segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

História da Osteopatia


A Osteopatia nasce no meio oeste americano pelas mãos do médico Andrew Taylor Still. Filho de pastor metodista e médico itinerante, Still cria uma terapêutica manual de tratamento e diagnóstico, baseada na anatomia, que se contrapõe às terapias até então amplamente utilizadas pelos médicos ortodoxos e tradicionais, com o emprego de sangrias e calomelanos.²

A busca por uma terapêutica mais confiável e eficaz, no entanto, não se traduz num esforço de Still somente. A Osteopatia surge num período em que a medicina americana pretende maior projeção e reconhecimento.

Still inicia a sua carreira como médico num aprendizado direto com o pai, fato perfeitamente aceitável neste período da história da medicina do país. Durante muitos anos ele utiliza as práticas ortodoxas, até que a morte de três de seus filhos e de sua primeira esposa, durante um surto de meningite, em 1864, o leva a repensar a eficácia do tratamento médico usual.

Segundo Still, “Deus sabe que eu acreditava que eles (os médicos) fizeram o que pensaram ser o melhor. Eles não negligenciaram jamais seus pacientes e lhes deram os medicamentos, juntando de novo, mudando, esperando atingir aquilo que poderia desfazer o inimigo; mas foi pura perda.”³

A incapacidade de salvar seus entes queridos pela medicina ortodoxa o convence da ineficácia de drogas como via terapêutica. A este fato se alia a sua experiência como médico militar na Guerra de Secessão. O largo emprego de medicamentos à base de opiáceos e álcool, assim como o grande número de mortes em decorrência de ferimentos mal tratados, acirram a sua descrença. O quadro ainda fica pior quando se constata que, após a guerra, aumenta em muito o número de viciados entre os jovens ex-combatentes. Still culpa o sistema de ensino americano pelo grave problema social que se instaura.

Ancorado na sua crença religiosa de que Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança, Still busca durante anos uma nova visão médica do organismo e, consequentemente, da cura. Segundo ele, em 22 de junho de 1874, tem um insight el encontra as respostas para os seus anseios.

Através de longos anos de dissecção, ele contemplou a possibilidade de que todas as estruturas musculares, nervosas, ósseas, articulares, conjuntivas e vasculares contivessem em si a resposta para autorregulação do organismo. Cria uma visão mecanicista do ser humano, segundo a qual a estrutura do corpo governaria a função. O retorno à saúde, portanto, seria uma decorrência da remoção das restrições impostas por entraves anatômicos que bloqueariam a plena mobilidade do organismo. A saúde podia ser vista como a liberdade do movimento corporal.

Mas Still não via o homem somente como uma máquina, defendia que o ser humano seria uma unidade tripla, composta de um corpo material, um ser espiritual e a mente. Tanto a totalidade deste ser, como sua individualidade, deveriam ser levados em conta ao tratarmos alguém.

Still funda sua primeira escola em 1892, em Kirksville, Missouri, e consegue que a Osteopatia seja aceita como profissão em 1897.

Sua nova terapêutica gera um grande número de adeptos, entre eles William Garner Sutherland, que funda a Osteopatia no campo craniano. Segundo ele, seu estudo seria parte de um conhecimento maior, a Osteopatia. Começa seus estudos nessa área ainda como aluno, em 1899, mas só apresenta formalmente sua interpretação de tratamento craniano em 1940, num encontro da Sociedade Internacional dos Técnicos Sacroilíacos.4

Outra figura, entre muitas que se destacam, é John Martin Littlejohn. Médico escocês, que, devido a um tratamento bem-sucedido de problemas cervicais e de garganta com Andrew Taylor Still em 1897, torna-se adepto da Osteopatia. Estuda e leciona em Kirksville durante algum tempo; mas, devido a diversos desentendimentos, rompe com Still. Anos mais tarde retorna à Europa e, em 1917, cria a British School of Osteopathy (BSO), primeira escola de Osteopatia europeia, celeiro de onde se difunde o ensino da Osteopatia pelo continente.5

A chegada dos ensinamentos da Osteopatia ao Brasil acontece pelas mãos de Bernard Quef, osteopata francês que, em 1986, administra os cursos que darão início à formação dos primeiros osteopatas brasileiros.6

¹Toda a parte inicial do texto baseia-se na dissertação de mestrado da autora em História das Ciências na casa de Oswaldo Cruz, Manguinhos, O NASCIMENTO DA OSTEOPATIA NA ERA DA BACTERIOLOGIA.
²Medicamentos à base de mercúrio
³STILL, Andrew Taylor- La Philosophie et les Principes Mécaniques de l’Osteopathie. Paris: Éditions Frison-Roche, 2001.
4Sutherland, Adah- The Thinking Fingers
5Paoletti, Serge- ApoStill,octobre 1999, n 4
6 -

Fonte: Site IBO

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A Fisioterapia na Ginecologia e na Obstetrícia


A Fisioterapia em ginecologia e obstetrícia, apesar de pouco conhecida, é uma especialidade de grande importância no atendimento de gestantes, pacientes com incontinência urinária, pacientes mastectomizados (retirada da mama), entre outros.

É uma especialidade que exige do fisioterapeuta uma mistura de atributos especialmente amadurecida que, quando preciso, permita à paciente revelar com confiança alguns dos detalhes mais íntimos e pessoais de sua vida. Além de um bom conhecimento teórico e um alto grau de competência clínica, o fisioterapeuta deve sempre conceder tempo para ouvir ser facilmente abordável imperturbável e não ser crítico.

O fisioterapeuta que trabalha nos campos da obstetrícia e ginecologia deve estar preparado para clientes que queiram debater as suas dificuldades sexuais. O fisioterapeuta deve respeitar o desejo dessas pessoas de confiarem ou não nele, ouvir sem senso crítico e, se incapaz de ajudar diretamente, deve conhecer fontes de aconselhamento psicossocial na área.

A fisioterapia na obstetrícia

Na área da obstetrícia o papel do fisioterapeuta é o de ajudar a mulher a ajustar-se às mudanças físicas do começo ao fim da gravidez e do puerpério de modo que o estresse possa ser minimizado.  Ao ser encaminhada para um acompanhamento fisioterápico pelo obstetra, a gestante deve passa por uma avaliação completa e pormenorizada, composta por uma entrevista ou anamnese e um exame físico, realizados pelo fisioterapeuta, antes do início das sessões. Na anamnese serão coletadas as informações pessoais sobre a gestante e sua família, os dados da gestação atual, sintomas relacionados à gravidez e seus ajustes além da aferição dos sinais vitais. No exame postural, o fisioterapeuta poderá observar a gestante em várias posturas, durante a realização de alguns movimentos e também ao caminhar, detectando assim as principais dificuldades da gestante para então elaborar uma conduta fisioterápica de maneira a aliviá-las.

Ele avaliará e tratará de quaisquer problemas, por exemplo, esqueléticos e musculares, como dor nas costas. Ele é um professor experiente de relaxamento afetivo, respiração atenta e posicionamento, e ainda, ajuda a preparar a mulher para o parto. No período pós-parto ele dará conselhos sobre a atividade física, ensinará exercícios pós-parto e, quando necessário, dará tratamento especializado.

O fisioterapeuta, além de atuar em obstetrícia, tem participação na área ginecológica, no preparo pré-operatório e recuperação no pós-operatório de cirurgias ginecológicas.

O fisioterapeuta, em seu trabalho com gestantes, tem como metas gerais promover uma melhor postura antes e após a gestação, aumentar a percepção da mecânica corporal correta, preparar os membros superiores para as demandas de cuidados ao bebê, promover uma maior percepção corporal e uma imagem corporal positiva, preparar membros inferiores para as demandas do aumento no peso a ser suportado e compromissos circulatórios, melhorar a percepção corporal e uma imagem corporal positiva, melhorar a percepção e controle da musculatura do assoalho pélvico, manter a função abdominal e prevenir ou corrigir a patologia da diástase dos retos, promover ou manter um preparo cardiovascular seguro, prover informações sobre as mudanças que ocorrem na gravidez e no parto, melhorar a capacidade de relaxamento, evitar problemas.

Acompanhando a gravidez prepara a paciente fisicamente para o trabalho de parto, expulsão e atividades após o parto, e orienta exercícios progressivos e seguros para o pós-parto. Essas metas visam preparar a mulher durante o período tão especial em sua vida com prazer e saúde.

A fisioterapia na ginecologia

O fisioterapeuta, além de atuar em obstetrícia, tem participação na área ginecológica, no preparo pré-operatório e recuperação no pós-operatório de cirurgias ginecológicas. Uma avaliação completa de Fisioterapia é essencial tanto quanto possível antes da cirurgia, porque o tratamento instituído antes da cirurgia irá ser lucrativo para certas mulheres, como por exemplo, aquelas com tórax em mau estado de saúde, má postura, dor nas costas, base pélvica fraca ou debilidade geral É atualmente eficiente proporcionar pelo menos uma avaliação e tratamento preparatório antes da operação.

Os fisioterapeutas devem se assegurar de que os cirurgiões e a equipe de enfermagem estejam plenamente cientes de tudo que um fisioterapeuta é capaz de fazer para contribuir no tratamento da paciente e, somente então, serão atendidos os maiores interesses da paciente. Estas intervenções visam prevenir complicações como risco de pneumonia; dor e desconforto pós-cirúrgico risco de complicações vasculares; desenvolvimento de adesões no local da incisão; má postura; disfunção do assoalho pélvico; fraqueza abdominal. Etc.

Outro grande problema de saúde tratado em ginecologia é a incontinência urinária. O foco do tratamento fisioterapêutico é o reforço dos músculos que compõem o assoalho pélvico através de exercícios e eletroestimulação, e a reeducação miccional. Nos casos de tumor de mama, a cirurgia é algo comum. O cirurgião retira a mama ou parte dela e ainda os nódulos linfáticos, evitando que o tumor se espalhe para outras partes do corpo. Porém, ao retirar os nódulos linfáticos, a circulação linfática fica comprometida e, dessa forma, ocorrem alguns sintomas indesejáveis na paciente, como edema (inchaço) em membro superior, dor causada pelo edema, dificuldades de movimentar o membro e prejuízos na qualidade de vida.

A proposta fisioterapêutica, nesses casos, é a de tratar o paciente através de técnicas de drenagem linfática, exercícios para devolver a mobilidade e reeducar a postura e orientações quanto a atividades de vida diária para as pacientes.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A Fisioterapia do Sono

Todo mundo sabe que manter a postura alinhada é importante. No entanto, engana-se quem pensa que isso se aplica somente ao ficar de pé ou sentado. Manter a postura correta ao dormir é um cuidado que pode evitar problemas mais sérios na coluna cervical. O ideal é deixá-la sempre alinhada ao tronco, a fim de melhorar a circulação sanguínea e facilitar os estímulos elétricos enviados pelo cérebro aos demais órgãos do corpo. A fisioterapeuta da Duoflex especialista em Medicina do Sono, Carolina Elena Carmona de Oliveira, dá algumas dicas e orientações para uma noite revigorante e, claro, para a manutenção da saúde.
Para quem dorme de lado:
Esta é a posição mais indicada pelos especialistas, sendo aconselhável sempre dormir com dois travesseiros. Tanto faz se é do lado direito ou do lado esquerdo. Quem dorme de lado deve usar um travesseiro para apoio da cabeça, em uma altura que se encaixe perfeitamente entre ela e o colchão, formando assim, um ângulo de 90 graus no pescoço. Nesta posição, os joelhos deverão estar preferencialmente semiflexionados, com um travesseiro, um rolinho ou um Alpino de Corpo, entre eles. Com o Alpino de Corpo é possível deixar o queixo apoiado e os braços envolvidos no produto, mantendo a cervical e a coluna alinhadas, as pernas flexionadas com um espaçamento entre os joelhos e os tornozelos, evitando atrito entre eles e também virar de costas ou de bruços durante o sono.
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Para quem dorme de barriga para cima:
Nesse caso, é preciso utilizar um travesseiro baixo ou médio para apoio da cabeça, que deve preencher o espaço entre a cervical e a nuca, para evitar a hiperflexão do pescoço, e outro travesseiro ou um rolinho embaixo dos joelhos, de forma que fiquem semiflexionados, e assim, descansem.
As indicações da Duoflex são o travesseiro NASA, para apoiar a cabeça, e o Rolinho, abaixo do joelho. O travesseiro NASA é feito de material viscoelástico, automoldável e termossensível, que se adapta ao contorno e à temperatura do corpo, exercendo uma menor pressão nas áreas mais quentes ou salientes e facilitando a circulação sanguínea. Oferece também maior capacidade de absorção do peso e distribuição equalizada da pressão sobre o corpo, além de possuir a propriedade de retorno lento ou memória, agindo como um verdadeiro amortecedor. Já o Rolinho oferece apoio para a lombar, possuindo superfície ondulada, que também massageia e estimula a circulação. Além de suas indicações terapêuticas é uma alternativa para quem busca conforto na sala de TV, para suas horas de leitura e até como elemento decorativo.
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Para quem dorme de bruços:
Apesar de não ser uma posição indicada para o sono, é recomendável utilizar dois travesseiros bem baixos, sendo umpara apoio da cabeça e outro embaixo do abdômen, na altura da curvatura da cintura.
A indicação da Duoflex é o travesseiro Fresh Baixo, tanto para a cabeça, como para o abdômen, que é feito em uma espuma especial de poliuretano expandido, também conhecida como sempre fria, hipersoft ou supersoft. É uma espuma produzida com células abertas para proporcionar frescor, ventilação, toque e maciez superiores às espumas comuns usadas nos colchões, que são duras e ásperas, com pouca aeração.
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HORA DA TROCA – Além das dicas posturais, a fisioterapeuta ressalta a importância da conservação dos travesseiros. Para se ter uma ideia, com o uso, um travesseiro acumula grande quantidade de umidade, gordura, pele descamada, suor e todas as outras secreções da cabeça (saliva, coriza, seborreia, lágrimas, cerume), além de perfumes, tinturas e cosméticos. Todo esse material orgânico se encontra em ambiente ideal de proliferação biológica, escuro, úmido e quente. Um travesseiro sem proteção antimicrobiana, com seis meses de uso já contém cerca de 300 mil ácaros, e, após dois anos, até 25% do seu peso é formado por ácaros vivos, mortos e suas fezes.
Carolina ainda ressalta que, apesar de existirem travesseiros que são laváveis, observa-se infinitas dúvidas sobre como se deve lavar, secar ou, até mesmo, se a lavagem é recomendável. “Nem todos são laváveis e os consumidores devem estar atentos às especificações do produto antes de molhar ou, até mesmo, entregar o travesseiro para a lavanderia. O processo de lavagem nem sempre é indicado, principalmente, quando não podemos garantir a secagem completa. No entanto, se o produto for lavável, siga ou exija nas lavanderias que as instruções sejam seguidas”, esclarece.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Mulheres na menopausa são as que mais rompem tendões dos ombros

A causa pode estar relacionada à maior fragilidade dos tendões e dos ossos 
à medida que vai caindo a produção dos hormônios femininos.


O tendão é um tecido branco, denso e resistente por meio do qual os músculos de uma articulação ligam-se aos ossos. Os tendões transmitem aos ossos e às articulações a força e o movimento gerados pelos músculos. Existem tendões em quase todas as articulações humanas. O rompimento desses tecidos, infelizmente, é comum. Os que mais se rompem são aqueles que recebem menos sangue e oxigênio e ao mesmo tempo são mais sobrecarregados, isto é, os dos ombros, os dos cotovelos e os tendões-deaquiles, nos calcanhares.

Qualquer pessoa pode romper total ou parcialmente os tendões dos ombros, a qualquer momento da vida, em um acidente ou ao praticar esportes, por exemplo. Isso ocorre mais, porém, com homens jovens e adultos.
Mas os rompimentos de tendões, constata-se no dia a dia dos consultórios, são mais frequentes nas mulheres a partir dos 45 a 50 anos de idade, ou seja, quando entram na menopausa. A causa pode estar relacionada à maior fragilidade dos tendões e dos ossos à medida que vai caindo a produção dos hormônios femininos. Outros fatores podem colaborar para o fenômeno, como tendência familiar; malformações nos ombros; e gestos repetitivos acima da cabeça, principalmente errados, nas atividades físicas e também no trabalho.

O desgaste natural dos tendões dos ombros, vale destacar, costuma se manifestar em três fases. De início a pessoa sente uma dorzinha no ombro que melhora ao tratar com remédios e/ou fisioterapia (em geral até 25anos); depois ela tem uma dor mais intensa, que é mais resistente ao tratamento, já com tendinite e fibrose (em geral dos 25 aos 40 anos) — normalmente isso ocorre quando a pessoa tratou mal do problema anterior ou interrompeu o tratamento, o tendão se inflamou e se formou tecido cicatricial; então, com a progressão da doença, o tendão se rompe até espontaneamente (em geral após os 40 anos).

Os sintomas básicos do rompimento parcial de um tendão são: dor de intensidade variável, sangramento interno e dificuldade para movimentar o braço. Já os de um rompimento total são: dor intensa, que piora à noite, e perda da força e dos movimentos.

O ideal é prevenir-se, ou seja, evitar que estes problemas ocorram. Pode-se fazer isso com algumas atitudes básicas. Pratique atividades físicas regularmente. Mantenha uma postura correta nessas atividades e no trabalho. Faça alongamento antes dos exercícios físicos e de tempos em tempos no trabalho. Se vem tendo dor nos ombros, consulte um ortopedista, faça o diagnóstico e se trate de modo adequado para que os problemas não progridam.


As doenças que atingem os tendões dos ombros podem ser tratadas com eficácia para interromper sua progressão e, naturalmente, evitar que cheguem a se romper. Já os tendões rompidos tanto em acidentes como pelo desgaste natural, na maioria das vezes, são tratados com cirurgia. Consiste em, se preciso, fazer uma espécie de “plástica” nele e religá-lo novamente no local do osso em que se prendia. A cirurgia em si é rápida, mas a recuperação, que inclui fisioterapia, claro, é lenta, levando até seis meses, às vezes, dependendo da gravidade do caso e do estado de saúde do paciente, até mais.

Fonte: Revista Caras

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A Fisioterapia no tratamento da Esclerose Múltipla


A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença que requer um tratamento multidisciplinar, ou seja, um tratamento que envolve uma equipe formada por diferentes profissionais – neurologista, fisioterapeuta, psicóloga, nutricionista, fonoaudióloga – capazes de lidar com os danos causados e melhorar a condição e a qualidade de vida do paciente.

Dentro dessa equipe de saúde, o fisioterapeuta desempenha um papel bastante importante. “O paciente de EM precisa de fisioterapia constante em sua vida, porque nunca se sabe quando terá uma alteração em seu quadro motor ou sensitivo – o que chamamos surto (período em que há um agravamento ou surgimento de um novo sintoma). Depois da ocorrência de um surto, o que pode durar de um dia a oito semanas, o paciente entra em um período de remissão dos sintomas, no qual há uma estabilidade ou uma melhora dos sintomas manifestados no paciente”, explica Ricardo Cézar Carvalho, fisioterapeuta, especialista em Neurologia Funcional (trabalhando há 11 anos com EM).

De acordo com o especialista, o paciente de EM chega ao fisioterapeuta pela indicação de um médico neurologista devido a algum sintoma estranho em seu corpo, como um formigamento em algum membro, falta de equilíbrio, perda de visão momentânea entre outros.

“A principal função do fisioterapeuta é melhorar a qualidade­ de vida do paciente de EM em suas atividades de vida diária, proporcionando melhora em sua funcionalidade e em sua ­independência”, acrescenta Carvalho.

Na prática, o tratamento de fisioterapia envolve a utilização de várias técnicas de exercícios, como Bobath, Kabat, exercícios com bola, com pesos, exercícios de equilíbrio utilizando bancos, prancha de equilíbrio, posicionamento do paciente em pé com base diminuída e mesmo em outras posturas, como em quadrupedia, ajoelhado, semiajoelhado, em DV (Decúbito Ventral – barriga para baixo) e em DD (Decúbito Dorsal – barriga para cima).

“Conseguimos trabalhar com o paciente em qualquer postura­ realizando qualquer movimento, desde que ele esteja apto a realizar a tarefa. Por isso, antes de iniciar os objetivos do tratamento, fazemos uma avaliação, só aí definimos as condutas que serão desenvolvidas no tratamento”, informa o fisioterapeuta.

Também podem ser utilizados na fisioterapia aparelhos, como os equipamentos de eletroterapia para estimular, por exemplo, a contração de certo músculo que o paciente não esteja conseguindo movimentar, ou, ainda, aparelhos para aliviar a dor, além dos equipamentos de meio auxiliares, como bengala, muletas e andadores. “Realizamos um treinamento com o paciente para a utilização do equipamento mais apropriado para seu caso”, diz Carvalho.

A frequência ideal da fisioterapia para o paciente de EM geralmente é de duas vezes por semana. Segundo Carvalho, a grande maioria dos pacientes necessita de acompanhamento fisioterápico justamente por não se saber quando terá um surto e de que forma poderá prejudicar seu quadro motor ou sensitivo. “Existem, sim, pacientes que não apresentam nenhuma alteração, nenhum défice motor. Nesses casos, os pacientes não procuram a fisioterapia.”

O profissional mais indicado para tratar o paciente de EM é o fisioterapeuta especializado em neurologia, de preferência com um bom conhecimento de EM. “A EM oscila muito. Em um dia, o paciente acorda e não consegue se movimentar direito, ou começa a sentir formigamentos pelo corpo, o que atrapalha para andar – ele não sente direito onde pisa, tem o equilíbrio alterado. Um sintoma ocasiona uma alteração de outro sintoma, por isso, tratamos o paciente como um todo”, comenta o fisioterapeuta.

É importante lembrar que a EM manifesta-se de forma dife­rente em cada pessoa, assim, o tratamento precisa ser individualizado. “O paciente pode apresentar vários sintomas: perda de força muscular, défice de equilíbrio, de coordenação motora, de sensibilidade, aparecimento de espasticidade (musculatura mais dura, difícil de movimentar), alteração visual, perda ou retenção do controle urinário ou fecal, alteração sexual. O principal sintoma que difere a EM de outras doenças neurológicas é o aparecimento de fadiga, que pode chegar a ser incapacitante. Portanto, durante os exercícios, o fisioterapeuta deve ficar atento para não fatigar o paciente – isso pode colocar a perder todo o trabalho”, alerta Carvalho.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Antecipação da dor é pior do que a própria dor


Desconto Temporal
A antecipação da dor é realmente pior do que a própria dor. Em outras palavras, as pessoas ficam felizes em suportar um pouco mais de dor se elas puderem senti-la agora, em vez de ficar esperando por ela. As teorias clássicas da tomada de decisão supõem que as pessoas preferem adiar as punições e antecipar as recompensas porque eventos distantes parecem ser menos importantes - isso é chamado de "descontos temporais". Mas essa teoria parece desabar quando o assunto é a dor. Uma explicação possível é que a antecipação da dor é, por si mesma, desagradável, um fenômeno que os pesquisadores denominam apropriadamente de "temor".

Medo no tempo
Para investigar como o temor, ou o medo, variam com o tempo, Giles Story e seus colegas da Universidade College de Londres convenceram 33 voluntários a ficar em um aparelho que lhes dava choques elétricos suportáveis. Os voluntários podiam escolher entre choques fracos, moderados ou mais fortes que fossem aplicados agora ou mais tarde.
Embora algumas pessoas tenham sempre optado por experimentar o mínimo de dor, em 70% das vezes, em média, os participantes optaram por receber mais choques mais cedo do que um número menor de choques mais tarde. Variando o número de choques e o tempo de espera, a equipe verificou que o medo da dor aumenta exponencialmente à medida que se aproxima a hora de sentir essa dor. O medo da antecipação é tão forte que reverte o padrão tradicionalmente aceito de "desconto temporal".

Vai uma dorzinha aí?
Outro estudo similar já havia comprovado que as pessoas podem experienciar a dor como um alívio, e até como prazer, quando ela dói menos do que o esperado.

Sentimento de alívio transforma dor em prazer
"Provavelmente não é um exagero dizer que as dores na vida se originam tanto, ou até mais, da antecipação e da memória do que de experiências reais," avalia George Loewenstein, professor da Universidade Carnegie Mellon, que analisou o estudo.
O experimento poderá ter implicações para a medicina, porque compreender como as pessoas julgam a dor é importante para lhes apresentar opções de tratamentos potencialmente dolorosos.

Fonte: Site Diário da Saúde

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A fisioterapia dermato funcional no pós-operatório de cirurgias plásticas

É certo que quando uma pessoa é submetida a uma cirurgia plástica é porque sua saúde está em perfeitas condições! Com a cirurgia, o corpo passa por uma série de intervenções que lesam os tecidos, principalmente cutâneo e adiposo, e é neste ponto que a fisioterapia dermato funcional exerce uma de suas principais funções: reabilitar o tecido que foi lesado.
Diferentemente dos tratamentos estéticos, que são mais dinâmicos e de certa forma procuram gerar uma “lesão controlada” para que haja a reparação e melhora do tecido íntegro, o pós-operatório requer um protocolo mais cauteloso de acordo com cada etapa do processo de recuperação, que deve ser respeitado; caso contrário, os resultados serão comprometidos.
Nos primeiros 5 dias, deve-se respeitar o processo de cicatrização e não realizar técnicas manuais sobre a área operada, inclusive drenagem linfática manual (DLM). Este período contempla a inflamação aguda além de que o colágeno está se formando e ainda é muito frágil; portanto qualquer movimento, ainda que leve, pode romper essas fibrilas e prolongar o processo de reparação, gerando uma lesão em cima de um tecido que está lesado e em cicatrização; além disso, a manipulação precoce demais pode predispor à formação de seroma. Recursos como TENS, laser de baixa intensidade e LED (vermelho e infravermelho) contribuem para analgesia e prevenção de isquemia e necrose de retalhos (Liebano et al, 2012); Nishioka et al., 2012; Pinfildi et al. 2009; Prado et al. 2009). A desobstrução ganglionar da DLM é muito bem-vinda durante os primeiros dias e deve ser realizada, em especial, na região retroclavicular, axilar e inguinal.
Entre o 6º e 15º PO, quando não houver mais presença de líquidos, pode-se iniciar o tratamento com recursos como ultra-som (Tacani et al., 2010) ou equipamentos de terapia combinada como ultra-som com corrente. São procedimentos que contribuem para acelerar o processo de reparação e prevenir as fibroses, uma das complicações mais comuns na cirurgia plástica, principalmente na lipoaspiração. Neste período, iniciam-se algumas técnicas manuais: a DLM com manobras mais suaves, como a de reabsorção do método Leduc; manobras como paupar-rolar e amassamentos bem sutis, sobretudo após o 12º PO.
Entre o 16º e 30º PO, o colágeno já está com fibras mais resistentes e, assim, é possível entrar com manobras como a de captação (DLM, método Leduc), dando continuidade ao estímulo para que ocorra a formação de neoanastomoses linfáticas e a absorção e excreção dos resíduos advindos do processo de cicatrização. Além de outras manobras mais intensas como pompagem, amassamento e rolamento, que podem ser realizadas no mesmo ou no sentido oposto à instalação da fibrose, conforme necessidade.  Lembrando que se deve respeitar sempre o limite de desconforto do paciente e o processo de reparação, que por vezes, pode preceder ou atrasar em relação ao aqui exposto. A endermologia também pode ser aplicada nesta etapa, salvo em pacientes com tendência à flacidez, em que se procura usar com cautela ou até contraindicar este recurso.
A partir do 1º mês de cirurgia, prevalece o remodelamento do colágeno, ou seja, o corpo vai buscar um equilíbrio entre sua síntese e degradação; que leva em torno de 6 a 8 meses e, em cirurgias mais extensas, pode chegar a 18 meses. O tratamento certamente não vai durar todo este tempo, mas deve ser realizado de 3 a 4 vezes por semana no PO recente e 2 a 3 vezes por semana no PO tardio, por aproximadamente 1,5 a 3 meses. Nesta fase, é dado continuidade aos recursos como DLM, técnicas manuais, ultra-som ou ultra-som combinado com corrente e é plausível introduzir outros tratamentos como radiofrequência e carboxiterapia que contribuem para tratar as fibroses, melhorar a perfusão da pele e manter os resultados da cirurgia plástica.
Ressalta-se que o tratamento pós-operatório deve ser iniciado mediante autorização do cirurgião plástico e pode variar, de 1 até 20 dias; sendo que a média fica em torno de 7 a 10 dias. A comunicação e interação com este profissional é de extrema importância para a recuperação do paciente. Infelizmente ainda há uma certa resistência por parte de alguns médicos, com relação à intervenção da fisioterapia na cirurgias plásticas; entretanto cabe ao fisioterapeuta dermato funcional conquistar seu espaço perante a classe médica, demonstrar seu conhecimento e, desta forma, adquirir respeito e confiança.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A Fisioterapia Forense


Estamos passando por um período diferenciado em relação à utilização das ciências da área da saúde no cenário jurídico/forense. Basta observarmos a utilização pelo judiciário de laudos de profissionais desta área, como elementos de muita relevância às decisões dos magistrados e conseqüente aplicação da justiça. Neste universo podemos ver solicitações jurídicas a médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, odontólogos e psicólogos em um volume crescente, nas mais diversas esferas do judiciário. E, por caracterizar uma ação que foge ao habitual destes profissionais, esta área de atuação para os mesmos acabou sendo batizada de “forense”, “jurídica” ou “legal”, sendo usualmente nominada como: Medicina Legal, Fonoaudiologia Forense, Fisioterapia Forense, Odontologia Forense e Psicologia Forense. Entendemos então que estas profissões da área de saúde determinaram campos de atuação, que para algumas constituem especializações acadêmico/profissionais, na interface das áreas institucionais ligadas a justiça.
Chamamos a atenção neste texto para a Fisioterapia Forense, que vem demonstrando um crescimento ímpar neste cenário jurídico. Como tentativa de justificar este crescimento, podemos dizer que a massificação universal em relação aos aspectos da funcionalidade humana, norteados pelos países membros da OMS – Organização Mundial de Saúde a partir de 2003 pode ter sido a grande responsável. Pois com a determinação da adoção da CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, se potencializou a atuação do profissional Fisioterapeuta, cuja área de atuação caracteriza-se também pela quantificação e qualificação das incapacidades físicas.
É fato que qualquer doença ou acidente determina injúrias físicas e/ou cognitivas. Em conseqüência destas injúrias invariavelmente se instalam graus de incapacidade, ou de déficit funcional. Em relação aos aspectos físicos estes danos podem resultar em comprometimento de diversas funções do indivíduo, tais como: força, flexibilidade, equilíbrio, sensibilidade e capacidade aeróbia. E como o profissional Fisioterapeuta tem formação específica nesta matéria, mostra ser um grande auxiliar aos atores de um processo jurídico, quando solicitantes deste préstimo. Isto é muito bem demarcado na justiça do trabalho e na previdência social, onde o Fisioterapeuta pode verificar se existe relação entre a incapacidade físico-funcional apresentada pelo autor (reclamante) e o trabalho executado, e também quantificar esta provável incapacidade, sendo então uma excelente ferramenta ao prepostos das partes e ao juiz.
A Fisioterapia Forense então caracteriza uma atuação fisioterapêutica específica à emissão de laudos e pareceres, para utilização no universo forense/jurídico/legal, ou do direito. Estes documentos, à luz da exclusividade profissional são elaborados a partir de uma conclusão diagnóstica, designada “diagnóstico cinesiológico funcional”, que em várias situações da justiça é necessária, tanto para quem acusa para quem se defende e para quem julga. Ou seja, a função de perito judicial ou de assistente técnico das partes está inclusa na Fisioterapia Forense.
Então, estabelecer parâmetros de quantificação, qualificação e nexo entre o “estado mórbido” no aspecto físico e o acidente/doença é função do “Fisioterapeuta Forense”, e isto por si só já se caracteriza como uma ferramenta utilizável em diversos campos do direito, ou a ser utilizado para este fim. Podemos citar algumas situações:
Em ações relativas ao DPVAT, onde o acidentado aciona a justiça por não concordar com a indenização recebida pela seguradora, o Fisioterapeuta é indicado para quantificar e qualificar (de acordo com a CIF e bibliografia específica) adequadamente a incapacidade físico-funcional, a pedido do patrono do acidentado (autor). Da mesma forma a seguradora (ré) utiliza um Fisioterapeuta para também quantificar e qualificar a provável incapacidade, para sua defesa. Neste mesmo universo, quando o acidentado entra com uma ação de danos morais, danos materiais e eventualmente lucros cessantes contra o provável autor do acidente, as partes envolvidas lançaram mão dos referenciados serviços fisioterapêuticos.
Em ações relativas à PREVIDÊNCIA SOCIAL, similarmente à anterior, os Fisioterapeutas são solicitados a prestarem seus serviços tanto para o autor quanto para o réu, e neste cenário também podem ser nomeados peritos judiciais.
Em ações na JUSTIÇA DO TRABALHO, também é viável a atuação de Fisioterapeutas nestes três pontos do cenário jurídico, ou seja, indicados como assistentes técnicos das partes e como peritos nomeados pelo juiz.
Outras situações conhecidas necessitam desta ação fisioterapêutica, seguindo basicamente a mesma linha de atuação em relação à contratação profissional: ações relacionadas ao direito de utilizar VEÍCULOS ADAPTADOS, ações relacionadas à compra de veículos com REDUÇÃO DE IPI, ações relacionadas às seqüelas ocasionadas por ACIDENTES EM VIA PÚBLICA, e ações relacionadas às seqüelas ocasionadas às mais diversas formas de injúrias/danos físicos. Da mesma forma, AUDITORIAS a processos clínicos fisioterapêuticos em que o desfecho da atuação profissional (planos de saúde, seguros saúde, programas de saúde da família...), possa desencadear litígios, são caracterizadas como uma atuação de Fisioterapia Forense.
Resumindo, onde existir uma incapacidade físico-funcional que necessite ser quantificada e qualificada (eventualmente tendo que se estabelecer um nexo técnico) para ser utilizada em qualquer processo jurídico/legal, existe a necessidade da atuação do “Fisioterapeuta Forense”, e isto por si só, basta para demonstrar a importância da utilização deste profissional e a responsabilidade que acompanha sua atuação.
Fonte: Site Ebah

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A Importância da Fisioterapia no Desenvolvimento Motor dos Bebês Pré-Termos


Definimos recém-nascidos de alto-risco aqueles que sofreram complicações no período pré-natal, perinatal e/ou pósnatal. Dentro destas características, estão os recém-nascidos pré-termos (ou prematuros). O Recém-nascido pré-termo são aqueles que nasceram antes de completar 37 semanas de idade gestacional e são classificados como: limítrofe (prematuro nascido entre 37 e 38 semanas), moderado (nascido entre 31 e 36 semanas) e extremo (nascido entre 24 e 30 semanas).

O nascimento de um recém-nascido pré-termo está relacionado ao aumento da freqüência de distúrbios relacionado ao desenvolvimento neuropsicomotor. Apesar de não existir consenso quanto às características específicas destes déficits e sua extensão a longo prazo, mesmo na ausência de sinais clínicos severos (como alterações neurológicas, musculares, deficiências múltiplas,etc.), um  número significativo de crianças que nasceram pré-termo vem apresentando, de acordo com estudos, sinais de distúrbios do desenvolvimento relacionados com as seguintes áreas: cognição, linguagem, socialização, autocuidado e déficits de desenvolvimento motor.

Considerando uma medida de prevenção a estes fatores, o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar logo após a alta hospitalar deste bebê é de extrema importância para prevenir estes atrasos do desenvolvimento.

A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA: 

Quando falamos em Fisioterapia Pediatrica, logo pensamos no desenvolvimento motor, onde a criança tem que ser capaz de controlar seu próprio corpo, afinal é através do corpo que a criança brinca e ganha recursos adequados para o seu desenvolvimento, garantindo sua independência e ainda contribuindo para que tenha um bom conceito de si mesma.

Este processo de desenvolvimento do bebê se compreende em uma complexa seqüência de eventos fisiológicos e de mudanças comportamentais que se iniciam na concepção e se estendem até a vida adulta. Desde a fecundação, as células responsáveis pelo processo de formação do feto participam de uma série de situações em que se multiplicam e se transformam com a finalidade de gerar um organismo íntegro, maduro e harmônico para o seu funcionamento. No entanto, é após o nascimento que o desenvolvimento motor se desenvolve ao longo da vida, sendo submetida a um processo de transição, cujos movimentos livres experimentados intra-útero, são agora restritos pela ação da gravidade.

Conhecendo o universo da motricidade humana, o acompanhamento de todo o processo de desenvolvimento infantil e a detecção precoce de distúrbios relacionados ao desenvolvimento motor consegue-se entender a importância da intervenção Fisioterapêutica imediata nestes bebês pré-termo para um melhor prognóstico do desenvolvimento.

A Fisioterapia Precoce em bebês pré-termo antes, durante e após a alta hospitalar tem como principal objetivo minimizar através de ações preventivas, fatores que interferem no desenvolvimento motor do bebê. Uma das intervenções mais utilizadas durante estes atendimentos é o “Conceito Bobath”, onde se utiliza de técnicas que promovem a facilitação dos movimentos motores e a inibição dos movimentos e posturas anormais, auxiliando assim a realização dos movimentos funcionais normais.

DICA: 

• Todo o bebê pré-termo deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar com o intuito de prevenir atrasos do desenvolvimento global (socialização, cognição, linguagem ,autocuidado e desenvolvimento motor).

• Estimule o bebê com brinquedos adequados para sua idade.

• Quanto melhor e mais rápido for os estímulos melhor será seu desempenho e evolução.

• Enquanto o bebê brinca com brinquedos ele também estará desenvolvendo seu cérebro.

• A falta de estímulo pode causar um atraso no desenvolvimento neurológico.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Perguntas e Respostas do COFFITO

Confira aqui uma série de perguntas e respostas retiradas do site do 
Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional

1. Abertura de clínica

Quero abrir uma clínica, como faço? 
Entre em contato com o seu Crefito e se informe sobre a documentação necessária.
 
2. Acupuntura

O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional podem aplicar a acupuntura?
Resoluções do Coffito dispõem sobre o reconhecimento da acupuntura como especialidade do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional, assim é prática legal por esses profissionais, não sendo exclusividade de médicos.
http://www.coffito.org.br/conteudo/con_view.asp?secao=60 
http://www.coffito.org.br/conteudo/con_view.asp?secao=28
 
3. Cursos de aprimoramento

Como faço para ter reconhecido curso de aprimoramento?
A Resolução nº 325/07 dispõe não ser mais competência exercida pelo Coffito disciplinar o reconhecimento de cursos de aprimoramento profissional.

4. Cursos de pós-graduação e especialização

É verdade que o Coffito não está reconhecendo cursos de pós-graduação e especialização?
Desde a edição da Resolução Coffito nº 360/2008, o Coffito não mais chancela cursos de especialidades profissionais. A instituição deve observar os requisitos das resoluções atinentes à especialidade que deseja lecionar e adequar seu curso às exigências desta.
Veja aqui a resolução.
 
5. Denúncia

A quem posso fazer uma denúncia?
As denúncias devem ser encaminhadas ao Crefito, pois ele tem a competência para fiscalizar as irregularidades do exercício profissional na área de sua jurisdição (Art. 7º, Lei 6.316/75).
Caso as denúncias sejam contra um Crefito, deve-se encaminhar ofício ao Coffito juntamente com toda documentação ou comprovação de irregularidade.
Veja aqui a Lei 6.316/75.
 
6. Diploma Estrangeiro

Posso ter meu diploma estrangeiro reconhecido no Brasil? 
Sim. Seu diploma deve ser revalidado por uma Universidade Pública que possua o curso desejado, Fisioterapia ou Terapia Ocupacional, na forma do disposto na Lei 9394/96. Após a convalidação pode ser obtido o registro profissional no Crefito e assim desempenhar seu exercício profissional. Não há a exigência de prova. 
E meu diploma brasileiro, será reconhecido no exterior? 
Todo país dispõe de legislação própria a respeito das questões educacionais. Deste modo, os profissionais devem adequar-se às leis dos países onde desejam trabalhar. Convém procurar o consulado do país onde se deseja trabalhar para obter informações sobre reconhecimento de diplomas.
 
7. Especialidades

Quais são as especialidades da fisioterapia e da terapia ocupacional reconhecidas pelo Coffito?
As especialidades da fisioterapia e da terapia ocupacional reconhecidas pelo Coffito podem ser acessadas no site do Coffito.
http://www.coffito.org.br/conteudo/con_view.asp?secao=28
http://www.coffito.org.br/conteudo/con_view.asp?secao=60
 
8. Estágio 

Qual a regulamentação para estágio? 
De acordo com a resolução nº 139 estágio só pode ser realizado com a interveniência, obrigatória, da Instituição de Ensino Superior, ou seja, não existe estágio em Fisioterapia a não ser o curricular obrigatório.
http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view.asp?cod=1066&psecao=9 
http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view.asp?cod=1080&psecao=9
 
9. Exames Complementares 

O fisioterapeuta pode solicitar exames complementares? 
Existem vários argumentos para subsidiar a solicitação de exames complementares por fisioterapeutas:

* Resolução nº. 04, do Conselho Nacional de Educação, artigo 5º, inciso VI, enumera como competência do fisioterapeuta realizar consultas, avaliações e reavaliações do paciente colhendo dados, solicitando, executando e interpretando exames propedêuticos e complementares (grifo nosso); 
* Diversos Tribunais proferiram decisões favoráveis aos fisioterapeutas no sentido de ser possível a solicitação de exames complementares.

O fisioterapeuta pode, inclusive, solicitar exames laboratoriais, desde que sejam para esclarecer diagnóstico e condutas fisioterápicas.
 
10. Fisioterapia animal/veterinária/equoterapia 

Existe regulamentação para a equoterapia? 
A Resolução nº 348 dispõe sobre o reconhecimento da Equoterapia como recurso terapêutico da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional.
http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view.asp?cod=1431&psecao=9
 
11. Honorários 

Gostaria da tabela de honorários da fisioterapia e da terapia ocupacional.
As tabelas de honorários podem ser acessadas no site do Coffito (links abaixo).
http://www.Coffito.org.br/conteudo/con_view.asp?secao=57
http://www.Coffito.org.br/conteudo/con_view.asp?secao=51
 
12. Insalubridade 

Tenho direito a receber adicional de insalubridade? 
Questões de insalubridade e periculosidade são da competência de Engenheiros de Segurança do Trabalho, os quais emitem laudos após se verificar se há adequação do ambiente às previsões legais, assim como da função exercida, aferindo as condições de trabalho. Não existe lei específica regulamentando a insalubridade para o profissional fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional, a legislação é genérica e pertinente a todos os profissionais que se encontrem em locais insalubres. Consulte esses profissionais dentro da empresa ou instituição onde trabalha, para a verificação da existência da insalubridade alegada.
 
13. Inscrição Definitiva/Secundária/LTT 

O que preciso para solicitar o registro definitivo?
É preciso entrar em contato com o Crefito e se informar quanto à documentação necessária.Posso trabalhar em duas regiões? Preciso ter registro nas duas?
Sim, é permitido ao profissional fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional trabalhar em mais de uma região, no entanto, deverá solicitar a inscrição secundária e serão cobradas as duas anuidades. O art. 13 da Resolução nº 8 do Coffito trata sobre o assunto.
Quero dar entrada no registro definitivo, mas ainda não recebi meu diploma. Como faço?
Pode-se solicitar a inscrição temporária no Crefito da sua região, que poderá ser obtida apenas com a declaração da faculdade.
 
14. Jornada de trabalho 

Qual a jornada de trabalho do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional?
A jornada de trabalho deverá obedecer à Lei 8856/94, que fixa em 30 horas máximas a jornada semanal de trabalho, inclusive ao profissional que trabalha em esquema de plantão. O profissional pode acumular cargos, o que juntos totalizarão mais de trinta horas semanais. O que não pode é em um emprego ultrapassar a jornada de trabalho fixada.
http://www.Coffito.org.br/publicacoes/pub_view.asp?cod=510&psecao=5
 
15. NASF 

Posso trabalhar no NASF em dois municípios? Que carga horária devo cumprir?

O Coffito entende que não há impedimento legal de o Fisioterapeuta ou o Terapeuta Ocupacional acumularem dois cargos ou funções públicas, ou em serem contratados por dois municípios distintos para o exercício de suas respectivas profissões junto ao NASF, haja vista que a Constituição da República Federativa do Brasil consagra a autorização de cumulação de até dois cargos ou empregos públicos de profissionais de profissões regulamentadas da saúde, desde que haja compatibilidade de horários para a prestação dos referidos serviços.
A carga horária não poderá ultrapassar 30 horas semanais, conforme a lei 8.856/94, em cada município, o que não impede que o profissional cumpra 20 horas em um e 20 horas em outro.
Sugerimos o acesso ao link: 
http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view.asp?cod=1739&psecao=7
 
16. Piso Salarial 

Qual é o piso salarial do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional?
O piso salarial é estipulado pelo sindicato das profissões de cada unidade da Federação, atendendo ao art. 28 da Resolução nº 10, que enumera como um parâmetro básico para fixação dos honorários as condições sócio-econômicas da região e irá se referir à carga horária máxima de trabalho do profissional que, conforme a lei 8856/94, é de 30h semanais. Procure o sindicato da sua região. Quando o estado não tem sindicato, quem responde é a Fenafito.
http://www.fenafito.com.br/default.asp
http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view.asp?cod=510&psecao=5
http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view.asp?cod=937&psecao=9
 
17. Plano de Saúde 

Qual tabela de honorários deve ser utilizada pelos planos de saúde?
Em maio de 2009 foi atualizado o referencial de honorários da fisioterapia e da terapia ocupacional com a publicação das Resoluções Coffito 367 e 368, em vigor desde então. Assim, cada um dos profissionais brasileiros pode (e deve) impor a utilização do Referencial Nacional de Honorários Fisioerapêuticos ou Terapêuticos Ocupacionais.
http://www.Coffito.org.br/publicacoes/pub_view.asp?cod=1708&psecao=9
http://www.Coffito.org.br/publicacoes/pub_view.asp?cod=1707&psecao=9
Como ocorrerá a implantação do Referencial Nacional dos Honorários Fisioterapêuticos junto aos planos de saúde?
A implantação do RNHF junto aos planos de saúde será realizada através da ANS, mediante a conclusão de toda estratégia que Coffito está desenvolvendo.
http://www.coffito.org.br/conteudo/con_view.asp?secao=32
 
18. Prescrição de Medicamentos 

Fisioterapeuta e terapeuta ocupacional podem prescrever medicamentos?
O código de ética profissional, Resolução Coffito nº 10/78, proíbe ao fisioterapeuta e ao terapeuta ocupacional a prescrição de medicamentos.
http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view.asp?cod=937&psecao=9
 
19. Projetos de Lei 

Quais são os projetos de lei relacionados à fisioterapia e à terapia ocupacional? Como posso acompanhá-los?
Os principais projetos de lei podem ser acompanhados no site do Coffito. Sugerimos também que se cadastre no site da Câmara dos Deputados nos projetos que são de seu interesse.
http://www.coffito.org.br/Projetos_Site_12_04_10.pdf
http://www2.camara.gov.br/ 

Existe algum projeto de lei que vise elevar o piso salarial dos fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais?
Há um projeto de lei tramitando na Câmara dos Deputados que trata especificamente sobre o piso salarial dos fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Trata-se do PL 5979/2009, que “Acrescenta dispositivo à Lei n.º 8.856, de 1º de março de 1.994, a fim de dispor sobre o piso salarial dos profissionais fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais”, fixando um piso salarial de R$ 4.650,00 (quatro mil seiscentos e cinquenta reais) para os fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. 
O referido projeto de lei iniciou sua tramitação em 6/04, foi realizada uma Audiência Pública com a presença do Coffito para discussão da matéria e embasamento do parecer do relator na Comissão de Seguridade Social e Família – CSSF. 
Após deliberação nesta comissão o projeto será remetido às comissões do Trabalho, de Administração e Serviço Público - CTASP; Finanças e Tributação – CFT e Constituição e Justiça e de Cidadania – CCJC, respectivamente. Se aprovado na Câmara, o projeto então será remetido ao Senado.

20. Quantitativo de profissionais 

Há quantos profissionais fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais no Brasil? 
 
Número de fisioterapeutas registrados: 176.176 
Número de terapeutas ocupacionais registrados: 14.722

Total de profissionais registrados: 
190.898
Números atualizados em 25 de Abril de 2013.
21. Responsabilidade Técnica 

Fisioterapeuta é profissional competente para assumir responsabilidade técnica em clínica?
Sim, o exercício da responsabilidade técnica exigida para os serviços de fisioterapia deve garantir à clientela uma prática assistencial de validade científica comprovada, desempenhada em todos os graus de complexidade, em consultórios, clínicas, casas de saúde, hospitais, empresas e outras entidades, que ofereçam à população assistência terapêutica.

22. Revista Coffito 

Como posso ter acesso à revista Coffito?
Foi finalizado o processo licitatório para contratação de Assessoria de Imprensa que elaborará as revistas, as quais ficarão à disposição eletronicamente no site.

23. Tempo de sessão 

Qual a quantidade ideal de atendimentos por hora?
Em breve teremos consulta pública sobre o assunto em nosso site.
 
24. UTI 

Há regulamentação sobre a atuação do fisioterapeuta em UTI’s?
A Portaria nº. 3432/98 (segue em anexo) do Ministério da Saúde estabelece critérios de classificação para atuação em Unidades de Terapia Intensiva. Outras informações referentes à atuação nas UTI’s estão disponíveis no site da Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva.
http://www.assobrafir.com.br/userfiles/file/PTGM-MS3432-98UTI.pdf
  Fonte: Site COFFITO