Um estudo realizado pelo Instituto de Medicina da Academia Nacional das Ciências (IOM) revela que devido a má caligrafia dos médicos, a cada ano falecem 7 mil pessoas, nos Estados Unidos. Os erros mais comuns cometidos pelos doutores ao expedir as receitas médicas são as abreviações, indicações de dose e letra ilegível, os quais, além das 7 mil mortes, afetam a mais de 1.5 milhões de americanos ao ano.
Ante esta situação caótica, criaram o National e-Prescribing Patient Safety Initiative (NEPSI), cujo objetivo é que os médicos tenham acesso gratuito a uma base de dados eletrônica para expedir receitas de forma digital, verificar as possíveis interações medicamentosas potencialmente perigosas e garantir que as farmácias dêem os medicamentos e as doses adequadas.
O programa foi lançado por uma coalizão de companhias sanitárias e várias empresas eletrônicas como a 'Allscripts', cujo diretor geral, Glen Tullman, mencionou:
- "Temos a tecnologia disponível para evitar estes erros de modo que, por que não fazemos?".
O projeto teria um custo de 100 milhões de dólares e recebeu o apoio de várias companhias, como Dell, Google, Aetna e numerosos hospitais.
Scott Wells, vice-presidente de marketing da Dell, menciona:
- "Nosso objetivo a longo prazo é conseguir com que as receitas, em vez de passar pelas mãos dos médicos, sejam somente emitidas via computador".
Enquanto isso o Google está desenvolvendo um motor de busca personalizado para o NEPSI, que auxiliará os médicos a buscar informação sanitária.
Apesar de que o 90% dos médicos estadunidenses têm acesso a internet, nem 10% deles investiu dinheiro ou tempo suficiente para começar a usar os arquivos médicos e receitas eletrônicas; pois a maioria continua usando caneta Bic e papel.
No Brasil não temos dados estatísticos e nem acompanhamento sobre o assunto, mas a realidade não deve ser diferente já que temos até a pejorativa expressão "letra de médico" para designar péssima caligrafia geralmente presente nas receitas médicas ou em qualquer outro texto escrito à mão.
Apesar de existir até um artigo, o 39, da Resolução nº 1.601/2000O, publicada pelo Conselho Federal de Medicina (CRM), determinando que as prescrições médicas sejam escritas por extenso e de forma legível , os abusos permanecem.
Meu finado pai, que era farmacêutico e que padeceu horrores para decifrar os garranchos dos médicos, tinha uma solução simples e eficiente: aconselhava o paciente a não abandonar o consultório médico até entender o que estava escrito na receita.
Fonte: Blog Metamorfose Digital
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