terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Foco da fisioterapia em UTI – Do real ao ideal



No Brasil, a fisioterapia em UTI é uma fusão da terapia respiratória (advindo dos EUA) com a tradicional fisioterapia motora, conhecida na sociedade. Como na prática são funções diferentes deveriam ser realizadas pro profissionais distintos. No entanto, na prática dificilmente isso ocorrerá, e provavelmente seremos responsáveis por ambas as funções eternamente.

O cerne da questão entre a diferença entre o que é real e o ideal está no foco e na prioridade do fisioterapeuta intensivista. Algumas das funções básicas assumidas pela fisioterapia respiratória, como aspiração e ajuste de VM, podem ser realizadas por outros profissionais, como enfermeiro e médico, desde que devidamente treinados. Já as atividades da fisioterapia motora, como treino de marcha, e de equilíbrio, somente o fisioterapeuta é apto para realizá-las. Ainda assim, a fisioterapia real é mais focada na fisioterapia respiratória.

Essa realidade precisa mudar!! E está aos poucos mudando em alguns lugares do país, principalmente na região sudeste e nordeste, onde alguns trabalhos são desenvolvidos de acordo com o ideal de fisioterapia almejado por muitos críticos da área.

A fisioterapia motora tem mostrado nos últimos anos diversas evidências científicas do seu impacto em desfechos clínicos positivos, como redução do tempo de VM, da estadia em UTI e hospitalar, da mortalidade e melhor funcionalidade após alta. Enquanto a fisioterapia respiratória carece de comprovação científica de sua real efetividade.

Portanto, precisamos rever a prioridade da fisioterapia em UTI, focar na fisioterapia motora que realmente faz a diferença para o paciente. Para termos argumentos plausíveis para cobrar a remuneração dos planos de saúde e hospitais que consideramos ideal, precisamos oferecer a fisioterapia ideal.


Fonte: Nova Fisio

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