O câncer de mama representa
importante problema de saúde para a população feminina de todas as partes do
mundo. O diagnóstico e o tratamento de lesões precursoras podem evitar o
surgimento do câncer. O diagnóstico precoce de formas iniciais de câncer permite
tratamento não mutilante com alta taxa de curabilidade. Não há como prevenir o
aparecimento de tal patologia, mas o auto-exame e a detecção precoce
influenciam diretamente no prognóstico.
Fatores de Risco: fatores
genéticos, fatores hormonais, fatores nutricionais, fatores histopatológicos,
fatores decorrentes de radiação. Não há como prevenir o aparecimento de tal
patologia, mas o auto-exame e a detecção precoce influenciam diretamente no
prognóstico.
Vários exames são utilizados na
investigação diagnóstica. A Mamografia, mais nítida após os 40 anos, pois a
mama perde tecido adiposo; U.S. mamária, complementando a mamografia; Citologia
oncótica e Biópsia do nódulo.
A retirada da mama, ou de parte
dela, em casos de câncer localizado, foi descoberta e escolhida como forma de
tratamento mais eficaz. Atualmente, encontramos os seguintes tipos de cirurgia
em pacientes portadoras de Câncer de Mama, dependendo do grau e da evolução da
tumoração existente:
* Exerese do nódulo - retirando
apenas o nódulo canceroso, sem comprometimento de linfonodos;
* Quadrantectomia - retirada do
quadrante envolvido e linfonodos axilares, muito utilizada em nódulos de
pequenas proporções;
* Mastectomia - retirada total do
tecido mamário. Esta pode ser realizada de três maneiras, comprometendo as
funções da paciente a depender do quadro já instalado e do método cirúrgico
utilizado como tratamento curativo. Logo, encontraremos:
1. Mastectomia Higiênica -
retirando apenas o tecido mamário, para alívio da dor e do sofrimento em casos
de metástase, sem indicação curativa, nem esvaziamento axilar.
2. Mastectomia a Haested ou
Radical - retirando o tecido mamário, peitoral maior, peitoral menor,
linfáticos e fibrogranulosos axilares, com incisão horizontal mais freqüente.
3. Mastectomia a Patey ou Radical
Modificada - retirando a mama, peitoral menor e linfáticos axilares,
preservando o peitoral maior, protegendo assim o gradil costal e mantendo uma
melhor movimentação do membro superior homolateral.
Alguns exames pré-operatórios são
necessários para a escolha adequada do método cirúrgico. Entre eles, a
Cintilografia óssea, para verificar a presença de metástase, U.S. hepática,
Raio X de tórax, Exames laboratoriais e ECG para pacientes mais idosas.
O tumor mamário mais comum é o
Carcinoma Ductal Infiltrante, que, dependendo do estágio em que chega ao
hospital, pode ou não passar por sessões de Radioterapia e Quimioterapia, para
redução do nódulo, possibilitando o procedimento cirúrgico. São feitas 25 (
vinte e cinco ) aplicações de Radioterapia em 25 ( vinte e cinco ) dias
consecutivos no campo delimitado pelo médico e 6 ( seis ) ciclos de
Quimioterapia, além da Hormônioterapia antiestrógeno por 5 ( cinco ) anos para inibir
o crescimento celular.
A Avaliação Fisioterapêutica
pré-operatória é essencial para o acompanhamento geral das conseqüências
provenientes da cirurgia, elaboração de um prognóstico de recuperação e
conscientização da paciente sobre a importância e os procedimentos da
Fisioterapia no Pós-Operatório, além de esclarecer sobre a cirurgia, caso a
mesma ainda não o saiba.
Nesta etapa, o Fisioterapeuta
busca a anamnese e toda a história clínica da paciente nos formulários
hospitalares, pastas e prontuários, que contém todos os exames realizados, e
explicados anteriormente. É extremamente importante que o Fisioterapeuta esteja
a par de todas as informações relevantes sobre cada paciente a ser tratado. É
feita a coleta dos dados, sinais vitais (FC,FR, TA) , ausculta pulmonar,
avaliação das ADMs globais e força muscular, postura, presença de deformidades
e, não menos importante que todas essas informações, devemos estar atentos ao
estado emocional da paciente, que poderá interferir diretamente na evolução do
tratamento pós-cirúrgico, melhora do quadro e realização das condutas.
O Fisioterapeuta deve ter
conhecimento aprofundado das complicações pós-cirúrgicas da mastectomia, e ter
realizado uma prévia avaliação da paciente para elaborar um programa de
reabilitação relacionando os estados pré e pós-operatórios.
As complicações mais comuns são:
* Escápula alada - devido à
fraqueza do Serrátil anterior;
* Lesões das raízes do Plexo
braquial; ( C5 - T3 )
* Limitação da flexão e rotação
do ombro - em sua maioria, por medo;
* Linfedema - pela retirada dos
linfáticos axilares;
* Sensação dolorosa e de peso no
ombro - associada ao linfedema;
* Limitação da expansibilidade
torácica - onde a Fisioterapia deve intervir imediatamente;
*Parestesias.
(O Fisioterapeuta deve iniciar o
tratamento no 1o- DPO)
Muitos são os objetivos da Fisioterapia
em Mastectomizadas, entre eles estão:
* Prevenir ou diminuir as
complicações respiratórias;
* Prevenir complicações
circulatórias ( TVP );
* Prevenir complicações
osteomioarticulares;
* Evitar aderências, cicatrizes e
quelóides;
* Manutenção das ADMs;
* Manutenção da Força muscular;
* Prevenção de linfedema;
* Diminuir algias;
* Reeducação postural;
* Relaxamento;
* Alongamento;
* Melhorar movimentação global;
* Incentivar a auto-estima.
Inúmeras condutas poderão ser
utilizadas para atingir o objetivo final da Fisioterapia, que é devolver a
paciente à sociedade sem limitações residuais. A paciente tem alta no 5o- ou
6o- DPO, e o objetivo da Fisioterapia até liberação da mesma é alcançar um
estado geral bom, com ADMs em flexão e abdução do membro superior homolateral à
cirurgia de, no mínimo, 90 ( noventa ) graus.
As condutas no pós-cirúrgico
imediato, em geral, seguem um protocolo. Entre elas podemos encontrar:
Reeducação respiratória - Padrões
ventilatórios: Inspiração profunda, Inspiração em dois tempos, Inspiração em
três tempos e Soluço inspiratório;
* Uso de TENS para alívio da dor;
* Drenagem postural para
linfedema, além de massoterapia e Compressão pneumática;
* Mobilização ativa e ativa
resistida dos membros superiores, para manutenção das ADMs e ganho de Força
muscular;
* Deambulação precoce;
* Realização de todos os
movimentos possíveis com o MS homolateral à cirurgia, dentro da capacidade da
paciente;
* Esclarecimento de que a
Fisioterapia e a utilização dos MMSS não afetarão a recuperação cirúrgica.
Passada esta etapa, e após a
alta, as pacientes são atendidas em grupo misto de tempo cirúrgico, para
motivá-las a continuar a Fisioterapia. O atendimento passa a ser ambulatorial e
o protocolo é diferenciado, onde regularmente elas são reavaliadas.
A Fisioterapia inicia seu
trabalho com cuidados no leito, orientando a respiração correta e as posturas
que favorecem a amplitude de movimento e aumento da circulação. É importante
vermos a mastectomizada como uma pessoa que sofre de problemas não só físicos,
como também psíquicos, e tentar ajuda-la a superar essa crise, inclusive para
obtermos aceitação do tratamento fisioterápico.
A crioterapia relaxante para
membro superior tem como efeito principal à diminuição da dor, conseguindo até
mesmo abolir a administração de analgésicos na fase pós-operatória imediata.
Além disso, trabalhamos com criocinética, que é a aplicação da crioterapia associada simultaneamente aos exercícios.
Estes exercícios devem ser, de preferência isométricos para não despertar dor e
conseguirmos aumento da força muscular e seu relaxamento. Porém, também é
necessário trabalharmos com exercícios ativos, até mesmo resistidos, para conseguirmos
a amplitude total de movimento do ombro, posteriormente. O tratamento
fisioterápico deverá ter a sua continuidade, após a alta hospitalar.
Ressaltamos que a Fisioterapia no
pós-operatório a mastectomia, como indispensável para a reabilitação da paciente, paralelo ao
tratamento médico. Através dele a mulher mastectomizada consegue a amplitude
total e funcional dos movimentos do membro superior do lado da cirurgia,
melhora da sensibilidade, prevenção de postura defeituosa, diminuição da sintomatologia
dolorosa, prevenção do linfedema, profilaxia das complicações pulmonares e
apoio psicológico.
Fonte: Site Fisioterapia.com
Fonte: Site Fisioterapia.com
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