segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Reabilitação Fisioterapêutica no Paciente Oncológico




O uso de tabaco, o consumo de álcool, o sedentarismo, a exposição ao sol sem proteção adequada, a ingestão de alimentos ricos em gorduras que são considerados fatores de risco associados e o envelhecimento populacional, tem contribuído para o aumento da incidência de casos de câncer em todo o mundo.

Incentivos à pesquisa e ao ensino vêm fazendo com que todas as áreas de atuação no controle e combate ao câncer se desenvolvam cada vez mais. Não basta somente tratar e curar, é preciso reabilitar e reinserir o indivíduo em suas atividades diárias e, baseada neste conceito, a fisioterapia vem desempenhando um papel cada vez mais presente e importante no tratamento multidisciplinar em oncologia.

A atuação da fisioterapia faz-se necessária em todas as áreas da oncologia como nos tumores de Mama, Uroginecológicos, Pulmão, Cabeça e Pescoço, Abdominais, Pediátricos entre outros, ou seja, todos os tipos de câncer em que o paciente necessite não só de acompanhamento fisioterapêutico curativo, mas também preventivo.

O fisioterapeuta oncológico deve ter uma visão sistêmica do paciente e não uma visão focal. As técnicas fisioterapêuticas devem ser utilizadas de acordo com cada paciente sendo muito importante lembrar que tanto o câncer como suas formas de tratamento, cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, independentes ou associados, debilita o paciente das mais variadas formas e que cabe ao fisioterapeuta ter pleno conhecimento da doença e suas complicações, para que possa assim, traçar a melhor conduta.

Devido ao tratamento oncológico o paciente pode apresentar quadro de dor persistente, fibrose, retração e aderência cicatricial secundária a radioterapia, osteoporose, neuropatia periférica, linfedema nos casos de esvaziamento ganglionar, fraqueza muscular, incontinência urinária, fadiga entre outros.

Preferencialmente, deve-se iniciar a fisioterapia logo após o diagnóstico e início do tratamento. A fisioterapia pré-operatória tem por objetivo conhecer as principais alterações pré-existentes, identificar os possíveis fatores de risco para complicações pós-operatória e conscientizar o paciente da importância dos procedimentos fisioterapêuticos que serão realizados no pós-operatório.

Todo paciente oncológico requer atenção especial no pós-operatório, principalmente em cirurgias de grande porte, a fim de que se possa evitar complicações respiratórias como pneumonia, atelectasias, diminuição dos volumes e capacidades pulmonares e complicações motoras como Síndrome do imobilismo, Trombose Venosa Profunda, edema, etc.

É necessário que o paciente compreenda a importância e o benefício que os exercícios lhe trarão para a manutenção da flexibilidade e da força muscular, bem como a importância da função do aparelho locomotor e a manutenção do condicionamento cardiovascular e respiratório.

O perfil do fisioterapeuta que lida com pacientes oncológicos deve ser o de um profissional extremamente qualificado que saiba lidar não só com o tratamento e a evolução da doença, mas também com todas as possíveis alterações psicológicas que ele possa desenvolver. É importante que o fisioterapeuta saiba adequar à terapia dentro de um programa de reabilitação flexível e condizente com a situação e necessidade de cada paciente e que desperte o sentimento de independência, além de estimular sua percepção em relação à importância da qualidade de vida durante o processo de tratamento do câncer e o retorno as suas atividades de vida diária.

Nenhum comentário:

Postar um comentário