Queimação, fisgadas, dormência, falta de sensibilidade e uma
dor que "corre" pelas pernas, começa gradualmente e piora durante a
noite. São esses os desconfortos mais comuns de quem algum dia já sofreu com a
chamada dor ciática. O incômodo não é à toa: o ciático é o nervo mais longo do
corpo humano, leva inervação para toda a musculatura dos membros inferiores,
sendo responsável pela sensibilidade, flexibilidade e força da região lombar,
nádegas, pernas e pés. Quando este nervo está irritado por causa de uma
inflamação, por uma compressão externa decorrente de uma artrite ou pelo
deslocamento do disco intervertebral (hérnia de disco) na coluna lombar, a dor
aparece.
— A dor ciática causa um desconforto que começa na parte
inferior das costas e se espalha pelas nádegas, pernas, tornozelos e,
ocasionalmente, para o pé. A dor geralmente é sentida como um entorpecimento,
uma pontada ou uma queimação. Ela também pode causar formigamento, parestesias
(baixa sensibilidade) ou fraqueza nos músculos da perna afetada — explica o
médico neurocirurgião Paulo Porto de Melo.
É preciso, no entanto, ficar atento às causas. A dor ciática
não é uma doença, mas sim o sintoma de várias. A hérnia de disco, por exemplo,
é a maior causadora desse tipo de dor, seguida da degeneração natural desses
discos intervertebrais, cujas funções são evitar o atrito entre uma vértebra e
outra e amortecer o impacto entre elas. O comprometimento do ciático também
pode ser resultado do deslocamento da coluna e do encolhimento do canal
vertebral, problemas que comprimem o nervo e, consequentemente, provocam a
sensação dolorida.
Identificar origem da dor é importante para o diagnóstico
O diagnóstico da dor ciática é clínico, pelo relato do paciente;
e laboratorial, através de exames. Após o problema constatado, o tratamento é
aplicado. Segundo Melo, no entanto, os males da dor ciática podem ser
controlados, sendo que apenas 10% dos pacientes precisam ser tratados ou passar
pela cirurgia, que deve ser indicada apenas quando as outras terapias falharam.
O controle pode iniciar com períodos de descanso e
diminuição da atividade, seguidos de exercícios para melhorar a mobilidade e
fortalecer as costas. Se os sintomas persistirem, a fisioterapia pode ser útil.
— Para aliviar a inflamação ao redor do nervo, pode ser
recomendável que se alterne o uso de compressas quentes e frias. Raramente, a
cirurgia é necessária, apenas em casos, como por exemplo, quando a dor é
causada por uma hérnia de disco — esclarece o especialista.
O neurocirurgião sugere uma série de cuidados para evitar
problemas no nervo ciático:
Postura
Devemos cuidar de nossa postura. Procurar manter uma posição
correta ao sentarmos, ao levantarmos (da cama, do carro, de uma cadeira, usando
as mãos), ao carregar um peso, ao abaixar para pegar um objeto, ao inclinar
para pegar um bebê no berço, ao receber um objeto pesado das mãos de outra
pessoa. De acordo com Melo, prestando atenção nesses aspectos, são menores as
chances de se ter um quadro de lombalgia, ciática ou lumbago agudo.
Dieta
Devemos procurar manter um peso adequado. Mais peso no corpo
significa mais peso para a nossa coluna sustentar, maior probabilidade de dores
na região
Frio
Cuidado com o frio. Procure se agasalhar bem, não deixe de
praticar seu esporte no frio, porém procure realizar os alongamentos com
cuidado nesta estação
Atividade física
Pratique esportes de forma regular. Se estiver enferrujado
comece devagar, aumentando a intensidade progressivamente. Se tiver dores nas
coxas e pernas, principalmente as que descem abaixo do joelho, procure a
orientação do médico especialista antes de dar prosseguimento ao seu esporte.
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