segunda-feira, 27 de junho de 2016

Reabilitação de Cervicalgias


A cervicalgia já é uma causa bem comum de dor. Ela atinge pessoas de todas as idades, provocando dores na região do pescoço, dentre outros incômodos que podem variar de caso para caso (irradiação da dor para outros membros, como braços e ombros; rigidez no pescoço; formigamento, etc). Em alguns casos, a dor surge e desaparece espontaneamente, sem uma duração significativa. Em outros casos, a dor pode se prolongar por meses e até anos, é quando o paciente alcança um quadro crônico. Identificar as características da cervicalgia é fundamental para a eficácia do tratamento (quando necessário).

Como surge a cervicalgia?

A região cervical da coluna (pescoço) é bastante flexível , o que permite à cabeça uma perfeita mobilidade. São as articulações da região cervical que permitem um movimento amplo da cabeça de inclinação ou rotação para os lados, por exemplo.
A tensão sobre essa região costuma ser bem maior e a cervicalgia surge, principalmente, a partir de contraturas musculares (uma das causas mais comuns). No caso das contraturas, a dor se manifesta com menos intensidade e, normalmente, tem melhora espontânea. Um exemplo disso é quando a pessoa acorda pela manhã com um torcicolo, em virtude de uma posição inadequada enquanto dormia, mas ao longo do dia percebe a melhora espontânea ou com um procedimento simples, como medicação ou massagem na região.
Entretanto, algumas doenças podem estar associadas com o aparecimento da cervicalgia, tornando a dor e o quadro mais crônico. É o caso da hérnia de disco, que é comum na região e da artrose, uma enfermidade inflamatória provocada pelo desgaste crônico das articulações da região cervical, acompanhada por alterações ósseas (naturais com o processo de envelhecimento).

O tratamento

O passo inicial é o diagnóstico exato para identificar a causa específica da dor e proceder ao tratamento mais eficaz. A cirurgia não é um dos recursos mais comumente empregados. O tratamento mais frequente engloba procedimentos fisioterapêuticos, algumas medicações quando necessário e outras técnicas mais conservadoras. Atividades físicas como o Pilates também são utilizadas no programa de tratamento. Quando a cervicalgia está relacionada a situações de estresse emocional (que aumentam a tensão muscular e agravam a dor), o tratamento psicológico também se faz indispensável.

Fisioterapia e as contrações musculares



Uma das grandes dúvidas que eu tinha lááá no ínicio da carreira na Fisioterapia era como os diferentes tipos de contrações musculares poderiam me ajudar num tratamento. Há três tipos de contração muscular: 
  • contração isometrica (metria = comprimento; iso = igual ou constante)
  • contração isotônica (que pode ser dividida em excêntrica e concêntrica)
  • contração isocinética (cinética = velocidade; iso = igual ou constante)
A contração isométrica é aquela onde o músculo desenvolve tensão, porém não há alteração em seu comprimento externo. Em outras palavras, a contração isométrica é aquela em que o músculo contrai-se e produz força sem nenhuma alteração macroscópica no ângulo da articulação. Ou seja, se o Fisioterapeuta achar por bem não movimentar a articulação, esse tipo de contração pode ser utilizada para trabalhar a musculatura, sendo muito utilizado em indivíduos descondicionados. 
O maior empecilho do trabalho isométrico é a sua parca transferência para o mundo real, visto que, a maioria de nossas atividades diárias envolvem contrações excêntricas e concêntricas. Além disso, o exercício isométrico apenas provoca hipertrofia do grupo muscular no ângulo articular no qual o músculo é sobrecarregado, limitando-se, assim, o desenvolvimento de força por toda a amplitude de movimento.
O segundo tipo de contração que será abordado é a  contração isotônica ou contração dinâmica. Acontece quando há o deslocamento do segmento. Ela pode ser dividida em 
  • concêntrica, que é aquela onde a potência é maior que a resistência e a fibra muscular sofre uma diminuição de seu tamanho (encurta-se), isto é, a origem se aproxima da inserção; 
  • excêntrica que é aquela onde a resistência é maior que a potência onde as fibras, por possuírem características elásticas, se ampliam fazendo com que o ponto de origem do músculo se afaste da inserção ou quando o músculo se alonga durante o tempo em que está exercendo tensão. 
Este tipo de contração muscular é a modalidade de treinamento de força mais popular que existe. É o exercicio puro da Cinesioterapia, com ou sem resistência. O exercício é considerado isotônico quando o segmento move uma resistência específica por uma amplitude de movimento. È importante salientar, que a carga real (mesmo sendo igual) imposta ao músculo varia pela amplitude de movimento , logo o torque motor desenvolvido pelo músculo não é igual devido as mudanças no comprimento-tensão e força-ângulo. 
O terceiro e último tipo de contração isocinética. Nesse tipo de contração, a tensão desenvolvida pelo músculo é máxima em todos os ângulos articulares durante toda a amplitude de movimento porque ela é realizada em uma velocidade constante. A velocidade é controlada e a resistência é variada ao longo do arco de movimento. 
As vantagens da contração isocinética são:
  • é capaz de obter contração máxima ao longo da amplitude total de movimento, oferecendo maior eficiência do rendimento muscular; 
  • a sobrecarga nas articulações é pequena pois é a força produzida pelo paciente que controla a sobrecarga imposta pelo aparelho
  • é capaz de realizar uma gama de testes musculares através das diferentes velocidades aplicadas e de diferentes posturas. 
A medida que o indivíduo tenta gerar tensão máxima na velocidade específica de contração, a tensão irá variar devido à mudança nas alavancas e inserções musculares. O trabalho isocinético além de trabalhar força pode trabalhar endurance melhorando assim, o desempenho. 
De fato, as contrações musculares e suas atuações em sobrecargas e fortalecimentos de estruturas envolvidas são de suma importância para o fisioterapeuta. Ao colocar esses ensinamentos no dia a dia do paciente, a eficiência de um tratamento prescrito é muito maior.

Fonte: Faça Fisioterapia

Fisioterapeutas Reduzem Custos de Tratamentos Ortopédicos em Todo o Mundo


A Fisioterapia Traumato-Ortopédica/Musculoesquelética é uma especialidade da Fisioterapia que cada vez mais recebe evidência de sua efetividade e custo x benefício à população e aos sistemas de saúde em todo o mundo no tratamento de diversas disfunções.

Para ilustrar a importância do manejo especializado de disfunções neuromusculares, em 2015 o periódico Lancet publicou uma pesquisa realizada em 188 países, demonstrando que o problema de saúde que mais afasta pessoas do trabalho e as mantém doentes por um maior número de dias é a dor lombar, gerando enormes prejuízos ao sistema de saúde e econômico mundial. E o Brasil não foi exceção: a dor lombar também foi a líder no ranking, seguida de depressão, ansiedade, diabetes, distúrbios auditivos e outras condições ortopédicas.1

Em uma rápida revisão de pesquisas de diversos centros, demonstra-se a eficácia diagnóstica do Fisioterapeuta, a redução de custos do tratamento, a menor utilização de medicamentos, exames de imagem, procedimentos e cirurgias e a redução da de espera por atendimento. Veja:

· 1999, Reino Unido: o fisioterapeuta teve a mesma eficácia diagnóstica que os residentes em cirurgia ortopédica de serviços de ortopedia. Os pacientes sentiram-se mais satisfeitos com a abordagem inicial pelo fisioterapeuta, e houve diminuição dos custos hospitalares iniciais;2

· 2005, EUA: pacientes em hospital militar, com indicação para realizar ressonância magnética, foram submetidos a avaliação de fisioterapeutas e cirurgiões ortopédicos. A eficácia diagnóstica dos profissionais avaliados foi semelhante na pesquisa;3

· 2005, EUA: o serviço militar do EUA possui serviços especializados no atendimento de queixas ortopédicas desde 1971. Analisando os resultados obtidos com o atendimento convencional, percebe-se que a triagem de pacientes realizada por fisioterapeutas melhora a qualidade dos serviços, gera economia de gastos, permite atendimento mais rápido de pacientes e uma melhor utilização de recursos humanos nos serviços;4

· 2006: em uma análise do risco x benefício de se realizar a triagem de pacientes por fisioterapeutas e não por médicos, constata-se que uma vez que a confiabilidade diagnóstica de ambos os profissionais é semelhante, o risco é extremamente baixo, e os benefícios potencialmente altos. Cirurgiões tendem a indicam com maior frequência exames de imagem caros e muitas vezes desnecessários, bem como cirurgias como terapia inicial;5

· 2007, Escócia: foi avaliado o impacto econômico anual ao sistema de saúde público escocês na procura direta de fisioterapeutas pelos pacientes, sem avaliação prévia de outros profissionais de saúde. O estudo demonstrou que o tratamento em média se torna 25% mais barato ao sistema de saúde, havendo importante redução de pedidos de exames de imagem, da utilização de medicamentos e da realização de procedimentos e cirurgias;6

· 2009, Austrália: em serviço público de triagem para o tratamento da dor lombar, verificou-se que a avaliação inicial feita pelo fisioterapeuta deixou não só os pacientes como os médicos mais satisfeitos, reduzindo o tempo de espera por avaliação de 26 para 9 semanas;7

·2012, EUA: realizada análise de custos em pacientes com dor lombar aguda, comparando o acesso imediato à fisioterapia em relação à espera e posterior avaliação pelo fisioterapeuta. A fisioterapia imediata reduziu a quantidade de exames de imagens solicitados, de consultas médicas, de injeções e cirurgias e de medicamentos opioides. Contabilizou-se uma economia média de USD 2.736 por paciente que teve acesso à fisioterapia imediata para o tratamento da dor lombar aguda, indicando claramente a importância do acesso imediato ao tratamento nesses casos;8

· 2013, EUA: avaliada a eficácia e eficiência de serviço musculoesquelético militar comparando a primeira consulta realizada por fisioterapeutas em relação a médicos clínicos gerais. Quando os pacientes foram avaliados inicialmente por fisioterapeutas a taxa de retorno ao trabalho foi 50% superior, o uso de medicações no tratamento foi 3,5 vezes menor e a requisição de exames de imagem foi 7 vezes menor;9

· 2013, Canadá: avaliada a eficácia de serviço musculoesquelético de lesões de quadril e joelho quando a primeira consulta era realizada por fisioterapeuta ou por cirurgiões ortopédicos. Demonstrou-se não haver significativa diferença nos diagnósticos de médicos e fisioterapeutas. Ainda, o fisioterapeuta utilizou com maior frequência em sua proposta de tratamento a educação do paciente e o manejo conservador/não-cirúrgico, com os pacientes referendo significativa maior satisfação com a abordagem fisioterapêutica;10

· 2014, EUA: comparada a abordagem de fisioterapeutas e clínicos gerais das forças armadas americanas no manejo da dor lombar. Os fisioterapeutas demonstraram utilizar com maior frequência abordagens de tratamento educativas e de encorajamento dos pacientes, além de demonstrarem maior domínio dos recursos de tratamento mais adequados para a dor lombar;11

· 2015, EUA: avaliado em casos de dor lombar aguda o impacto econômico de duas abordagens: acesso direto à fisioterapia ou a realização inicial de exames de imagem para guiar o tratamento subsequentemente. A abordagem inicial por exames de imagem elevou o custo médio do tratamento em USD 4.700 por paciente em relação à fisioterapia imediata;12

· 2015: em uma revisão sistemática de pacientes com queixas na coluna, demostrou-se que a abordagem/triagem inicial realizada pelo fisioterapeuta promove: menos indicações cirúrgicas, indicações a tratamento mais efetivos, menor tempo de espera por atendimento, menor utilização de exames de imagem complementares, reduzindo consideravelmente os custos nos serviços de saúde;13

· 2015: em uma revisão sistemática que avaliou problemas de saúde e seu processo de reabilitação, constatou-se que a nos casos de dor lombar aguda e crônica há evidência suportando abordagens multimodais, através de acupuntura, exercícios, manipulação da coluna e terapia cognitivo comportamentais.14

Referências

    1. Global Burden of Disease Study 2013 Collaborators. Global,regional, andnationalincidence,prevalence, and years lived with disability for 301 acute and chronic diseases and injuries in 188 countries, 1990-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013. Lancet. 2015;386:743-800.

    2. Daker-White G et al. A randomized controlled trial. Shifting boundaries of doctors and physiotherapists in orthopaedic outpatient departments. J Epidemiol Community Health.1999;53:643-50.

    3. Moore JH et al. Clinical diagnostic accuracy and magnetic resonance imaging of patients referred by physical therapists, orthopaedic surgeons, and no northopaedic providers. J Orthop Sports Phys Ther. 2005;35:67-71.

    4. Murphy BP et al. Primary Care Physical Therapy Practice Models. J Orthop Sports Phys Ther. 2005;35:699-707.

    5. Deyle GD. Direct access physical therapy and diagnostic responsibility: the risk-to-benefit ratio. J Orthop Sports Phys Ther.2006;36:632-4.

    6. Holdsworth LK et al. What are the costs to NHS Scotland of self-referral to physiotherapy? Results of a national trial. Physiotherapy. 2007;93:3–11.

    7. Blackburn MS et al. Physiotherapy-led triage clinic for low back pain. Australian Health Rev. 2009;33:663-70.

    8. Fritz JM et al. Primary Care Referral of Patients With Low Back Pain to Physical Therapy. Impact on Future Health Care Utilization and Costs. 2012;37:2114–2121.

    9. McGill CT et al. Effectiveness of Physical Therapists Serving as Primary Care Musculoskeletal Providers as Compared to Family Practice Providers in a Deployed Combat Location: A Retrospective Medical Chart Review. Mil Med. 2013;178:1115-20.

    10. François Desmeules et al. Validation of an advanced practice physiotherapy model of care in an orthopaedic outpatient clinic. BMC Musculoskel Disord. 2013,14:162.

    11. Ross MD et al. Physical Therapist vs. Family Practitioner Knowledge of Simple Low Back Pain Management in the U.S. Air Force. Mil Med. 2014;179:162-8.

    12. Julie M Fritz et al. Physical Therapy or Advanced Imaging as First Management or Strategy Following a New Consultation for Low Back Pain in Primary Care: Associations with Future Health Care Utilization. Health Serv Res. 2015;50:1927-40.

    13. McEvoy C et al. Triage for Patients with Spinal Complaints: A Systematic Review of the Literature. Physiother Res Int. 2015;7.

    14. Howard-Wilsher S et al. Systematic overview of economic evaluations of health-related rehabilitation. Disabil Health J. 2016;9:11-25.

Fonte: LinkedIn

Incidências de hábitos parafuncionais e posturais em pacientes portadores de disfunção da articulação craniomandibular




O presente trabalho teve por finalidade avaliar a incidência de hábitos parafuncionais e posturais em pacientes portadores de disfunções craniomandibulares (DCMs). Métodos: Foram avaliados 191 pacientes portadores de disfunção craniomandibular através de ficha clínica e avaliação postural. Resultados: A maior incidência de DCMs ocorreu na faixa etária entre 21 a 30 anos; havendo predominância de indivíduos do gênero feminino (81,2%); forte correlação entre DCM e o exercício de profissões que exigem um maior esforço muscular (55,5%); significante freqüência de hábitos, como colocar a mão no queixo (73,5%),apertar dentes(59,7%) e morder objetos (43,5%); como também 46% dos pacientes apresentavam flexão da cabeça e 70,7% postura atípica dos ombros.Conclusão: Observou-se uma relação entre hábitos parafuncionais, DCMs e profissões que exigem maior esforço muscular, além da alta freqüência destes hábitos no gênero feminino, sabendo que, na grande maioria, apresentava postura atípica de ombros.
Descritores: Disfunção temporomandibular, articulação temporomandibular, hábitos parafuncionais.
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A Fisioterapia auxiliando o crescimento das crianças

O crescimento tardio significa pouco ganho de altura ou de peso, ou anormalmente lento, em uma criança com menos de 5 anos. Isso pode ser normal e a criança pode superá-lo.




A fisioterapia em pediatria tem como objetivo cuidar do processo de crescimento e desenvolvimento infantil. Leva-se em consideração que quanto mais cedo seja feita a intervenção fitoterápica no desenvolvimento da criança, melhores serão seus resultados ao longo do processo, a fim de evitar alterações que se apresentem durante este.

A média de crescimento de uma criança é de mais de 4 cm por ano. Na puberdade, porém, esse valor sobre para 12 cm ou 13 cm a cada ano. Quando o crescimento é menor que 4 cm, ou 6 cm na fase da puberdade, o ideal é que um especialista seja consultado. Quanto mais cedo os pais ou responsáveis descobrirem que a criança não está com a estatura média dos amiguinhos da mesma idade, será mais fácil para evitar problemas como o nanismo.

Uma das formas de se identificar problemas no crescimento é observar quando as roupas e sapatos de uma criança estão ficando apertados ou quando ela se torna a mais baixinha da turma da escola. Esses são índices importantes que devem estimular os pais a procurar atendimento com especialista.

Na fisioterapia em pediatria a atenção do profissional fisioterapeuta está voltada para atrair a atenção da criança e tornar todo o processo mais agradável, trabalhando muitas vezes o lúdico, o que pode tornar o tratamento mais interessante. O acompanhamento envolve ainda a orientação à família sobre as medidas adaptativas em casa a fim de garantir melhores condições físicas para a família e o principal paciente, nesse caso, a criança.

Além do fisioterapeuta, o tratamento com a fisioterapia em pediatria envolve a participação de uma equipe da qual fazem parte psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais e psicopedagogos.

O trabalho do fisioterapeuta no campo da pediatria exige dele um conhecimento que lhe permite atender a criança em suas necessidades, desde as mais básicas (estimulação global do desenvolvimento da criança), até as mais específicas (como na reeducação respiratória).

Encontrará, assim, oportunidade de atuar em diversas situações com a utilização de técnicas e tratamentos variados. O potencial da criança para crescer e desenvolver parece depender da presença de adultos dedicados e de um meio estimulante.

Fonte: Faça Fisioterapia