O estudo publicado na Acta ortop. bras. vol.8 no.3 São Paulo July/Sept. 2000 demonstrou que o tratamento conservador é eficaz para recuperação do manguito rotador.
No estudo, constituiu-se em vinte e seis pacientes, 09 homens e 17 mulheres com idades variando entre 34 e 84 anos (média de 61,6 anos), sendo 12 sedentários e 14 considerados ativos, foram incluídos neste protocolo. As queixas consistiam em dor no ombro, região cervical, cintura escapular, e terço proximal e lateral do braço. Destes, 08 (30,76%) possuíam ruptura completa do Manguito Rotador (MR) e 18 (69,23%) com ruptura parcial. Ao exame, todos apresentavam arco doloroso e testes “irritativos”de Neer e Hawkins positivos, dor à palpação em pontos de gatilho nos músculos infraespinhal e supraespinhal devido à disfunção miofascial secundária. Além disso, havia diminuição das amplitudes ativa e passiva de movimento devido à dor. O tempo médio de evolução era de 06 meses e todos haviam tentado alguma forma de fisioterapia anteriormente, sem sucesso. A ecografia ou a RNM confirmaram o quadro de ruptura do MR.
O tratamento consistiu de anti-inflamatório não-esteróide via oral, terapia miofascial específica (criocinética, compressão isquêmica e ultra-som nas miogeloses e nos pontos de gatilho), ultra-som contínuo com freqüência de 1,0 Mhz e dosagem de 1,5 w/cm2 por 05 minutos à região subacromial, exercícios de alongamentos em rotação externa em plano de escápula e em adução horizontal a 30 graus de flexão, exercícios de fortalecimento com isométricos, bandas elásticas e pesos para rotadores externos e internos do ombro, músculos da cintura escapular (trapézio e serrátil anterior) e deltóide (etapa final) de acordo com protocolo. Nenhum paciente recebeu infiltração com corticóide ou outra terapêutica. O tempo estimado de tratamento foi de 06 meses, com avaliação 06 meses após a alta.
O estudo concluiu que um programa de recuperação com exercícios supervisionados é eficaz e pode ser considerado como a primeira opção em casos de pacientes com rupturas do MR, que o fator ocupação em pacientes com atividade profissional pode ser indicativo de mau prognóstico com tratamento conservador e que a cirurgia pode ser indicada para os casos de dor intensa e que não responde ao programa de tratamento entre 03 a 06 meses.
Fonte: Fisioteraloucos
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