Veja o que acontece no estágio de alerta do estresse —
quando o organismo percebe o “perigo” próximo e se prepara para o confronto — e
no estágio crônico — em que o estresse é prolongado, fazendo com que o sistema
imunológico entre em colapso e abra espaço para as doenças oportunistas.
Cérebro
Fase de alerta: recebe doses mais altas de substâncias
químicas excitatórias — como a serotonina, a dopamina e a noradrenalina. O
pensamento e os reflexos são aguçados e as pupilas se dilatam para melhorar a
visão.
Estágio crônico: há liberação do hormônio do estresse
(cortisol) que acelera o funcionamento do coração e dos pulmões. Em excesso,
causa danos no hipocampo e prejudica o raciocínio.
Coração
Fase de alerta: os batimentos ficam até cinco vezes mais
rígidos do que o normal e a pressão arterial sobe.
Estágio crônico: quando estamos estressados, há uma grande
descarga de adrenalina e noradrenalina, que aumentam a coagulação do sangue e
contraem os vasos. Se isso ocorre sistematicamente, a chance de um infarto
aumenta.
Pele
Fase de alerta: o sangue é projetado para outras partes do
corpo, que precisam de maior atenção, como os músculos, por exemplo. Por isso,
a pele fica sem irrigação e empalidece.
Estágio crônico: a falta de irrigação provoca irritação na
pele, escamação e envelhecimento precoce.
Órgão sexuais
Fase de alerta: testículos e órgãos genitais femininos se
contraem com a redução da irrigação sanguínea.
Estágio crônico: os níveis de testosterona caem tanto em homens
como em mulheres, reduzindo a libido. As mulheres ainda sofrem com a queda de
progesterona, o que provoca cólica menstrual.
Respiração
Fase de alerta: fica mais rápida para levar oxigênio extra
ao sangue.
Estágio crônico: fica ainda menos profunda, reduzindo a
entrada de ar. Essa respiração superficial deixa a pessoa mais ansiosa e
ofegante. Tal estado pode agravar crises de asma ou outras doenças
respiratórias.
Estômago e intestino
Fase de alerta: a digestão é interrompida para permitir que
o corpo dedique toda a energia aos músculos, pois, quando nosso organismo se
sente ameaçado, a prioridade é o ganho de força para “fugir”. A sensação de
fome desaparece.
Estágio crônico: a mucosa do intestino fica vulnerável às
úlceras. O excesso de suco gástrico pode provocar gastrite.
Glândulas suprarrenais
Fase de alerta: liberam cortisol, um hormônio que ajuda a
manter a força muscular, e adrenalina, responsável por elevar os batimentos
cardíacos e a pressão arterial.
Estágio crônico: o excesso de cortisol e adrenalina causa
mau humor, ansiedade e irritabilidade.
Fígado
Fase de alerta: converte as reservas de açúcar em glicose,
fornecendo energia extra ao organismo.
Estágio crônico: essas doses extras de glicose aumentam o
risco de doenças como diabetes e obesidade.
Músculos
Fase de alerta: recebem sangue e oxigênio acima do normal e
se contraem para melhorar a performance
durante a ação. É como se o corpo se preparasse para uma luta, com o
aumento da potência muscular.
Estágio crônico: a tensão constante causa dores,
principalmente no pescoço, costas e ombros, e um cansaço exagerado.
Sistema circulatório
Fase de alerta: alguns vasos se contraem para reduzir a
irrigação de órgãos não vitais, como a pele e outras extremidades. É por isso
que mãos e pés ficam frios.
Estágio crônico: os batimentos cardíacos acelerados diminuem
a elasticidade dos vasos sanguíneos, o que pode levar a doenças
cardiovasculares como infarto e AVC.
Sistema Imunológico
Fase de alerta: os linfócitos, células responsáveis pela
defesa do organismo, produzem mais anticorpos. Ou seja, o estresse, desde que
ocorra em episódio curto, pode até reforçar esse sistema.
Estágio crônico: aqui a situação é inversa; como não há um
alívio e a pessoa apresenta sinais de exaustão física.
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