quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Exercício físico melhora o sono



Thinckstock
O exercício físico é, cada vez mais, uma prática indispensável para a promoção da saúde e melhora da qualidade de vida. Ele diminui os riscos de desenvolvimento de doenças crônicas e atua como fator de prevenção. Por outro lado, não dormir bem pode ocasionar danos à saúde e ao bem-estar, podendo representar, em algumas situações, até risco de morte.
Atualmente o exercício físico praticado de forma regular tem sido considerado uma importante intervenção para a melhora da qualidade do sono.
Sob o aspecto fisiológico, a prática regular de exercício físico pode proporcionar aumento no porcentual de sono REM e da fase mais profunda do sono NREM. O exercício ajuda a diminuir no número de despertares durante a noite e o tempo que se leva para dormir, que deve ser inferior a 30 minutos.
Em resumo, a prática regular de exercícios leva tanto à restauração física, fazendo com que o indivíduo se sinta mais disposto para enfrentar as atividades do dia seguinte e também, quanto à restauração cognitiva, melhorando as funções relacionadas ao aprendizado, atenção, memória e estado de humor.

Fonte: Viver Bem

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Comer frutas e legumes deixa jovens mais calmos e felizes


Nova pesquisa descobriu que as pessoas relatam um humor melhor do que o normal quando consomem maiores quantidades desse tipo de alimento

Frutas e verduras
Frutas e verduras: Alimentação saudável pode ser chave para o bom humor (Thinkstock)
Um novo estudo da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, mostrou que uma boa alimentação pode melhorar o humor de uma pessoa e fazer com que ela tenha mais sentimentos bons do que ruins. Segundo a pesquisa, os dias em que os jovens consomem mais frutas e legumes são aqueles em que eles parecem estar mais calmos, felizes e dispostos do que normalmente são. Essas conclusões serão publicadas nesta quinta-feira no periódico British Journal of Health Psychology.
A pesquisa, coordenada por Tamlin Conner, do Departamento de Psicologia da universidade neozelandesa, foi feita a partir dos dados de 281 pessoas com uma idade média de 20 anos que responderam a um questionário com seus dados pessoais. Os participantes também mantiveram, durante 21 dias consecutivos, uma agenda na qual escreviam tudo o que comiam no dia. Além disso, relataram como estava o seu humor a cada dia — para isso, eles listavam nove adjetivos positivos e nove negativos que tivessem relação com o que eles estavam sentindo no momento.
Mais energia - Os autores do estudo encontraram uma forte relação entre um maior consumo de frutas e legumes e relatos mais positivos sobre o humor naquele dia. A mesma associação não foi identificada com outros tipos de alimento. “Os jovens afirmavam estar mais calmos, felizes e com mais energia do que o normal quando comiam mais frutas e legumes”, diz Conner. A pesquisadora também concluiu que o consumo desses alimentos em um dia aumenta a chance de uma pessoa estar bem humorada no dia seguinte.
De acordo com Conner, uma pessoa precisa ingerir de sete a oito porções de frutas e legumes ao dia para que um efeito positivo significativo no humor ocorra. “Uma porção é uma quantidade equivalente ao que cabe na palma de sua mão. Uma sugestão para alcançar essa quantidade de sete porções é fazendo com que os legumes ocupem metade do seu prato e também optar por frutas na hora dos lanches entre as refeições”, diz.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Febre infantil não é doença!


Os pais andam exagerando na dose de antitérmicos oferecida à criançada, alertam os pediatras. Afinal, em quais casos é necessário lançar mão das gotinhas?



Imagine chamar a polícia toda vez que o alarme do carro dispara antes mesmo de verificar se alguém tentou roubá-lo ou se foi apenas uma pedra que caiu na carroceria e disparou o sinal. Seria um caos, não? Mas é exatamente isso que os adultos fazem quando os pequenos têm febre — e nem se dão conta. Basta o termômetro indicar mais de 37 °C que começa a correria para encontrar um remédio antes mesmo de averiguar o estado de saúde da criança. A questão é: o uso de medicamento, nessas horas, pode ter consequências negativas.

Tanto é que a mais importante revista científica de pediatria do mundo, a americana Pediatrics, lançou um alerta recente sobre o uso indiscriminado de antitérmicos. No artigo, assinado por especialistas da Academia Americana de Pediatria, os médicos recomendam que não se recorra a esse tipo de remédio com o objetivo exclusivo de reduzir a temperatura corporal de meninos e meninas. "Só que, infelizmente, muitos pais têm um medo exagerado e irracional da febre", lamenta o pediatra Jayme Murahovschi, da Academia Brasileira de Pediatria. É aí que mora o perigo.

Isso porque a automedicação é sempre arriscada. "Os antitérmicos não atuam sobre a doença que desencadeou a subida da temperatura, só diminuem a febre", lembra a infectologista e pediatra Cristina Rodrigues da Cruz, professora da Universidade Federal do Paraná. "A preocupação, quando há febre, deve ser com o diagnóstico do que a causou, feito por um pediatra." Além disso, o calor corporal — desde que não passe de um limite tolerável — até costuma dar uma mão para exterminar o que por ventura está por trás de toda a encrenca.

"A febre de até 38,6 °C otimiza o sistema imunológico", confirma a pediatra Joelma Gonçalves Martin, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu, no interior do estado. "Ou seja, ficar um pouco mais quente do que o normal ajuda a criança a se defender, porque a produção de anticorpos protetores aumenta, recrutam-se algumas células de defesa de maneira mais rápida e inibe-se a multiplicação de diversos micro-organismos", explica.

Se a febre, a princípio, não faz mal, quando será que os antitérmicos são mesmo necessários? "No geral, quando aumentam o conforto da criança no alívio de sintomas como tremores, mal-estar e aceleração dos batimentos cardíacos", diz o infectologista Milton Lapchik, coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo. Isso significa que se seu filho está quente, mas continua correndo pela casa, não é preciso medicá-lo. As exceções são garotos com problemas cardíacos ou pulmonares, além daqueles que têm suscetibilidade a crises convulsivas desencadeadas por febre.

Em todos os casos, entretanto, quem deve decidir se é hora de apelar para as gotinhas é o médico — e não os próprios pais. "Nos menores de 3 anos, cujo sistema imune é um pouco mais imaturo, a preocupação precisa ser maior", ressalta Joelma. "Assim, bebês com temperatura alta, independentemente do estado geral, crianças com febre baixa, mas com outros sintomas, e as que permanecem febris por dias seguidos necessitam de atendimento médico." Nos recém-nascidos, qualquer febre deve ser comunicada imediatamente ao pediatra.

Mas nenhum pai ou mãe deveria se desesperar nessas horas. Talvez esse seja o recado mais importante do artigo americano. Em mais de 60% dos casos, a elevação da temperatura é apenas uma das respostas do organismo à presença de algum micro-organismo estranho — e logo, logo esse calorão todo passa. Funciona assim: quando um vírus ou bactéria entra no corpo e é reconhecido como invasor, leva à produção de substâncias conhecidas como mediadores inflamatórios. "Eles provocam vasodilatação local, esquentando a região", explica a fisiologista Silvia Nishida, do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências da Unesp, em Botucatu. "E atuam no termostato cerebral, o hipotálamo, elevando o ponto de ajuste da temperatura do corpo."

Então, se antes o termômetro do organismo se esforçava para não passar de 36,5 °C, agora ele acha que o melhor é deixar tudo bem quente. "A partir daí ocorre uma série de estímulos, responsáveis por produzir e reter calor, como a ereção dos pelos e a constrição dos vasos periféricos", afirma Joelma. A pediatra e neonatologista Fernanda Zicolloto, do Hospital e Maternidade Santa Joana, na capital paulista, deixa um aviso: "A febre é sempre um bom sintoma". Basta não se apavorar com ela e averiguar o que a provoca antes de partir para qualquer medicação.

Quando o termômetro sobe 

ACIMA DE 37,8 ºC - FEBRE 
E em crianças pequenas o termômetro pode marcar temperaturas bem mais altas do que esse calor. É uma reação natural de um organismo que está aprendendo a se defender. Ou seja, o calorão muitas vezes não reflete nada grave. Por isso, não se preocupe tanto.

ENTRE 37,2 E 37,8 ºC - ESTADO FEBRIL
Nem sempre uma temperatura pouco acima de 37ºC indica que a febre está a caminho. Mas quando o estado febril se manifesta, a recomendação é deixar um termômetro por perto para verificar se o corpo do pequeno não irá esquentar demais.

ATÉ 37,2 ºC - NORMAL 
As pessoas têm organismos diferentes e a temperatura pode variar de indivíduo para indivíduo. Mas até cerca de 37,2ºC tudo está absolutamente normal.

Adultos são mais frios 

Crianças 
Entre 36,5 e 37,5 ºC

Elas costumam ser até 0,5ºC mais quentes que gente grande, já que nessa fase o corpo precisa trabalhar muito mais para promover o crescimento. Aí, por causa de todo esse gasto de energia, também é produzido calor.

Adultos
37 ºC
Essa é a média de temperatura em homens e mulheres. É claro que alguns indivíduos são, por assim dizer, mais frios que outros, mas ninguém fica muito longe desse ponto.

Os remédios mais usados
Eles não atuam na causa do problema, apenas abaixam a temperatura. Mas, ok, podem trazer algum alívio ao mal-estar

Dipirona 
Só deve ser administrada em crianças acima de 3 meses. A droga inibe a síntese da prostaglandina, um mediador importante para a ativação do centro nervoso regulador da temperatura corporal.

Paracetamol 
É o único que pode ser usado desde o período neonatal. É menos potente que a dipirona em termos anti-inflamatórios. Sua ação também está relacionada à menor produção de prostaglandinas.

Ibuprofeno 
Pode ser usado a partir dos 6 meses de idade. Impede o surgimento de mediadores pró-inflamatórios que aumentam a temperatura. Seus efeitos colaterais se relacionam a sintomas gastrointestinais.

Receitas caseiras 
Algumas delas funcionam pra valer, sem efeitos colaterais

Lenços úmidos 
As nossas avós já sabiam que colocar panos molhados com água na testa dos pequenos dá uma ajuda e tanto. "As compressas devem ser mornas e podem ser utilizadas desde que proporcionem conforto à criança", lembra a infectologista e pediatra Cristina Rodrigues da Cruz. O corpo perde calor com o contato do tecido úmido em temperatura menor que a dele.

Muito líquido 
Durante a febre, é comum haver desidratação. Por isso, todo tipo de suco, chá ou mesmo um copo de leite ou água são muito bem-vindos para manter o corpo funcionando até o fogo passar.

Roupas leves 
Fuja à tentação de cobrir seu filho com um cobertor para evitar que ele fique tremendo. Para ajudar o organismo a regular a temperatura, o ideal é o contrário: tire o excesso de roupas.

Banhos mornos
A água deve estar morna, em torno de 36 ºC — e pode parecer gelada para a criança que está pelando de febre. Por isso, nada de obrigá-la a entrar na banheira ou no chuveiro. A estratégia é eficiente, desde que não faça o pequeno berrar de desconforto. Afinal, a ideia é aliviá-lo de qualquer mal-estar, certo?

Fonte Revista Saude

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Novos estudos apontam para a relação entre enxaqueca e problemas cardíacos em mulheres

A enxaqueca acompanhada de aura pode elevar as chances de problemas cardiovasculares mais até do que outros fatores, como diabetes e obesidade

Enxaqueca: Dois novos estudos apontam para a relação entre fortes dores de cabeça com aura e um maior risco de eventos cardiovasculares


Dois novos estudos divulgados nesta terça-feira encontraram uma relação entre enxaqueca, especialmente a que vem acompanhada com aura, que é um conjunto de sintomas como alterações visuais, fraqueza e até alucinações, a uma maior chance de doenças cardiovasculares em mulheres.

Uma dessas pesquisas também mostrou que as dores de cabeça são ainda mais perigosas à saúde do coração do que fatores de risco conhecidos, como diabetes, tabagismo ou obesidade. Além disso, segundo outro trabalho, a enxaqueca com aura, se apresentada por mulheres que fazem uso de anticoncepcionais, pode aumentar mais ainda as chances de complicações de trombose — isso porque contraceptivos hormonais por si só já elevam esse risco. Os resultados de ambos os estudos foram publicados pela Academia Americana de Neurologia e serão apresentados em março, quando acontecerá o encontro anual da entidade.

Opinião do especialista: Mario Peres
Neurologista do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e da Escola Paulista de Medicina

"Nós, médicos, já sabíamos da relação entre enxaqueca e um maior risco de trombose e eventos cardiovasculares. Porém, esses são estudos grandes, feitos com um grande número de pessoas, que fornecem mais dados para essa evidência. Essas conclusões vão ajudar a embasar novas diretrizes no tratamento de enxaqueca. 
No entanto, as pessoas não devem interpretar esses resultados com pavor. Ou seja, se uma pessoa sofre de enxaqueca com aura, ao tratar a condição, ela reduzirá o risco de problemas cardiovasculares. Além disso, ela deve procurar um equilíbrio entre outros fatores de risco que também afetam o coração. Uma mulher que tem enxaqueca não precisa deixar de tomar o seu anticoncepcional, mas deve parar fumar, por exemplo."

Uma das pesquisas, feita no Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França, acompanhou, ao longo de 15 anos, 27.860 mulheres com mais de 45 anos, dentre as quais 1.435 relataram sofrer de enxaqueca com aura periodicamente. Durante esse tempo, foram registrados 1.030 casos de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC) ou mortes por alguma doença cardiovascular. Os pesquisadores observaram que a enxaqueca com aura foi o segundo fator de risco que contribuiu para algum desses eventos cardiovasculares, ficando atrás apenas da hipertensão e à frente de diabetes, tabagismo, obesidade e histórico de doença cardíaca na família.

Sem pânico — Isso não quer dizer, porém, que todas as pessoas com enxaqueca terão um ataque cardíaco ou um AVC durante a vida, mas sim que o risco para que isso ocorra pode ser maior entre elas. "Talvez os pacientes com enxaqueca precisem ficar mais atentos do que os outros a outros fatores de risco para doenças cardiovasculares, como excesso de peso ou tabagismo. Mas esses resultados não devem apavorar pessoas que têm enxaqueca”, disse ao site de VEJA Tobias Kurth, coordenador desse estudo. Kurth é pesquisador do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França e também professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos Estados Unidos.

O pesquisador não soube explicar, porém, qual o mecanismo envolvido na relação entre enxaqueca e fatores de risco para doenças cardiovasculares. "Há algumas hipóteses, que incluem função endovascular e genética, mas ainda não há uma resposta para essa questão", afirmou.

Anticoncepcional — A segunda pesquisa foi feita no Hospital Brigham and Women, da Universidade Harvard. A equipe buscou entender se a enxaqueca pode agravar o risco de trombose venosa profunda (formação de coágulos nas veias profundas do corpo) entre mulheres que fazem uso de contraceptivos hormonais, que são associados à elevação dos riscos dessa doença.

Para isso, a equipe acompanhou, durante 11 anos, quase dois milhões de mulheres, dentre as quais 145.304 faziam uso de algum contraceptivo hormonal — 2.691 relataram sofrer de enxaqueca com aura e 3.437 afirmaram ter enxaquecas sem aura. Os resultados mostraram que o maior risco de trombose venosa profunda foi mais perceptível entre mulheres que faziam uso de anticoncepcionais e que tinham enxaqueca com aura. Ou seja, foi maior do que entre aquelas que faziam uso de algum contraceptivo, mas não tinham enxaqueca, por exemplo.

Shivang Joshi, neurologista clínico da Universidade Harvard e autor dessa pesquisa, também não soube dizer ao certo o que acontece no corpo para que a enxaqueca influencie o risco de trombose. "Há vários mecanismos que podem estar relacionados a esse quadro. É possível que uma condição chamada 'depressão cortical alastrante', que é como uma onda de atividade elétrica que ocorre com a enxaqueca com aura, possa predispor o cérebro a lesões isquêmicas. Também podem haver mecanismos genéticos compartilhados pela enxaqueca e pelos coágulos. Mas se existe, ainda não sabemos", afirmou Joshi ao site de VEJA.

O pesquisador afirmou, ainda, que esses resultados não devem fazer com que mulheres que sofrem de enxaqueca com aura e que fazem uso de algum contraceptivo abandonem o anticoncepcional. "Isso deve incentivar as pacientes a relatarem os episódios de enxaquecas a seus ginecologistas para que, assim, eles escolham o melhor anticoncepcional para elas. No entanto, elas devem ficar atentas a outros fatores de risco, especialmente ao tabagismo", disse Joshi.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

É comum ter dores musculares após um treino de Corrida?


A dor muscular pós-corrida pode estar relacionada a mudanças no volume de treino 


 Ao contrário do que se imagina, a corrida não tem de provocar dores musculares no dia seguinte. Estas, aliás, são um sinal de que algum limite foi ultrapassado e, com isso, as fibras musculares se romperam microscopicamente, centenas de vezes, provocando inflamação. Nesse caso, o ideal é diminuir o volume e a intensidade da corrida e respeitar o tempo de descanso. De modo geral, os corredores precisam de 12 a 24 horas para uma completa recuperação.

O melhor indicador de até onde o organismo pode chegar é o ritmo dos batimentos cardíacos — quem treina para a primeira maratona, por exemplo, deve manter a frequência controlada na faixa de 75% da FCM. Acima disso, mesmo maratonistas bem treinados podem não escapar de dores nos músculos (ou mialgia) depois da prova.

As microlesões (e, consequentemente, as dores) são mais comuns quando a atividade física tem maior tendência a ações excêntricas, que são aquelas em que as fibras musculares se encontram alongadas quando a força é aplicada sobre elas. No caso da corrida, isso ocorre a cada passada, mas principalmente quando se corre ladeira abaixo, ou na aventura de uma corrida cross country. Como essas dores só costumam aparecer um dia após a atividade física pesada, com pico entre 24 e 72 horas, são chamadas de dores musculares de princípio tardio.

Outras causas de dores musculares podem ser uma mudança no treinamento com aumento de volume (neste caso, as dores tendem a desaparecer com a adaptação à nova intensidade); intervalos muito grandes entre as sessões de treinamento; falta de aquecimento adequado e até o uso de tênis não apropriados para o tipo de pisada. O resultado são distensões, cãibras e fadiga muscular, além da tal dor tardia.

COMO EVITAR

Vários tipos de tratamento já foram testados contra essas dores — de massagens a alongamentos passivos, passando por acupuntura e crioterapia —, nenhum com eficiência comprovada.

A principal arma contra elas é enfatizar o treinamento da resistência aeróbia e de força muscular. O objetivo é trabalhar corridas contínuas com ritmo uniforme e variado, intervaladas, fracionadas, além do fortalecimento de todos os grupos musculares envolvidos na corrida. Com isso, o condicionamento e o aumento de força dos músculos são acompanhados por mudanças bioquímicas, como maior concentração de creatina, PC, ATP e glicogênio, incluindo até maior eficiência motora do sistema nervoso.

"A principal arma para combater as dores musculares é o treinamento da resistência aeróbia e de força muscular”

DISTENSÃO MUSCULAR

Rompimento de algumas ou de muitas  bras musculares e dos vasos sanguíneos que as irrigam, dando origem a um hematoma acompanhado de in amação local. Em corredores, ocorre quando um músculo é submetido a um esforço exagerado, comum em largadas, e em caso de forte aceleração na corrida. Outras causas são os exercícios repetitivos.

TRATAMENTO

Normalmente, o próprio organismo se encarrega de reparar as fibras musculares que se romperam, absorver o coágulo e controlar a in flamação. A aplicação de gelo no local da lesão ajuda, junto com o repouso e o uso de analgésicos e anti-inflamatórios.

FADIGA MUSCULAR

Processo natural de declínio da tensão muscular em um organismo submetido a atividades físicas fortes e prolongadas. Essa tensão é mantida por duas substâncias, o glicogênio muscular e a glicose sanguínea. A fadiga ajuda a proteger o corpo do esgotamento das reservas dessas substâncias. As causas vão de dieta pobre em açúcares à redução exagerada do percentual de glicídios (gorduras), passando pelo excesso de treino e pela exposição do corpo a condições climáticas extremas.

PREVENÇÃO

Boa reeducação alimentar, obediência ao limite de treinamento (hora/dia) e repouso previsto na planilha. Hidromassagem e bolsas de água quente para relaxar a musculatura também vão bem.

CÃIBRA

Contração involuntária do músculo, que causa muita dor. Geralmente se manifesta em decorrência do uso intenso de uma musculatura (overuse) ou devido à desidratação. Falta de potássio, cálcio ou magnésio na dieta alimentar também pode estar por trás de quadros de cãibras frequentes.

PREVENÇÃO

A cãibra não tem cura, mas alguns cuidados simples podem prevenir a repetição das crises, como uma boa hidratação, alimentação balanceada e exercícios de alongamento antes e depois de qualquer exercício mais prolongado.

DOR TARDIA

Tipo de dor muscular decorrente, sobretudo, de microlesões nas fibras musculares. Manifesta-se entre 24 e 48 horas após a atividade física, diminuindo gradativamente depois disso. É chamada de dor muscular de princípio tardio, ou DOMS (sigla em inglês).

PREVENÇÃO

Para evitá-la, bom aquecimento é essencial, seguido de cuidado nas descidas e terrenos acidentados, quando ocorrem as contrações excêntricas. No  final da corrida, um trote leve relaxa os músculos e previne dores.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Bebidas diet elevam o risco de depressão, diz estudo


Produtos como refrigerante, chá gelado e suco regulares, com adição de açúcar, também contribuem, embora menos, com esse aumento. Beber café, por outro lado, parece reduzir o risco do problema

Efeito inverso: a bebida, usada normalmente para evitar o ganho de peso, está relacionada ao aumento no acúmulo de gordura na cintura

O refrigerante e outras bebidas artificiais — tanto as diet quando as que contêm adição de açúcar — vêm sendo associados a uma série de riscos à saúde, incluindo um maior acúmulo de gordura em torno dos órgãos e o aumento da chance de câncer de próstata. Agora, um novo estudo do Instituto Nacional de Saúde (NHI, sigla em inglês) apontou para outro efeito negativo desses produtos: a depressão. Segundo a pesquisa, essas bebidas, mas principalmente as diet, elevam a probabilidade de uma pessoa sofrer do problema. Os resultados ainda revelaram, por outro lado, que o café pode ter efeito protetor contra a depressão.

Essas conclusões foram divulgadas nesta segunda-feira pela Academia Americana de Neurologia e serão apresentadas em março, quando acontecerá o encontro anual da entidade. Para chegar a esses resultados, os pesquisadores selecionaram 263.925 pessoas de 50 a 71 anos que, durante um ano, relataram o consumo diário de refrigerante, chá, suco, café e outras bebidas. Após 10 anos, os participantes voltaram a ser avaliados e, dessa vez, a equipe levou em consideração se eles haviam sido diagnosticados com depressão durante esse período. Ao todo, 11.311 indivíduos receberam tal diagnóstico.

Bebida de risco — A partir disso, os autores do trabalho concluíram que pessoas que bebiam quatro latas ou mais de refrigerante normal eram 22% mais propensas a sofrer de depressão do que aquelas que nunca consumiam a bebida. Essa chance foi 30% maior entre as que ingeriam a mesma quantidade de refrigerantes diet. Além disso, foi observado que os participantes que ingeriam uma quantidade equivalente a quatro latas de alguma outra bebida diet, como chá gelado ou suco, em comparação com aqueles que nunca consumiam o produto, tinham uma chance 38% maior de sofrer de depressão. Essa probabilidade foi mais expressiva do que se comparados indivíduos que consumiam essas bebidas, mas na forma regular, com outros que nunca ingeriam os produtos. O estudo ainda concluiu que beber quatro xícaras de café, em comparação com não consumir nenhuma, reduz o risco de depressão em 10%.

“Essas bebidas são muito consumidas em todo o mundo e têm importantes consequências físicas, e talvez mentais”, diz Honglei Chen, coordenador do estudo. “Nossa pesquisa sugere que cortar ou reduzir o consumo de bebidas adocicadas, e passar a beber café, pode naturalmente ajudar a diminuir o risco de depressão. No entanto, mais estudos são necessários para confirmar esses resultados e, por enquanto, os pacientes com depressão não devem interromper seus tratamentos.”

Fonte: Revista Veja

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Mudar de vida pode ser mais fácil do que você pensa


Mudar de vida e livrar-se das amarras internas que atravancam a sua vida. Quer melhor projeto para começar o ano novo?


Nossa proposta é que você faça uma auto-análise para identificar (e tentar mudar) comportamentos que resultam em rugas cotidianas. E eles são muitos, admita. É o ciúme que estraga os relacionamentos, um jeito ansioso de ser que faz pequenos problemas ganharem corpo ou ainda a intransigência, às vezes um empecilho para o crescimento profissional.

"O homem se transforma o tempo todo", garante a psicanalista Rita Charter, professora da Pontifícia Universidade Católica, a PUC de Campinas. Tem até pesquisa - e das sérias - pondo por terra aquela velha tese que pode ser resumida em uma frase: "Eu sou assim e pronto". A Universidade de Berkeley, que fica na Califórnia, nos Estados Unidos, estudou por três anos cerca de 132 mil voluntários, de 21 a 60 anos, e concluiu que a personalidade se altera com a idade e, na maioria dos casos, para melhor. Não que ocorram profundas transformações, mas sim uma espécie de renovação interna.

Em resumo, os pesquisadores constataram que, entre 20 e 30 anos, pessoas de ambos os sexos tornam-se em geral mais disciplinadas, organizadas, criativas e abertas a novos conhecimentos. Já as mulheres dessa faixa etária monstram-se mais extrovertidas do que os homens - uma diferença de comportamento que não fica tão evidente com o passar do tempo. E as emoções, como se comportam? Bem, no time feminino elas vão ficando mais equilibradas, diferentemente do que ocorre com o masculino. Por volta dos 50 anos, é como se homens e mulheres se avaliassem com outra lente e subissem vários degraus no quesito solidariedade. "Não há dúvidas de que as pessoas continuam a amadurecer durante a fase adulta", diz a psicóloga Suely Sales Guimarães, da Universidade de Brasília, no Distrito Federal. É o aprendizado ao longo da vida e as descobertas sobre nós mesmos que ditam a necessidade de mudar comportamentos que não têm mais a ver com a gente. "Novas atitudes sempre dependem de decisão própria e de ação", faz questão de ressaltar Suely.

O primeiro passo para a reestréia da sua personalidade é encarar aqueles problemas de comportamento que estão empatando a sua vida. E aí a saída é botar a cabeça em ordem, organizar os pensamentos e tentar descobrir os motivos da sua forma de agir. Insegurança? Trauma? Encontrar respostas para questões do gênero desperta a consciência de que atitudes indesejadas podem ter uma origem externa e não necessariamente fazem parte da sua personalidade. "Fica mais fácil quando você cria condições que favorecem as mudanças e abandona aqueles padrões de comportamento que as impedem", ressalta a psicóloga gaúcha Ana Maria Rossi, especialista em estresse. Alguém já disse que a melhor maneira de não errar é não fazer nada. Só que esse imobilismo, é claro, não leva a lugar nenhum. Então, tenha paciência com os seus erros e nem pense em desistir da empreitada. Se a tal da reinvenção parecer difícil, procure ajuda de um especialista. Você só precisa se dar a segunda chance a que todos nós temos direito na vida. E, quem sabe, a terceira, a quarta, a quinta...

MUDANÇA DE ATITUDE
A virada não precisa (nem deve) ser radical. Bastam alguns ajustes no seu jeito de ser
· Aceite que mudar implica assumir certos riscos.
· Use os mesmos parâmetros para avaliar-se a si e aos outros.
· Não exija soluções mágicas para os problemas.
· Seja paciente, pois mudanças vêm com o tempo.
· Estabeleça metas razoáveis para os seus projetos de mudança.
· Entenda que adquirirm novas condutas requer esforço e prática.


MUDAR É PRECISO
Dois exemplos do que a ciência já sabe sobre a nossa capacidade de transformação
1. Pesquisadores da Universidade da Pennsylvania, nos Estados Unidos, descobriram que pessoas extrovertidas e abertas a novas situações aprendem mais rápido e são mais inteligentes.
2. Um trabalho da Universidade de Stanford, que também fica nos Estados Unidos, revelou que o cérebro de indivíduos ansiosos, comparado com o de gente que dificilmente se abala em situações adversas, é menos ativado quando vê imagens felizes. Diante de situações tristes ocorre o oposto, ou seja, a massa cinzenta dos agitados fica a mil. Em outras palavras, a ansiedade aumenta o risco de depressão.

Fonte: Revista Saude