Composta por ossos que são
chamados vértebras, a coluna vertebral é considerada uma das mais importantes
regiões do corpo humano. Muito flexível, esta parte de nosso corpo é
responsável pela sustentação da cabeça, fixação das costelas e os músculos do
dorso, além de suas curvaturas serem responsáveis pela força e equilíbrio
corporal. A coluna vertebral (ráquis) é constituída pela superposição de uma
série de ossos isolados denominados vértebras. Superiormente, se articula com o
osso occipital (crânio); inferiormente, articula-se com o osso do quadril
(Ilíaco). A coluna vertebral é dividida em quatro regiões: Cervical, Torácica,
Lombar e Sacro-Coccígea. São 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5
sacrais e cerca de 4 coccígeas. O sacro e o cóccix não se movimentam e as
vértebras restantes (cervicais, lombares e torácicas) são móveis.
Problemas como escoliose,
artrose, hérnia de disco, entre outros, afetam grande parte da população.
Assim, muitos mitos são criados quando o assunto é coluna vertebral. O médico
Pedro Augusto Deja Teixeira, neurocirurgião, especialista em cirurgia da coluna
vertebral e diretor clínico do Instituto Paulistano de Neurocirurgia e Cirurgia
da Coluna Vertebral, revela alguns mitos e verdades sobre o tema.
1. Praticar natação ajuda a
corrigir escoliose?
Mito. A natação, por ser uma
atividade simétrica, não pode colaborar na correção da curva escoliótica. Este
exercício, além de trabalhar o fortalecimento muscular, promove o alongamento
de forma equilibrada utilizando os dois lados com a mesma intensidade. Ao
contrário do tratamento, que muitas vezes visa corrigir a escoliose com
distribuições diferentes em cada lado da coluna, para equilibrar a cadeia
cinética posterior. Além disso, algumas modalidades da natação, como borboleta e
nado peito, podem prejudicar a coluna, gerando sobrecarga excessiva sobre a
região.
2. Cruzar as pernas pode
prejudicar a coluna?
Verdade. Claro que o hábito de
cruzar as pernas, para as mulheres, é uma posição confortável, além de
elegante, porém, é preciso ficar atento para não abusar deste hábito e
prejudicar a saúde. Ao cruzar as pernas, a coluna vertebral se desvia para a
esquerda ou para a direita, devido o desequilíbrio da região pélvica. Outro
problema que pode ser ocasionado por este costume, além de prejudicar o fluxo
sanguíneo, é a escoliose (desvio da coluna vertebral no plano frontal).
3. Dormir no chão – ou num
colchão duro – é bom para as costas?
Mito. A rigidez poderá agravar,
ainda mais, a contratura muscular. Durante uma provável crise de dor nas
costas, a pessoa deve repousar em seu próprio colchão, podendo deitar-se de
lado, com um travesseiro entre as pernas.
4. Fumantes têm mais dores nas
costas do que não fumantes?
Verdade. O cigarro, não faz bem a
nenhuma parte do corpo humano, e em relação às costas, não poderia ser
diferente. Os fumantes inalam mais substâncias tóxicas, sendo assim, prejudicam
a circulação sanguínea no disco intervertebral, que pode causar mais dores na
região.
5. Todos que sofrem de dor nas
costas devem realizar uma ressonância magnética?
Mito. De acordo com a OMS
(Organização Mundial da Saúde), 80% das pessoas sofrem ou sofrerão de dor nas
costas pelo menos uma vez na vida. Entretanto, o primeiro passo para combater
este mal é procurar um especialista e descobrir as causas para solucionar de
vez este problema.
6. Estalar o pescoço com o
movimento da cabeça faz mal à coluna?
Verdade. Apesar de esse hábito
propiciar alívio para alguns nunca se deve fazer isso. Estalar a coluna e o
pescoço prejudica – e muito – suas articulações, além de causar, em alguns
casos, dores de cabeça, zumbidos e vertigens.
7. Cirurgia é a única saída para
acabar com a hérnia de disco?
Mito. Hérnias de disco
representam uma causa comum de dor nas costas. Mas não é a única. Ao
identificar uma hérnia de disco, o médico, ortopedista ou neurocirurgião, deve
estar atento para outros problemas na coluna que podem acompanhar essa
condição. Desta forma, pesa na decisão do médico a associação com outras
alterações e como elas se traduzem clinicamente. Além disso, a decisão deve ser
baseada mais no prejuízo que a doença traz para o paciente em termos de perda
de horas de trabalho e lazer, limitações físicas para as atividades do
dia-a-dia e perda na qualidade de vida e menos no resultado dos exames de
imagem. Diversos tratamentos podem aliviar o problema, entretanto, é sempre
recomendável procurar um especialista antes de tomar qualquer decisão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário