segunda-feira, 28 de abril de 2014

Carro é uma das principais causas de torcicolo


Ao contrário do que se imagina, os travesseiros e as noites mal dormidas não são as principais causas do torcicolo. O chefe do Laboratório de Patologia Neuromuscular da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Beny Schmidt, afirma que ficar sentado traz mais impacto aos músculos do pescoço do que ficar deitado.

Segundo o médico, o corpo humano não nasceu para ficar na posição sentado. Por isso, o vasto período de tempo no trânsito ao qual o homem moderno é exposto é a principal causa do torcicolo.

O torcicolo é uma violenta contratura dos músculos do pescoço, principalmente do trapézio e do externo cleidomastoidel, e seus principais sintomas são a dor e a perda de movimento. Essas contraturas podem ser adquiridas ou podem ser congênitas, ou seja, pode ser contraído durante uma fase da vida, ou pode ter se criado na fase gestacional.

De acordo com Schmidt, o torcicolo adquirido é o mais comum e é bastante frequente na população das grandes cidades devido à sobrecarga de estresse emocional e por causa das novas tecnologias. As pessoas que trabalham sentadas em frente a um computador ou que passam horas dentro de um carro para cumprir seus compromissos são as principais afetadas.

O especialista explica que o problema pode e deve ser evitado na maioria dos casos.

— As pessoas deveriam andar mais a pé e procurar sempre praticar alongamentos/relaxamentos para o pescoço. Além disso, aqueles que trabalham carregando cargas, devem se atentar ao peso delas.

Tratamento

Uma vez que não foi possível evitar, o torcicolo deve ser tratado com medicamentos ou por meio de práticas manuais, como a fisioterapia e a massoterapia. Caso ele não seja bem tratado, pode desenvolver-se doenças mais graves, como, por exemplo, uma hérnia cervical, que requer repouso absoluto ou até mesmo uma cirurgia.

Apesar de os torcicolos terem se tornado cada vez mais comuns devido aos diversos problemas que o homem moderno enfrenta, pessoas que têm torcicolo com bastante frequência devem investigar, por meio de uma biópsia muscular, se não têm algum problema doença neuromuscular concomitante.

Fonte: R7 Notícias

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Saiba como prevenir e aliviar as dores do nervo ciático


Queimação, fisgadas, dormência, falta de sensibilidade e uma dor que "corre" pelas pernas, começa gradualmente e piora durante a noite. São esses os desconfortos mais comuns de quem algum dia já sofreu com a chamada dor ciática. O incômodo não é à toa: o ciático é o nervo mais longo do corpo humano, leva inervação para toda a musculatura dos membros inferiores, sendo responsável pela sensibilidade, flexibilidade e força da região lombar, nádegas, pernas e pés. Quando este nervo está irritado por causa de uma inflamação, por uma compressão externa decorrente de uma artrite ou pelo deslocamento do disco intervertebral (hérnia de disco) na coluna lombar, a dor aparece.

— A dor ciática causa um desconforto que começa na parte inferior das costas e se espalha pelas nádegas, pernas, tornozelos e, ocasionalmente, para o pé. A dor geralmente é sentida como um entorpecimento, uma pontada ou uma queimação. Ela também pode causar formigamento, parestesias (baixa sensibilidade) ou fraqueza nos músculos da perna afetada — explica o médico neurocirurgião Paulo Porto de Melo.

É preciso, no entanto, ficar atento às causas. A dor ciática não é uma doença, mas sim o sintoma de várias. A hérnia de disco, por exemplo, é a maior causadora desse tipo de dor, seguida da degeneração natural desses discos intervertebrais, cujas funções são evitar o atrito entre uma vértebra e outra e amortecer o impacto entre elas. O comprometimento do ciático também pode ser resultado do deslocamento da coluna e do encolhimento do canal vertebral, problemas que comprimem o nervo e, consequentemente, provocam a sensação dolorida.

Identificar origem da dor é importante para o diagnóstico

O diagnóstico da dor ciática é clínico, pelo relato do paciente; e laboratorial, através de exames. Após o problema constatado, o tratamento é aplicado. Segundo Melo, no entanto, os males da dor ciática podem ser controlados, sendo que apenas 10% dos pacientes precisam ser tratados ou passar pela cirurgia, que deve ser indicada apenas quando as outras terapias falharam.

O controle pode iniciar com períodos de descanso e diminuição da atividade, seguidos de exercícios para melhorar a mobilidade e fortalecer as costas. Se os sintomas persistirem, a fisioterapia pode ser útil.

— Para aliviar a inflamação ao redor do nervo, pode ser recomendável que se alterne o uso de compressas quentes e frias. Raramente, a cirurgia é necessária, apenas em casos, como por exemplo, quando a dor é causada por uma hérnia de disco — esclarece o especialista.

O neurocirurgião sugere uma série de cuidados para evitar problemas no nervo ciático:

Postura

Devemos cuidar de nossa postura. Procurar manter uma posição correta ao sentarmos, ao levantarmos (da cama, do carro, de uma cadeira, usando as mãos), ao carregar um peso, ao abaixar para pegar um objeto, ao inclinar para pegar um bebê no berço, ao receber um objeto pesado das mãos de outra pessoa. De acordo com Melo, prestando atenção nesses aspectos, são menores as chances de se ter um quadro de lombalgia, ciática ou lumbago agudo.

Dieta

Devemos procurar manter um peso adequado. Mais peso no corpo significa mais peso para a nossa coluna sustentar, maior probabilidade de dores na região

Frio

Cuidado com o frio. Procure se agasalhar bem, não deixe de praticar seu esporte no frio, porém procure realizar os alongamentos com cuidado nesta estação

Atividade física

Pratique esportes de forma regular. Se estiver enferrujado comece devagar, aumentando a intensidade progressivamente. Se tiver dores nas coxas e pernas, principalmente as que descem abaixo do joelho, procure a orientação do médico especialista antes de dar prosseguimento ao seu esporte.

Fonte: Zero Hora 

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Como o estresse afeta o corpo


Veja o que acontece no estágio de alerta do estresse — quando o organismo percebe o “perigo” próximo e se prepara para o confronto — e no estágio crônico — em que o estresse é prolongado, fazendo com que o sistema imunológico entre em colapso e abra espaço para as doenças oportunistas.


Cérebro 

Fase de alerta: recebe doses mais altas de substâncias químicas excitatórias — como a serotonina, a dopamina e a noradrenalina. O pensamento e os reflexos são aguçados e as pupilas se dilatam para melhorar a visão.

Estágio crônico: há liberação do hormônio do estresse (cortisol) que acelera o funcionamento do coração e dos pulmões. Em excesso, causa danos no hipocampo e prejudica o raciocínio.

Coração

Fase de alerta: os batimentos ficam até cinco vezes mais rígidos do que o normal e a pressão arterial sobe.

Estágio crônico: quando estamos estressados, há uma grande descarga de adrenalina e noradrenalina, que aumentam a coagulação do sangue e contraem os vasos. Se isso ocorre sistematicamente, a chance de um infarto aumenta.

Pele

Fase de alerta: o sangue é projetado para outras partes do corpo, que precisam de maior atenção, como os músculos, por exemplo. Por isso, a pele fica sem irrigação e empalidece.

Estágio crônico: a falta de irrigação provoca irritação na pele, escamação e envelhecimento precoce.

Órgão sexuais 

Fase de alerta: testículos e órgãos genitais femininos se contraem com a redução da irrigação sanguínea.

Estágio crônico: os níveis de testosterona caem tanto em homens como em mulheres, reduzindo a libido. As mulheres ainda sofrem com a queda de progesterona, o que provoca cólica menstrual.

Respiração

Fase de alerta: fica mais rápida para levar oxigênio extra ao sangue.

Estágio crônico: fica ainda menos profunda, reduzindo a entrada de ar. Essa respiração superficial deixa a pessoa mais ansiosa e ofegante. Tal estado pode agravar crises de asma ou outras doenças respiratórias.

Estômago e intestino

Fase de alerta: a digestão é interrompida para permitir que o corpo dedique toda a energia aos músculos, pois, quando nosso organismo se sente ameaçado, a prioridade é o ganho de força para “fugir”. A sensação de fome desaparece.

Estágio crônico: a mucosa do intestino fica vulnerável às úlceras. O excesso de suco gástrico pode provocar gastrite.

Glândulas suprarrenais

Fase de alerta: liberam cortisol, um hormônio que ajuda a manter a força muscular, e adrenalina, responsável por elevar os batimentos cardíacos e a pressão arterial.

Estágio crônico: o excesso de cortisol e adrenalina causa mau humor, ansiedade e irritabilidade.

Fígado

Fase de alerta: converte as reservas de açúcar em glicose, fornecendo energia extra ao organismo.

Estágio crônico: essas doses extras de glicose aumentam o risco de doenças como diabetes e obesidade.

Músculos

Fase de alerta: recebem sangue e oxigênio acima do normal e se contraem para melhorar a performance  durante a ação. É como se o corpo se preparasse para uma luta, com o aumento da potência muscular.

Estágio crônico: a tensão constante causa dores, principalmente no pescoço, costas e ombros, e um cansaço exagerado.

Sistema circulatório

Fase de alerta: alguns vasos se contraem para reduzir a irrigação de órgãos não vitais, como a pele e outras extremidades. É por isso que mãos e pés ficam frios.

Estágio crônico: os batimentos cardíacos acelerados diminuem a elasticidade dos vasos sanguíneos, o que pode levar a doenças cardiovasculares como infarto e AVC.

Sistema Imunológico

Fase de alerta: os linfócitos, células responsáveis pela defesa do organismo, produzem mais anticorpos. Ou seja, o estresse, desde que ocorra em episódio curto, pode até reforçar esse sistema.

Estágio crônico: aqui a situação é inversa; como não há um alívio e a pessoa apresenta sinais de exaustão física.

Fonte: Revista Viva Saúde 

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Desmistificando a fibromialgia


O que é fibromialgia?

A fibromialgia é uma patologia reumática de condição dolorosa, crônica e generalizada. É considerada uma síndrome por englobar diversas manifestações clínicas como dor, cansaço, distúrbios do sono, indisposição e rigidez matinal. Apesar de muito mistificada no passado, hoje a fibromialgia é reconhecida como um reumatismo com presença de sensibilidade em alguns pontos pelo corpo.

Apesar de não acarretar deformidades físicas, a fibromialgia envolve músculos, tendões e ligamentos. Dessa forma, prejudica significativamente a qualidade de vida, bem como o desempenho profissional, de diversas pessoas.

A fibromialgia acomete principalmente mulheres (80% dos casos) entre 35 e 60 anos, atingindo cerca de 10% da população em geral.

Diagnóstico da fibromialgia

O diagnóstico é baseado na manifestação clínica da patologia, através do relato de dor do paciente. A dor deve ser de característica difusa e presente há, pelo menos, 3 meses. São usados 18 pontos anatômicos para a confirmação do diagnóstico, através da palpação destes. Segue abaixo um mapa esquemático dos pontos avaliados:


O diagnóstico é positivo na presença de dor em 11 dos 18 pontos dolorosos.

Sintomas da fibromialgia

Os sintomas da fibromialgia são dores difusas e sensibilidade ao toque dos pontos característicos do corpo. As dores devem estar presentes acima e abaixo da cintura e nos lados esquerdo e direito do corpo. Os principais pontos de dor referidos pelos pacientes são na coluna cervical (85%) e coluna lombar (79%).

Fatores agravantes

Diversos fatores podem favorecer, de maneira isolada ou combinados, as manifestações da fibromialgia, dentre eles excesso de atividade física ou sedentarismo, estresse, traumas emocionais ou físicos, doenças graves, e mudanças hormonais.

A dor nas costas

A dor nas costas no paciente com fibromialgia deve ser cautelosamente examinada. Deve-se saber diferenciar quando ela é passageira e quando indica um problema grave.

Uma dor nas costas passageira está associada, normalmente, ao esforço excessivo ou posturas inadequadas. Pode suceder um longo período sentado no trânsito, horas passadas diante do computador seja no trabalho ou nos momentos de lazer, carregar os filhos, as compras etc. Acrescentando a esses momentos, o excesso de peso, o sedentarismo e o estresse da vida diária que faz com que os músculos acumulem tensões. Essa dor aguda dura menos que 12 semanas e seu desconforto é minimizado com alongamentos, exercícios e analgésicos.

Porém, quando a dor nas costas dura mais de 12 semanas, passa a ser considerada crônica. Esta pode estar vinculada à fibromialgia quando em associação com demais pontos dolorosos. Além disso, por ter causa multifatorial, é bem mais difícil de ser tratada. Requer tratamento em centros especializados em dor, com equipe qualificada e multidisciplinar. É importe uma avaliação clínica para que o diagnóstico seja dado com segurança, a fim de direcionar o melhor tratamento para o paciente.

O tratamento para fibromialgia

O tratamento é elaborado para a manutenção das atividades funcionais, sendo seu foco a diminuição da dor e reeducação postural. Também inclui-se atividades para realização em casa e no trabalho, atividade física com acompanhamento de um profissional, alongamento, entre outras.

Tendo em vista os distúrbios psicológicos e do sono em pacientes com fibromialgia, vale ressaltar a inclusão de acompanhamento psicológico. Não somente para os indivíduos já portadores de depressão, mas devido a fibromialgia poder levar a distúrbios em consequência a frequência com que as dores aparecem e ao estresse.

Fonte: Hérnia de Disco 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

O uso de smartphones, tablets e laptops todos os dias pode provocar dores no pescoço, cabeça e braços


Estudos mostram que o desconhecimento do uso correto de smartphones, tablets e laptops provocam dores no pescoço, cabeça, ombros, omoplatas e DTM (Disfunção temporomandibular). A hora-extra, a postura e o desconhecimento da ergonomia são os principais fatores de risco responsáveis por provocar as dores nos músculos e articulações do corpo.

Ainda é prematuro dizer se os smatphones e tablets provocam lesões importantes nos músculos ou articulações, mas sem dúvida nenhuma poderemos conferir isso em pouco tempo. Já o laptop é responsável por muitas lesões musculoesqueléticas sendo cada vez maiores as visitas aos consultórios de fisioterapia.

Existe no Brasil e no mundo uma tendência de aumento das dores musculares e articulares causadas pelo uso errado dos aparelhos eletrônicos. Em 2010, as vendas de notebooks no Brasil superaram pela primeira vez as de desktops, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, e os acessos a internet já ultrapassam 100 milhões de pessoas.

Quais as lesões mais comuns quando se usam de forma errada os aparelhos eletrônicos?

Além das tendinites nos braços, cotovelos e mãos, o uso excessivo de determinados aparelhos pode provocar sintomas nos pescoço e na coluna lombar.

As crianças sofrem muito de tendinites e dores nas costas, já que elas ficam horas em computadores e videogames e os pais não sabem como lidar com isso muitas vezes. As crianças hoje ficam muito paradas, dentro do quarto, o que atrapalha o desempenho escolar bem como provoca o excesso de peso infantil.

Posição da cabeça e ausência de pausa no dia a dia provoca desconforto e dores nos músculos e articulações quando se usa os laptops, tablets e smatphones.

Cabeça projetada para frente por muito tempo, de forma repetitiva e todos os dias pode provocar um estresse contínuo nas estruturas do pescoço como discos, ligamentos e tendões. Se a pessoa não for bem orientada quanto a essa prática passa a ser comum no seu dia a dia, estimulando o aparecimento dos sintomas de dor e desconforto no pescoço.

A beleza do desenho corporal fica comprometida quando a mudança da curvatura da coluna compromete a sua função de movimentar e se adaptar, tendo como conseqüência os sintomas nos músculos e articulações. A piora da postura interfere diretamente no alinhamento natural e normal da coluna vertebral, fazendo com que o corpo na tentativa de fugir da posição que provoca dor para aliviar, piore ainda mais a postura.

A postura é a forma que o corpo encontrou para manter os músculos e articulações equilibrados, para contrapor a gravidade e as forças externas existentes.

Muitas das manifestações degenerativas na coluna cervical (pescoço) como hérnia de disco são provocadas pela má postura e pelo desconhecimento da ergonomia, situação que pode ser revertida com uma orientação competente e um tratamento eficaz e rápido.

No início o desconforto aparece como uma tensão e por não ser importante ignoramos. Mas a frente vem às dores leves que também ignoramos, pois um alongamento nos deixa com a sensação de alívio. Mais a frente começa as dores persistentes e é nesta fase que iniciamos com os medicamentos.

A demora em procurar ajuda especializada associada a diagnósticos errados pode levar a pessoa que sofre com as dores no pescoço a utilização de anti-inflamatórios indiscriminadamente. As dores que antes eram pequenas e leves se transformam em dor persistente e incapacitante.

Muitas vezes o corre-corre do dia a dia disfarça a percepção dos sintomas de desconforto e dor, e é nesta fase que o problema começa a se prolongar.

Cabeça projetada para frente pode acelerar o desgastes nos ligamentos e discos do pescoço. O que dizem os estudos.

A projeção anterior da cabeça é um dos principais indicadores de disfunção no pescoço, crânio e mandíbula. O alinhamento do pescoço e cabeça é mantido por um equilíbrio do sistema neuromuscular que contrapõem a todo o momento a força da gravidade, ao peso da cabeça e a má postura, que tendem a desequilibrar a cabeça anteriormente.

A cabeça de um adulto pesa geralmente entre 4 a 5 Kg. e o alinhamento correto da postura na posição sentada e em pé provoca um equilíbrio necessário para não tensionare estresar os músculos, ligamentos, discos e nervos do pescoço.

A anteriorização da cabeça leva a compensações na cintura escapular, cintura pélvica e membros, ou por outro lado, alterações iniciadas em qualquer outro segmento corporal provocam reação secundária na postura da cabeça. KRARAUER,L.R.H. - Relação entre Respiração Bucal e Alterações Posturais em Crianças: uma análise descritiva. São Paulo, 1997. [Tese-Mestrado - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo].

A anteriorização da cabeça pode, por sua vez, causar compressão mecânica na coluna cervical superior, produzindo diminuição da mobilidade dos tecidos moles e das articulações nesse segmento, aumentado a percepção de tontura. Vidal P, Huijbregts P. Dizziness in orthopedic Physical Therapy Practice: history and physical examinantion. J Man Manip Ther. 2005;3(4):222-51.

Pacientes com disfunção vestibular periférica apresentam em geral uma diminuição na flexibilidade e na capacidade de relaxar. Um estudo apontou que cerca de metade dos pacientes apresenta amplitude de movimento diminuída no pescoço, na articulação têmporo-mandibular, nos ombros e na coluna dorsal. Kvàle A, Wilhelmsen K, Fiske HA. Physical findings in patients with dizziness undergoing a group exercise programme. Physiother Res Int. 2008;13(3):162-75.

Estudo mostra que quando a cabeça é inclinada mais de 30° para frente, os músculos do pescoço são tencionados para manter essa postura, gerando sobrecarga na nuca, face, ombros e omoplatas. Armijo Olivo S, Magee DJ, Parfitt M, Major P, Norman MR. The association between the cervical spine, the stomatognathic system, and craniofacial pain: a critical review. J Orofac Pain. 2006;20(4):271-87. 

Quando procurar ajuda?

A cada dia aumenta a procura de tratamento para dores de cabeça, pescoço e braços pela utilização principalmente dos laptops. Como ainda é recente a chegada dos tablets e smatphones não é verificada uma grande procura aos consultórios, e para frear o aparecimento dessas lesões a prevenção é o melhor remédio.

Dor, queimação ou formigamento persistente no pescoço, cabeça, face e braços são sinais que mostram que algo não está correto e que pode comprometer a postura se mantido sem solução.

Existem sintomas de dor, pontadas e fisgadas que irradiam da coluna torácica para o peito, seios, tórax e abdome, e quando o diagnóstico não é correto o tratamento não tem um resultado satisfatório. É por isso que existem muitos casos de dor crônica sem solução, pois a causa não é identificada muito menos os fatores de riscos como o desconhecimento da ergonomia dos aparelhos eletrônicos.

Quais os principais sintomas encontrados nas pessoas que usam diariamente os laptops, tablets e smartphones?

Os principais sintomas são desconforto na região do pescoço e braços, dor no pescoço, dor de cabeça, face e fundo dos olhos. Uma lesão causada no pescoço, por exemplo, pode provocar dor no próprio pescoço e na cabeça, como irradiar para os braços e mãos causando também formigamento, dormência e queimação.

Quais as lesões mais comuns causadas pelo uso errado dos aparelhos eletrônicos?

As tendinites nos punhos e ombros são muito freqüentes, mas, sem dúvida alguma as dores irradiadas para a cabeça, face, ombros, braços e mãos com comprometimento na coluna cervical (Pescoço) são as mais comuns. Os sintomas iniciam com tensão, desconforto e dor no pescoço, depois evoluem para formigamento, dormência e queimação nos braços e mãos podendo chegar a dores persistentes e fortes com o decorrer do tempo.

Quais os cuidados necessários para não correr risco de uma lesão quando usar continuamente os parelhos eletrônicos como laptop, tablet e smartphones?

A postura correta de sentar, o conhecimento sobre a ergonomia e as pausas de uma e uma hora são atitudes que ajudam a manter o autocuidado sempre que utilizamos os aparelhos eletrônicos.

Laptop

O ideal é que o notebook seja utilizado sobre a mesa; evite sobre a cama e sobre o colo. Caso o notebook seja usado por muitas horas durante o dia, utilize o suporte do aparelho bem como o teclado auxiliar. Evite que a cabeça fique projetada para frente e que você fique com o olhar para baixo.

Sentado na cadeira utilizar sempre o apoio das costas. Aproxime a cadeira da mesa colocando ao alcance das mãos os objetos que serão mais utilizados, de tal maneira que não seja preciso esticar o braço para alcançá-los. Os braços (ombro – cotovelo) devem ficar ao longo do corpo e o cotovelo a 90º, evitando assim que o tronco e a cabeça sejam projetados para frente. Seguindo essas orientações associado a pausa de uma e uma hora para dar uma esticada, as articulações e os músculos do pescoço, costas, cabeça e braços ficarão menos estressados e dolorosos.

Smatphone

Quando utilizar o smartphone apóie com uma mão e mexa com a outra as funções do aparelho. Mexa no aparelho hora com uma mão hora com a outra.

Evite utilizar o aparelho quando estiver andando a pé na rua. Dentro do carro somente utilizar o aparelho quando não estiver dirigindo e se precisar utilizar o aparelho dirigindo, pare e estacione o carro, é mais seguro.

O motorista reage de forma mais lenta quando utiliza o celular, perde o reflexo ao olhar para o retrovisor. Quando a atenção é prejudicada no trânsito é comum avançar o sinal como não visualiza direito as placas de sinalização de trânsito.

Tablet

O ideal é que o tablet seja utilizado sobre a mesa e evite sobre o colo. Utilizar o tablet sobre a mesa e com um suporte para não manter a cabeça e pescoço anteriorizados. No sofá arrume a postura de sentar e não permaneça por mais de uma hora. Utilize o tablet para a leitura desde que bem posicionado a coluna na cama ou na cadeira. Ao utilizar o tablet para a leitura sobre a mesa adquirir o suporte.


quinta-feira, 10 de abril de 2014

Doenças articulares podem resultar em incapacidade a longo prazo


Em todo o mundo, milhões de pessoas têm lesões que afetam os ossos e articulações, como a artrite e a osteoporose, e têm um grande impacto sobre os custos de cuidados médicos e sobre a qualidade de vida. As doenças articulares correspondem à metade de todas as condições crônicas na população idosa e podem resultar em incapacidade a longo prazo e afetar significativamente a qualidade de vida de um indivíduo.

A medida que envelhecemos, nosso corpo muda. Tamanho e força muscular diminuem, principalmente em função da inatividade. A diminuição da massa óssea e da densidade aumenta a suscetibilidade a fraturas. Os tendões e ligamentos se tornam menos elásticos, tornando mais fácil o aparecimento de lesões por sobrecarga. A inflamação e a degeneração da cartilagem geralmente ocorrem em razão da artrite.

Nos Estados Unidos, os custos com doenças osteomusculares chega a até 254 milhões de dólares por ano, juntando cuidados médicos e perda de produtividade. As condições músculo-esqueléticas são a razão principal pela qual os pacientes visitam os médicos. Cerca de um terço dos americanos relatam ter alguma forma de artrite, e metade de todas as mulheres e um em cada oito homens com mais de 50 anos terá uma fratura relacionada à osteoporose durante sua vida.

Trinta minutos de atividade física por dia pode ajudar os indivíduos a se sentir bem e a impedir algumas lesões osteomusculares. Mesmo indivíduos com condições crônicas, como osteoartrite e osteoporose, podem se beneficiar de um programa de condicionamento físico equilibrado. Por isso, exercite-se sempre!

Fonte: Blog Albert Einsten 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

O que é Enxaqueca?


A enxaqueca é um dos tipos de cefaleia (dor de cabeça). A enxaqueca se caracteriza por uma dor pulsátil em um dos lados da cabeça (às vezes dos dois), geralmente acompanhada de fotofobia e fonofobia, náusea e vômito. A duração da crise varia de quatro a 72 horas, podendo ser mais curta em crianças. Segundo o Ministério da Saúde, de 5 a 25% das mulheres e 2 a 10% dos homens tem enxaqueca. A enxaqueca é predominante em pessoas com idades entre 25 e 45 anos, sendo que após os 50 anos essa porcentagem tende a diminuir, principalmente em mulheres. A doença ocorre em 3 a 10% das crianças, afetando igualmente ambos os gêneros antes da puberdade, mas com predomínio no sexo feminino após essa fase. A enxaqueca pode ser divida entre com aura ou sem aura, e essas em episódica ou crônica. Segundo dados do Ministério da Saúde, 64% do total desses pacientes apresentaram enxaqueca sem aura, 18% com aura e 13% com e sem aura. Os restantes 5% apresentaram aura sem cefaleia.

#Causas

As causas exatas da enxaqueca são desconhecidas, embora se saiba que elas estão relacionadas com alterações do cérebro e possuem influência genética. A enxaqueca começa quando as células nervosas, já em estado de hiperexcitabilidade, reagem a algum gatilho frequentemente externo, enviando impulsos para os vasos sanguíneos, causando sua constrição (relacionado a aura) seguida de uma dilatação (expansão) e a libertação de prostaglandinas, serotonina e outras substâncias inflamatórias que causam a dor. O padrão de crise é sempre o mesmo para cada indivíduo, variando apenas em intensidade. O espaçamento entre crises é variável. Sabe-se também que o gatilho para as crises em enxaqueca variam de indivíduo para indivíduo, sendo que em alguns a pessoa pode não apresentar nenhum gatilho específico. Os gatilhos de enxaqueca mais comuns são:

•Estresse
•Jejum prolongado
•Dormir mais ou menos do que o de costume
•Mudanças bruscas de temperatura e umidade
•Perfumes e outros odores muito fortes
•Esforço físico
•Luzes e sons intensos

•Abuso de medicamentos, incluindo analgésicos
•Fatores hormonais: é comum mulheres portadoras de enxaqueca apresentarem dor nas fases pré, durante ou após a menstruação. Esse tipo de migrânea é chamado de enxaqueca menstrual. Esse tipo de enxaqueca tende a melhorar espontaneamente na menopausa. Muitas mulheres têm as crises pioradas, ou ate melhoradas, a partir do momento que iniciam o uso de anticoncepcionais orais
•Alimentos e bebidas: queijos amarelos envelhecidos, frutas cítricas (principalmente laranja, limão, abacaxi e pêssego), carnes processadas, frituras e gorduras em excesso, chocolates, café, chá e refrigerantes à base de cola, aspartame (adoçante artificial), glutamato monossódico (tipo de sal usado como intensificador de sabor, principalmente em comida chinesa), excesso de álcool.

#Sintomas de Enxaqueca

Entre os sintomas de enxaqueca estão:

•Crise de cefaleia durando de quatro a 72 horas, unilateral e pulsátil
•Náusea
•Vômitos
•Bocejos
•Irritabilidade
•Sensibilidade à luz
•Sensibilidade ao som
•Sensibilidade ao movimento do corpo ou do ambiente.
•Tontura
•Fadiga
•Mudanças de apetite
•Problemas de concentração, dificuldade para encontrar as palavras

#Enxaqueca com aura

A manifestação mais comum da enxaqueca com aura é a chamada aura visual, que pode se apresentar como flashes de luz, manchas escuras em forma de mosaico ou imagens brilhantes em ziguezague - como quando estamos andando em uma estrada e vemos aquele ziguezague de calor que emana do chão. Em outros casos, a enxaqueca com aura pode se manifestar como dormências ou formigamentos em apenas um lado do corpo - dependendo da gravidade da enxaqueca com aura, a pessoa pode começar com um formigamento em uma das mãos e ele se espalhar por todo o lado do corpo, chegando a adormecer apenas metade da língua. No entanto, essas manifestações sensitivas da enxaqueca com aura são mais raras. Geralmente, a aura começa da cefaleia na crise de enxaqueca, podendo persistir ou não depois que a dor começa.

#Diagnóstico de Enxaqueca

No Brasil, é estimado que apenas 56% dos pacientes com enxaqueca procuram atendimento e, destes, apenas 16% se consultam com especialistas em cefaleias. Um estudo feito em duas Unidades Básicas de Saúde (SUS), encontrou prevalência de 45% de enxaqueca nos pacientes com queixa de cefaleia. O diagnóstico de enxaqueca é basicamente clínico. O médico neurologista fará perguntas como:

- Você sente dor em qual lado da cabeça?;Quais os sintomas relacionados à dor?;Qual a duração desses sintomas?;Eles acontecem em ambos os lados do corpo?;Se foram sintomas visuais,como são e em que momento os apresenta?;Algum desses sintomas aparece antes de a dor começar?.

Seu médico pode querer ter certeza de que não existem outras causas para sua enxaqueca. Assim, é provável que ele faça exames físicos e neurológicos. Além disso, o médico irá perguntar sobre seu histórico familiar, incluindo questões como:

•Os outros membros da família têm enxaqueca ou outros tipos de dores de cabeça?
•Você usa medicamentos como pílulas anticoncepcionais ou vasodilatadores?
•Sua dor de cabeça começa depois que você faz muito esforço, ou após tossir ou espirrar?.

O diagnóstico da enxaqueca é feito clinicamente, seguindo os seguintes critérios, com base nas diretrizes da Headache International Society. Para ser diagnosticada a enxaqueca, o paciente precisa apresentar pelo menos cinco crises com essas características:

•Crise de cefaleia durando de quatro a 72 horas (tratamento fracassado ou não realizado)
•Cefaleia tendo pelo menos duas das seguintes características: unilateral
• pulsátil
• dor de intensidade moderada a intensa
• dor agravada ou impedindo atividade física rotineira (caminhada, subir escadas, etc)
•Durante a cefaleia, ocorrência de pelo menos um destes sintomas: náusea e vômitos, fotofobia e “fonofobia”.
•Nenhum outro diagnóstico que explique a cefaleia.

#Enxaqueca com aura

•Pelo menos duas crises com a presença de sintomas da aura, como pontos luminosos ou perda e embaçamento da visão, formigamento, dormência e fraqueza no corpo e dificuldade na fala.

#Tratamento de Enxaqueca

Antes de iniciar o tratamento para enxaqueca, é necessário saber se o diagnóstico está correto e qual o fator desencadeante dela. No geral, o melhor é evitar esses desencadeantes e tomar o medicamento indicado pelo médico quando uma crise aparecer. Os medicamentos para prevenção da enxaqueca incluem neuromoduladores, betabloqueadores, antidepressivos, antivertiginosos. A indicação, no entanto, dependerá de cada caso.

#Convivendo/ Prognóstico

Durante uma crise de enxaqueca, siga essas recomendações:

•Tome o medicamento: pessoas que tem enxaqueca frequente devem sempre andar com seus medicamentos. Isso porque algum tempo após a dor de cabeça se iniciar, ocorre um processo de sensibilização central, que mantém a dor e a torna mais rebelde aos analgésicos
•Entenda o que alivia a sua dor: como os desencadeantes da enxaqueca são diferentes para cada um, a forma de aliviar essa dor também varia. Alguns dos tratamentos não medicamentosos mais comuns incluem compressas quentes ou frias, massagens, terapia de biofeedback, homeopatia e acupuntura
•Trate os sintomas separadamente: como o analgésico trata apenas a dor da enxaqueca, os outros sintomas devem ser tratados de forma tópica. Esse cuidado é redobrado com aqueles que sofrem com vômitos, pois ele pode golfar os analgésicos, precisando ir ao pronto socorro para receber drogas injetáveis
•Descanse em um local escuro e silencioso: durante uma crise de enxaqueca, o paciente não suporta ambientes barulhentos e com muita luz. Por isso, o ideal é se sentar o deitar - o que for mais confortável - em um local com pouca luz e sem barulhos, evitando ao máximo atividades que o tirem do repouso
•Faça refeições leves e hidrate-se: beba muito líquido, tanto água quanto soluções hidratantes disponíveis no mercado. Caso haja vômito, o melhor é não ingerir alimentos sólidos e, em casos graves, procurar um pronto atendimento para receber medicações injetáveis mais potentes.

#Complicações possíveis

O episódio de enxaqueca é autolimitado e raramente resulta em complicações neurológicas permanentes. Enxaqueca crônica pode causar incapacitação por dor e afetar a execução de atividades diárias e a qualidade de vida. Quando uma crise intensa se prolonga por mais de 72 horas, diz-se que o paciente está em status enxaquecoso (ou migranoso).

#Prevenção

Além dos medicamentos para enxaqueca e cuidados no momento da crise, você pode adotar alguns hábitos que ajudam na prevenção da enxaqueca:

- Manter um diário da enxaqueca: isso pode ajudar a identificar qualquer coisa que possa desencadear enxaquecas com aura. Inclua no diário a data e a hora da enxaqueca, todos os alimentos que você comeu, atividades que você participou e medicamentos ingeridos;Evite alimentos, medicamentos e fatores ambientais desencadeantes;Fique atento aos gatilhos psicológicos, como estresse e ansiedade.;Procure um especialista que lhe indique o medicamento preventivo mais apropriado para você.


quinta-feira, 3 de abril de 2014

Estudo mostra que tênis especiais para corrida não previnem lesões


Aquele tênis de corrida caro, que promete a redução dos riscos de lesões nos atletas, pode não estar cumprindo essa promessa. Pelo menos é o que indica um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa de Saúde Pública de la Santé, em Luxemburgo.

"A lógica atual é que se você não usa estes equipamentos terá lesão. O que nós encontramos é que não há influência", afirmou o chefe do Laboratório de Pesquisa de Medicina Esportiva do centro europeu, Daniel Theisen.

A pesquisa foi realizada com 247 corredores divididos em dois grupos. Uma parte ganhou um tênis de corrida moderno e outra utilizou solados comuns. Uma plataforma foi criada para que os participantes alimentassem um banco de dados com a ocorrência de lesões. Depois de cinco meses os resultados foram comparados. "Não apareceram diferenças", conta o pesquisador.

O chefe do laboratório ressaltou que, com a exceção da entressola, os tênis eram iguais e os envolvidos não sabiam com qual tipo de calçados estavam correndo. O banco de dados também comparava os quilômetros percorridos e a intensidade dos treinamentos para não haver distorções.

A definição de lesão durante o estudo foi qualquer problema físico que interrompeu a prática de corrida por pelo menos um dia ou obrigou a pessoa a diminuir a intensidade. Terminados os cinco meses, houve uma avaliação das informações contidas na plataforma e percebeu-se que não havia diferenças.

A pesquisa foi publicada em setembro do ano passado e a repercussão entre fabricantes e corredores não foi a esperada pelo chefe do laboratório. "Não reagiram" resumiu.

A conclusão que os pesquisadores chegaram é que os problemas físicos enfrentados pelos praticantes de corrida são consequência do uso excessivo do corpo. Theisen afirmou que a causa é se exercitar além da capacidade ou elevar o tempo de treinamento de maneira muito rápida. A avaliação não relaciona o tipo de entressola. De acordo com ele, o erro bem conhecido leva ao surgimento de inúmeros microtraumas.

O UOL Esporte entrou em contato com as principais fabricantes de tênis de corrida para falar sobre a pesquisa. Mizuno, Nike e Adidas não quiseram comentar o trabalho. Única a se pronunciar, a Asics informou que em sua avaliação o calçado correto ajuda a evitar lesões e auxilia o praticante a melhorar a performance porque melhora a eficiência do movimento. A empresa acrescentou que os avanços tecnológicos levaram a adequação ao tipo de pisada e biomecânica.

Fonte: Uol Esporte