terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Coreia e atetose


A coreia consiste em movimentos involuntários breves, espasmódicos, semelhantes à dança, que se iniciam numa parte docorpo e passam para outra de um modo brusco e inesperado, e muitas vezes de forma contínua. A atetose é um fluxo contínuo de movimentos lentos com posições retorcidas e alternantes que se exprimem geralmente nas mãos e nos pés. A coreia e a atetose costumam apresentar-se conjuntamente (coreatetose).

Causas
A coreia e a atetose não são doenças, mas trata-se antes de sintomas que podem ser consequência de várias doenças diferentes. As pessoas com coreia e atetose apresentam anomalias nos gânglios basais do cérebro.   Os gânglios basais intervêm na precisão e uniformidade dos movimentos que se iniciam depois de receber as ordens do cérebro. Na maioria das formas da coreia verifica-se a disfunção devido a um excesso do neurotransmissor dopamina nos gânglios basais. A coreia pode piorar devido a fármacos ou a doenças que alterem os valores de dopamina ou que modifiquem a capacidade do cérebro para reconhecer a dopamina.

A doença de Huntington é a que causa com maior frequência a coreia e a atetose, mas é pouco frequente e afecta menos de 1 em cada 10 000 pessoas. A doença de Sydenham (também conhecida como o mal de São Vito ou coreia de Sydenham) é uma complicação de uma infecção na infância causada por estreptococos, a qual podem durar vários meses. Às vezes, a coreia afecta, sem razão aparente, as pessoas de idade avançada e aparece particularmente nos músculos da boca. Também pode afectar mulheres nos três primeiros meses da gravidez, mas desaparece sem tratamento pouco depois do parto. 

A coreia que se desenvolve como um efeito secundário depois da administração de medicamentos costuma melhorar quanto estes são suspensos, mas a coreia em si quase nunca desaparece. Os fármacos que bloqueiam a acção da dopamina, como os antipsicóticos, podem ser úteis para controlar os movimentos anormais.


Fonte: Faça Fisioterapia

Síndrome de T4: estamos esquecendo algo?



Sexta-feira, meu último paciente chega ao consultório. Olho a ficha, o nome e profissão e vejo tratar-se de uma dentista com mais ou menos 40 anos. A fácies de dor deixa transparecer o sofrimento e as olheiras mostram noites mal dormidas. O corpo é atlético, de quem se dedica regularmente à pratica de exercícios. Após cumprimentá-la, pergunto o motivo da consulta. Ela responde: “Tenho uma dor nas costas há mais ou menos 1 mês que coincidiu com o período em que estava trabalhando 12 horas por dia. Às vezes sinto dores irradiadas para os MMSS, como se minhas mãos estivessem vestindo umas luvas. Esporadicamente, sinto sensação de agulhadas, mas ultimamente estou assustada, pois também tenho dor no peito e nas costelas. Passei por vários ortopedistas mas ninguém chegou a uma conclusão. Os relaxantes não fazem efeito e os anti-inflamatórios têm alívio temporário.”

Na minha mente desfilam alguns fatos: dor torácica é SEMPRE UMA BANDEIRA VERMELHA!!! Não posso manipulá-la sem antes ter um diagnóstico de exclusão. Continuo pensando em patologias orgânicas a serem excluídas: mielopatia cervical, lesões do neurônio motor superior, síndrome do desfiladeiro torácico, angina, compressão de raízes nervosas, síndrome Parsonage turner, hérnia de disco torácica, polineurite, doença sistêmica, tumores, fibromialgia, entre outros.

O exame subjetivo (SINE) mostra Severidade intensa, pois a dor tem atrapalhado seu trabalho além das atividades de vida doméstica e esportivas; Irritabilidade: alta. Após ser provocada, a dor pode persistir por várias horas. A natureza do problema sugere processo inflamatório mecânico ou químico. Em relação à estabilidade, a paciente está piorando, pelo fato das dores agora serem mais frequentes, intensas e espalhadas. O comportamento da dor nas 24 horas mostra predominância diurna, preferencialmente relacionada à atividade, mas também há dores noturnas que impedem o sono sem associação à posição de dormir.

Após 35 minutos de avaliação subjetiva, passo ao exame objetivo. A avaliação postural evidencia projeção anterior da cabeça, com aumento da cifose torácica, ombros rodados internamente e os cotovelos em ligeira flexão. Nada encontro, de significativo, na coluna cervical do ponto de vista osteocinemático (incluindo movimentos combinados) ou artrocinemático. Checo então a torácica, que esta rígida e com um ponto sensível entre T4/T5. O exame neurológico foi normal (força, reflexos, sensibilidade). Não havia relação da parestesia descrita com o dermátomo correspondente. A avaliação neuro-dinâmica (mediano, ulnar, radial) não mostra anormalidades. Finalmente avalio os exames complementares (RMN,TC, ENMG, ECG), todos normais. Exames laboratoriais incluindo hormônios tireoidianos, marcadores reumáticos e inflamatórios também estão normais.

Meu raciocínio comparativo me remete a dois casos que atendi na minha vida profissional. Peço-lhe um tempo para estudar seu caso com mais detalhes e após uma revisão da literatura científica, BINGO!! Síndrome de T4 foi minha conclusão.

Começo os tratamentos com mobilizações passivas tipo Maitland ao nível de T3/T4/T5. Evoluo para manipulações torácicas grau V (bandeiras vermelhas já excluídas) e termino a sessão com SNAGS torácicos de Mulligan. Mando a paciente para casa com orientações de exercícios domiciliares. Após cinco sessões dispostas em 3 semanas, já estando praticamente assintomática, sugiro Pilates ou um trabalho de estabilização.

Afinal, o que é Síndrome de T4? Uma das primeiras descrições da SINDROME DE T4 foi atribuída a G. Maitland, lá pelos anos 50, quando tratava uma disfunção em rotação da torácica de um paciente. Anos depois, em 1986, Maitland elaborou esta descrição: “Trata-se de um padrão clínico que envolve parestesia e dor da extremidade superior com ou sem dor cervical e cefaleia”. Atualmente atribui-se que os sintomas possam também ser provenientes dos níveis T2 a T7, de modo que alguns autores sugerem o nome Síndrome da Coluna Torácica Superior. Em 1997, Evans publicou seu brilhante artigo na revista Physiotherapy, esclarecendo um pouco melhor a Síndrome e os prováveis mecanismos envolvidos.

Mas como reconhecer as características clínicas? Pacientes com Síndrome de T4 encontram-se na faixa de 30 a 50 anos, sendo que o acometimento é maior nas mulheres, e alguns autores consideram uma razão de 4:1. Os idosos sendo mais rígidos e rodando menos o tronco, sendo menos afetados. Não se tem descrição em crianças. Apesar de não se saber exatamente o que causa a síndrome, acredita-se que alterações posturais, hipomobilidade articular ou rigidez possam fazer parte. Por isso, pessoas que trabalham em posturas mantidas e em posições não confortáveis, tais como eletricistas, cirurgiões, encanadores, dentistas, programadores e especialistas em computação fazem parte do grupo mais acometido.

Os sintomas podem ser desencadeados por atividades como pegar peso, torções do tronco, tossir, espirrar, ficar longos períodos curvados em uma posição, ou realizando atividades que usam as mãos na frente do corpo, como dirigir. Alguns relatam que os sintomas iniciaram-se após trauma ou movimentos corporais mais vigorosos. O último paciente que vi havia desencadeado os sintomas na academia.

Clinicamente podemos encontrar sintomas em MMSS, cervical e cabeça (uni ou bilaterais), tais como parestesias, sensação de picadas e agulhadas na mão e dedos, sensação de peso nas extremidades e edema nas mãos, sensação de peso, frio ou calor, cefaleias, rigidez torácica, dor interescapular. As dores noturnas chegam a despertar os pacientes. O exame neurológico é normal, a avaliação deve buscar também achados objetivos e os mais comuns são hipomobilidade torácica superior e a presença de ponto de sensibilidade na faceta torácica de T4 (que também pode apresentar-se em outras facetas). A palpação dos ângulos costais pode desencadear sintomas, presença de postura de projeção anterior da cabeça, retificação da torácica, testes de tensão neural positivos, arco de movimento ativo da cervical e torácica indolor.

E quais seriam os mecanismos neurofisiológicos envolvidos? Na verdade até hoje não sabemos exatamente, mas o trabalho publicado por Evans trouxe alguma luz. Existem duas correntes de pensamento que se complementam: uma diz respeito à hipomoblidade torácica que desencadearia edema e dor facetaria, mas não explicaria tanto os fenômenos autonômicos observados. O SNA poderia explicar estes fenômenos. A cadeia ganglionar simpática paravertebral pode ser afetada por pressões mecânicas ou estiramentos, que podem desencadear o problema. Embora a relação entre sistema nervoso autônomo e somático não seja bem compreendida, vários autores (Bogduk, Grieve, Evans) afirmam que o SNA é capaz de prover uma via que explicaria estas dores cervicais baixas e nos MMSS.


Erros de diagnósticos associados a problemas da coluna torácica superior são muito comuns devido a presença de sinais similares entre a cervical e torácica superior nos exames subjetivos e objetivos. Desta maneira, quando encontrarem pacientes com dores referidas para os membros superiores, tronco e cabeça que não se enquadrem nos padrões clássicos de dermátomos, vale a pena considerar como possibilidade diagnóstica a Síndrome de T4.

FISIOTERAPIA: um mercado em expansão devido ao envelhecimento da população


Com o envelhecimento da população brasileira o mercado de trabalho para o fisioterapeuta cresce a cada ano. Esse aumento acontece também pela ampliação das demandas para alguns setores de atuação desse profissional. Especialidades como cardiorrespiratória, terapia intensiva, oncologia, dermatofuncional, desporto, uroginecologia, saúde da família e do trabalhador são promissoras, e as tradicionais áreas ortopédica, neurológica e pediátrica também oferecem boas oportunidades. O piso salarial é diferente em cada estado, no Rio de Janeiro o valor mínimo é de R$ 2.432,72.
A professora Andréa Serra Graniço, coordenadora do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO) explica que “o mercado de trabalho é amplo, abrangendo clínicas, consultórios, clubes desportivos, escolas, empresas, órgãos públicos e privados, docência e pesquisa. Vale lembrar que o fisioterapeuta também é um profissional liberal”. O estudante do UNIFESO é preparado para ações de prevenção, promoção, proteção e assistência à saúde, com princípios éticos de responsabilidade profissional e social. Além de toda estrutura do campus Quinta do Paraíso, o aluno conta ainda com o Hospital das Clínicas de Teresópolis Costantino Ottaviano (HCTCO), a Clínica-Escola de Fisioterapia e convênios externos como cenários de prática desde o início do curso. “O reconhecimento de nossa qualidade é expresso no sucesso profissional de nossos alunos e egressos, bem como nas avaliações do Ministério da Educação (MEC) e do Guia do Estudante, conceituada publicação da Editora Abril, que há anos classifica nosso curso entre os melhores”, destaca a professora Andréa Graniço.
Bolsas de estudo reembolsáveis A Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO), mantenedora do UNIFESO, está lançando para o primeiro semestre de 2016 o ProEnsino, um programa  de bolsas de estudo reembolsáveis que o estudante contrata na medida de sua necessidade, sem juros. O ProEnsino será oferecido periodicamente em edital para os cursos de graduação do UNIFESO e pode ser contratado pelo estudante desde que atendidas as normas do programa. O contrato pode ser feito no valor de 10% até no máximo de 50% da mensalidade. Quando termina o período do contrato o estudante começa a pagar o mesmo percentual contratado, e pelo mesmo período, sobre o valor da mensalidade vigente na ocasião.
O ProEnsino não tem amortização durante o período do contrato nem juros quando da restituição: o valor devido é apenas atualizado pela mensalidade em vigor no momento do pagamento. Também não há envolvimento de instituição financeira ou intermediário, o contrato é feito diretamente pelo estudante com a FESO. Para demonstrar as vantagens do programa, na página do ProEnsino no site do UNIFESO foi disponibilizado um simulador em que o estudante informa a mensalidade de seu curso e o percentual que deseja contratar do programa, e recebe não só uma projeção dos valores da restituição, mas também de quanto custaria o mesmo contrato em agente financeiro, o que inclui a cobrança de juros e outras taxas que o ProEnsino não tem. O edital para o primeiro semestre de 2016 bem como o regulamento do programa e outras informações para a contratação já estão disponíveis no site do Centro Universitário.

Prontuário: direito do usuário da saúde no campo assistencial da Fisioterapia


Ao usuário é assegurado o direito à informação sobre seu estado de saúde quanto à consulta, diagnóstico, prognóstico, objetivos do tratamento, condutas e procedimentos a serem adotados, sendo o fisioterapeuta, na respectiva esfera de competência, responsável em manter os registros atualizados e legíveis em prontuário, bem como pela sua guarda por período mínimo de cinco anos a contar da data da última anotação.

O prontuário é uma fonte de dados, de conhecimento e possui valor probatório, sendo peça fundamental em processo ético e/ou judicial, porque retrata ou deveria retratar como o foi efetuado o atendimento.  Segundo o artigo 299 do Código Penal, omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, constitui falsidade ideológica.
É obrigatório o registro em prontuário das atividades assistenciais prestadas pelo fisioterapeuta aos seus pacientes em quaisquer áreas e campos de sua atuação profissional, ou seja, por métodos e técnicas executados com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do cliente, vedado negar a este ou ao seu responsável legal o acesso às informações nele contidas, de acordo com a  Portaria nº 1820/09 do Ministério da Saúde e Resolução COFFITO 424/13.
Conforme a Resolução COFFITO 414/12, esse documento de registro das informações do paciente deve ser MINIMAMENTE composto de: identificação do paciente, história clínica, exame clínico/físico, exames complementares, diagnóstico  fisioterapêutico, prognóstico, plano terapêutico, evolução da condição de saúde físico funcional do assistido e identificação do profissional assistente, bem como de eventual estagiário que o acompanhe. Pertinente destacar que não são sinônimos de prontuário “FICHA DE AVALIAÇÃO” ou “EVOLUÇÃO”, isoladamente consideradas partes integrantes dele.
Dessa forma, o prontuário preenchido conforme as formalidades técnicas e normativas é importante documento na garantia dos direitos do usuário e merece todo empenho do fisioterapeuta no sentido de assegurar a qualidade, integralidade, confiabilidade e integridade do que nele for consignado.
Fonte: NovaFisio

Por que utilizar bolinhas de fisioterapia?


Indicadas para quem precisa praticar exercícios específicos para o fortalecimento dos músculos das mãos, pés, antebraços e punhos, as bolinhas de fisioterapia são acessórios muito importantes e que podem garantir uma excelente recuparação para quem sofreu algum acidente, fratura ou teve os movimentos debilitados por algum outro fator.
Quando realizados corretamente, os exercícios com bolinhas de fisioterapia podem promover uma melhor circulação sanguínea, fortalecer músculos, aliviar dores musculares e aprimorar o controle motor do usuário. A utilização das bolinhas também auxilia diretamente na prevenção de lesão por esforço repetitivo (LER) e, inclusive, faz parte de políticas de exercícios laborais aplicados em empresas.
Existem diversos tipos de bolinha de fisioterapia, com diferentes graduações de resistência (de extra-suave, para quem está muito debilitado, a extra-forte) e modelos lisos ou com cravos. As bolinhas com cravos são indicadas para reabilitação dos movimentos da mão e punho, ativação da circulação e relaxamento de músculos doloridos.
As bolinhas lisas, por sua vez, são recomendadas para reabilitação de disfunções do antebraço, punho, mãos, dedos e prevenção da LER. Também pode ser utilizada para a realização de massagem relaxante e recuperação de tendinites e traumas no antebraço.
Fonte: Palmipé (www.palmipe.com.br)

Macro perspectiva do mercado de trabalho na Fisioterapia


Em 2004, recebi exatos R$ 460,00 de salário como fisioterapeuta no meu primeiro e único emprego formal na área, o que cobria os gastos com combustível e ainda sobrava uns trocados para o sorvete do final de semana. A clínica trabalhava em parceria com o SUS e eu atendia de 20-25 pacientes neurológicos, recém saídos do período de internação, a cada turno de 6 horas de trabalho, posto este rotativo porque ninguém queria ficar lá por muito tempo por motivos óbvios.
Outro sistema de remuneração muito comum era o da “porcentagem”, diz-se da participação do profissional nos ganhos decorrentes da prestação de assistência em Fisioterapia oferecida ao público por terceiros, pessoas físicas ou jurídicas, vinculados ou não aos planos de saúde. No primeiro caso, o pagamento por cada sessão executada correspondia à parte do valor em referência na Tabela AMB, pouco expressivo, ainda sim partilhado em três: “contratante”, “contratada” e impostos. Natural que desta conta não restasse muito para as partes envolvidas, logo, que a quantia recebida na qualidade de rendimento fosse aquem do desejável.
Com o tempo, batalhas e anseios da categoria, o piso salarial subiu gradativamente, atingindo o patamar de R$ 2432,72 em 2015. Se compararmos com a primeira referência que consignei no primeiro parágrafo deste texto, estamos ganhando pelo menos cinco vezes mais, porém o arranjo do mercado de trabalho na fisioterapia se modificou , porque a estrutura de gastos das empresas não estava preparada para absorver maiores custos com contratações formais de fisioterapeutas, reduzindo a probabilidade de nascimento de novas relações deste tipo ou a manutenção da informalidade devido ao passivo trabalhista cada vez mais alto.
A autonomia surge nesse cenário com alternativa atraente para aqueles em busca de maiores ganhos, bem como do desenvolvimento do trabalho sob perspectivas terapêuticas mais resolutivas, uma vez que pacientes informados são mais exigentes a respeito da qualidade da assistência. Dessa forma, surge o DESAFIO para transformar o modelo vigente em novas formas de organização dos serviços de Fisioterapia, ou seja, mudar “do que está” para “o que pode ser”, a considerar que se o fisioterapeuta foi ou é mau remunerado é porque se tornou refém do sistema de faturamento no qual ele produz, mas não gerencia.
Houve quem questionasse se os chefes de setores de Fisioterapia são realmente qualificados para a função, preparados para liderar equipes e dinamizar o funcionamento do serviço. E você, fisioterapeuta, possui habilidades e treinamento nesse sentido? Sem pessoas com esse perfil continuaremos escorados nos médicos ou evoluindo sozinhos a passos de formiga, quando deveríamos investir para melhor planejar e organizar as ações da nossa profissão, conferindo outra cultura organizacional a nossa categoria.
Fonte: NovaFisio

História da Fisioterapia



Na Antiguidade ( mais ou menos entre 4000 a. C. e 395 d.C.) havia um preocupação em eliminar as doenças através a utilização de agentes físicos (Sol, luz,calor,água e eletricidade), massagens e exercícios físicos. Segundo Shestack (1979), "Os médicos na Antiguidade conheciam os agentes físicos e os empregavam em terapia. Já utilizavam a eletroterapia, sob a forma de choques com um peixe elétrico, no tratamento de certas doenças".

Ainda nessa época, a China registra obras de cinesioterapia em 2698 a.C. Na mesma época na Índia usa-se de exercícios respiratórios para evitar a constipação.

A Idade Média , caracterizada por uma ordem social estabelecida no plano divino, foi uma época de lacuna em termos de evolução nos estudos e na atuação na área da saúde. A alta valorização da alma neste período e o interesse pelo desenvolvimento da capacidade física pelas camadas mais privilegiadas parecem ter sido responsáveis por essa lacuna.Desenvolveu-se portanto nesta época uma fisioterapia destinada a outros fins que não o curativo e sim o de imcremento da potência física.

Após esse período de estagnação dos estudos, surge o Renascimento( período entre os séculos XV e XVI ), descrito como um momento de crescimento científico e literário. Há então,uma retomada dos estudos onde o interesse não destina-se apenas a concepção curativa, mas também a manutenção do estado normal existente em indivíduos sãos.

Entre os séculos XVIII e XIX ocorre a industrialização, momento caracterizado por um avanço na utilização de máquinas e uma transformação social determinada pelo produção em larga escala. Houve o desenvolvimento das cidades , bem como surgiram condições sanitárias precárias, jornadas de trabalho estafantes, e condições alimentares insatisfatórias que provocaram a proliferação de novas doenças. O surgimento de novas patologias e epidemias exigiram da medicina um desenvolvimento nos estudos. Nessa época parece que todos os estudos na área de saúde concentraram sua atenção ao "tratamento"das doenças e sequelas e deixaram de lado as outras vertentes iniciadas na época renascentista, a "manutenção"de uma condição satisfatória e a "prevenção"de doenças. A atenção ao "tratamento" faz surgir a idéia de atendimento hospitalar. Mais tarde, ainda no século XIX , surgem as especializações médicas . A Fisioterapia parece ter seguido a mesma direção dividindo-se em diferentes especialidades.No decorrer da história percebemos que a fisioterapia sofreu todas essas oscilações, passando pela atuação curativa na antiguidade, pela estagnação na Idade Média, pela atenção preventiva concomitante a curativa durante o Renascimento e novamente pelo direcionamento puramente curativo durante a industrialização.

No Brasil , a fisioterapia surgiu como uma forma de solução para os altos índices de acidentes de trabalho.

Fonte: Livro Fisioterapia no Brasil/ Autores: José Rubens Rebelatto e Silvio Paulo Botomé/ Editora Manole Ltda

O papel da Fisioterapia Esportiva no atendimento a crianças e adolescentes


A prática de esportes é fundamental para a saúde e bem-estar das crianças e adolescentes, pois além dos benefícios físicos, desenvolve valores fundamentais como autoconfiança, inclusão social, o trabalho em equipe e o respeito pelo próximo.
Na infância e adolescência essas atividades ganham grande importância para o desenvolvimento, mas devem ser antes de tudo, um prazer, uma brincadeira, o momento de encontrar os amigos, se divertir e, junto com isso, aprender uma modalidade esportiva. Há ainda vantagens como a prevenção de doenças cardíacas, diabetes, obesidade e outros males crônicos que aparecem na idade adulta, mas iniciam-se muitas vezes na infância.
No entanto, é fundamental que a prática esportiva seja orientada por profissionais de forma correta e saudável para que não haja problemas que atrapalhem o desenvolvimento e o desempenho das crianças e adolescentes.
Nesse aspecto, a Fisioterapia Esportiva é uma área que compõe a Medicina Esportiva e tem o objetivo de atender não apenas atletas, mas qualquer indivíduo que se submete a uma atividade física seja regular ou esporadicamente, utilizando diversos métodos e recursos que visam à prevenção e tratamento de lesões provocadas pela atividade intensa, muitas vezes de grande impacto, necessária para a prática esportiva.
Com esse grupo tão especial, o trabalho da Fisioterapia Esportiva visa atender desde as necessidades básicas de atenção primária, com o objetivo principal de evitar lesões e proporcionar sensação de prazer e alegria durante as atividades, sem esquecer-se de promover o fortalecimento de articulações e músculos, orientar sobre os cuidados com postura e consequentemente implantar medidas de redução dos efeitos da fadiga, e desenvolver habilidades motoras específicas; até a atenção terciária, ou seja, de tratamento e reabilitação de lesões decorrentes do esporte acompanhando esses pequenos até o início do processo de reinserção nas práticas esportivas.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A fisioterapia preventiva na terceira idade



Para a maior parte da população a terceira idade é sintoma de saúde em baixa e muitas consequências negativas que o envelhecimento, normalmente, traz ao corpo. Mas a fase não precisa implicar, necessariamente, em malefícios ao indivíduo, é possível envelhecer com saúde.
Naturalmente, ossos, tendões e músculos tendem a ficar mais frágeis nessa etapa da vida e isso costuma dificultar a prática de atividades físicas, principalmente, no caso de pessoas que não tinham o hábito de praticar exercícios na juventude. Mas a boa notícia é que a fisioterapia preventiva pode auxiliar de modo a evitar problemas ou mesmo atuar na reabilitação, prevenindo as sequelas de diferentes patologias.

Fisioterapia Preventiva

Trata-se de um conjunto de procedimentos fisioterapêuticos que ajudam no controle dos sintomas de doenças; na melhora da coordenação, concentração e postura; no aumento do relaxamento muscular e redução de tensões; no favorecimento da auto-estima, etc.
Como na terceira idade o indivíduo está mais vulnerável físico-funcionalmente é de extrema necessidade o estímulo à prevenção de patologias e deficiências, tanto de ordem física quanto psíquica. E é neste contexto que a fisioterapia preventiva se torna um grande aliado para a saúde do idoso. Ela engloba diferentes exercícios físicos e respiratórios que se adaptam às necessidades individuais de cada paciente bem como aos limites de cada um e pode associar outras terapias alternativas como o Pilates.
O Pilates para terceira idade permite uma maior qualidade de vida, pois é um trabalho aplicado com uma grande margem de segurança e com baixo impacto, além disso, respeita os limites de cada um, oferecendo exercícios suaves e controlados. Isso faz da técnica uma ótima indicação aos idosos, tanto para atuar preventivamente, quanto no pós-tratamento médico ou fisioterapêutico.

Benefícios da Fisioterapia Preventiva ao idoso

Os procedimentos ajudam a prevenir os riscos de doenças comuns na terceira idade, como a diabetes, hipertensão arterial, doenças cardíacas, osteoporose, hérnias de disco, tendinites, bursites, artrose, etc. Além de atuarem no controle de dores nas articulações e em problemas de insônia, depressão ou ansiedade, por exemplo.

Fisioterapia pode ser aliada na qualidade de vida do diabético


A doença atinge cerca de 9 milhões de brasileiros e as mulheres são as mais afetadas; diabetes pode causar problemas articulares e cardiovasculares
O Diabetes Mellitus é uma doença crônica metabólica caracterizada pelo aumento da glicose no sangue (hiperglicemia). A alteração pode ocorrer devido ao pâncreas não conseguir produzir a quantidade de insulina (hormônio que controla a quantidade de açúcar no sangue) suficiente para suprir as necessidades do organismo. A falta desta substância ou uma falha na sua ação resulta no acúmulo de glicose no sangue e pode causar danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos. Se não tratado, o diabetes causa insuficiência renal, amputação de membros, cegueira, complicações cardiovasculares como AVC (acidente vascular cerebral) e infarto.
A fisioterapia pode se tornar uma grande aliada na vida do diabético que muitas vezes apresenta problemas articulares e cardiovasculares. “O fisioterapeuta irá trabalhar em busca da manutenção e da reabilitação das condições motoras, prevenindo e tratando todos os componentes do movimento humano necessário à maior funcionalidade do paciente. Assim, poderá avaliar e intervir com os diferentes sistemas e subsistemas do organismo tegumentar (pele), sensitivo, de coordenação e do equilíbrio postural que podem ser afetados”, comenta o fisioterapeuta Giuliano Martins, proprietário do ITC Vertebral Ribeirão Preto e diretor regional da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRColuna).
Segundo Martins, o profissional também pode atuar de forma preventiva às úlceras (lesões superficiais que ocorrem no tecido cutâneo ou mucoso e geralmente aparecem nos pés), amputações, alterações posturais e de funcionalidades e encurtamento musculares. “É importante não permitir que o diabético se torne inativo. As atividades físicas ajudam a enfrentar as dificuldades e limitações decorrentes da doença”, completa Martins.
Dados – A Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBGE, mostra que a patologia atinge 9 milhões de brasileiros – o que corresponde a 6,2% da população adulta. As mulheres apresentam maior proporção da doença do que os homens (5,4 milhões são mulheres e 3,6 milhões são homens). Os percentuais de prevalência por faixa etária são: 0,6% entre 18 a 29 anos; 5% de 30 a 59 anos; 14,5% entre 60 e 64 anos e 19,9% entre 65 e 74 anos. Para aqueles que tinham 75 anos ou mais de idade, o percentual foi de 19,6%.
Existem alguns tipos de diabetes, entre eles os mais comuns como o tipo 1: conhecido como insulinodependente, onde os pacientes necessitam de aplicações diárias de insulina, pois seu corpo já não produz mais insulina ou é insuficiente. No tipo 2, o organismo gera insulina normalmente, entretanto o corpo se torna resistente à ação do hormônio e as taxas de açúcar no sangue aumentam. Há também o diabetes gestacional, o qual a taxa de glicose do sangue durante a gravidez são elevadas, principalmente quando ocorre um aumento de peso. Após o parto, os níveis de glicose voltam ao normal.
O ITC Vertebral Ribeirão Preto atende pacientes que possuem diabetes. Martins ressalta a importância deste trabalho na qualidade de vida. “Todos relatam que as atividades que desenvolvemos complementam o tratamento médico e que ficam muito mais dispostos após o acompanhamento. Esses depoimentos são, sem dúvidas, muito gratificantes”, conclui Martins.
Sobre o ITC Vertebral – Fundado pelo fisioterapeuta Helder Montenegro, presidente da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRColuna) e reconhecido como um dos maiores especialistas em tratamento de coluna no Brasil, o Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral iniciou suas atividades em 2005, em Fortaleza (CE).
Em apenas dois anos foram mais de 700 pacientes tratados, com êxito, pelo método RMA. Tais resultados alcançaram grande projeção e o ITC Vertebral passou a receber pacientes de todo o Brasil. Com o aumento da demanda, o ITC Vertebral decidiu formatar a primeira franquia em fisioterapia do país e, em 2007, deu início à uma expansão que já contabiliza 72 unidades no país.Capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, por exemplo, já contam com mais de uma unidade do Instituto. O ITC Vertebral é afiliado à ABF (Associação Brasileira de Franquias). Em 2010, foi ranqueado pela Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios em primeiro lugar no quesito crescimento econômico e terceira posição em satisfação dos franqueados que, juntos, já trataram mais de 30 mil pacientes.
Por conta do reconhecido trabalho, o ITC Vertebral recebeu convites para demonstrar seus resultados no México, Inglaterra, Holanda, Portugal, Argentina, Chile e Venezuela, países que estão em vias de instalar unidades do Instituto.

A volta das dores que foram



“Milagre! A dor foi embora, você é o melhor fisioterapeuta do mundo. Posso trazer um bolinho de laranja no próximo atendimento?” Célebres palavras emocionantes que todo o emblemático fisioterapeuta já recebeu da querida paciente que já tem dor há 20 anos e que ainda acredita na paz mundial. Como tudo na vida é passageiro, o alívio da dor para as pessoas com dor crônica também é. Se consideramos a dor crônica como uma doença crônica, então teremos períodos com pouca dor ou sem dor (remissão) e períodos com bastante dor (recidiva). Mas acredito que isso é uma forma biomedica demais e que deve ser deixada de lado. A dor ir, vir, sumir, reaparecer depende de muitos fatores. Sempre comento do envolvimento dos fatores emocionais e comportamentais que podem piorar, manter e deixar a dor persistente. Quanto mais sensível estiver o sistema nervoso, mais fácil sentir dor.

Aliais, para os fisioterapeutas, já perceberam que é muito mais fácil sentir dor do que não sentir? Além da memória das experiências dolorosas que armazenamos em nosso HD Cerebral Sansung, existem muito mais mecanismos que favorem a ativação do que a inibição dos sistemas de dor do nosso corpo. Será a mãe natureza tão B! assim? Claro que não. Segundo a breguíssima frase “Escrito nas Estrelas” tudo tem um objetivo final. Então se é para a gente sentir dor é porque alguma coisa tem. Só não precisa acordar e ir dormir com dor.

As pessoas que de alguma forma ficaram marcadas pelas experiências dolorosas ruins, provavelmente terão dor para o resto da vida. Mas, assim como ir sempre no Hooters, podemos ter momentos de melhora e viver bem. Porém, não acreditem que uma dor de 20 anos irá embora em 1 semana, 1 mês ou 1 ano.

Quando que a dor pode voltar? De uma forma bem Fibra A alfa (grossa) podemos ter dor em muitas situações, ainda pior na dor crônica. Da mesma forma que precisamos da dor como alerta para ameaças de tsunami corporal não queremos que apareça no corpo e cause sofrimento e limitações. É meio que um paradoxo confuso e imagético, que faz as pessoas com dor crônica buscarem uma possível cura.

O exemplo mais comum é a dor lombar. Quem já teve dor lombar em algum momento da vida vai ter denovo, CQC. Muitas das vezes, em situações completamente diferentes. Num exemplo cotidiano, o estresse de uma mãe porque a filha adolescente revoltada saiu de casa a noite de mini saia pode ser suficiente para iniciar um quadro de dor. Estresse, raiva, irritação, ansiedade, medo irracional e evitação provocam dor. Já o conjunto de charminho, carência, grude, controle de gandaia e sentinela nas festas provocam término de namoro.

A maneira ideal de evitar a volta das dores que foram é identificar todas as situações, problemas, comportamentos, atitudes e coisas a mais responsáveis por provocar dor. Tratar é bom? Claro, mas ir no consultório apenas é enxugar gelo. Tem que participar da sua melhora.

Vida sem estresse é brigadeiro na veia. Confete e endorfina para todos.

FONTE: Dores Crônicas - Artur Padão Gosling

Terapia do Espelho ajuda na recuperação de pacientes com AVC


Segundo a Organização Mundial de Saúde, no Brasil são mais de 100 mil mortes por ano em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral – AVC. Quando a doença não leva a óbito, as sequelas são inevitáveis, como braços e mãos enfraquecidos. Com o objetivo de recuperar os movimentos comprometidos, a Clínica-escola de Fisioterapia da Estácio Ponta Negra deu início a um projeto que pratica a chamada Terapia do Espelho na reabilitação de pacientes com AVC.
A técnica consiste na utilização de uma caixa com espelhos posicionada no centro de uma mesa, na frente do paciente. Ele coloca o braço comprometido atrás do espelho e o membro não comprometido em frente ao espelho. O terapeuta solicita ao paciente que realize alguns movimentos nos dois braços ao mesmo tempo; em seguida, que empilhe algumas peças plásticas de encaixe e faça movimentos de segurar o copo como se fosse beber água. E assim, sucessivamente.
De acordo com a supervisora do projeto, a professora Luciana Protásio, a técnica se destaca pelos vários benefícios identificados, como aplicação rápida e simples, baixo custo e pelas grandes chances de ativar vias neurais que foram danificadas com o AVC. No momento, a Clínica Escola está com as inscrições abertas para o tratamento. Os atendimentos voltam a ser oferecidos à população após o dia 20 de fevereiro.
Para participar, o portador precisa estar dentro do critério de avaliação, como ser um paciente crônico há pelo menos seis meses, ter entre 40 e 65 anos de idade, não apresentar déficit cognitivo, nem problemas de fala. O processo de inscrição para o tratamento pode ser feito pelo telefone 3642.7500 ou na própria clínica, localizada na Rua Professora Dirce Coutinho, 1713, Capim Macio.


NOVO MÚSCULO É DESCOBERTO NO CORPO HUMANO: TENSOR DO VASTO INTERMÉDIO. ENTENDA.


Segundo um recente estudo, o quadríceps na verdade é composto por 5 músculos.
A imagem é do estudo de Grob et al. (2016), publicado na Clinical Anatomy e conduzido com base na análise da arquitetura muscular do quadríceps de 26 membros inferiores de cadáveres.
Na esquerda o quadríceps como conhecido e ensinado atualmente nas universidades que tem a anatomia humana em sua grade.
Na direita o recentemente descoberto Tensor do Vasto Intermédio em vermelho (1- tensor do vasto intermédio; 2- vasto lateral; 3- vasto intermédio; 4- tensor da fáscia lata; 5- reto femoral 6- vasto medial).
A ciência e seus paradigmas
Referência:
Grob K, et al. A newly discovered muscle: The tensor of the vastus intermedius. Clin Anat. 2016 Mar;29(2):256-63. doi: 10.1002/ca.22680. Epub 2016 Jan 6.

Radiografia RX – Análise de Qualidade


Analise da qualidade do exame:
A avaliação inicial da radiografia começa por uma análise da técnica radiológica, ou seja, se a radiografia foi feita com penetração ideal dos raios, que permite uma boa visualização tanto da parte superior, como inferior dos campos pulmonares e do mediastino
A segunda coisa é a observação do posicionamento do paciente, se existe algum grau de rotação lateral, que deve ser observado pela simetricidade das clavículas e esterno, em relação a linha media.
Também a presença de inclinação anterior do pescoço, pode simular opacidade do mediastino superior e desvio da traquéia.
Analise das alterações radiográficas:
A localização da lesão em relação a parede, espaço pleural, pulmão ou estruturas mediastinais é o primeiro passo para um possível diagnóstico.
São fatores importantes na visualização das lesões pulmonares, a configuração da lesão, a sua densidade, tamanho e relação com as estruturas adjacentes.
Avaliação
  1. Partes moles: avaliação das mamas, região cervical, supra-escapular, tecido subcutâneo, abdome superior.
  2. Ossos: coluna, clavículas, costelas, ombros, esterno.
  3. Coração: morfologia e dimensões.
  4. Aorta e artérias pulmonares: verificação de anomalias congênitas e aneurismas.
  5. Mediastino: alargamentos, pneumomediastino, massas.
  6. Hilos: estudo comparativo da morfologia e dimensões.
  7. Parênquima pulmonar: nódulos, massas, consolidações, cavidades;
  8. Pleura: espessamentos, pneumotórax, derrame pleural.
  9. Diafragma: altura, morfologia, estudo comparativo.
  10. Seios costofrênicos: verificar se estão livres; em casos duvidosos realizar decúbito lateral.




O diafragma
O diafragma esquerdo é visualizado até o seu contacto com o bordo cardíaco, tanto na radiografia em PA como na radiografia lateral.
Habitualmente o diafragma direito é mais elevado do que o esquerdo e é visto de medial a lateral, nas radiografias em PA assim como de posterior a anterior, nas radiografias em perfil.
A indefinição de contorno de parte do diafragma (que deve ser normalmente visível) indica patologia do parênquima pulmonar adjacente à este ou presença de derrame ou espessamento pleural.
Os pulmões:
Os campos pulmonares são habitualmente um pouco mais transparentes nos ápices, que nas bases e a sua transparência deve ser homogênea.
A transparência pulmonar da parte posterior do hemitórax do terço médio e inferior deve gradualmente aumentar.
A presença de lesão intersticial pode causar na radiografia dificuldade na visualização do contorno das estruturas vasculares, assim como espessamentos cissurais e dos septos interlobares (linhas de Kerley).
Estruturas vasculares:
A circulação pulmonar pode ser observada, uma vez que os vasos dos lobos inferiores são um pouco mais evidentes do que os dos lobos superiores, e este padrão pode mudar na presença de hipertensão pulmonar.
Os hilos pulmonares são a próxima estrutura a ser estudada, estes devem mostrar a opacidade das arterias pulmonares com configuração discretamente arredondada e a convergência dos vasos arteriais pulmonares que terminam (originam) na topografia destes.
O hilo vascular esquerdo é um pouco mais alto do que o direito, pois está montado sobre o brônquio fonte esquerdo.
Aumento de volume dos hilos pode ser devido à presença de dilatação das artérias pulmonares, linfonodomegalia ou massa peri-hilar.
Mediastino:
A avaliação do mediastino se inicia pelo posicionamento da traquéia que deve ser central. A parede lateral da traquéia deve ser visível bilateralmente, contudo este dado é extremamente dependente de uma técnica radiográfica adequada.
O ângulo de bifurcação da traquéia deve ser de 60º.
A linha mediastinal anterior, pode ser vista no terço superior do tórax na linha média nas radiografias em PA e corresponde ao local de contato entre os lobos superiores dos pulmões.
As linhas paravertebrais devem ser bem definidas e abaulamento destas linhas indicam aumento de volume do mediastino posterior.
A sombra da aorta, também deve ser bem observada, uma vez que o bordo externo da aorta descendente está em contato com o lobo inferior do pulmão esquerdo, enquanto que a croça com o lobo superior.
O coração
O coração deve ter uma configuração em forma de bota, na radiografia em PA. As medidas são feitas através do índice cárdio-torácico nas radiografias em PA e pelo bordo posterior do VE em relação à veia cava inferior na radiografia lateral.
Alongamento da aorta acontece em pacientes idosos e hipertensos crônicos.
Os ângulos cardiofrênicos devem ser agudos, más habitualmente estão preenchidos por tecido gorduroso em alguns casos podendo mesmo simular a presença de massa.
Na radiografia em PA pode-se observar do lado direito, entre o diafragma e o bordo direito do coração, uma imagem linear, discretamente hiperdensa que corresponde à veia cava inferior
Na radiografia lateral a face ântero-superior do coração corresponde ao átrio direito e a póstero-inferior ao ventrículo esquerdo, enquanto que a póstero-superior ao átrio esquerdo.