No Brasil, a fisioterapia em UTI é uma fusão da terapia
respiratória (advindo dos EUA) com a tradicional fisioterapia motora, conhecida
na sociedade. Como na prática são funções diferentes deveriam ser realizadas
pro profissionais distintos. No entanto, na prática dificilmente isso ocorrerá,
e provavelmente seremos responsáveis por ambas as funções eternamente.
O cerne da questão entre a diferença entre o que é real e o
ideal está no foco e na prioridade do fisioterapeuta intensivista. Algumas das
funções básicas assumidas pela fisioterapia respiratória, como aspiração e
ajuste de VM, podem ser realizadas por outros profissionais, como enfermeiro e
médico, desde que devidamente treinados. Já as atividades da fisioterapia
motora, como treino de marcha, e de equilíbrio, somente o fisioterapeuta é apto
para realizá-las. Ainda assim, a fisioterapia real é mais focada na
fisioterapia respiratória.
Essa realidade precisa mudar!! E está aos poucos mudando em
alguns lugares do país, principalmente na região sudeste e nordeste, onde
alguns trabalhos são desenvolvidos de acordo com o ideal de fisioterapia
almejado por muitos críticos da área.
A fisioterapia motora tem mostrado nos últimos anos diversas
evidências científicas do seu impacto em desfechos clínicos positivos, como
redução do tempo de VM, da estadia em UTI e hospitalar, da mortalidade e melhor
funcionalidade após alta. Enquanto a fisioterapia respiratória carece de
comprovação científica de sua real efetividade.
Portanto, precisamos rever a prioridade da fisioterapia em
UTI, focar na fisioterapia motora que realmente faz a diferença para o
paciente. Para termos argumentos plausíveis para cobrar a remuneração dos
planos de saúde e hospitais que consideramos ideal, precisamos oferecer a
fisioterapia ideal.
Fonte: Nova Fisio
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