, que representa a AETERJ (Associação de Equoterapia do Estado do Rio de Janeiro) desenvolve este trabalho com fins terapêuticos em diversos centros, com uma equipe multidisciplinar (fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, professores de educação física, pedagogos, fonoaudiólogos, psicomotricistas e outros) e adota uma abordagem interdisciplinar.

A Equoterapia adota quatro momentos fundamentais, sendo eles:

Programas Básicos

a) Hipoterapia - o cavalo como instrumento cinesioterapêutico. O cavalo se torna um instrumento dotado de ritmo, oscilação e corpo. Encontramos dois níveis de atuação: deficiente em situação apodal, quadrípede e bípede, ou ainda, psicoses graves, insuficiência mental e distúrbios relacionais.

b) Reeducação eqüestre - é a fase em que o cavalo é tido como instrumento pedagógico. Utiliza-se da arte eqüestre, com fins pedagógicos objetivando pacientes que já possuem alguma autonomia. Seu objetivo é a capacidade de conduzir o cavalo, adotando recursos pedagógicos como reforço visando os conceitos educativos.

c) Pré-esporte – o cavalo como promotor da realidade social. Atividade na qual os praticantes trabalham individualmente ou em grupos, com o objetivo de organizar o espaço e o tempo e para preparar-se para a sua inserção na sociedade. Nesta fase são ensinados o trote e o galope.


d) Esporte - o cavalo como promotor da inserção social. Onde o praticante é inserido (ou reinserido) na sociedade, esta fase promove a socialização e uma melhora na estruturação da personalidade. Assim, os jovens podem ter acesso a vários esportes eqüestres e participarem de diversas modalidades. Atualmente, existe o Hipismo Adaptado, forma de esporte para as pessoas portadoras de necessidade especiais, no qual participam praticantes de todo o Brasil.

segunda-feira, 10 de março de 2014

A frouxidão ligamentar e seus efeitos no corpo


Quem já não se surpreendeu com as imagens de ginastas olímpicas se dobrando ao meio em suas piruetas acrobáticas, com os contorcionistas circenses que parecem não ter coluna cervical ao colocar os pés lado a lado das bochechas, ou mesmo com aquele tio engraçadinho que se dizia mágico por contorcer pernas, braços e dedos como se fossem feitos de borracha? Todos nós já suspiramos de aflição ao vê-los em ação, mas saiba que, na verdade, não há truque algum envolvido, nem dor. Isso porque, além do sorriso no rosto enquanto executam suas manobras, na maioria das vezes, o que eles têm em comum é uma condição clínica chamada de frouxidão ligamentar.

Na literatura médica, a frouxidão está relacionada à chamada de Síndrome de Ehlers-Danlos e descrita como uma doença genética relacionada à síntese de colágeno, que causa hipermobilidade das articulações e algumas outras alterações corporais. Pelo menos 13 tipos desta síndrome foram identificados e os tipos são relacionados a distúrbios hereditários mais comuns do tecido conjuntivo, podendo acometer diferentes articulações e se manifestar em diferentes graus de severidade.

Entre os indicativos mais claros da síndrome estão:

- Hipermobilidade articular, como dobrar o punho e o polegar até ao antebraço;
- Sinal de Gorlin, que é o ato de conseguir tocar no nariz com a língua;
- Resistência à dor, o que explica os sorrisos diante das supostamente dolorosas manobras;
- Hiperelasticidade da pele.

Diferentemente do que se pode pensar, essa grande amplitude de movimentos não é um alongamento natural, ou algo positivo. Alterações oculares, que comprometem a visão podem acometer quem sofre da síndrome e a chance de gestantes terem partos prematuros também são aumentadas. Os portadores da síndrome são mais propensos a sofrer lesões, como entorses e rompimentos ligamentares, bem como desenvolver tendinites e bursites.

Com raras exceções, o tempo de vida das pessoas com síndrome de Ehlers-Danlos é normal. Ela não tem cura, mas ter o diagnóstico da doença é importante para prevenir e tratar precocemente suas complicações. Estabelecer um plano de atividades físicas, com foco no fortalecimento das musculaturas que envolvem as articulações afetadas, bem como evitar exercícios de alto impacto, pode ajudar a reduzir o risco de lesões.

Assim, uma vez desenvolvida a propriocepção e o senso de limites do corpo, quem tem frouxidão ligamentar pode ter uma vida normal. Se seu objetivo não for se unir à trupe do Cirque du Soleil, ou algo parecido, o portador da frouxidão vai acabar como todos nós, na corda bamba da vida, encarando os desafios contemporâneos com as mesmas manobras e acrobacias que precisamos fazer cotidianamente.

Fonte: Blog Albert Einsten

quinta-feira, 6 de março de 2014

Dicas para você evitar lesões na hora de dirigir


Uma pesquisa feita por uma empresa holandesa especializada em navegação em 2013, em 169 cidades, revelou que o Rio de Janeiro é a terceira cidade mais congestionada do mundo. Ficou atrás apenas de Moscou (na Rússia) e em Istambul (na Turquia). No Rio, os percursos demoram 50% a mais do tempo que seriam feitos sem engarrafamento. No horário de pico, que é no fim da tarde, o tempo perdido no trânsito chega a ser 125% maior, ou seja, mais que o dobro. Já São Paulo ficou na sétima posição.

Além de toda a questão ambiental e do tempo precioso que se perde, ficar horas e mais horas sentado ao volante pode causar danos à coluna e muita dor nas costas.

A fisioterapeuta Ariane Pitrez que deu dicas preciosas para fazer a diferença no seu dia-a-dia. Afinal, o corpo humano é composto por cerca de  600 músculos, e quase todos eles estão envolvidos na hora de dirigir.

- “Os cuidados pra minimizar esse impacto no corpo já podem começar antes de entrar no carro. A primeira dica para enfrentar o trânsito com a postura em dia é alongar os músculos do quadril, através da extensão da coxa”, indicou Ariane.

- Outra boa dia é fazer uma flexão de tronco, levando-o a frente. “Assim você vai alongar um músculo que também vai encurtar na posição sentada, que são os posteriores da coxa”, explicou.

- A hora de entrar no carro também não pode ser de qualquer jeito. “Deixe o apoio das duas pernas no solo, flexione o joelho, e sente. E a partir daí, com o apoio do quadril, você coloca a sua perna para dentro do carro”, disse Ariane.

- Outra coisa importante é sentar sempre apoiado nos ossos ísquios, aqueles dois ossinhos do bumbum. “Um jeito bem fácil da gente perceber esses ossos é numa cadeira. Apoie os seus dedos no seu glúteo. Chegue o tronco um pouquinho para frente e repare se dois ossinhos espetam seus dedos”, comentou a fisioterapeuta.

- Um dos músculos mais importantes é o transverso, o mais profundo do abdômen, que fica na posição horizontal e serve como um estabilizador da lombar. Ariane dá a dica para fortalecê-lo: “Você tem que ter a intenção de contrair a barriga, direcionando o umbigo para dentro da sua coluna, como se fosse uma contração, respirando naturalmente e mantendo a contração do umbigo para dentro”.

- Mais um músculo que precisa ser trabalhado para evitar lesões é o períneo. “É o último de todos, que fica no assoalho pélvico e sustenta toda a ação da gravidade, atmosférica e todos os órgãos. A contração dele é como se você tivesse querendo ir ao banheiro urinar e não pudesse naquele momento, então você precisa reter a urina naquele momento”, exemplificou.

Fonte: Mais Você

segunda-feira, 3 de março de 2014

Dores na coluna podem ser provocadas por alterações nos pés


Os pés são capazes de manter o peso corporal e ainda são responsáveis pela locomoção, além de estarem relacionados a uma postura ereta. Essas faculdades dos pés só são possíveis em razão dos arcos plantares que podem sofrer modificações de posicionamento dos ossos e da função dos músculos, ocasionando alterações na postura e na marcha, ou seja, na caminhada. Por isso, para se fazer uma avaliação real da postura é preciso incluir a observação dos pés, pois é através deles que é feita a interconexão entre o solo e o corpo do indivíduo.

A fisioterapeuta Marcela Batistuta explica que a postura está diretamente ligada aos pés, que são adaptados para proporcionar flexibilidade em terrenos irregulares e absorver o impacto. “Para o indivíduo ter uma boa postura, o centro de gravidade deve projetar-se na base de sustentação representada pela planta dos pés. Caso esse centro esteja fora do alinhamento, ocorrerá aumento dos desequilíbrios musculares e das instabilidades posturais, o que prejudica o movimento normal”, afirma.

A profissional esclarece que os pés podem sofrer principalmente duas alterações. “O pé plano, também conhecido como pé chato, ocorre quando há uma deformidade anatômica oriunda do achatamento de um ou mais arcos do pé. Essa condição clínica faz com que a pessoa pise com quase toda a sola do pé no chão. Isso pode causar dor e desconforto não só nos pés, como também em joelho, quadril, e coluna”, alerta a fisioterapeuta.

Marcela ressalta que o segundo tipo é o pé cavo, também conhecido como pé arqueado, considerado o oposto do pé plano. Segundo ela, essa alteração ocorre pela elevação excessiva do arco plantar que gera a redução do comprimento do pé. “É menos comum, mas apresenta maior probabilidade de causar aumento da tensão na região do mediopé, desencadeando fasceite plantar e até esporão de calcâneo. Com a postura deficiente, os ossos não estarão alinhados corretamente e os músculos, juntas e ligamentos ficarão mais tensos do que o normal. A postura defeituosa pode causar fadiga, tensão muscular e, em longo prazo, até episódios de dor. Muitos indivíduos com dor crônica na coluna podem estender seus problemas a anos com hábitos posturais inadequados”, informa.

A prática de atividade física regular e moderada, como o pilates, segundo a especialista, tem o objetivo de promover o entendimento dos apoios plantares. “A avaliação para identificar onde se encontra maior sobrecarga é relatada pelo próprio indivíduo, podendo ser em antepé, calcanhares, bordos mediais ou laterais. Com isso, detecta-se qualquer tipo de variação neste segmento que indique deficiência ou excesso de músculos agindo nos membros inferiores e no tronco. O pilates também pode ajudar na normalização da pisada, utilizando-se da overball entre os tornozelos para execução de exercícios específicos. Conscientizar a pessoa sobre seus apoios plantares trará informações úteis para a vida diária”, completa.