quarta-feira, 30 de julho de 2014

Os danos desencadeados por uma lesão na medula espinhal


Acidentes com veículos motores, lesões esportivas (principalmente mergulhos em águas rasas), acidentes industriais, ferimentos por bala, agressões físicas ou um tombo na escada podem resultar em uma lesão na medula espinhal. Dependendo da intensidade, ela pode causar a perda dos movimentos, principalmente se acometer a parte inferior das costas. 

Segundo o neurocirurgião formado pela USP Mauricio Mandel, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), essa queda pode resultar em uma lesão na medula espinhal, causando danos às células.

— Um ferimento grave na medula espinhal normalmente causa perda de sensibilidade, paralisia e perda do controle voluntário sobre os músculos do corpo — explica.

E os danos não param por aí. A lesão também pode desencadear uma perda da função de reflexo, ou comprometer outras funções corporais como respiração, controle intestinal e controle da bexiga.

A medula espinhal é composta de "axônios", que são os cabos que transportam mensagens entre seu cérebro e o corpo. Ela passa através do pescoço e pelas costas. Por esse motivo, uma lesão nessa área pode acarretar problemas graves ao paciente.

Cada lesão, um sintoma

Os sintomas variam conforme o trauma. Se a lesão for cervical, por exemplo, os sintomas podem atingir braços e pernas. As torácicas, por sua vez, podem provocam alterações somente nas pernas e, muitas vezes, esfincterianas (bexiga).

Além disso, independente da lesão, o paciente pode sentir dormência, fraqueza e paralisia, espasticidade (aumento do tônus muscular), alterações sensoriais e perda do controle normal do intestino e da bexiga.

Como é feito o tratamento

O tratamento pode ser por meio de cirurgias para remover fragmentos de ossos, líquidos ou tecidos que estão pressionando a medula espinhal, ou fundir os ossos fraturados. Também pode ser recomendado o uso de medicamentos como corticoides (dexametasona e metilprednisolona) para amenizar a inflamação.

— O nível da lesão tem uma participação significativa na recuperação do paciente. Quanto mais a alta, maiores são as chances de apresentar deficiências, inclusive respiratórias — ressalta Mandel.

Primeiros socorros

Quando alguém sofre uma lesão na coluna vertebral, qualquer movimento após a queda pode comprometer ainda mais o estado do paciente. Por isso, a vítima não deve se movimentar ou levantar, além de ser importante manter a cabeça e o pescoço na posição na qual foi encontrada. Segundo Mandel, essas medidas simples podem impedir que o quadro se agrave.

Fonte: Zero Hora 

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Dor crônica


por Kristy Themelis 
Traduzido por: Sofia Ferreira

Devido à natureza subjetiva da experiência da dor, atualmente não há medidas objetivas para avaliar a propagação da dor de um indivíduo. Questionar os pacientes sobre sua dor e observar os seus comportamentos é, portanto, muito importante. Os autores deste artigo fornecem uma visão geral de alguns princípios psicológicos e modelos de dor que contribuíram para a compreensão atual da dor crônica (DC).

A publicação inovadora da "teoria da porta da dor" pelo psicólogo Ronald Melzack e pelo anatomista Patrick Wall resultou numa mudança da nossa compreensão da dor com o foco principal dos processos periféricos para os processos centrais. Infelizmente ainda há muitos pacientes (e até mesmo alguns profissionais de saúde) que vêem a dor em termos apenas clínicos

No presente estudo, a maioria dos tratamentos médicos, farmacológicos e cirúrgicos para pacientes com DC são inadequados e apenas moderadamente eficazes na melhor das hipóteses. O tratamento moderno da dor crônica visa tratar a dor como um problema multifatorial, que requer uma auto-gestão continua e não apenas uma correção clínica.

De: Jensen & Turk, Am Psychol 69 (2014) 105-118. Todos os direitos reservados a American Psychological Association. Imagem tirada de: kizoomlabs.net.

Você encontrará o resumo completo em 
encontrará o resumo Pubmed em http:// www.anatomy-physiotherapy.com/

Fonte: Facebook Anatomia&Fisioterapia

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Como perceber os sinais da tendinopatia


O pneu do carro está gasto. O motorista troca o pneu. O alarme de casa dispara. O morador vai verificar o que está acontecendo. As pessoas sabem o que fazer quando recebem um alerta, mas isso só funciona para as coisas. Quando o braço,  punho ou  ombro começam a doer o mais comum é que as pessoas ignorem o sinal até que ele se transforme em um diagnóstico: tendinopatia. E uma vez instalada, a doença torna-se difícil de tratar e, muitas vezes, reincidente.

Apesar do quadro desanimador, da disciplina necessária para lidar com o problema, a tendinopatia não é imbatível. Tem cura, claro que tem.

É a luta do mais fraco com o mais forte. Se eu der um soco na parede, provavelmente, vou quebrar minha mão. Se a minha mão não for mais forte que a parede nunca vou quebrar a parede. Cada pessoa possui uma necessidade diferente no que diz respeito à prevenção e tratamento da tendinopatia e fatores como a profissão e o biótipo influenciam nesta matemática. É necessário adaptar o tendão para suportar o ritmo de trabalho de cada um. Alguém que digita 500 palavras por minuto precisa fazer uma musculação, alongar para deixar o tendão mais forte e assim suportar esse ritmo.

A recomendação deve-se ao fato de que a tendinite nada mais é que uma sobrecarga dos tendões, estrutura que une o músculo ao osso. Uma inflamação que está muito relacionada ao trabalho e que pode acometer qualquer parte do corpo, mas que é mais recorrente nos ombros, punhos, cotovelo, joelho e tornozelo. Pessoas que trabalham com computador devem ficar atentas, pois os movimentos relacionados à digitação podem propiciar o aparecimento de uma tendinopatia em longo prazo, mas toda atividade que envolve movimento pode provocar uma sobrecarga no tendão.

Algumas empresas já fazem um trabalho de ergonomia a fim de evitar lesões como a tendinopatia, no entanto, o especialista do Hospital Villa-Lobos alerta que tais medidas não são suficientes. Hoje existe a orientação ergométrica, mas é um tempo muito pequeno, de dez, quinze minutos. Então isso é muito mais por burocracia, do que por necessidade física.

De acordo com o médico, o ideal é fazer o exercício de alongamento e fortalecimento do tendão por quarenta, cinquenta minutos, três vezes por semana. No caso de pessoas que sofrem com tendinopatias reincidentes, Bitun recomenda uma mudança de hábitos na rotina, principalmente no ambiente de trabalho. Caso contrário, o tendão vai sofrer outro estresse, o que vai acarretar um novo processo inflamatório, uma volta ao médico, ao tratamento com anti-inflamatórios e fisioterapia.

A prevenção continua sendo melhor do que qualquer medicamento ou receita e alerta para a importância de ouvir os sinais que o corpo dá. Ninguém que está dormindo e toca o alarme na casa dele, desliga o alarme e fala que está muito barulho, que quer dormir. Com a dor a primeira coisa que a gente faz é desligar o alarme do corpo. Fique atento.

Fonte: Fisioterapia.com

segunda-feira, 21 de julho de 2014

A importância do Fisioterapeuta na UTI Neotanal


Quando falamos em fisioterapia Neonatal, muitas pessoas que não são da área de saúde, se perguntam o que um fisioterapeuta faz em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinada a recém-nascidos prematuros.

O fisioterapeuta tornou-se um profissional de extrema importância atuando não só na reabilitação e prevenção de complicações com manobras específicas como também na assistência ventilatória em parceria com o médico e enfermagem.

A alta incidência de enfermidades pulmonares na infância exige uma terapêutica respiratória bem específica, um médico perfeitamente habilitado, uma prescrição da medicação de forma adequada, um hospital com recursos e uma equipe de trabalho multiprofissional incluindo o fisioterapeuta.

Devido à imaturidade do sistema respiratório, os recém-nascidos prematuros apresentam altos riscos de desenvolver complicações respiratórias com necessidade de ventilação pulmonar mecânica, assim, a possibilidade de fisioterapia respiratória torna-se cada vez mais necessária em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.

Na fisioterapia neonatal além da assistência ventilatória, o fisioterapeuta tem por objetivo manter as vias aéreas pérvias melhorando e prevenindo as complicações das patologias que acometem o período neonatal e estimular a auto-organização sensório motora e seu desenvolvimento neuro-psico-motor.

O fisioterapeuta também é responsável pela montagem, teste e toda regulagem dos respiradores mecânicos durante os diversos momentos em que está sendo utilizado. E também responsável pela ventilação do paciente durante transportes e exames dentro do hospital.

Hoje, nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais do Brasil, os serviços fisioterápicos são essenciais e imprescindíveis para que essas crianças passem por um processo de recuperação mais rápido e eficaz. Essa estimulação precoce ajuda na redução do tempo de permanência nos hospitais, diminuindo, assim, as eventuais sequelas, o que contribuirá para o aumento das respostas fisiológicas e metabólicas aos procedimentos aplicados durante o período de internação.

O profissional de fisioterapia também ajuda a família nas orientações dos cuidados necessários ao recém-nascido diminuindo assim as reinternações hospitalares. Logo após a alta da UTI neonatal o recém-nascido deverá ser acompanhado por um fisioterapeuta para que seja avaliado o seu desenvolvimento neuro-motor, ou seja, o sentar, engatinhar, andar e etc.

Fonte: D24AM

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Saiba como aliviar as dores na coluna durante a gravidez


A dor nas costas é uma queixa muito comum entre as grávidas. Mais de dois terços das gestantes sentirão dor lombar e pélvica, geralmente no segundo e no terceiro trimestres da gestação. As informações são de um estudo publicado no Current Reviews in Musculoskeletal Medicine.

Segundo o estudo Pregnancy-related low back pain, a maioria das mulheres considera a lombalgia como um "inevitável desconforto normal" durante a gravidez. Apenas 50% das gestantes que sofrem com dores nas costas procuram o aconselhamento de um profissional de saúde.

Há muitas pesquisas sobre os fatores de risco para o aparecimento de dor lombar durante a gestação. O histórico de trauma pélvico, lombalgia crônica e dor lombar na gravidez anterior são os riscos mais comuns e aceitos entre os especialistas. O número de gestações anteriores também parece aumentar o risco. Não é possível, no entanto, prever quem vai sofrer de lombalgia durante a gravidez. Lombalgia durante a menstruação é um fator de risco adicional para dor nas costas na gestação.

— As queixas sobre dores na coluna durante a gravidez são justificadas pelo peso extra que a gestante carrega. Algumas chegam a engordar até 20 quilos por gestação, quando o recomendável é algo em torno de 9 a 12 quilos. Isso muda a forma como a mulher se levanta e caminha, exercendo uma forte pressão sobre sua coluna, que adicionada às alterações hormonais que fazem as articulações pélvicas ficarem vacilantes, resulta em dor nas costas — explica o neurocirurgião e membro da Sociedade Brasileira de ColunaCezar Augusto Oliveira.

As pílulas anticoncepcionais e o intervalo de tempo desde a última gravidez não são considerados como fatores de risco. A associação entre a idade da mulher ou entre a alta carga de trabalho e dor lombar durante a gravidez também continua não esclarecida.

Para a maioria das mulheres, a dor nas costas desaparece após o parto, geralmente dentro de seis meses. Mas a gestante não precisa esperar até lá para obter algum alívio. Exercícios, acupuntura e outros medicamentos podem amenizar as dores. E se a mulher ainda está pensando em engravidar, pode tomar medidas para tentar evitar a dor.

— As mulheres grávidas devem ser informadas sobre a importância de manter uma postura adequada ao fazer as atividades diárias, de modo que sua coluna não fique sobrecarregada ou desalinhada. É também muito importante ensinar às grávidas a levantar pesos sem forçar as costas, um hábito muito útil que precisa ser observado durante toda a gestação. As mulheres devem ser aconselhadas a usar cadeiras colchões e camas adequados. Elas também precisam aprender técnicas para entrar e sair da cama, de modo que o corpo mantenha-se em uma posição adequada e a coluna não sofra", orienta o médico.

Como a gravidez impacta a coluna

Diversos fatores fazem da gravidez um motivo para o aparecimento de dores nas costas. Além do aumento de peso, as alterações hormonais também podem contribuir para a dor nas costas. Na preparação para o parto, um hormônio chamado relaxina, produzido pelo corpo lúteo e pela placenta, produz um amolecimento das articulações pélvicas e das suas cápsulas articulares, o que dá a flexibilidade necessária para o parto, pois provoca o remodelamento do tecido conjuntivo, o que diminui a união dos ossos da pelve e alarga o canal de passagem do feto. O hormônio tem ação importante no útero, por distendê-lo à medida que o bebê cresce.

— Normalmente, as articulações pélvicas ajudam a sustentar a coluna vertebral. Quando ocorre esse relaxamento, durante a gravidez, pode ocorrer também dor e inflamação e não apenas na pelve, mas também em toda a parte inferior das costas — explica o médico.

Outro possível "culpado" é o útero em expansão. À medida que o útero cresce, ele pressiona determinados vasos sanguíneos, especialmente quando a mulher está deitada à noite. Esta pressão reduz o fluxo de sangue rico em oxigênio para a pélvis e para parte inferior da coluna, causando dor.

Maneiras de aliviar a dor

Independentemente do que está causando a dor na coluna da gestante, existem medidas que podem ser adotadas para obter alívio.

— Vários estudos mostram que os melhores resultados vêm de exercícios que fortalecem o abdômen e a parte inferior das costas, da hidroginástica, da acupuntura e do uso de almofadas de apoio, durante a noite. É muito importante destacar que a gestante precisa avisar o médico que a acompanha se a dor nas costas persistir. Dor nas costas que não vai embora pode ser um sinal de trabalho de parto prematuro, uma infecção ou de outros problemas sérios — alerta Oliveira.

Veja algumas dicas para aliviar a dor na coluna das grávidas:

— O uso de um banquinho ou de um suporte para as costas ao sentar evita a fadiga muscular. Usar uma cadeira que suporte a coluna e/ou tentar colocar um pequeno travesseiro atrás da parte inferior das costas para apoio extra ajuda a aliviar a dor

— A mulher grávida deve aprender a ficar de pé, andar ou curvar o corpo sem causar estresse extra sobre a coluna ou fadiga muscular

— As mulheres também devem ser incentivadas a evitar andar prolongadamente ou ficar em pé por muito tempo

— A massagem e a acupuntura podem ser úteis. Alguns estudos defendem que a acupuntura pode ser um bom complemento

— Aulas de hidroginástica aliviam a pressão sobre a coluna. É importante também incluir atividades físicas suaves como caminhar e nadar na rotina diária da gestante

— A massagem nas costas também é um recurso que pode ajudar a aliviar a dor nas costas durante a gravidez

— Dormir de lado, mantendo um ou ambos os joelhos dobrados também ajuda. O uso de um travesseiro para apoiar o abdômen, especialmente durante o último trimestre, pode fazer uma diferença real. Um travesseiro em forma de cunha parece funcionar melhor. Além disso, é recomendado colocar outro travesseiro entre os joelhos durante a noite

— Usar sapatos com saltos baixos e bom suporte também ajudam. Cintos de apoio à maternidade podem aliviar a dor, tornando as articulações pélvicas mais estáveis

— Uma almofada de aquecimento para aplicar calor na área dolorida também pode ser indicada

Fonte: Zero Hora 

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Geriatria e Fibrose Cística


por Liesbeth Raymakers
Traduzido por Raphael Vianna

O exercício físico de intensidade regular e duração moderada (tal como apresentado pelo American College of Sports Medicine) tem demonstrado exercer efeitos anti-inflamatórios. Vários caminhos que são ativados para controlar a demanda metabólica também tem funções de regulação do sistema imunológico.

Sempre que uma única sessão de exercício ou exercício vigoroso induz a ativação do sistema imunológico, exercícios moderados e regulares induzem um amortecimento imunológico. Isto está associado com uma incidência reduzida de doenças e susceptibilidade a infecção viral, infecção do tracto respiratório, especificamente. Por conseguinte, podem ser usadas para modificar o curso de doenças inflamatórias e infecciosas crónicas tais como a fibrose cística (FC).

Os pacientes com FC sofrem de infecções pulmonares graves e crônicas e de inflamação, levando à doença pulmonar obstrutiva e restritiva, intolerância ao exercício progressivo (-20 % aos 18 anos) e caquexia. Até o momento, nenhuma terapia curativa está disponível para a FC e as infecções e inflamações são controladas por antibióticos e medicamentos supressores do sistema imunológico. Nesta revisão interessante, são discutidas as implicações do exercício como um possível modulador imunológico.

Programas de exercícios individualizados e supervisionados podem ajudar a manter a forma física, qualidade de vida, a limpeza da secreção, função pulmonar e de saúde em pacientes com FC.


Você encontrará o resumo Pubmed e um link para a versão em texto completo gratuito em http://www.anatomy-physiotherapy.com/ 

Fonte: Facebook Anatomia&Fisioterapia

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Entenda mais sobre Hérnia de Disco


Como se forma

Trinta e três vértebras compõem a coluna vertebral. Situado entre as vértebras cervicais, torácicas e lombares, estão os discos intervertebrais, feitos de um tecido elástico, resistente a determinadas forças de compressão, cuja finalidade é amortecer os impactos que atingem constantemente a coluna. Quando essa compressão é muito grande e contínua, pode ocorrer uma ruptura, que pode ser parcial ou total, formando-se a hérnia de disco.

Maneiras de prevenir

Seu aparecimento depende de vários fatores, mas os facilitadores são: excesso de peso da pessoa ou do peso carregado nos braços e ombros, e traumatismos que atingem a coluna. Evitando-os, os riscos de surgimento das hérnias de disco são mínimos. Sabe-se atualmente que existem alterações genéticas que tornam o disco mais frágil, facilitando a sua degeneração. Outro fator agravante é a vida sedentária, que enfraquece as estruturas da coluna e também daquelas que ajudam a sua sustentação. Assim, exercícios físicos ajudam a manter a estrutura saudável.

Quais os tipos

De modo geral, as hérnias estão situadas na região cervical (no pescoço) e lombar (na região logo abaixo das costelas, na frente da bacia). São também classificadas em vários tamanhos, desde as pequenas até aquelas que chegam a romper todas as estruturas de sustentação, chamadas de hérnias extrusas ou expulsas. Estas são as mais graves e devem ser operadas rapidamente.

Atenção aos sinais

Os principais sintomas são dor, sinais de enfraquecimento e até perda de função dos músculos cujos nervos estão sendo comprimidos pela formação da hérnia, assim como sinais de adormecimentos nos locais em que existe a irradiação da dor. Os movimentos costumam piorar esse desconforto, e o repouso (ou outra posição confortável) pode trazer alívio ao sintoma. Algumas hérnias da região cervical podem atingir a medula espinhal e determinar perda dos movimentos abaixo do local afetado.

É preciso operar?

Inicialmente, o tratamento deve ser clínico, com indicação de repouso e uso de  anti-inflamatórios durante duas semanas. A maioria, mais de 90% dos casos, melhora consideravelmente nesse período. O início de fisioterapia deve ocorrer nesta fase, sempre em um grau leve, podendo ser intensificado com o decorrer das semanas. Nos casos em que se diagnostica uma hérnia extrusa ou naqueles em que não ocorre melhora com os tratamentos tradicionais, e havendo a confirmação da hérnia por meio de exame de ressonância magnética, acompanhado da confirmação dos sinais clínicos pelo exame neurológico rigoroso, estará indicada a cirurgia. As possibilidades de sucesso da intervenção cirúrgica, nos casos com real indicação e em mãos habilitadas, estão em níveis superiores a 99%.

Fonte: Revista Viva Saúde 

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Fisioterapia na reabilitação da paralisia facial periférica


A paralisia facial periférica (PFP) ocorre quando há interrupção da condução nervosa do nervo facial, consequência de diferentes fatores etiológicos, tais como traumáticos (pode acometer os indivíduos através de objetos cortantes ou perfurantes, projéteis de arma de fogo, acidentes automobilísticos e outros), infecciosos (causadas pela meningite,otites, herpes zoster e outras), neoplásicos, disfunções metabólicas (Diabetes Mellitus, hipotireoidismo, gravidez), idiopáticos e outros.

De acordo com a fisioterapeuta Nilvânia Pereira, essa doença causa a paralisia de um conjunto de músculos, os quais são  responsáveis pela mímica facial, podendo acarretar grandes deformidades fisionômicas que levam a incapacidades físicas, psicológicas e sociais. “A pálpebra inferior fica caída, ocorre inchaço facial, dificuldade de fechar completamente os olhos, mas, claramente, os sintomas variam de acordo com a localização e a gravidade da lesão do nervo facial. A paralisia facial periférica pode causar também outros sintomas, como: os sulcos da testa ficam menos pronunciados do lado paralisado, o globo ocular se levanta ao tentar fechar a pálpebra (sinal de Bell), os cílios do lado afetado ficam mais evidentes do que o lado sadio quando os olhos tentam se fechar, a fenda da pálpebra aumenta, há uma ausência do sulco nasomentoniano e queda da comissura labial”, explica.

A boca e a língua são desviadas para o lado sadio, quase impossibilitando de conter líquidos, assobiar, soprar ou sorrir. Distúrbios da gustação, salivação, lacrimejamento, entre outros, podem estar associados. Sua incidência varia de 20 a 30 casos por 100 mil pessoas,  homens e mulheres são igualmente afetados. “Importante salientar que, entre 2009 e 2013, tive 21 casos de atendimento no consultório”, destaca.

Outros fisioterapeutas também relatam o alto índice de pacientes com este tipo de paralisia que procuram atendimento. “O tratamento da paralisia facial periférica deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, fisioterapeutas, psicólogos e outros”, acrescenta Nilvânia.

Os recursos e técnicas fisioterapêuticas exercem um papel fundamental na recuperação ou minimização destas complicações, porém, a recuperação da função do nervo facial depende da etiologia, idade do paciente, comprometimento neuromuscular, tipo de lesão, nutrição do nervo e tratamento instituído. “O objetivo principal da fisioterapia é restabelecer o trofismo, a força e a função muscular através de recursos como a cinesioterapia, feedback visual, crioterapia, facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP), eletrotermoterapia e massagens”, salienta.

Nilvânia informa que há várias técnicas que são empregadas no tratamento da paralisia, obtendo-se bons resultados, são elas:

- Cinesioterapia: na cinesioterapia, os exercícios de mímica facial e retreinamento facial devem ser realizados com auxílio de feedback visual. Utilizando um espelho, o paciente tem uma melhor conscientização visual e permite a correção dos erros e uma maior eficácia do controle voluntário da musculatura facial. Exemplo: exercício de mímica facial para unir as sombrancelhas;

- Facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP): a FNP utilizada em pacientes com paralisia facial periférica visa promover e acelerar as respostas neuromusculares através da estimulação proprioceptiva. Os movimentos devem ser realizados bilateralmente devido à simetria facial e por meio de reflexos de estiramento. O movimento deve ser realizado em frente ao espelho para um melhor controle do paciente.

- Eletroterapia: nesta modalidade de tratamento, deve-se levar em consideração a escolha de uma corrente adequada, o tempo de pulso e intensidade da corrente de acordo com a sensibilidade do paciente. Além disso, deve ser realizado eletrodiagnóstico prévio para se diminuir os possíveis efeitos colaterais como a contratura muscular.

- Termoterapia: o calor é utilizado com o objetivo de promover o relaxamento da musculatura na fase de hipertonia da paralisia facial, pois promove aumento da circulação sanguínea no local, maior extensibilidade dos tecidos moles e diminui a resistência dérmica. A termoterapia por calor pode ser aplicada superficialmente através de compressas quentes, infravermelho ou por calor profundo através de ondas curtas, ultrassom .

- Crioterapia: a crioterapia provoca uma vasoconstrição reflexa, causando relaxamento e analgesia. Deve ser aplicada de forma rápida e breve sobre o dermátomo do músculo a ser trabalhado para facilitar a atividade muscular.  Esta técnica tem também como objetivo estimular os pontos motores, obtendo contração muscular na fase flácida da paralisia.

- Massoterapia: a massagem é uma técnica utilizada com o objetivo de diminuir o edema e para melhorar o tônus da musculatura e aumentar a circulação sanguínea. Deve ser feita nas duas hemifaces, com manobras de deslizamento superficial e profundo, de modo correto para não desencadear reações reflexas e piora das retrações musculares. A pompagem (outra técnica de massagem), atua nas fáscias musculares, promovendo uma amplitude dos movimentos e uma analgesia na tensão dos bloqueios faciais.

Fonte: Jornal Folha do Sul 

quinta-feira, 3 de julho de 2014

O papel da fisioterapia na Incontinência Fecal


Assim como a Incontinência Urinária, a Incontinência Fecal também é uma questão de saúde pública. Estima-se que 2 a 7% da população apresente algum grau de IF, porém esses dados podem não ser fidedignos, uma vez que grande parte da população não busca tratamento devido ao medo, frustração e vergonha. E a incidência é maior em 15% das mulheres com mais de 50 anos.

Mas afinal, o que é a Incontinência Fecal?

A Incontinência Fecal (IF) é o termo utilizado para englobar tanto a perda involuntária de material fecal quanto de gases, sendo caracterizada como a incapacidade para manter o controle fisiológico do conteúdo intestinal em local e tempo socialmente adequados, levando a perda involuntária de fezes líquidas, pastosas ou sólidas. Essa alteração funcional pode gerar insegurança, perda da autoestima, angústia, depressão, transtornos físicos, mentais e sociais, que podem contribuir para uma piora na qualidade de vida dos indivíduos.

As causas mais comuns são: Lesões diretas nas estruturas musculares Problemas congênitos Doenças inflamatórias do intestino Doenças neurológicas Abuso laxantes Envelhecimento Diminuição da complacência retal Tabagismo, Índice de massa corporal elevado, Síndrome do intestino irritável, Colecistectomia (retirada cirúrgica da vesícula biliar), Retocele (prolapso do reto) Incontinência urinária com urgência.

O tratamento fisioterapêutico de pacientes com IF tem como objetivos: Melhorar a propriocepção vesical, retal e perineal; Tonificar os músculos do assoalho pélvico, aumentando sua funcionabilidade, através da melhora da coordenação, força e resistência muscular e da sensibilidade anorretal; Melhorar o reflexo de fechamento perineal ao esforço; Melhorar o ciclo de continência — evacuação, além de melhorar a qualidade de vida.

A Fisioterapia Uroginecológica é apontada como procedimento de primeira escolha no tratamento da incontinência fecal ou anal, podendo evitar ou até mesmo postergar o processo cirúrgico. O tratamento de reeducação muscular e sensitiva pode ser feito através de técnicas manuais, uso do balonete, cones vaginais, biofeedback, eletroterapia uroginecológica e outras técnicas, de acordo com cada causa. Para que o tratamento fisioterapêutico apresente melhores resultados, é importante que seja associado a orientações sobre a reeducação evacuatória, ingesta adequada, terapia comportamental e consciência corporal. Após uma cirurgia ou para casos de incontinência fecal onde não há lesão total dos nervos correspondentes, a fisioterapia apresenta resultados bastante satisfatórios, podendo regredir a incontinência em até 100%.