sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Atividade Física: benefícios ou prejuízos?


Aceitar que a atividade física apresenta benefícios e riscos ajuda você chegar mais próximo dos grandes benefícios de uma atividade. Eu gostaria de dizer três coisas importantes e necessárias que nem todos dizem para você...

É muito claro que a atividade física apresenta efeitos positivos para prevenir complicações musculares e articulares por vários motivos. Por exemplo, os movimentos permitem com que os músculos façam o que ”gostam”, ou seja, contrair e relaxar. Quando isso acontece, os músculos dão um presente para suas articulações: quando são comprimidas aumentam sua resistência e quando são descomprimidas aumentam os espaços entre ossos para facilitar toda a sua nutrição. Os músculos tornam-se mais resistentes à medida que contraem e relaxam regularmente. É dessa forma que adquirimos e mantemos nossa mobilidade; somos capazes de realizar as atividades sem grandes problemas e estar preparados para os imprevistos do dia a dia e da tendência degenerativa do envelhecimento.

A atividade física leva nosso organismo a produzir, liberar e conduzir uma cascata de substâncias que atingem todo o corpo por intermédio dos vasos sanguíneos e nervos. Algumas dessas substâncias apresentam papéis importantes em promoverem bem-estar, retardar o envelhecimento e diminuir dor. Por isso os profissionais da saúde indicam a atividade física como parte integrante da rotina das pessoas, apesar de muitas vezes eles próprios não praticarem.

Atividade física como benefício

Idosos que praticam modalidades esportivas ou algum tipo de atividade física tendem a ter índices de ansiedade e depressão bem menores do que os sedentários. Pessoas que sofrem com insônia podem dormir melhor quando realizam atividade física e os efeitos negativos relacionados à perda de sono são reduzidos. Pessoas hipertensas e diabéticas encontram na atividade física uma maneira incontestável tanto preventiva quanto terapeuticamente.

Uma pessoa que está acima do peso vai ao médico com dor no joelho, recebe como orientação perder peso para reduzir a sobrecarga na sua articulação e aliviar a dor. Uma pessoa com dor no corpo inteiro que recebe o diagnóstico de fibromialgia, é estimulada pelos profissionais de saúde a fazer exercícios para ajudá-la no controle de suas dores. Um homem que trabalha o dia inteiro sentado em frente ao computador e apresenta dor no ombro é rapidamente orientado pelos colegas e profissionais de saúde a sair do sedentarismo e se matricular numa academia. Uma pessoa com dor crônica é orientada a fazer exercícios de baixo impacto e dessa forma produzir mais substancias que reduzem a dor.

Atividade física como prejuízo

No entanto tenho visto freqüentemente pessoas no meu consultório procurando a atividade física por orientações médicas e outras com dor por causa da própria atividade física. Imagine a pessoa com dor no joelho fazendo a atividade exatamente igual à de outra pessoa que não apresenta dor. Você não acha um pouco incongruente uma pessoa obesa com dor no joelho fazer caminhada para emagrecer sendo que a caminhada pode sobrecarregar mais ainda seu joelho? É muito freqüente ver uma pessoa com fibromialgia sentir mais dores após realizar atividade física, mesmos sob orientação. Eu conheço muitas pessoas que estão sedentárias há muito tempo e tentaram reiniciar alguma atividade física, mas desistiram porque sentiram muitas dores. Também é freqüente a pessoa realizar atividade física, não sentir dor, mas sentir dor em outro momento do dia fruto dos exercícios que foram realizados.

Dicas ao fazer atividade física

Eu gostaria de dizer três coisas importantes e necessárias que nem todos dizem isso para você:

- O que a maioria das pessoas e profissionais da saúde se esquece é que a maneira (pequenos detalhes) de realizar o exercício pode determinar o efeito positivo ou negativo da atividade. O exercício pode variar quanto à freqüência ou repetições, intensidade ou carga, regularidade, posicionamento do corpo para executar o exercício, duração da prática e o nível de atenção direcionada à atividade.

- Você não precisa carregar “Y” de peso e nem caminhar “X” minutos para ficar saudável. Não acredite 100% no que você ouve ou lê. Acompanhe meu raciocínio: As pesquisas dizem que as pessoas conseguem ganhar condicionamento físico se caminharem 30 minutos todos os dias. Ora, para uma pessoa que não consegue caminhar nem 10 minutos por conta de uma dor na coluna, você acha que essa informação é válida para ela? Se ela caminhar 10 minutos pode ser muito melhor do que caminhar 30 minutos.

- Aquilo que você sente deve ser dito para o profissional. Mesmo com uma dor é possível encontrar uma maneira de se exercitar e colher os frutos dessa atividade porque o exercício pode variar de muitas formas. E existe a melhor maneira de VOCÊ se exercitar NESSE MOMENTO. Talvez hoje seja de uma forma e amanhã de outra. Continuar fazendo da mesma forma atividade que gera dor é um problema. Fique atento porque atividade pode não gerar dor durante, mas pode piorar a dor depois em outras atividades. Deve haver um estudo detalhado prévio antes de desistir de uma atividade ou de continuar fazendo a atividade que mantém uma dor. Um profissional de saúde qualificado pode ajudar.

Aceitar que a atividade física apresenta benefícios e riscos ajuda você chegar mais próximo dos grandes benefícios de uma atividade. Lembre-se que profissionais qualificados podem ajudar a reduzir os riscos da atividade e você pode fazer sua parte procurando entender a relação entre risco e benefício de cada exercício.

Fonte: Rodrigo Rizzo - Portal Mapa da Dor

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