Acaba de ser publicado o perfil
dos profissionais da fisioterapia e terapia ocupacional que atuam com
assistência domiciliar no Brasil (Perfito). Realizada entre os meses de
novembro/13 e janeiro/14 a pesquisa contou com a participação de profissionais
de 21 estados brasileiros, alcançando quase a totalidade da federação.
Entre os estados com o maior
número de participantes se destacaram Rio de Janeiro e Minas Gerais,
engajamento que contou com apoio dos sindicatos da categoria nas praças.
Mais de 45% dos respondentes têm
menos de 30 anos de idade, revelando o grande número de jovens trabalhando com
a modalidade do Home Care. Já as mulheres, representaram a maioria, com 64% de
participação. Apesar dessa grande participação, ainda é cedo para concluir que
a atuação feminina é predominante na área, o que poderá se confirmar nas
próximas edições da pesquisa.
Mais da metade, 61,3% dos
profissionais dispõem de carro próprio, embora muito poucos recebam algum tipo
de ajuda de custo com estacionamento, combustível, pedágio ou manutenção do
carro (apenas 17,1%). Já a minoria de 5,26% recebe ajuda para deslocamento com
transporte público; e para mais da metade não há nenhum tipo de ajuda de custo
pelo contratante.
No quesito nível de
especialização, o comportamento das respostas demonstra importante compromisso
dos profissionais da área com a formação acadêmica. Mais 70% dos respondentes
são pós-graduados, com significativa parcela de mestres e doutores (7%). De
toda a amostra 49% são graduados há mais de 05 anos, tendo como áreas de
especialização: neuropediatria, hidroterapia, pilates e ergonomia.
Áreas como fisioterapia em
terapia intensiva, terapia respiratória e traumato-ortopédica estão entre as
especialidades com maior concentração de profissionais, com 52% dos
respondentes. Outras áreas também se destacam, como saúde coletiva,
fisioterapia cardiovascular, neopediatria, fisioterapia do trabalho, entre
outras.
Já quanto à área de atuação –
diferente das especialidades – 70% dos profissionais concentram-na em
Neurologia, Ortopedia, Geriatria e Gerontologia. Áreas menos exploradas também
aparecem na pesquisa: Dermato Funcional, Gestão da Saúde, Uroginecologia e
outras.
Vínculo de Trabalho
Mais da metade dos profissionais
mantém vínculo de trabalho diretamente com o fornecedor (55%), enquanto parcela
de 45% tem vínculo mantido com uma empresa que presta serviços ao fornecedor de
Home Care (a chamada terceirização de mão de obra). Apesar disto apenas 17,5%
dos profissionais têm registro em carteira de trabalho, ou seja, são celetistas
(CLT).
Já a maioria tem vínculos como
autônomos, prestadores pessoa jurídica e cooperados.
Esse cenário revela que embora
grande parte dos profissionais trabalhem diretamente para a empresa de Home
Care, o vínculo como celetista ainda não é prioridade para a empresa, ou às
vezes para o próprio profissional.
Gráfico: Nível de Remuneração
Perfil dos Pacientes em
Fisioterapia
O atendimento é predominante em
pacientes acima dos 60 anos de idade. 65% dos profissionais atendem pacientes
com idade igual ou superior a 60 anos de idade, dos quais 19% idade acima dos
80 anos.
Pequena parcela, 9%, atende
crianças com idade igual ou abaixo dos 10 anos de idade.
Atendimentos diários e carga
horária
48% dos respondentes realizam em
média 05 atendimentos por dia e pequena parcela, 13% chegam a produzir o dobro:
10 atendimentos. Entre os serviços executados, quase 40% se concentram nas
áreas Neurológica, Ortopédica e Geriátrica.
Há quem trabalhe mais de 12 horas
diárias, mas a maioria (49%) tem uma carga horária inferior a 8 horas. Apesar
disto, 36% tiram apenas duas folgas no mês, o que revela a necessidade de o
profissional trabalhar em dias não úteis.
Vantagens de trabalhar com Home
Care
Capacidade de fazer o próprio
horário, gerenciando suas folgas; e o entrosamento com a família e a
efetividade da reabilitação estão entre os itens que os profissionais avaliaram
como vantagens àqueles que atuam com assistência domiciliar.
Desvantagens de trabalhar com
Home Care
Por outro lado, a baixa
remuneração versus a quantidade de sessões e a carga horária estão entre as
desvantagens para quem trabalha com a modalidade assistencial. Outro quesito
destacado é a falta de vínculo empregatício, gerando falta de estabilidade e de
benefícios trabalhistas.
Avaliação Cruzada dos dados
O relatório publicado apresenta
os resultados básicos da pesquisa, com tabelas e gráficos de cada uma das
questões às quais os respondentes tiveram acesso. Não serão apresentadas
análises cruzadas entre duas ou mais questões ou variáveis do questionário,
como por exemplo: o perfil específico dos respondentes de um ou outro estado; o
nível de remuneração de profissionais que atuam com pacientes de determinada
idade; entre outras análises.
Isso se deve ao fato de que há
inúmeras possibilidades de análise cruzada, a depender do interesse de quem
analisa a informação. Apesar disto, organizações, entidades, profissionais,
acadêmicos e/ou pesquisadores que tenham interesse em análises cruzadas deverão
encaminhar solicitação específica ao Conexão Home Care, que analisará em
conjunto com o Comitê Gestor, a oportunidade e as condições para dispor da
informação.
DOWNLOAD DO RELATÓRIO:
Fonte: Conexão Home Care
Nenhum comentário:
Postar um comentário